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História Titanium - Everything is embarrassing


Escrita por: SageStyles

Capítulo 18 - Everything is embarrassing


Fanfic / Fanfiction Titanium - Everything is embarrassing

Harry me olhou de um jeito estranho e meio suspeito, como se soubesse como me responder, mas não pudesse. Dei ênfase na minha dúvida cruzando os braços e o encarando, sendo mais uma vez dramática demais pra situação.
-Eu não conheço. Mas não faria muito sentido você me convidar pra uma festa de alguém que não é próximo a você, né? -Harry riu do meu papel de idiota e eu suspirei ao fingir que não ligava praquilo.
-Você é inteligente demais pro meu gosto. Acho que já posso te odiar.
-Já? Mas você ainda nem conheceu as melhores partes de mim, querida. -ele sorriu ao que andávamos até a Chanel a uns 6 metros de nós, e eu forcei uma risadinha animada.
-Quais partes, por exemplo?
-Bom, posso começar a te mostrar ainda hoje, mas primeiro… -observei Harry parar repentinamente e andar até um beco não movimentado atrás de um restaurante chinês. Ele fez um sinal com a cabeça me dizendo mentalmente “Anda!”, então andei, tentando entender o que ele fazia ali, esperando que ele não me estuprasse ou algo do tipo.
Fiquei aliviada quando vi Harry tirar um baseado bem grande de dentro de sua carteira, e esperei que ele o acendesse para depois ter o exemplar de Marijuana oferecido a mim.
-Você é uma caixinha de surpresas, Harry. -disse enquanto tragava um pouco de THC, e passei o cigarro pra Harry. Ele fez uma manobra interessante com a fumaça do baseado e eu sorri, dizendo mentalmente “Que foda.”.
-Eu posso te ensinar uma manobra básica que costumo usar com quem quero impressionar. Só não sei se você é boba demais pra gostar dela. -Harry disse calmo e andou lentamente em circulos em volta de mim. Ri um pouco e disse que eu havia nascido pronta pra tentar aquilo, e então foquei minha atenção naquele cara que cheirava a álcool e sexo matinal, e fui colocada de costas pra uma parede pixada com “Shelby i love u”. 
-Você tem duas opções. Ou deixa eu fazer do meu jeito, ou diz que quer o “básico”. -o encarei confusa, perguntando “E qual a diferença?”.
-Fica no ar. -ele responde seco.
-Tudo bem. Faça o seu melhor. Acho que suporto. -disse por fim, desafiadora. Pude ver um tom de alegria escondido nos olhos de Harry, por eu ter sido capaz de aceitar sua afronta, e esperei o que quer que ele estivesse planejando fazer comigo. 
Olhei em seus olhos por um instante antes de vê-lo tragar o baseado e trazer seu rosto perto demais do meu, com a fumaça presa em seus pulmões. Ele apoiou a mão na parede sobre meu ombro e sem que eu pudesse ao menos perguntar algo, senti seu nariz encostar no meu, e por instinto semi abri meus lábios. Eu não pensava muito naquela hora, era como se a presença gélida de Harry me deixasse anestesiada, e eu não consegui raciocinar direito a ordem dos fatos, sendo mantida ali inerte, apenas esperando o que aconteceria 2 segundos depois.
Engoli em seco, nervosa, e encarei os olhos verdes semi cerrados que me fitavam destemidos. Harry desceu um pouco seu rosto deixando seus lábios cada vez mais perto dos meus, e quando imaginei que ele me beijaria, senti uma fumaça com cheiro adocicado adentrar minha boca. Deixei que ela entrasse em meus pulmões e a soltei de volta pouco depois de Harry me lançar um meio sorriso sacana. 
Permaneci parada ali com o que eu gosto de chamar de “cara de morta” esperando Harry se pronunciar, mas ele parecia esperar o mesmo de mim, só que eu na verdade não tinha muito o que dizer a não ser “isso é o melhor que pode fazer, garotão?”.
-Isso não foi tão pesado quanto pensei. -falei relutante, com medo de parecer sincera demais pro gosto de Harry, mas ele apenas riu e se afastou de mim com o baseado entre seus dedos na boca.
-São fases. Essa é a primeira. Já que você passou, vou continuar até que você diga “Tudo bem, agora sim foi foda.”, ou algo parecido.
-E quem te garante que eu quero participar desse seu “jogo de limites”?
-Você dizer isso é uma prova de que está sim interessa no meu jogo. Mas fica tranquila, quando a próxima prova chegar, você será avisada. -Harry caminhou para fora do beco e pisou no cigarro findado que jogara no asfalto. -Ou não. -ele continuou após fazer uma pausa dramática que me preocupou. Eu não sabia se queria me tornar tão próxima de Harry. Ao mesmo tempo que me parecia uma ótima ideia ser amiga dele, era como se algo me dissesse pra manter distância, mas acho que esse meio termo entre bom e ruim me deixava cada vez mais fascinada por aquele garoto enigmático.

                            ~

-Você não acha que quatro mil libras por um vestido desse tamanho é um pouco caro demais? -Harry segurava um exemplar Coco Chanel cravejado de Swarovski’s e olhava pro vestido como se ele fosse a pior coisa do mundo. Ri e peguei a peça de sua mão, pronta para experimentá-la.
-”A beleza não tem preço”. É o que minha mãe sempre diz. -disse fechando a cortina de veludo branco da cabine. Tirando minhas roupas rapidamente, ouvindo Harry dizer através do tecido longo que nos separava “Sua mãe parece reter grande conhecimento sobre as coisas.”.
-Você não faz ideia. -ri comigo mesma em meio a uma tentativa falha de fechar o zíper do vestido brilhante e pesado em meu corpo. -Tudo que sei sobre astrologia, roupas, comida e viagens, aprendi com ela. 
-Olha só, você tem alguma cultura. Interessante. E o que seus dons astrológicos tem a dizer sobre mim?
Pulei umas 3 vezes antes de conseguir fechar pelo menos metade do zíper e cogitar pedir um número maior, mas que com certeza deixaria a área da minha cintura super larga.
-Bom. Você nasceu em fevereiro, certo? Suponho que em meados de noventa e dois. A lua estava em libra. Isso te faz ser meio indeciso às vezes. É bem altruísta, mas ao mesmo tempo que quer ajudar a todos com seu poder de empatia, não se entrega totalmente a amizades e amores, por medo de compromissos e fidelidades. Signos de ar geralmente tem pensamentos rápidos que mudam constantemente, e isso faz com que vocês sejam meio confusos às vezes. -soltei suspiros a cada frase antes de simplesmente desistir de fechar o vestido, e sair da cabine em busca de ajuda. Tomei um leve susto quando encontrei Harry parado a minha frente com um sorriso de lado, talvez prestando atenção demais em minhas explicações.
-Parte de mim concorda com tudo que você disse. -ele fez um sinal para que eu me virasse, então fiquei de costas para ele e joguei meu cabelo pro lado, sentindo seus dedos gelados tocarem minha pele. -A outra parte se recusa a acreditar que minha personalidade é influenciada por astros.
-Bom, podem não acreditar, mas que mapas astrais dão certo, dão. Depois você me passa a hora exata que tu nasceu pra eu fazer seu mapa. Ai vamos ver o que acontece. -finalmente pude respirar dentro da peça brilhante que envolvia meu corpo de um jeito que deixava meus peitos quase 100% para fora. Harry comprimiu os lábios e balançou a cabeça em negação.
-Eu acho que isso não vale os milhões que custa.
-Eu também não acho. 
Voltei para a cabine repleta de espelhos e luzes e coloquei um outro vestido. Dessa vez o tecido macio de cetim creme se assentou em mim, apertando minha cintura ao máximo com um cinto cravejado de safiras e ametistas. Pelo menos o decote sem alças não me deixava tão vulgar. Mas algo na costura não parecia certo, e deixava sobrar algum tecido em minha bunda.
-Esse é bem melhor que o último. -Harry disse assim que me viu ao lado da cortina que eu segurava, esperando sua resposta.
Uma vendedora com um cabelo afro de dar inveja fazia de tudo para me convencer a levar alguma coisa dali, mas eu não achava nada que fosse realmente perfeito, então sai da loja com Harry atrás de mim falando sobre suas razões pra ser vegetariano.
-Eu concordo que é nojento matar algo e depois comê-lo como se não fosse grande coisa, mas eu sempre esqueço que os nuggets já foram animais que respiravam, e tinham uma família, ou sei lá. -eu falei, refletindo sobre todos os anos que passei comendo coisas mortas que não mereciam morrer. Harry parecia feliz de me ver concordando com seu estilo de vida, e ele andava de frente pra mim na calçada, o fazendo quase bater de costas em coisas aleatórias, tipo postes e carrinhos de bebê.
-Viu? É disso que eu tô falando. Imagina se uma vaca pega sua mãe, tortura ela, mata, e a come. Seria legal? Acho que não. 
-Seu ponto de vista é incrível, Styles. -ri bastante ao que Harry gargalhava e falava de um assunto sério ao mesmo tempo. A onda do baseado finalmente bateu, e tudo a minha volta parecia mais engraçado e bonito do que realmente era.
Entramos na YSL, e imediatamente começamos a procurar por alguma coisa que fosse boa o bastante pra mim. Harry dançava ao som de uma música do Martin Solveig que tocava na loja, e aposto que as vendedoras duvidavam que a gente fosse comprar alguma coisa de lá.
Eu passei pela fileira de roupas brancas separada das de outras cores, e peguei o que eu achei interessante. Fui empurrada diversas vezes por um Harry dançante e animado demais. Ele repetia “I just came to say hello!” sempre que possível, e me obrigava a dançar com ele entre as “araras” flutuantes da YSL. 
Quando finalmente me concentrei em pegar mais alguns vestidos, Harry apareceu em cima do balcão de pagamento com várias echarpes coloridas e um sapato extravagante que impressionantemente cabia em seu pé. As funcionárias bonitas num nível absurdo riam de Harry e se juntavam a ele naquela dança estranha, como se ele tivesse um super poder que atraia todas. Entrei no meio deles com pelo menos 10 cabides em mãos, porque eu não ia deixar que se divertissem sem mim. Então fiz uma performance bastante esquisita e inesperada com uma garota chamada Lucy, e Harry, que parecia flertar com uma loira entre nós. Ficamos por ali por uns 4 minutos até eu me lembrar do propósito de estarmos ali, e me dispersei do grupo, caminhando até uma outra área bem iluminada para experimentar todos aqueles vestidos.
Fechei a porta de vidro embaçado da cabine, e comecei a tirar minhas roupas, colocando uma calça pantalona branca com um top do mesmo tecido. Era bonito, mas simples demais pro meu gosto. Vesti a próxima peça que parecia grande demais pra mim.
Ouvi um “Oiiiii” e dei um pulinho de susto, abrindo a porta logo após dizer “O quê?”.
-Wow! Esse vestido é o melhor até agora. -Harry disse com um sorriso malicioso enquanto se pendurava na cabine e tentava entrar na minha zona de conforto.
-Harry! Esse é meu sutiã. Sai daqui. -ri e lutei por alguns segundos até conseguir trancar o cara com uma vibe bêbada pro lado de fora.
-Eu vou ficar aqui esperando você mostrar o que escolheu. Não que eu tenha outra escolha, né!? -Styles gritou ao que eu enfiava meus pés dentro de um vestido dourado e semi transparente. Sai da cabine com um olhar decepcionado por não gostar nem um pouco daquela coisa em meu corpo.
Harry disse algo sobre poder ver meu útero através do tecido, e eu entrei rapidamente para dentro da cabine para experimentar outra coisa.
Entrei e saí de lá pelo menos umas 5 vezes, alternando entre olhares entediados de Harry, e meus suspiros de cansaço, até pegar a última peça que eu escolhera. Torci pra que ficasse bom, e me convenci de que aquele exemplar de Yves Saint Laurent era a melhor coisa que eu já experimentara no dia. Andei até o centro da sala de vestir onde Harry se encontrava deitado no enorme divã de couro branco em frente a um espelho enorme.
Girei e andei pelo local, determinando meus pensamentos finais sobre a roupa, e testando se eu conseguiria rebolar minha bunda com ela. Cutuquei o ombro de um Harry adormecido e estranho, que arregalou os olhos assim que voltou a vida real.
-Isso é… Incri…Maravi…-ele gaguejou enquanto olhava pra mim de um jeito esquisito, como se nunca tivesse visto uma garota na vida, e eu ri. -Muito bom. -ele se conteve.
-Você não acha simples demais, não? -perguntei, levantando o tecido branco que se seguia de uma fenda grande o bastante pra que eu não pudesse usar uma calcinha no dia.
Me certifiquei de que meus peitos estavam seguros dentro do decote profundo do vestido, e me encarei no espelho por mais alguns instantes antes de Harry se pronunciar.
-Eu acho que se existe uma cura gay, essa cura é você, nesse vestido. 
-Obrigado. Você é muito bom em elogios. -gargalhei e me encarei uma última vez antes de trocar de roupa e levar o vestido até o balcão de pagamento.
Notei uma marca estranha em minhas costas assim que me vi semi nua na cabine. E não entendi como ela havia parado ali, mas voltei minha atenção em sair daquela loja pronta pra comer alguma coisa e voltar pra casa.
Harry falava ao celular com alguém que ele xingava bastante, e eu colocava a senha na máquina de cartão de crédito. Agradeci a vendedora que quase gritava “Harry me coma!” com o olhar, e peguei a sacola, indo em direção a saída.
-Era o Louis. Ele quer que a gente encontre ele no shopping. -Styles disse entediado e eu concordei. 
Entrei em meu carro e segui Harry até o shopping Central, podendo ouvir Should I Stay or Should I Go tocando num volume absurdamente alto dentro do conversível a minha frente. Ri comigo mesma pensando que Harry estava dopado demais pra dirigir. Eu estava meio zonza, mas nada comparado a ele. Talvez ele fosse mais fraco pra essas coisas que eu, ou já estivesse meio drogado antes de nos encontrarmos, mas deixei essa duvida pra lá e pensei em Austin.
Eu o odiava. Só de lembrar as vezes que ele fingiu ser um cara maravilhoso pra todos a minha volta, e logo depois me bateu e disse coisas terríveis a troco de nada, tenho vontade de celebrar sua morte. Mesmo que isso seja uma coisa terrível a se fazer.
Mesmo não tendo tocado no assunto desde que estive na casa do meninos, com Zayn e um Austin morto, ainda me corroía por dentro a dúvida sobre a causa da morte do meu ex abusador, vulgo ex namorado.
Não era possível uma pessoa morrer de uma hora pra outra sem que ninguém estivesse ali pra ser acusado ou pra testemunhar algo. Na verdade o único lá era Zayn, e mesmo que eu acreditasse que ele não fizera nada a Austin, algo ruim parecia exalar de Malik toda vez que seus olhos encontravam os meus. Tentei afastar esses pensamentos assim que entrei no elevador ao lado de um Harry de olhos vermelhos e sorriso amarelo.
-Você está bem? -ele perguntou,  nem um pouco preocupado aparentemente. Afirmei com a cabeça e andei até a praça de alimentação infestada de adolescentes feios e idosos, com corredores com cheiro de sexo e criança suja. Três conhecidos conversavam em volta de uma fonte antiga e cheia de moedas idiotas no fundo, e fui abordada primeiramente por Louis, que gritou um “Onde vocês estavam?”. Me assustei de primeira, não entendendo o motivo da preocupação intensa de Lou. 
-Relaxa, cara. Eu te disse que a gente tava comprando roupas. -Harry falou calmamente, tocando o ombro do amigo, que tirou a mão do outro dali bruscamente.
-Mas isso já faz DUAS MALDITAS HORAS! A gente ligou pra caralho pra vocês. Era pra você estar conosco na reunião com o Kayle hoje. -Louis disse entre dentes, e eu fiquei pasma com sua reação.
-Duas horas? Você me ligou há 15 minutos atrás e eu disse que estava vindo pra cá. -Harry rebateu, já começando a chegar perto de Lou. -Você por acaso tá drogado?
-Eu não, meu amor. Mas parece que você está, não é mesmo? - vi Louis jogar um pacotinho transparente cheio de pílulas na cara de Harry, que se mantinha inerte e com um sorriso debochado nos lábios. -Se na próxima vez que tivermos algo importante pra fazer você estiver se drogando, não ouse entrar lá em casa. 
-Você vacilou, mano. -Niall se pronunciou pela primeira vez ali, e eu pude notar a raiva em seu olhar.
-Ah! Chupa meu pau. -Harry disse baixo, mas numa altura boa o suficiente para que Louis ouvisse e virasse para nós no mesmo instante.
Esperei que ele gritasse um xingamento, ou simplesmente ignorasse Harry, mas quando vi o punho de Louis acertar com força a cara do amigo tive a certeza de que ele estava em seu limite. E isso me fez abrir a boca em choque, sem acreditar no que acabara de acontecer.
Louis e os garotos adentraram um corredor de escadas de incêndio e desapareceram, deixando eu e um Harry com o lábio inferior sangrando, ali no meio do shopping, com diversas pessoas nos encarando boquiabertas, e uns seguranças a procura dos garotos baderneiros que estavam ali há pouco.
                                     ~ 
-Por que eles estavam tão irritados se você disse onde estava? E por que você saiu comigo se sabia que tinha uma reunião? -perguntei serena. Eu segurava um pedaço de guardanapo no lábio partido de Harry, que estava sentado em uma cadeira qualquer de uma cafeteria.
-Eu não sabia de reunião nenhuma. E a única vez que recebi uma ligação de algum deles foi quando estavamos na loja. Você viu. -ele falava com dificuldade enquanto eu tentava secar o sangue de seu rosto.
-Como não sabia? Eles disseram…
-Eu não sabia de porra nenhuma, Kris. -ele disse grosso, e eu imediatamente fechei minha expressão facial, esperando que ele se acalmasse. -Me desculpa.
-Tudo bem. Eu ainda não entendo como isso foi acontecer. -me levantei e andei com Harry até um restaurante ali perto. -Não faz sentido você ser o único a não saber de uma coisa, e seus amigos dizerem que você sabe dessa coisa, e falarem que te ligaram diversas vezes quando seu celular na verdade só recebeu uma chamada.
-Eu sei que não faz sentido. Mas é como se tivesse um bloqueio em minha mente que me impede de lembrar de qualquer coisa relacionada a essa tal reunião. -pedi um refrigerante e olhei o cardápio enquanto Harry falava.
-Mas e quanto aquelas pílulas que Louis jogou em você? Elas podem ter te feito esquecer das coisas.
-Não! Aquelas pílulas não causam esse efeito, e eu não as tomei hoje. Não que eu me lembre. -ele disse a ultima frase mais pra si mesmo que pra mim, e eu comecei a questionar se Harry realmente tinha certeza do que dizia.
-Não que se lembre? Bom, isso parece meio suspeito, Styles.
-Olha, esquece as pílulas. Foda-se a reunião, foda-se os garotos, foda-se minha memória, e além de tudo, foda-se o Louis. Ele é uma vadia sem sexo. -Harry falou seco e com um tom de raiva enquanto o garçom se aproximava de nós.
Eu e Harry pedimos algumas coisas e quando o cara chamado Mark se afastou da mesa voltamos ao assunto anterior.
-Talvez você esteja muito cansado e sua mente tá te pregando peças. Acontece comigo às vezes. -falei calma. Eu não sabia o motivo daquilo estar acontecendo, e não esperaria sentada por uma resposta.
-Talvez. Eu realmente não tenho dormido muito. São esses sonhos… Parecem tão reais que chegam a me assustar. -vi Styles trazer sua cadeira pra mais perto da mesa como se tivesse medo de alguma coisa. Franzi o cenho e tentei parecer o mais amigável possível para que ele se sentisse seguro em me contar sobre os sonhos.
-Que sonhos, Harry?
-Eu não sei. Eles não fazem muito sentido. Na maioria das vezes eu me vejo sozinho num labirinto feito de grama. E um coelho gigante fica me perseguindo até eu cansar de correr e me jogar no chão. Mas eu nunca me lembro do que acontece depois disso. Não sei se o coelho me pega, ou se eu desapareço de lá. É muito esquisito. -Harry mantinha uma expressão amedrontada no rosto, e eu sabia que não se tratava de uma brincadeira. 
-Um coelho? -perguntei confusa.
-Sim. Ele era rosa e tinha um rosto desfigurado. Parecia que ele queria me dizer alguma coisa mas nunca vou saber o que era. Ou ele simplesmente queria me devorar. 
-Mas esses sonhos são sempre os mesmos? Isso é muito raro. Você devia ir num médico.
-Todos os dias desde de que fiz dezoito anos tenho tido esse mesmo sonho. Às vezes o coelho só fica parado me encarando, o que é ainda mais bizarro. Teve um dia que eu quase encontrei a saída do labirinto, mas acordei antes de chegar nela.
Fiquei parada por alguns instantes, perguntando a mim mesma se aquilo fazia algum sentido, e vendo se os sonhos de Harry tinham alguma coisa a ver com os meus. Talvez ele se sentisse melhor ao saber que outra pessoa tinha sonhos bizarros e diários.
-Sabe, desde que me mudei pra casa que vivo agora, tenho tido o mesmo sonho. 
-E por que só depois que você se mudou? Da onde você veio? -ele perguntou interessado, bebendo a cerveja em seu copo quase vazio.
-Eu fui adotada. Não me envergonho disso, pra ser sincera. Quando fiz doze anos recebi a notícia de que acharam uma família pra mim, e me mudei pra casa que moro agora. 
-Como você sabe que seus sonhos só começaram por causa da mudança?
-Não sei. Eu só não me lembro do que sonhava antes disso. Não me lembro nem de como era no abrigo que eu vivia. Não sei dizer o que eu fazia lá, nem quem eram meus amigos, nem como eu lidava com o fato de não ter família. -ajeitei meu corpo na cadeira e prendi meu cabelo antes de continuar. -As vezes tenho uns flashbacks aleatórios mas é só isso. Parece que minha mente esteve morta até eu ser adotada.
-Kris! Isso é… perturbador. Você já falou disso com seus pais? Perda de memória não é normal.
-Eu sei que não, mas o que posso fazer? Minha mãe só se preocupa com festas e Martini’s. Meu pai só fala comigo duas vezes no ano. Liz é arrogante e insignificante. E Sam… -Eu não sabia se era seguro falar sobre Sam com qualquer pessoa. Não havia motivos para que eu trouxesse de volta tudo o que presenciei naqueles anos a fim de fofocar sobre minha vida, então só abafei o assunto pra tentar não parecer rude.
-Quem é Sam? 
-Ninguém. Enfim, ninguém se importa se estou tendo problemas mentais ou não. 
-Hey! -olhei para cima, podendo ver os olhos verdes de Harry me fitando, e um sorriso confortante se formando em seus lábios. Ele pegou minha mão por cima da mesa e brincou com meus anéis. -Eu me importo. 
Segurei a respiração e deixei que um sentimento caloroso e desconhecido invadisse minha alma. Não era comum que alguém agisse daquela forma comigo, e eu não sabia o que esperar daquele gesto.
-Posso te conhecer há pouco tempo, mas a conexão que sinto com você parece vir de anos. E eu não costumo me sentir assim com ninguém. Então acho que nossa amizade é algo que devo manter.
-Obrigada. Significa muito pra mim ouvir isso. -sorri sinceramente para o cara a minha frente, não temendo me entregar pra o que quer que fosse que nos ligasse. 
-Então agora você já pode contar seus sonhos. -ele disse e se afastou de mim.
-Bom, tudo começa com uma mulher dizendo que eu devo encontrar uma… 
-NÃO! Não esse sonho. Já chega de coisas negativas por enquanto. Quero dizer seus sonhos pra vida. O que você se vê fazendo daqui pra frente. -Harry riu e esperou que Mark colocasse o macarrão vegano de espinafre e sei lá o que mais em seu prato. Sorri ao pensar no que eu poderia falar primeiro. -Você tem cara de que vai ser uma daquelas pessoas que mora na Índia dentro de uma van, lavando suas dez peças de roupa num rio, e trabalhando com caridade e trabalhos artesanais.
-Harry! -bati em seu ombro enquanto ele ria da minha cara com aquela piada que na verdade nem era engraçada. -Na verdade esse estilo de vida é bem bonito. Mas eu não seria tão extremista. Não conseguiria viver com apenas dez peças de roupa. Eu tenho o dom de rasgar e manchar tudo que visto.
-Eu estou vendo. -ele apontou pra mancha de molho à bolonhesa que respingou no canto da minha blusa, e riu, dizendo que eu era uma criança de 5 anos.
-Ano que vem eu posso fazer faculdade de Direito e comprar uma casa pra morar com a Hayley nos Estados Unidos, ou ficar por aqui e usar o dinheiro da minha família pra dar festas e fornecer drogas pra população inglesa.
-Achei a segunda opção bem interessante. Mas por que Direito? Você não parece o tipo que gosta dessas coisas normais. -Harry riu e comeu uma garfada de seu macarrão.
-Eu sei que não. Isso é o que esperam que eu faça. Mas é óbvio que no final vou fazer o que quero. Nada vai me impedir de ser feliz do meu jeito. Essa é a única vida que tenho, não vou deixar que ninguém me obrigue a vivê-la de outro jeito se não o meu. 
-Você está certíssima, Senhorita Kristen. Também não me conformo com mediocridades. Pensar que tem gente que passa anos trabalhando em algo que odeia, e sustentando uma família que não queria, só porque desistiram de fazer aquilo que realmente queriam fazer, me deixa triste. 
-Até que enfim alguém que me compreende. -suspirei aliviada. Harry sorriu pra mim ao que eu bebia meu refrigerante e ele pedia outra cerveja. -Harry Styles, seu cérebro foi feito na mesma fôrma que o meu. 
-Acho que devemos nos beijar. -ele disse com um tom de brincadeira, mas com um fundo de verdade, e eu desfiz meu sorriso.
-Você sabe mesmo acabar com momentos legais. Não quero mais ser sua amiga.
-Ah, Kris. Eu tava brincando. Meu lábios só tocarão os seus quando você pedir, juro. -ele levantou as mãos na altura do peito como se estivesse se rendendo, e eu voltei a sorrir e comer meu almoço.
Terminamos de comer e eu já estava cansada de ouvir Harry falar sobre o quão ruim era a Saga Crepúsculo. 
-Você tem um amor reprimido pelo Edward, tenho certeza. 
-Mano, ele é ridiculo! Passou anos tentando não transar com a Bella só por medo de arrombar a coitada. Se eu fosse ele, teria transformado a garota em vampira e botado pra dentro há muito tempo.
-Que horror, Harry. Ele não fez isso porque a amava de verdade. -respondi com uma raiva crescendo em mim.
-Amor não existe. Todos vão embora depois que conseguem o que querem. -Harry falou de uma forma ríspida, subindo na escada rolante que nos levava até o quarto andar do shopping.
-Só porque alguém não soube te amar, não é motivo pra dizer amor não existe. 
-Eu não disse que “alguém não soube me amar”. -Harry disse fazendo aspas com os dedos, se direcionando a saída do shopping, onde parou subitamente e me encarou. 
-Kris, aprende comigo. A vida é muito curta pra desperdiçar sentimentos profundos com as pessoas. Elas são oportunistas e idiotas. E você deve guardar o que sente pra si mesma.
Fingi concordar com o argumento ridiculo de Harry somente para acabar com aquele assunto. Aquilo me fez pensar no quão magoado ele tenha sido pra tirar aquelas conclusões. Poderia ser uma forma de proteção que ele usava pra não sofrer novamente, ou talvez ele fosse apenas um babaca, mas eu teria que descobrir isso mais tarde, já que ele recusava se abrir de imediato.
E ele ainda dizia não ser nada aquariano. 
-Pra onde você vai agora? -Harry perguntou quando minha mão estava prestes a ligar o carro.
-Pra casa. Hayley e eu vamos ver filmes e beber até nossos corpos serem encontrados na piscina. 
-Isso parece ótimo. Mas que tal você e Hayley verem filmes e morrerem na piscina da minha casa? -ele perguntou com os braços apoiados em minha janela. Pensei na oferta por um tempo e decidi que ir pra casa de Harry seria melhor que ver Lizzie gritando pelos corredores sobre sua festa.
-Tudo bem. A gente aparece lá daqui a pouco. Você e Hay vão se dar bem, ela também não acredita no amor. -falei rindo e dei partida no carro.
-Adeus, alma gêmea. -Harry disse mais dramático que o necessário.
-Adeus, cara sem sentimentos.
Dei ré e ri da expressão afetada e fingida de Harry, que ficou parado com a mão no peito em frente a pista não movimentada do estacionamento.
                                       ~
-Seu grande amor chegou. -gritei pra Hayley que escovava os dentes em meu banheiro totalmente desarrumado. -Você deu banho em quantos mendigos hoje? 
-Eu tava tentando achar um absorvente. -ela respondeu com a boca cheia de pasta.
-Beleza. Mas você sabe que eles ficam aqui…-abri uma caixinha de espelhos em cima da pia que continha diversos tipos de absorventes, e ri da cara de decepção que Hayley fez. 
-Puta merda. -Ela disse e enxaguou a boca depois de grunhir de raiva.
-Você tá a fim de ir na casa de uns amigos meus hoje? -perguntei quando tirei minha maquiagem borrada de suor com um lenço umedecido e caminhei até minha cama bagunçada.
-Depende. Se eles forem daquele tipo que bebe Corona e tenta pegar gente na balada falando sobre o iate do pai, não vou.
-Relaxa. Eles são legais. 
-Eu vou poder bater neles caso me irritem? -Hayley trocava de roupas no meio da sala e eu procurava um short em meu closet.
-Sim. Eles são bem irritantes às vezes. Leva sua meia com uma pedra dentro, por precaução. -falei em tom de brincadeira.
-Mas aqui, da onde você tirou esses amigos?
-Eu não os tirei de lugar nenhum, quem tirou foi o médico quando eles nasceram…-ri sozinha e recebi um tapa de Hayley.
-Eu odeio essas suas piadinhas. Ridicula!
-Pelo menos eu não transformo o banheiro das pessoas em um mundo pós apocalíptico.
-Vai tomar no seu cú, Kris. -Hayley disse irritada e colocando uma blusa GG do Joy Division que ela usava como vestido.
-Você tá bravinha, é? -levantei uma sobrancelha. Me aproximei lentamente de Hayley que estava de costas pra mim, procurando seus sapatos.
-Bravinha meu pau.
-Oh, Hay. Minhas piadinhas não te agradam? O que posso fazer pra me redimir? 
-Ir se foder. -a loira disse seca enquanto amarrava o cadarço de sua bota.
-Que tal você se foder comigo? -perguntei na tentativa de animá-la, mas ela me lançou um olhar raivoso e bufou.
-Você não cansa de ser tão chata?
-E você não cansa de ser tão bipolar? -rebati.
-Então vou voltar pra casa dos meus pais amanhã. Você não deve querer uma garota bipolar dormindo em sua cama, né? -ela se levantou com pressa e foi até sua mala, arrumando suas coisas de uma maneira frenética.
-Eu disse que você era bipolar, não que eu não gosto de você. Para de palhaçada. A gente nem tem motivo pra estar brigando. Sua doida. -percebi que aquela conversa estava chegando num ponto desnecessário então tentei aliviar a tensão. Mas Hayley agia como se me odiasse e fingia não me ouvir.
-Que maravilha, agora além de bipolar eu sou doida. Ha ha. -ela disse com sarcasmo, e eu me coloquei a seu lado, tomando as roupas que ela insistia em socar na mala de suas mãos.
-Você é bipolar e doida mas eu não te trocaria por nada. Para de foder! -a abracei com força e a ouvi gritar enquanto se debatia para se soltar de mim sem êxito. Eu ria da situação e beijava seu rosto diversas vezes até ela se conformar que não sairia dali tão cedo.
-Você é uma puta desgraçada, Kris! 
-E é por isso que você me ama. Só vou te perdoar porque sei que você tá na tpm.
-Tudo bem, você venceu. Agora me solta, ou eu vou arranhar sua cara todinha. -atendi ao pedido da garota descabelada e brava em meus braços, tirando meu sutiã e colocando uma camiseta do Fleetwood Mac logo após me afastar de Hayley.
-Você esmagou meus peitos, vadia. -ela disse já feliz novamente, brincando com minhas maquiagens em cima da penteadeira repleta de luzes brancas de natal.
-Se você fizer um Katrina na penteadeira eu vou esmagar eles de verdade. -eu passava rímel em meus cílios e ouvia Hay cantarolar músicas da Lady Gaga enquanto se maquiava. 
Terminamos de nos arrumar e descemos até a sala onde minha mãe recebia uma massagem nos pés de uma moça asiática. O cheiro do incenso de sal grosso invadiu minhas narinas quando passei por lá dizendo que iria sair com Hayley, e ouvi minha mãe dizer algo sobre não dormir em casa naquela noite.
-Tchau, cremosa. -Hayley disse a minha mãe, me deixando constrangida como todas as vezes em que ela se dirigia de uma maneira engraçada a Jenn.

                                        ~
Eu e Hay cantávamos “King” com o Olly Alexander enquanto eu dirigia até a casa dos garotos. Ela contou sobre o show que abriu pra Troye Sivan e disse que ele cheirava a rosas e chocolate branco, e eu fingi ficar impressionada com isso.
Eu esperava que quando chegássemos lá, Harry já tivesse feito as pazes com o resto dos caras, pra que nossa noite não ficasse comprometida pela energia negativa deles. Tentei manter as informações sobre como eu havia os conhecido longe de Hayley, porque contar a ela sobre meus poderes e tudo que havia acontecido nos últimos dias não era nem um pouco cabível. E por mais que ela fosse minha melhor amiga e eu confiasse que meu segredo estaria seguro com ela, ainda não me sentia preparada pra dividir certas coisas com qualquer pessoa que não fosse “como eu”.
Deixei meu carro no gramado da casa iluminada e com uma atmosfera diferente que nos esperava, e toquei a campainha com Hayley puxando meu cabelo e dizendo que ia se vingar por eu ter falado mal dos brincos dela.
Em frações de segundo pude ver um Harry sorridente, sem camisa, e com os cabelos molhados dizer “Oi!”. Ele tinha uma lata de cerveja em uma das mãos e me encarava por mais tempo que o necessário, então falei alguma coisa pra sair do campo de visão dele.
-Oi. Você tava no banho? -perguntei assim que adentrei a sala principal. Onde fui abordada por um calor reconfortante e um cheiro muito bom de algo que parecia pizza, ou churrasco, ou pizza de churrasco. Quem sabe…
-Eu tava na piscina tentando afogar o Niall, ai ele disse que tava com fome eu eu vim aqui fazer o jantar. -ele falou caminhando de volta pra cozinha cheia de ingredientes sobre o balcão de pedra escura. Estava tudo mais desarrumado do que eu me lembrava e instintivamente comecei a arrumar tudo.
-Parece que encontrei um concorrente, Kris. -Hayley se pronunciou pela primeira vez desde que chegamos, e logo se sentou no balcão que eu arrumava.
-Prazer, Hayley. A garota mais talentosa e mais sapatona que você verá na vida. -ela esticou a mão a Harry e nós rimos de sua apresentação pouco modesta.
-Harry. -ele cumprimentou Hay. -O cara mais gostoso e mais legal que você verá na vida.
-Mais gostoso que eu, duvido. -ouvi outra voz soar no recinto, e me virei para ver de quem era, mesmo já sabendo que se tratava de…
-Malik. Satisfação, porque o prazer vem depois. -Malik beijou a mão de Hayley e pude ver o desespero estampado em seu rosto.
-Não, obrigada. -ela tirou a mão rapidamente dos lábios de um Zayn molhado e marrento, me fazendo rir juntamente a Harry.
-Ah! Você deve ser Hayley. -o moreno constatou ao perceber a inclinação homossexual de minha amiga.
-E você deve ser Zayn. 
-É realmente bom saber que você fala de mim pra suas amigas, Kris. -ele me abraçou por trás, molhando meus braços e me fazendo rir.
-Na verdade ela não fala. É que tá escrito Zayn na sua bunda. -nós 3 gargalhamos enquanto Zayn se virava pra ver se era verdade o que Hayley dissera, e eu ri ainda mais quando ele descobriu um “ZAYN” escrito com caneta preta em sua sunga azul.
-Você devia olhar as coisas antes de vesti-las. -Harry comentou ao que fritava alguns bacons.
-Foi aquele Niall filho da puta. Certeza. -Zayn disse irritado, correndo de volta pra fora da casa. Pudemos ouvir os gritos de Niall seguidos de um barulho de algo caindo na piscina, e isso fez com que nós ali na cozinha ríssemos ainda mais.
-Eu devo admitir que você acertou nos amigos dessa vez, Kris. -Hayley disse impressionada ao comer o bacon que Harry fritou.
-Não se deixe levar pelos dons culinários de Harry, ele na verdade é muito irritante. E o Zayn é mais chato que você quando acorda cedo. 
-Hey! Eu sou muito legalzão, sim. Você é que não sabe apreciar esse meu lado. -Harry, que agora abria outra lata de cerveja e a oferecia pra Hayley, falou dramaticamente.
-Sei. -tomei um gole de uma bebida escura que encontrei entre as latas de cerveja na geladeira, e deixei Hayley e Harry conversando enquanto fui até a piscina cheia de caras seminus tacando água uns nos outros. 
-Kristennnnn! Que saudades de você, minha deusa. -Niall gritou quando me viu chegar, e eu sorri.
-Olá, querido fã.
-Você trouxe alguma amiga solteira e gostosa? -Liam perguntou assim que voltou a superfície depois de um mergulho, e eu ri em resposta.
-Solteira, sim. Gostosa, sim. Hétera, não. 
-Poxa. -Liam me lançou um olhar decepcionado antes de voltar a nadar em volta de Louis, que estava parado com os olhos fechados contando alguns números.
-Louis! Você tá fazendo o que, exatamente?
-Eu tô contando até cinquenta pra minha paciência com o Zayn voltar… Trinta e seis, trinta e sete…
-Tudo bem, então. O Harry mandou chamar vocês pra jantar. -disse antes de voltar pra cozinha e presenciar Hay atacando Harry enquanto se prendia em suas costas. Ele tinha uma garrafa de Jack Daniel’s nas mãos e gritava “Vocé é louca!”.
-HAYLEY! QUE PORRA É ESSA? -perguntei aflita tentando tirar a morena de cima de Harry, que lutava pra respirar ao que minha amiga estrangulava ele. 
-Ela... -Harry respirou fundo. -Ela queria tomar a garrafa inteira. -respirou de novo. -Ela é retardada.
-Eu vou jogar sal no seu olho, Styles! -ela disse logo se jogando em cima de Harry novamente, mas a segurei antes que ela pudesse fazer algo contra o garoto assustado ao meu lado. -Não me segura, Kris. EU QUERO ESSA GARRAFA, PORRA. 
-Ela tá na tpm. -falei calmamente a Harry enquanto Hayley gritava vários palavrões e pulava em meu colo, lançando socos no ar que eram direcionados a Styles. -Dá a garrafa pra ela. 
-Mas ela vai morrer de…
-Dá logo. -disse finalmente antes de Harry entregar relutante a garrafa de vidro nas mãos de uma Hayley furiosa.
-Obrigada! -ela falou calma e abriu o lacre da Jack Daniel’s, tomando um grande gole antes de ir até a sala de estar.
Harry e eu nos entreolhamos assustados pela fúria de Hay, e pude ouvir Styles suspirar aliviado por ainda estar vivo.
-A sua amiga retém grandes doses de raiva dentro daquele corpo pequeno.
-Você ainda não viu nada.
Eu e Harry nos sentamos a mesa com nossos pratos cheios de batatas e hambúrgueres. Comentei sobre o fato do hambúrguer dele não ter carne e ser estranho, e disse “Oi, fã” pra Niall, que se sentou ao meu lado.
Louis se pôs em frente a mim com Liam à sua esquerda e Hayley discutia com Harry na ponta da mesa. Eu podia sentir a tensão quando Harry pediu pra Louis passar o ketchup a ele, mas ninguém realmente se importou em perguntar se tava tudo bem.
-Vem aqui pegar. Não sou seu escravo. -Louis respondeu seco e desviou seu olhar do de Harry. Esperei alguma reação do moreno ao meu lado mas ele apenas seguiu em frente sem rebater.
-Então, Hayley, você tem certeza de que é lésbica? Tipo, não tem nenhuma chance de você gostar de um homem? -Liam perguntou esperançoso. E eu ri da pergunta, já tendo em mente o que Hay responderia.
-Então, Liam, você tem certeza de que é hétero? Tipo, não tem nenhuma chance de você gostar de um homem? -ela falou e mordeu um pedaço de seu sanduíche. 
-Sim, e não. -Liam falou.
-Faço de suas palavras, minhas. Mas mudando de assunto, cadê aquele cara com o nome na bunda? -Hay perguntou sobre Zayn, e como se ele estivesse lendo seus pensamentos, apareceu na sala de estar com uma roupa engomadinha e uma cabelo perfeitamente arrumado.
Ele se aproximou de nós com um cheiro extremamente bom que me causou um leve entorpecimento, e disse que iria morrer.
-Onde você vai? A gente ia jogar futebol…-Niall reclamou.
-Hoje, queridos amigos, é o dia em que minha vida acabará. A partir das nove horas o Zayn que vocês tanto amam e respeitam não será mais o mesmo. -ele falava com uma voz afetada ao caminhar lentamente até a porta de saída. -Tempos sombrios estão para chegar quando eu, Zayn Malik, dezenove anos, bonito, charmoso, inteligente, sedutor… 
-Vai embora logo, cacete! -Louis gritou e nós rimos.
-Adeus, família. Foi bom passar esse tempo com vocês, mas agora… Ah, agora terei que passar três horas com Perrie e meus futuros assassinos, ou como devo chamá-los… Sogros. -Zayn ajeitou a camisa social dentro de sua calça e abriu a porta da garagem, dizendo “Passar bem.” antes de desaparecer aos nossos olhos, fazendo com que todos imaginassem que ele estaria indo em um encontro para falar sobre Perrie, e seu(talvez) bebê. Mas não toquei no assunto porque duvidei que alguém mais ali soubesse da gravidez de Perrie. E confirmei isso quando ouvi Liam se pronunciar.
-Por que ele vai sair com os pais da Perrie?
-Eu não sei, mas seja lá qual for o motivo, espero que eles não o obriguem a fazer nada que ele não queira. -Harry disse.
-É! Vocês sabem como ele fica quando está sob pressão. -Louis continuou.
-Vocês lembram ano passado quando a mãe da Perrie fez ele …
-Niall! A gente não fala mais sobre isso, lembra? -Lou repreendeu o amigo e eu fiquei parada ali, pensando no que poderia acontecer com o pobre Zayn naquela noite.


Notas Finais


Fla cmg ai em baixo nem q seja um "oi" ou um "krlh vc escreve mt mal" só p eu saber que tem gnt q liga p minha existência. Wkakskksskksakksd to rindo mas por dentro to chorando akskskakskxkd xau galero


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