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História To Love-Ru: Nightmares of an Oblivion - Um novo encontro


Escrita por: Satanicrist

Notas do Autor


Parece até que foi um mês desde o último capítulo em? Nãopera, vai fazer um mês mesmo KKKKK Mentiras e brincadeiras à parte, desculpe-me pelo atraso, pessoal. Dessa vez foi por uma causa justa, eu tava tentando aprender a mexer no fotoloja pra tentar fazer um banner bonito pro style de TLR que eu quero fazer, mas isso dá um trabalho tão fodido que fiquei putaço... Enfim, ainda não desisti dele, mas pode demorar ainda já que não sou o mago do fotoloja, mas deixando isso de lado, mesmo que atrasado, valeus pelos 5k de visu negada. Sério mesmo. Mesmo que eu não agradeça escandalosamente, eu estou deveras feliz com isso, fora ver que toda semana diferente tem um rosto novo diferente favoritando a fic é muito satisfatório. Bem... Parece que eu exagerei um pouquinho mais do que o normal nesse, mas espero que compense a irregularidade na postagem dos capítulos... Que seja, beijos na testa de vocês, seus lindos.

Capítulo 24 - Um novo encontro


—Hooh... Você está vivo ainda? Juro que tinha mirado na aorta, mas pelo visto errei por alguns centímetros. —diz Nemesis levemente surpresa ao ver o jovem ruivo vomitar sangue após uma lâmina negra atravessá-lo pelo tórax.
—Rito-senpai!!! —grita Mea desesperada ao vê-lo tombar sobre seus joelhos enquanto colocava a mão tampando a região perfurada na frente do corpo depois da lâmina sumir em pleno ar.

No entanto, Yami apenas estava atônita sem saber como reagir ou o que sentir, talvez pelo seu cérebro não conseguir colocar em ordem de importância no processamento da visão da Nemesis perfurando Rito ou do sangue misturado de seu vômito com o que jorrara de sua ferida esparramado no chão.

—O que... —murmura Saki perplexa ao ver seu colega se queixar de dor e cambalear apoiado no joelho.

Num movimento preciso, Mea retira o blazer amarelado do uniforme do colégio de Sainan e envolve o peito e costas dele na região com uma mecha do cabelo buscando estancar as saídas de sangue como se fosse uma faixa de gaze emergencial depois de uma breve poça se formar em frente ao rapaz.

—E então Konjiki No Yami... —diz Nemesis voltando o olhar frio e impassível pra a direção da pequena loira— Você virá comigo espontaneamente ou precisarei esquartejá-lo pra precisar convencê-la de que você deve vir?
—Não faça mais nada a ele... —murmura ela quase chorosa ao ver Rito de cabeça baixa lutando contra o próprio equilíbrio pra se manter apoiado no joelho e não cair de cara na poça— Eu ir-
—Você... não... precisa ir... se não quiser. —diz Rito em voz baixa ao se levantar com dificuldades e se por ofegante de novo em frente à pequena loira com os braços estendidos horizontalmente, causando surpresa em todas presentes.
—M-mas olhe seu est-
—Não se importe comigo. —diz ele olhando por cima do ombro vendo a expressão desamparada de Yami e a interrompendo— Você já passou por coisa pior.
—Hooh... Não tinha visto isso antes, mas que rabinho novo é esse aí, querido servo? —pergunta Nemesis num tom de ironia e surpresa ao ver o novo membro adquirido por Rito balançar ocasionalmente atrás dele.
—Cortesia do rei de Deviluke. —responde ele com um sorriso levemente sarcástico.

Ao levantar o olhar, pode-se perceber que as pupilas de seus olhos estavam em forma de fenda com as arestas um pouco arredondadas, como de usual quando utilizava de sua mais nova força recebida.

—Interessante... —murmura ela pra si mesma com uma mão segurando o queixo e analisando a aparência do jovem— Pra uma mercenária de informações como eu, estou realmente surpresa por não saber disso com antecedência.
—Não se esforce tanto, senpai!! —diz Mea passando o braço esquerdo dele por cima de si e o segurando pelo ombro.
—Enfim... —diz Nemesis ao dar de ombros e voltar com a intenção assassina— Acho que devo terminar tudo ent-

Porém, pra surpresa dela, um ponto vinha reluzindo no céu e parecia vir em direção deles e a fez hesitar virando o rosto pra trás tentando visualizar o que era.

Instintivamente, ela pulou momentos antes de um som do ar sendo cortado junto com o portão serrado ao meio e parte do concreto do chão ficar marcado com uma fenda breve.

Parado heroicamente em frente ao rastro de destruição encontrava-se o capitão da guarda real, Zastin, com sua espada verde luminosa em punho e sua usual armadura enquanto a capa esvoaçava pelo ar.

—Uma espada fotovoltaica? —diz Nemesis parada entre seus oponentes num tom de deboche e surpresa— É uma boa escolha, porém ainda ineficaz contra mim.
—... —murmura ele seriamente encarando-a e captando a luz solar com os olhos azulados, mas depois ficando abismado ao ver uma poça de sangue em frente ao noivo de sua protegida— Rito-dono?! O que aconteceu com você?!
—Bem... —diz ele sem graça e coçando a parte de trás da cabeça.
—Já chega. —diz Zastin voltando o olhar de ódio à Nemesis.
—O que pretende fazer? —pergunta ela estreitando os olhos e sorrindo com o canto da boca.
—Eu? Nada. —responde ele fechando os olhos, desativando sua espada e a guardando em algum lugar da armadura. No entanto, pegou uma espécie de aparelho de outro lugar da própria do tamanho de sua mão parecendo um controle de Nintendo wii, porém com uns detalhes encrustados parecendo uma carapaça de crocodilo e uma esfera avermelhada numa das extremidades— Maul!! Smutts!! Agora!! —grita ele pelo comunicador no ouvido e somos teleportados após isso.

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—Onde estamos...? —pergunta Rito confuso ao ver o cenário montanhoso em volta de si e começar a ficar tonto.
—Quer lugar é esse? —pergunta Mea ao ver as ruínas de construções antigas a rodearem junto com uma cordilheira em volta delas.
—Atrasado como sempre, Zas. —diz Gid Lucione aparecendo repentinamente atrás deles de braços cruzados no seu usual 'uniforme'.
—P-perdão, Gid-sama! —diz Zastin ao se ajoelhar no chão.
—Que lugar é esse que você criou, Zas? —pergunta Gid suavizando as sobrancelhas ao ver a paisagem ao redor.
—... Eh? —murmura ele perplexo ao ver tudo.
—Oh... —murmura Saki com uma mão na cabeça ao tombar levemente pro lado que foi amparada por Yami do seu lado a segurando— O-obrigado...
—Isso... é... Machu Pichu? —pergunta Rito respirando com dificuldade.
—Onde é isso? —pergunta Zastin com uma interrogação na cara.
—Do... outro... lado do mundo. —responde ele sorrindo sem graça.
—Tsc. —diz Gid estralando a língua em sinal de desaprovação olhando pra Zastin e fazendo o mesmo ficar deprimido, mas depois ficando curioso ao ver o cabelo de Kurosaki Mea envolver seu jovem aprendiz no tórax— O que aconteceu garoto?
—A-ah isso? Fo-
—Gid Lucione Deviluke em pessoa?! —grita Nemesis surpresa e excitada num canteiro próximo— A quão sortuda eu sou por presenciar isso?!
—... Então você é Nemesis. —diz ele voltando o olhar de desaprovação pra ela, mas olhando novamente pra Rito ao vê-lo puxar o ar fortemente por causa do ar rarefeito do local e suspirar levemente com breve divertimento— Cubra-se com a Devil Force que ela te permitirá respirar em locais sem oxigênio.

E ao dizer isso, ele parou por um instante e se concentrou até que uma fina luz roxa começou a ser emitida do seu corpo, que foi respirando aliviado ao recuperar o fôlego logo após isso.

Porém Gid ainda percebeu a outra senhorita acompanhando a 'trupe de viajantes' respirando com dificuldades e balançou a cabeça em forma de negação.

—Vai consertar isso ou vou precisar pedir, Zas?
—P-p-perdão Gid-sama, eles erraram a coordenada estelar por alguns números!! —diz Zastin suando frio— T-troquem logo a paisagem!!

E após dizer isso, outro clarão se formou ao redor deles antes de serem teleportados.

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—Nós... voltamos? —pergunta Rito confuso ao ver a paisagem do colégio de Sainan novamente, embora sem iluminação solar.
—Teoricamente não. —responde Nemesis parada solitariamente afastada à alguns metros dos demais.
—Isso é um ambiente simulado virtualmente, copiando relevo, clima e outros aspectos de um lugar. —diz Gid com os braços cruzados e fitando a pequena mercenária dos cabelos negros— Ou sintetizando tudo...
—Ciberespaço. Mas por que você me traria pra a- —diz ela intrigada concluindo a fala dele, mas depois percebendo a intenção dele—
—Sim, você não regenera sua matéria negra com a mesma facilidade do que no mundo real. —responde Gid exibindo seu sorriso desumano aos poucos até estendê-lo ao máximo— Fora o fato de que eu posso me soltar aqui.
—Matéria negra? —pergunta Rito perplexo enquanto encara Nemesis.
—Sim servo, isso mesmo que você ouviu. —responde ela parecendo levemente triste— Sou só um monte de matéria com consciência.
—Mas como...
—Enquanto o Project Eve e Project Mea foram baseados em algo vivo, eu fui criada do zero usando matéria negra. No fim do projeto eles me descartaram pensando que havia sido um fracasso, mas quando houve a invasão à base da EDEN, as cápsulas que comportavam Mea e eu foram rompidas.
—Se vocês estavam separadas, por que teve que possuir a Mea? —pergunta ele aflito.
—Sobrevivência, embora o fundamento dos nossos poderes sejam diferentes. Enquanto a base delas é nanotecnologia, o meu é puramente matéria negra, pode-se dizer que literalmente sou Darkness.
—Que seja, não vim aqui pra ouvir uma história melosa. —diz Gid dando de ombros e voltando a encarar intensamente Nemesis— Só saiba que não sairá viva daqui.
—Oooh!! —grita ela maravilhada ao ver a carranca de Gid se direcionar pra ela, junto com a pressão irradiada pelo seu poder.

Porém ficou sem palavras ao ver seu 'querido' servo se pôr entre eles com os braços estendidos e as costas viradas pra ela.

—Saia do caminho, Rito. —diz Gid seriamente ao vê-lo interromper sua passagem.
—... N-não. —diz ele depois de engolir seco ao sentir a gravidade exalar de Gid e o pressionar tanto psicologicamente quanto fisicamente.
—Você ainda acha que ela merece misericórdia mesmo depois de ter feito isso com você? —pergunta ele estreitando os olhos e mostrando sua usual face ameaçadora e intimidadora.
—N-não é isso... —responde ele meio trêmulo graças ao ferimento no tórax.
—Olhe garoto, agora não é hora pra ser ge-

E quando Gid parecia se preparar pra dar um sermão sério no jovem, a mecha de cabelo de Mea que ainda estava presa ao torso de Rito afrouxou levemente deixando escapar uma luminosidade azul de dentro.

Todos apenas conseguiam olhar pasmos a luz emitida de dentro do jovem, que estava tentando reunir forças ainda ofegando levemente e ficando confuso ao perceber todos os olhares sobre ele. Quando virou o olhar pra si mesmo, também viu a luz e teve a mesma reação.

—Interessante... —diz Gid sorrindo com o canto da boca e com uma mão segurando o queixo— Acho que hoje é seu dia de sorte, Nemesis. —diz ele agora dando de ombros e mostrando as palmas das mãos enfaixadas em sinal de indiferença— Ou talvez não.
—Como assim? —perguntam Nemesis e Rito com uma interrogação no rosto.
—Eu te darei duas opções, garoto. —diz Gid levantando uma mão com o dedo indicador e o médio levantados.
—Acho que já vi isso antes... —murmura Rito deprimido.
—Primeira: Você vai sair da frente imediatamente e vai me deixar finalizá-la. —diz ele abaixando o dedo médio.
—E a mais fácil seria...?
—Segunda: —diz Gid voltando a levantar o dedo médio e fazendo uma pausa dramática antes de exibir seu sorriso desumano— Você mesmo irá derrotá-la.
—... —murmura Rito suando frio enquanto movia a cabeça trêmula pra trás e olhava o sorriso de divertimento que se formara no rosto sombrio de Nemesis.
—Por que vocês dois não vem então? —pergunta ela com um sorriso provocador.
—Negativo. —responde Gid imediatamente fazendo até ela se surpreender— Se ele está disposto à defendê-la, que esteja disposto também pra derrotá-la.
—Eu... —murmura Rito desamparado por toda a pressão psicológica que estava sofrendo agora ao olhar pros lados e sentir os olhares de expectativas caírem sobre ele tanto de Nemesis quanto de Gid.

Ele resolveu voltar o olhar pra os outros espectadores que estavam ali atrás de Gid no momento, primeiramente pra Zastin, que estava perplexo ao ver seu imperador oferecer uma proposta um tanto quanto suicida pra seu protegido.

Ambas Mea e Yami não conseguiam piscar ou ter qualquer reação ao ouvir o que fora dito, fazendo a jovem de cabelos avermelhados soltar o torso de Rito e deixando exposta a abertura feita em seu peito por Nemesis. Ou onde deveria estar...

A primeira a notar a ausência do buraco foi Saki, que sentara no chão forçadamente ao tentar recuar e tropeçar.

—O que está acontecendo aqui...? —murmura ela aflita e olhando em volta buscando um rosto amigo que pudesse confortá-la.
—Você está bem?! —pergunta Zastin se aproximando dela e se abaixando.
—S-sim, só estou um pouco tonta. —responde ela repousando uma mão sobre a testa.
—Francamente Zas, trazendo inocentes pro meio da batalha, a qualidade do seu serviço tem caído bastante. —diz Gid em sinal de desaprovação.
—Não precisa jogar sal na ferida, Gid-sama... —diz Zastin choramingando.
—Enfim, o que escolhe então? —pergunta ele voltando olhar pra Rito novamente.
—Você me deixa meio sem opções assim... —responde ele sorrindo nervosamente e se virando pra Nemesis. Mesmo desajeitado, se colocou com os punhos em frente ao corpo formando uma posição de luta meio trêmula, causando diversão nela.
—Com medo, querido servo?  —pergunta ela em tom de deboche ao ver Rito engolir seco.
—N-não!
—Bom saber... —diz ela antes de materializar um chicote de dominatrix na mão e seu kimono com um sorriso nítido no  rosto— Vamos ver quanto tempo você dura.

E ao dizer isso, Nemesis partiu em disparada na direção de Rito e o surpreendendo com um acerto no rosto com a ponta do chicote e o empurrando pro lado com o impacto.

Quando se levantou, havia um talho breve na bochecha dele em que escorria um leve fio de sangue, até gotejar no chão.

—Hm... —murmura Nemesis enquanto lambia a ponta do chicote saboreando o sangue.
—Rito-senpai!! Não faça n-
—Essa briga é só dele, afastem-se. —diz Gid seriamente depois de estender um braço e enviar um raio usando a Devil Force marcando o chão na frente das armas Trans que iriam correr pra socorrer Rito.
—Mas e-
—Sem objeções. —diz ele levantando o queixo levemente fazendo seu rosto tomar um aspecto mais sombrio ainda, fazendo Mea e Yami recuarem com medo.
—Parece que sua torcida especial está preocupada com você. —diz Nemesis com um sorriso de deboche.
—E-esqueça elas, e-eu não vou deixar você levar a Yami!! —diz Rito se recompondo e colocando a posição de luta novamente.
—... —murmura ela silenciosamente ao ver a determinação do rapaz, mas depois exibindo um pequeno sorriso diabólico— Acho que você precisa de uma motivação extra pra essa luta.
—O que você quis di-

E ao tentar perguntar isso, Nemesis ‘explodiu’ e encheu de névoa negra todo o pátio do colégio de Sainan, obstruindo a visão dos demais.

Exceto Gid, que permanecia de braços cruzados encarando fixamente Rito e esperando pra ver qual seria a reação do rapaz, que se encontrava olhando ao redor tentando captar algum movimento brusco, mas sem sucesso.

Furtivamente Nemesis aproveitou a confusão de Rito e passou como um borrão por trás dele, mas antes o acertando nas costas com o chicote, fazendo-o gritar de dor e curvar as costas no local que fora acertado.

Quando parecia estar silencioso de novo, Nemesis veio como um vulto novamente e acertando o desorientado Rito nas costelas pela frente, fazendo-o gritar mais uma vez e se encolher.

Mais acertos vieram seguidos, e a cada um, outro grito saia, assim como um talho em sua pele e sua camisa.

Um dessa vez veio na parte atrás do joelho, fazendo-o tombar sobre o próprio no chão e se apoiar com uma mão.

Outro passou cortando a coxa de sua perna que estava semi levantada, dessa vez ficando sobre ambos os joelhos.

Pra sair dessa pose constrangedora em meio à luta, ele se impulsionou usando ambas as mãos contra o chão fazendo com que ficasse de pé imediatamente.

Mais e mais acertos apareciam, tanto nas pernas quanto no tórax, mesmo quando tentava dar pequenos passos pra trás ou pra frente tentando evitá-los.

Numa tentativa de revidar, Rito tentou desferir um soco quando Nemesis ia investir mais uma vez direcionando seu rosto, mas foi ‘desviado’ ao punho dele atravessá-la na área do torso sem causar dano algum enquanto ele recebia mais uma chicotada no rosto.

“Parece até que eu soquei vapor...”, pensou ele ofegante. “Preciso sair do meio dessa névoa, ou não terei como sequer me defender direito!”

Ao terminar sua conclusão, ele resolveu saltar usando a Devil Force como um impulso breve chegando aos 6 metros de altura. Porém ao olhar pra baixo e visualizar a cortina de fumaça que impregnava o pátio, um vulto negro parecendo um cometa saiu dela vindo em sua direção, e ele tentou repeli-lo colocando os antebraços cruzados na frente de seu corpo.

Pensando que o impacto seria forte, Rito ficou confuso ao ver o vulto se desmanchar diante de seus olhos ao atingir seus braços.

Só que ele fora surpreendido por Nemesis estar atrás dele flutuando com suas asas de borboleta e com o chicote preparado pra acertar suas costas, além de um sorriso presunçoso no rosto.

—Tsc tsc. —diz ela balançando o indicador em sinal de desaprovação— Ainda tenho que batalhar com Gid Lucione, não me faça usar mais matéria negra só pra te perseguir, servo.

Ouvindo isso, Rito quase não teve tempo de colocar os antebraços cruzados na frente de si antes de receber o golpe com o chicote de Nemesis, fazendo-o descer rapidamente pro chão e aterrissar com força rachando o chão ao seu redor.

—Droga... —murmura ele deitado no chão.
—Ainda está lúcido? Interessante... —pergunta ela com tom de deboche pairando no ar acima dele em meio da névoa— Acho que ainda posso brincar um pouco mais.

E após dizer isso, Rito ficou confuso e angustiado ao mesmo tempo tentando descobrir o que Nemesis faria.

—O que você est- SOLTE-ME!! —grita Saki em meio à névoa ao ser levada por Nêmesis.
—Senhorita!! —grita Zastin vendo ela entrar no colégio por uma das janelas dos andares superiores com Saki nos braços.
—Rito-senpai!!! Cadê você?! —grita Mea aflita procurando algo vivo depois de ouvir um estrondo alto e um tremor no chão.
—Tsc. —diz Gid de mal vontade estralando a língua e parecendo decepcionado— Levante-se garoto.

O que seguiu isso foi uma varrida no ar com a palma da mão aberta, fazendo a névoa negra se dispersar e exibindo um Rito dentro de uma pequena cratera com os olhos quase fechados.

—Yuuki Rito...! —diz Yami como se estivesse acabado de acordar de seu estado catatônico ao ver seu amigo com uma mão segurando o abdômen.
—Fiquem bem aí. —diz Gid com um tom autoritário e a palma da mão direcionada à Mea e Yami que estavam prontificadas a correrem em socorro de Rito— Vai deixá-la fazer o que quiser com sua amiga? —diz ele agora aparecendo instantaneamente aos pés de Rito e oferecendo uma mão pra ele se levantar.
—... —murmura ele silenciosamente ao ver toda a expectativa aparente que Gid tinha nele, mas ficando decidido e sério logo após— Não.
—Gid-sama!! Rito-dono não tem condições de ir atrás dela, faça isso por ele!! —grita Zastin preocupado ao ver todos os riscos vermelhos nas pernas, tronco, braços e rosto de Rito quando se levantou ao aceitar a mão de Gid.
—Se ele está de pé, significa que ainda tem condições. —diz Gid olhando pra Rito encarando a janela do qual Nemesis quebrara o vidro pra ter passagem no último andar do colégio.

Um sorriso interno brotou nele ao ver as feridas de Rito brilharem tenuamente azul enquanto uma camada de luz roxa visível cobria o jovem que estava de punho cerrado em frente ao seu corpo. “Parece que ele se irritou, interessante...”, pensou Gid.

—Rito-senpai!! —grita Mea preocupada enquanto se aproximava dele.  Ao chegar, se apoiou em seu ombro por trás dele e falou quase choramingando— Desista de tentar vencer a Neme-chan, deix-
—Ninguém toca em minhas amigas. —murmura ele ao virar o rosto com uma expressão sombria em seu rosto e ódio, junto com as pupilas de seus olhos estarem em fenda com um brilho alaranjado maligno e surpreendendo Mea— Eu irei entrar, já volto.
—Esp-

Ela mal conseguiu tentar convencer o jovem de desistir ao vê-lo soltar o ombro de sua mão e caminhar lentamente de cabeça baixa e com os punhos cerrados enquanto um rastro luminoso breve saía de seu corpo por onde ele passava.

Depois de alguns passos dados pelo corredor, ele levantou o rosto e encarou a entrada do colégio que se encontrava fechada. Suas feridas que brilhavam azuis sumiram, apenas deixando as marcas de corte tanto na camisa quanto na calça.

Ao mal encostar o punho nela, as portas cederam pra os lados caindo inertes no chão. O que estava por trás dela era uma cópia exata do colégio de Sainan, embora todas as luzes estejam apagadas e um clima sombrio e perigoso emane de cada canto dele, como se mandasse um aviso silencioso “Saia daqui e permaneça vivo, ou entre por sua própria vontade e risco”.

No primeiro passo, Rito sentiu um formigamento no pé direito como se estivesse pisando em um campo minado, e o retirou imediatamente antes de surgir uma lâmina negra do chão de quase sua altura.

Tentando evitar isso, deu um passo mais longo parando entre os armários dos estudantes. Porém lâminas negras irromperam deles como flechas fazendo-o correr enquanto mais outras erguiam-se atrás dele a cada passo dado.

Parando na base da escada, olhou pra trás e viu a floresta de lâminas que se formara, parecendo um arbusto espinhoso.

—Rito!! Aqui!! —grita Saki do andar superior ao dele.

Ao ouvir isso, ele saiu subindo as escadas em disparada, mesmo achando estranho não ter surgido nenhuma lâmina ou algo do tipo dos degraus ou do corrimão.

Seguindo a origem da voz, ele abriu a porta da sala do primeiro ano esbaforido e com expectativas, mas ficando desapontado ao ver uma sala vazia preenchida pelas carteiras solitárias dos estudantes.

Ao virar as costas pra a sala, uma risada maligna de Nemesis ecoou pelos corredores ao perceber a preocupação do jovem em resgatar sua amiga.

—Suba mais se tiver coragem, querido servo.

Isso apenas serviu pra fazer Rito fechar os dentes com mais força ainda e aumentar a aura de Devil Force à sua volta, parecendo uma lamparina roxa em meio à toda escuridão do colégio.

Dessa vez subindo as escadas lentamente, apenas a raiva crescia internamente no jovem enquanto recordava dos momentos que tivera junto com Nemesis tentando se convencer que isso tudo que estava acontecendo agora não passava de um sonho. Um terrível sonho, ou um pesadelo pra ser mais exato.

Ao terminar de subir as escadas, decidiu tomar o rumo que casualmente tomava ao ir pra sua própria sala no segundo ano, e parou hesitante justamente em frente à porta da mesma ao ouvir um choro baixo de dentro dela.

Por dentro, ele sabia que se tratava de uma armadilha, mas não podia deixar de verificar pra ter certeza.

Abrindo a porta, ele se deparou com uma Saki sentada no chão esfregando os olhos com os punhos fechados e soluçando fortemente. Ele mal acreditara na visão que tinha, pois pensava se tratar de apenas mais um dos jogos mentais que Nemesis fizera com ele desde que pisara no terreno do colégio.

Quando iria abrir a boca pra tentar falar algo, a porta se fechou violentamente atrás dele junto com a menina dos cabelos dourados desaparecendo do meio da sala e deixando um solitário Rito de frente pra as carteiras de sua sala.

De qualquer jeito, ao mesmo tempo em que dava uma sensação de conforto ao estar nessa sala, ele se sentia inseguro principalmente depois de ter sido atraído pra o que ele mais temia.

—Parece que caiu um ratinho na minha arapuca... —diz Nemesis com tom de falsa surpresa e a voz ecoando pela sala.

Numa tentativa desesperada, ele tentou abrir a porta forçadamente, porém sem sucesso, além de machucar suas próprias mãos no metal da porta quando se transformara em espinhos.

Rito apenas conseguiu fechar as mãos avermelhadas com mais raiva ainda e silenciosamente encarar o teto buscando Nemesis.

—Não vai falar nada? —pergunta ela em tom de divertimento— Quem sabe se você sentar-se no chão e deixar eu te torturar aos poucos, eu te deixe vivo.
—Mostre seu rosto antes que aí nós conversaremos. —responde ele olhando ao redor da sala tentando achar algo suspeito ou que indique a posição dela.
—Resposta errada.

E ao dizer isso em desaprovação, um chicote irrompeu da parede ao lado quadro negro e o acertou violentamente no ombro direito.

Ao recuar forçadamente e girar tentando achar a origem do ataque, deixou suas costas expostas à parede atrás dele, assim surgindo outro chicote e o acertando nelas dessa vez, fazendo-o tombar pra frente e se bater nas carteiras.

Mais chicotes seguidos começaram a surgir das paredes de todas as direções e o acertar constantemente, que mal conseguia pensar em criar uma estratégia pra tentar se defender ou esquivar deles.

Acertos no rosto, nos braços, no tórax, nas pernas, qualquer parte em que ele tentava colocar o antebraço pra tentar bloquear os ataques, eles vinham na direção oposta ou desprotegida.

Depois de vários minutos sofrendo ataques incessantes, um Rito atordoado permanecia grogue e em pé ao meio da sala enquanto todas as carteiras que antes preenchiam a sala encontravam-se retorcidas e espalhadas aos pés das paredes.

Dessa vez, apareceram chicotes tanto do teto como do chão e amarrando-se aos seus membros, fazendo-o ficar suspenso em pleno ar.

—Tsc tsc tsc... —diz Nemesis se materializando em frente à Rito e olhando com um tom de desapontamento e diversão. Porém, o jovem continuava de cabeça baixa, evitando olhar pra ela, provocando uma ponta de curiosidade— Olhe pra mim. —diz ela ao agarrar o queixo dele e o forçar pra cima, deixando expostos os olhos em forma de fenda dele que brilhavam como ferro derretido dentro de um caldeirão— Hooh... Gosto desse olhar. Deseja me matar tanto assim? —diz ela em tom de surpresa e  divertimento.
—Não... —diz ele parecendo triste apagando as ‘chamas’ dos seus olhos e voltando à suas pupilas castanhas usuais— Eu só queria...
—O quê?
—Que você fosse minha amiga também... —diz ele num tom de voz amargurado quase desaparecendo.
—... —murmura ela silenciosamente ao ver a declaração de Rito, mas depois gargalhando do fundo da garganta— Você realmente queria isso?!?! Que hilário!!
—Mas... —murmura ele desamparado ao ver sua captora se debulhar em lágrimas por causa do riso.
—Entenda servo, eu sou uma arma, que apenas serve pra morte e destruição, não pra sair fazendo piqueniques pelos parques bonitinhos da vida com as amiguinhas. —diz ela furiosa ao fincar suas unhas no rosto de Rito e o agarrar brutalmente, mas depois fazendo uma expressão maníaca e homicida— Você é tão tolo que chega a me dar dó!!! E pensar que foi você que lavou o sangue das mãos de Mea e Konjiki No Yami chega a ser ridículo!!
—Elas... são... meninas... como... qualquer outra!! —diz ele com dificuldade pela força exercida pela mão de Nemesis.
—Sua ingenuidade será sua perdição. —diz ela friamente causando um choque passava pelo cérebro dele como se já tivesse ouvido isso antes— O que foi? Apertei tão forte assim?
—N-não, só me deu uma dor de cabeça do nada... —diz ele depois de fechar um dos olhos.
—Eu estava até pensando em usar a Trans Fusão e te torturar mentalmente, mas prefiro usar métodos convencionais... —diz ela soltando o rosto de Rito e formando uma sombra no rosto com um sorriso de canto— Só me responda uma coisa, servo...
—... O quê? —pergunta ele temeroso ao perceber a malícia na voz de Nemesis.
—Sua amiga ainda é virgem? —pergunta ela exibindo um sorriso enorme.

E tomado por uma fúria repentina, os olhos de Rito se inflamaram novamente na medida em que ele arrancou os chicotes que prendiam seu braço direito ao tentar dar um soco em Nemesis, que teve a lateral de seu corpo atravessada e a onda de choque abriu um rombo enorme na lateral da sala, exibindo a paisagem exterior.

—NÃO TOQUE NELA!!!! —grita Rito furioso ao perceber o sorriso perverso de Nemesis ao se desfazer em névoa e sumir da sala.

Na urgência, ele deu uma ombrada na porta que antes se encontrava trancada e ela saiu se espatifou na parede do corredor ficando cravada como um quadro de arte pendurado e saiu correndo em direção às escadas logo em seguida.

Só que proporcional à pressa dele, lâminas foram surgindo em pleno ar mirando seu pescoço e pernas tentando impedir seu avanço, e ele foi desviando por poucos centímetros de distância dos fios das lâminas que apareciam.

Chegando ao pé da escada que levaria ao terceiro andar, uma lâmina desceu cortando e parecendo um pêndulo, que foi desviada por ele pulando pra a parte plana no meio da escada pouco antes dela passar.

Quando ia pisar no próximo degrau, mais uma surgiu dos andares inferiores e saiu penetrando todas as escadas até o último e ficou parada na frente dele parecendo um obelisco dentro do colégio.

—ISSO NÃO ME IMPEDIRÁ!!! —grita ele em fúria ao desferir um soco na superfície negra da lâmina, provocar um clarão roxo antes da ponta dela sair decolando e perfurando o teto do colégio mostrando o ‘céu’ cibernético acima deles.

Porém ficou abismado ao ver que toda a escada se fora depois da lâmina dissolver no ar como se fosse pó, apenas um vão enorme se estendia tanto pra os andares inferiores quanto pra cima, apenas a plataforma que ele estava permanecia miraculosamente grudada à parede do colégio.

Percebendo que ela estava começando a ficar instável, decidiu saltar buscando a beira do piso superior, e quando aterrissou nele, a plataforma caiu ruidosamente nos andares inferiores e levantando poeira.

“Nesse ritmo isso aqui vai acabar desmanchando!!”, pensou ele desesperado.

Sem perder tempo, começou a correr rapidamente pelo corredor, só que assim que deu dois passos, uma lâmina saiu atravessando as salas de ambos os lados parecendo um serrote acompanhando o passo de Rito.

Vendo a urgência, apertou o passo mais ainda e passou voando apenas deixando um rastro roxo luminoso por onde passava enquanto mais lâminas iam surgindo do chão mirando suas pernas, porém não foram páreas pra acompanhar a velocidade do jovem.

Ao avistar a porta do terraço, passou atravessando ela imediatamente enquanto tudo ruía atrás dele.

Parado nele, viu imediatamente Nemesis no centro segurando um dos seios de Saki, que estava com o uniforme de Sainan rasgado no meio e a saia levemente descida, deixando a calcinha esbranquiçada exposta.

—... Hmm? —pergunta Nemesis surpresa depois de terminar de lamber a bochecha de Saki— Já chegou? —diz ela com um sorriso perverso antes de lamber os dedos e descer a mão pelo abdômen nu de Saki lentamente até a mão ultrapassar a calcinha dela e adentrar.

Saki estava com um olhar misto entre um vazio e um desesperado enquanto chorava levemente, porém ao ouvir Nemesis dizer isso, direcionou ele à entrada do terraço, que se encontrava um Rito absolutamente perplexo, tentando compreender o que se passava ali.

O que antes era um brilho forte foi se tornando arcos de eletricidade em volta dele na medida em que seu ódio ia crescendo ao presenciar a cena.

Nemesis mal teve tempo de desviar antes dele se aproximar num instante e enviar um soco potente que teve uma dose extra de Devil Force ao ser expelida pelo seu punho e devastar as grades atrás dela e explodir fazendo um clarão roxo em algum lugar próximo ao colégio na réplica da cidade de Sainan.

—... —murmura ela silenciosamente planando no ar e vendo o rastro de destruição que ficara na área residencial enquanto uma gota de suor escorria pelo seu pescoço.
—Você está bem Tenjouin-senpai?!?! Ela fez algo com você?!?! —pergunta ele preocupado ao se abaixar perto dela antes de esconder o rosto com vergonha— D-d-desculpe!!
—Estou sim...! —diz ela aliviada e alegre depois de enxugar as lágrimas dos cantos dos olhos com as costas das mãos— ... Eh? —pergunta ela confusa ao ver a reação dele até descer o olhar pra os próprios seios, ver sua blusa rasgada e um dos seios expostos— Q-q-que vergonhoso de minha parte!!!
—N-não se preocupe, só cubra isso!!
—E pare de me chamar de sen-
—Acabou o reencontro feliz? —pergunta Nemesis sarcasticamente de cima.
—Desista, Nemesis. —diz Rito voltando à pose séria e olhando pra cima a menina dos cabelos negros em suas asas de borboleta.
—Por que desistir se ainda tenho a vantagem?! Você não tem pra onde fugir!!! —diz ela com um olhar e sorriso homicidas e materializando centenas de lâminas negras em pleno ar ao redor dele, fazendo Saki entrar em desespero novamente e se abraçar fortemente à Rito pelo pescoço.
—Mas o quê... —murmura ele suando frio ao ver todas as extremidades estarem apontadas pra ele.

De repente, toda a confiança e ódio que tomavam conta dele acabou virando medo e desespero, suas pernas tremiam só de pensar em uma daquelas lâminas o atravessar.

Quer ajuda? —ouve Rito um murmúrio sádico em sua mente como se estivesse se divertindo ao vê-lo com os olhos esbugalhados procurando uma opção.
—Esse é o nosso fim...? —pergunta Saki o encarando com os olhos dourados que quase sempre intimidam qualquer um parecerem um farol quase apagado.

Ao ver tal expressão se formar no rosto dela, ele se lembrou da promessa que fizera à si mesmo ao aceitar receber esse poder novo, de  “Sempre defender suas amigas”.

“Não... Isso não vai acabar aqui!!!”, pensou ele enquanto seu corpo entrava em erupção com a Devil Force fluindo descontrolada pra fora e iluminando todo o terraço.

—É inútil!! Inútil inútil inútil inútil inútil!!!! —grita Nemesis em êxtase junto com a mesma expressão homicida.
—Segure-se firme por favor, Tenjouin-senpai... —murmura Rito com a cabeça abaixada antes de pegá-la nos braços.
—Já te disse pra me chamar de Sa-

O que se sucedera fora tão instantâneo que era difícil de processar: Nemesis ordenando à suas lâminas pra descerem na direção dele no momento em que ele concentrava toda a sua Devil Force nos pés e dava um impulso único pra cima enquanto o terraço todo era totalmente despedaçado tanto pelo impacto dele pulando quando as lâminas o atingirem e cortar como manteiga.

—Que pena que ele se fora... —murmura Nemesis solitariamente até olhar pra cima e ver uma ‘estrela cadente’ roxa pairando no ar por uns instantes— Mas o quê?! —pergunta ela pra si mesma pasma.

No entanto, essa estrela era apenas Rito com Saki em seus braços e com sua energia descontrolado fluindo sobre si mesmo parecendo uma fogueira, juntamente com os arcos de energia irradiando ocasionalmente.

Depois de ser interrompida bruscamente, Saki apenas ousou abrir os olhos quando pareceu estar parada, mas ficando aterrorizada ao perceber que estava a mais de 40 metros acima do chão ao olhar pra baixo e se agarrar mais forte ainda ao pescoço de Rito.

—Eu não deixarei você cair, vou te segurar sempre daqui pra frente. —diz ele sorrindo gentilmente, mas depois ficando desesperado e envergonhado ao perceber o que falara— N-n-não como você está pensando!!! Aah que droga!!!

Porém Saki não conseguia pronunciar nenhuma palavra. Apenas podia olhar o rosto dele e memorizar cada traço de seu rosto corado avidamente e guardar pra si mesma numa fotografia mental. Mesmo com seus olhos estando diferentes dos normais, ainda conseguia enxergar beleza neles, que normalmente quase sempre estavam carregados de incerteza e sinceridade.

Todos os temores se foram ao ouvir tais palavras proferidas, independente dessa paisagem de destruição e batalha, um fogo interno que havia se inflamado hoje mais cedo ganhou força total ao receber um aperto de confiança tanto físico quanto mental.

Ela apenas encostou a cabeça no peito dele e fechou os olhos enquanto sorria levemente.

—Apenas leve-me de volta, Rito.
—T-tenjouin-sen-
—Saki. Por favor...  —murmura ela fazendo uma birra leve.

E então eles começaram a perder altitude rapidamente enquanto uma Nemesis encontrava-se metade irada e metade desesperada quando tentou materializar uma lâmina negra em sua mão, porém sem sucesso ao percebê-la se esvair em névoa negra ao mal formá-la.
—Tch...!! —diz ela suando frio e fazendo um som com a boca antes de olhar o meteoro roxo que vinha em sua direção acima de si.

—NEMESIIIIIIIIIIIIIS!!!!! —grita Rito irado depois de gerar um impulso com uma rajada grande saída de sua cauda pra cima e usá-la como um propulsor o direcionando pra baixo com o pé direito na ponta abrindo caminho no ar.

O que eram metros pareceram centímetros de tão rápido que fora, alcançando-a em pouquíssimos segundos e a levando com força total ao atravessar todos os andares do colégio de Sainan e o implodir totalmente ao atingir o solo causando um clarão iluminando toda a área residencial em volta.

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—Ainda bem que estamos nos ciberespaço, odiaria ter que pagar a conta por isso. —diz Gid aparecendo do meu lado e rindo gravemente com a garganta.
—J-já posso abrir os olhos? —pergunta Tenjouin-senpai timidamente em meus braços abrindo um dos olhos temerosamente.
—... —murmura Mea silenciosamente e espantada me olhando com Tenjouin-senpai nos braços e Yami do mesmo jeito.
—O-o-o que foi? —pergunto timidamente.
—Parece... que te subestimei... de novo, servo... —murmura Nemesis com um sorriso quase arrependido e dificuldade no centro da cratera.
—... —murmuro silenciosamente ao ver névoa negra sair do corpo dela aos poucos. O que ela fez foi muito errado... Estou arrependido por ter feito isso com ela, mas... Não podia deixar a Tenjouin-senpai na mão por causa de uma indecisão minha...
—O que está esperando garoto? Finalize-a logo e acabe com seu sofrimento. —diz Gid em dúvida erguendo uma das sobrancelhas.
—Mas... —digo tristemente vendo-a se desfazer aos poucos.
—O que... —arqueja Zastin boquiaberto ao chega perto de nós depois de descer deslizando pela borda da cratera.
—Faça isso de uma vez, servo. Não quero misericórdia vinda de você. —diz ela fechando os olhos solenemente.
Deplorável... —diz uma voz masculina grave com tom de decepção saída do colar dela.
—Eu conheço essa voz... —diz Gid refletindo com uma mão no queixo.
Dois erros seguidos por fazer a mesma coisa... Era de se esperar. —continua a voz a falar.
—Já sei! —diz Gid estalando os dedos, e fazendo um sorriso presunçoso— Isogashi Tetsuyoi?
Há quanto tempo, Gid Lucione Deviluke. —diz a voz com tom de educação antes de se tornar um holograma acima de Nemesis e tomar a forma de um homem branco de estatura mediana trajando um terno cinza escuro, uma espécie de manta azulada caindo por um dos lados do ombro, no meio dela tem um brasão vermelho incandescente de seis espadas alaranjadas e cruzadas parecendo um asterisco, e no meio delas um martelo com cabos tanto na parte de cima como na de baixo e tudo envolto por o que parece ser um sol, cabelos negros penteados pro lado e um rosto traços suave perfeitamente barbeado— Estou bastante surpreso por se lembrar de mim.
—Como eu não me lembraria do PriPró? —pergunta Gid fazendo uma careta de deboche com seu sorriso bizarro.
—... —murmura Isogashi silenciosamente e respirando fundo tentando manter a calma, mas sem sucesso ao uma veia saltar da testa dele— Sabia que você é a única pessoa nessa galáxia inteira que consegue me irritar? —pergunta ele quase retoricamente e com a voz carregada.
—Mais um feito histórico meu pra os livros. —responde Gid fazendo uma mesura rápida na direção do holograma.
—PriPró? —pergunto com uma interrogação no rosto.
—O famoso Primogênito Pródigo dos Tetsuyoi, ou como eu carinhosamente gosto de chamar, PriPró. —responde Gid sorrindo com o canto da boca.
—Você o conhece de onde?
—Isso é uma longa história... —diz ele olhando pro chão e sorrindo nostalgicamente— Mas resumindo tudo, o planeta natal dele foi o primeiro que eu conquistei.
—Usurpou, não quis dizer? —pergunta Isogashi tentando disfarçar o ódio.
—Você sempre entendeu tudo errado, rapaz. Apenas libertei seu povo das taxas altíssimas que o império anterior colocava sobre vocês. —responde Gid parecendo levemente ofendido.
—Pra poder macular o nosso metal com as mãos podres e imundas de devilukeanos?!?! —grita Isogashi revoltado.
—Metal...? —pergunto confuso.
—Rito-dono, a família Testuyoi é conhecida pela galáxia como os Ferreiros Galácticos.  Desde que o núcleo de seu planeta é um composto de diferentes substâncias, depois de anos de aquecimento interno, grande parte dessas substâncias foram sendo liberadas sobre as rochas matrizes e no subsolo enorme ferroso de Litoguranus provocando uma reação química e transformando grande parte do solo e rochas num dos metais mais resistentes da galáxia, que fora nomeado de Scintus depois de um dos habitantes do planeta descobri-lo acidentalmente após tentar cavar o solo de Litoguranus em busca de pedras preciosas naturais dele, que por coincidência foi um dos descendentes de Isogashi Tetsuyoi. Como as ferramentas pra extração de minerais sempre foram avançadas, não demorou muito tempo até a família dele descobrir os elementos que causaram a reação do metal tão resistente que podia suportar explosões de supernovas e começarem a o produzirem em escala gigantesca artificialmente, pra não afetar o núcleo do planeta depois de extrações consecutivas desde o momento em que o metal se tornou conhecido em milhares de diferentes planetas querendo se apossar dele. Vários anos depois, habitantes do planeta Rastort invadiram Litoguranus obrigando um tratado forçado de exclusividade do Scintus pra eles, e o regente atual do planeta era o pai de Isogashi, Vervus. —explica Zastin depois de limpar a garganta.
—Nós vivíamos em paz nessa época!! Os rastortiens sempre nos trataram bem!!! —diz Isogashi parecendo revoltado por um instante e recompondo a calma rapidamente ao colocar uma mão na testa— Até vocês chegarem...
—Rastort? —pergunto com cara de paisagem. Que droga, fui me meter em diplomacia intergaláctica, isso é muito confuso!!!
—Permita-me explicar novamente, Rito-dono. —diz Zastin limpando a garganta de novo e aparentemente um sorriso de satisfação— Rastort é um planeta desértico localizado no quadrante Σ335-b, em que seus habitantes evoluíram naturalmente à ponto de desenvolver garras que facilitam a escavação e tem grandes habilidades de arquitetura, assim fazendo-os a construir paraísos e metrópoles subterrâneas pra evitar o calor incessante de seu sol, já que é o planeta mais próximo dele em seu sistema.
—Que nerd galáctico. —diz Mea em tom de deboche depois de dar um tapa no ombro de Zastin.
—“Paz”? “Bem”? —pergunta Gid ironicamente e elevando o tom de voz levemente irritado— Um garoto afundado em regalias dos Testuyoi como você não sabe das taxas exorbitantes que os rastortiens oprimiam os demais litogurans pelo planeta.  Quando parti pra uma volta de reconhecimento vi gente que não ligava nem pra as pedras preciosas que achavam praticamente em seu quintal, apenas queriam uma mínima porção da comida que aquelas malditas toupeiras barravam na alfândega planetária que colocaram na órbita de Litoguranus. Tudo isso pra “estimular” os “trabalhadores esforçados”. No dia em que cheguei com minha pequena armada, fiz questão de transformar aquelas naves nojentas em poeira cósmica, seu pai foi o primeiro à se ajoelhar perante à mim quando tomei conta do castelo imperial, quase se debulhando em lágrimas dos anos difíceis que seu povo passou. Eu libertei seu planeta. A única coisa que eu pedi foi a fórmula do seu metal, coisa que nenhum outro planeta na galáxia havia conseguido recriá-lo e que Vervus se ofereceu de bom grado pra nos fornecer exclusivamente contanto que continuássemos a protegê-los.
—Proteger?!?! Você nos fizeram de escravos!!! —grita Isogashi perdendo a compostura e jogando o manto que o cobria em algum lugar longe.
—Nunca considerei seu pai como um escravo, e sim um dos primeiros aliados e amigos que tive nessa jornada de pacificar a galáxia. Graças à ele, consegui reforçar minha nave mais ainda melhorando a resistência do Scintus com ajuda de Tes, o que me ajudou a suportar as inúmeras batalhas que tive que passar, fora a proteção dos meus soldados.  —diz Gid elevando o queixo deixando seu rosto com um aspecto sombrio— Tanto que fiquei abismado quando soube que o PriPró dele havia tomado a coroa pra si mesmo e expulsado minha frota de naves que rondavam seu planeta diariamente.
—Santesk?!?! NÃO DIGA ESSE NOME EM MINHA PRESENÇA!!! —grita ele fazendo o holograma estremecer.
—Enfim, se já acabou seu breve disc- Hã? —diz Gid seriamente antes de um toque de celular sair de dentro de sua roupa e fazê-lo ficar confuso.
Alguém me chamou? —pergunta uma voz masculina do celular de Gid quando ele  o pegou.
—Ah não, porque você tinha que falar o nome dele... —diz Gid deprimido e dando um facepalm enorme.
Qual o problema de falar com seu amigo um pouco, Gigi? —diz a voz masculina com um tom brincalhão antes de tomar a forma de um holograma exibido pelo celular de Gid e mostrar um homem de olhos esverdeados e esbugalhados com as pálpebras congeladas, assim como seu cabelo longo congelado em direções diferentes e todo o rosto paralisado pelo gelo.
—AAAH!!! —digo pulando num susto e colocando Tenjouin-senpai no chão.
—... Eh? —murmura ele perplexo e tentando entender minha reação, até finalmente cair a ficha— Ah, desculpe-me, deixe-me consertar isso rapidamente.
—Falando no diabo... —diz Isogashi olhando pro lado despreocupadamente.
—Pronto, bem melhor! —diz o homem sorrindo alegremente depois de sons de secadores intensos tomarem conta da ligação, mostrando seus cabelos azulados úmidos, um sorriso sinuoso quase élfico e olhos verdes fluorescentes— Qual é a boa, Gigi?
—Q-quem é esse, Gid? —pergunto temeroso vendo toda a informalidade do homem diante do rei de Deviluke.
—Ah, este traste aqui? Conheça Suzie, Rito. —responde ele fazendo um sorriso de deboche.
—ERHEM!! —grita Suzie limpando a garganta forçadamente fechando os olhos e um sorriso na mesma medida enquanto uma veia saltava suavemente de sua testa— Permita-me apresentar, sou Santesk Urzio Zilnion Indaerno Extapia. —diz Santesk fazendo uma mesura simples com uma mão repousando no peito.
—Suzie é muito mais fácil de falar. —diz Gid rindo com seu sorriso demoníaco estampado.
—Assim como falar Gigi Lulu é muito mais carinhoso. —diz Santesk exibindo seu sorriso malicioso de volta.
—Vou deixar as madames com suas rixas à vontade, irei me retirar. —diz Isogashi seriamente cortando o clima— Venha Nemesis, por mais inútil que seja, você ainda tem utilidade pro Project Nightmare e pro Project Oblivion. Ainda bem que implantei uma trava de segurança impedindo que morresse caso tentasse mais alguma loucura das suas.
—... Tch. —diz Gid fazendo um som com a boca ao ouvir a declaração de Isogashi.
—Frustrado por não saber do que se trata? —pergunta ele exibindo um sorriso leve de divertimento pela primeira vez— Creio que seus antigos espiões já viraram ‘poeira cósmica’, como gosta de falar. Enfim, adeus... Por enquanto.
—... —murmura Nemesis inexpressivamente me encarando enquanto névoa ainda exalava dela aos poucos e ela fechava os olhos antes de um clarão tomar conta e sumir.
—Odeio os tipos dele ao mesmo tempo em que gosto. —diz Gid seriamente vendo o fundo da cratera claramente após Nemesis desaparecer.
—Por quê? —pergunto suando frio. Não é comum vê-lo assim, logo o poço de confiança ambulante...
—Ele é imprevisível demais e não é do tipo que faz uma declaração de morte à seus oponentes antes de finalizá-los.
—Você está superestimando Gashizinho demais, Gigi. —diz Santesk sorrindo sem graça antes de voltar o olhar pra mim com curiosidade— Hmm? Então você é o lendário taco de ouro que encaçapou as três bolas rosadas reais numa única tacada?
—E-e-eu? —pergunto confuso.
—Se eu tivesse apostado num planeta de onde sairia essa pessoa, teria perdido feio. —diz ele com uma mão no queixo e um sorriso provocador.
—Volte pra suas bugigangas, Tes. —diz Gid com tom de aborrecimento.
—Saudações, Santesk-sama. —diz Zastin respeitosamente do nada.
—Ah, olá Tintin! —diz ele acenando com uma mão e sorrindo jovialmente.
—Sama?
—Ele é o inventor chefe, pesquisador, químico, físico e qualquer outra coisa semelhante. —diz Gid ainda no mesmo tom antes de sorrir com o canto da boca— Ou como vocês chamariam aqui na Terra, o Professor Pardal.
—Entendi... —digo enquanto rio nervosamente e coço a parte de trás da cabeça, até me despertar curiosidade em algo— Como você conhecia aquele cara, Santesk-san?
—Gashizinho? —pergunta ele levemente surpreso e voltando a sorrir do mesmo jeito— Ele é meu primo distante. Digamos que sou da linhagem fracassada dos Tetsuyuoi.
—Tão fracassada que te deram esse nome de pobre. —diz Gid com um sorriso diabólico.
—Um pobretão que te venceu no pedra, papel e tesoura. —diz Santesk-san imitando o sorriso de Gid.
—Não me lembre disso!! Até hoje tenho que carregar essa maldição chamada você!!! —grita Gid inflamando de raiva e encarando intensamente Santesk-san pelo holograma como se estivesse pessoalmente com ele.
—Disse o cérebro de asteroide, não saberia abrir uma porta automática nem se tivesse manual de instruções!!! —grita Santesk-san na mesma medida e devolvendo o olhar.
—A-a-acalmem-se... —diz Zastin sorrindo sem graça tentando apartar a briga.
—CALE-SE ZASTIN!!!! —gritam os dois em uníssono fazendo Zastin se encolher.
—E-ei Mea, posso falar com você um pouco? —digo quase sussurrando pra ela enquanto Yami e Tenjouin-senpai assistiam a troca de ofensas entre os dois amigos com gotas de suor escorrendo pela cabeça.
—Claro! —responde ela sorrindo alegremente— Quer me lamber aqui é?
—N-não é isso!! —respondo envergonhado— É sobre aquilo que você disse sobre ter mexido em algo na minha cabeça!!
—Aaah... —diz ela arquejando como se a ficha tivesse caído— Qual o problema?
—N-não poderia desfazer? —digo juntando as mãos implorando pra ela e choramingando— Já falei tantas coisas embaraçosas sem querer que já perdi as contas...
—Hmm... —murmura ela pensativa com um dedo no queixo e responder alegremente— Não!
—Por quê?!?! —pergunto abismado.
—Por que isso vai te ajudar a se livrar da sua timidez, Ri~to~sen~pai. —diz ela se aproximando aos poucos e passando os braços por trás do meu pescoço e cantarolar meu nome baixinho enquanto me olha com os olhos azul marinho dela de pura malícia.
—V-você poderia me dizer pelo menos o que fez? —pergunto nervoso.
—Tem uma região no seu cérebro que é responsável pelas decisões, mas a área em particular que eu reconfigurei foi a que decide algo ser apropriado ou não baseado em seus hormônios e desejos intensos, que automaticamente ativava um gatilho pra disfarçá-los fazendo-o fazer coisas inapropriadas sem querer, como suas quedas magníficas. —diz ela explicando minunciosamente detalhe por detalhe, embora eu tenha entendido nada... — Então esses desejos ficavam imersos no seu subconsciente, fazendo-os serem liberados durante o sono ao sonhar com algo que goste bastante, e acabando interagindo com quem estivesse à sua volta nesse momento.
—.... Eh? —murmuro com uma interrogação na cara— Não poderia ser mais simples?
—Eu só fiz apagar o gatilho que fazia você automaticamente reprimir suas vontades por causa de sua vergonha.
—... Não poderia ser mais ainda? —pergunto sorrindo sem graça.
—Erhem... —diz ela depois de limpar a garganta, soltar meu pescoço e se afastar um pouco com a mão direita em forma de microfone na frente da boca— MY MIND IS TELLING ME NOOO!!
—... Eh? —murmuro com cara de paisagem.
—BUT MY BODY... MY BODY IS TELLING ME YES!!!  —grita ela cantando em voz alta chamando atenção de todos que estavam presentes olharem pra ela perplexos com a mesma cara que eu— Quer explicação melhor que essa? Impossível! —diz Mea parecendo abismada ao ver minha confusão.
—Esqueça isso... —murmuro sem esperanças, até me lembrar de algo e ir até Gid que havia parado sua briga com Santesk-san— Ei Gid, posso perguntar uma coisa?
—O que foi? —pergunta ele surpreso.
—A minha habilidade especial... seria super regeneração? —pergunto confuso— Lembro de antes de entrar no colégio, Nemesis já tinha me acertado muitas vezes... Até mesmo quando ela me atravessou no começo deixando aquele buraco, ele se fechou em pouco mais de um minuto, pude sentir os pedaços dentro de mim se refazendo rapidamente enquanto reluzia azul...
—Hm... —murmura ele pensativo com uma mão no queixo— Talvez, é muito prematuro ainda pra afirmar isso, mas...
—Habilidade especial? —pergunta Santesk-san curioso até olhar atrás de mim e ver minha cauda, ficando pasmo— Mas o que... você andou fazendo, Gid?
—Err.... —murmura ele sorrindo sem graça e coçando a parte de trás da cabeça.
—Falando nisso, o que aconteceu com aquele seu plano de construir uma nova arma antiplanetária? —pergunta Santesk-san estreitando os olhos.
—E-esqueça isso! —responde Gid mudando o assunto rapidamente— Eu só dei uma forcinha pro rapaz poder se defender também, nada demais!
—Enfim... —diz Santesk-san dando de ombros e suspirando— Como estou meio distante de você, não tenho como te analisar minunciosamente, Rito. Quando estiver de passagem por Deviluke, venha me visitar que farei alguns testes... —diz ele fazendo um olhar diabólico e um calafrio passar pela minha espinha— Não precisa suar frio! Como Gigi deve ter doado um pouco de seu sangue pra você, provavelmente será uma habilidade bem característica e especial, super regeneração é algo muito simplório. Além disso, eu não sou nenhum torturador, pode ficar tranquilo! —diz ele sorrindo sem graça ao ver minha preocupação.
—Ah... —murmuro aliviado.
—Mas e então Tes... —diz Gid com preocupação nítida— O que acha que Isogashi irá fazer?
—Hmmm... —murmura ele mordendo o polegar e deixando uma visualização breve de seus dentes esbranquiçados— Se minha dedução estiver correta, ele provavelmente iria atrás da fonte mais rentável e eficiente de energia, esses Projects que ele mencionou devem precisar de uma carga elevadíssima. Já que aparentemente ele quer superar os experimentos passados da EDEN, ele sempre teve uma fixação em armas biológicas desde que o conheço por gente, mas como Litoguranos sempre fora um planeta muito baseado em maquinários, logo nunca teve contato com coisas do tipo. Também ouvi boatos antes dele cortar relações com Deviluke sobre ele ter evoluído o Scintus novamente, mas não pude ter nenhum detalhes pois as informações pararam de chegar do nada. —diz Santesk-san seriamente com os olhos verdes sem vacilar— Sabe dizer o por que ele mandou Nemesis atacarem vocês?
—Ela disse que queria me levar à força... —murmura Yami tristemente.
—... Se for o que estou pensando... —murmura ele preocupado e fazendo uma expressão complicada— Ele realmente quer virar a galáxia de cabeça pra baixo.
—Ele é tão forte assim? —pergunta Mea aparentemente suando frio.
—Naah, que nada, sempre foi um fracote. —diz Santesk-san com desdém e agitando o ar com a mão— Mas essa aparência fraca dele que sempre ludibriou seus obstáculos.
—Seja breve, Tes. —diz Gid cruzando os braços.
—Enfim, faça uma visita ao planeta Nantherk só por precaução. —diz Santesk-san concluindo tudo— Até depois Gigi! —diz ele sorrindo jovialmente e acenando pra Gid, mas voltando um olhar malicioso pra mim antes— Te vejo em breve, taco de ouro!
—... Tsc. —diz Gid estralando a boca com desgosto ao ouvir o nome do planeta depois do holograma de Santesk-san desaparecer e a ligação finalizar.
—O que foi Gid? —pergunto preocupado ao ouvir a aparência de preocupação dele.
—Digamos que é um lugarzinho um tanto quanto instável... —responde ele depois de suspirar fundo— Acho que vou ter que adiar seu treinamento garoto, novas urgências apareceram. Teleporte-os de volta, por favor, Zas, vamos cuidar de umas coisas já que resolvemos o problema com Nemesis temporariamente.
—Espere, como assim adiar?! —pergunto levemente assustado.
—Não acho que adiar seria a palavra adequada... —diz ele segurando o queixo e sorrindo com o canto da boca— Você irá aprender na prática.
—... Huh?
—Sábado à tarde um amigo irá buscar você e Kurosaki Mea pra sua primeira missão ao planeta Nantherk. —diz ele desfazendo a pose séria e virando as costas antes de acenar pra Zastin— Vamos Zas.
—Okay, Gid-sama.
—Ah, e mais uma coisa...
—O quê? —pergunto confuso ao ver ele se virar de novo pra nós do nada.
—Belo par de seios, senhorita. —diz ele de olhos fechados segurando o queixo e com um sorriso satisfatório ao ver Tenjouin-senpai com o sutiã exposto graças à blusa rasgada.
—M-m-m-mas o quê?!?! —pergunta ela com o rosto super avermelhado.
—Terei de reportar isso à Sephie-sama, Gid-sama. —diz Zastin seriamente antes de pegar o mesmo controle que nos trouxera pra o ciberespaço.
—Não seja chato Zas!!! Deixe ela fora disso!!! —grita ele desesperado.
—Pensarei no seu caso... Maul, Smutts, já podem desfazer tudo.—diz Zastin dando o comando pelo comunicador no ouvido.

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—RITOOOOOO!!!! —grita Lala com lágrimas nos olhos ao nos ver chegando do nada no pátio do colégio— Por onde esteve?!?! E o que aconteceu pra sua roupa estar nesse estado?!?!
—É uma longa história... —digo sem graça pela bomba de afeto repentina.
—Isso é... sangue? —pergunta ela ficando perplexa ao ver as diversas manchas de sangue seco na minha camisa e calça nas bordas das regiões cortadas.
—N-n-não se preocupe, já estou curado, veja só!!! —digo nervosamente e rodando na frente dela exibindo que meu corpo não havia nenhuma ferida.
—Por via das dúvidas, vá ver a Mikado-sensei... —diz ela parecendo ficar aliviada um pouco antes de me encarar com os olhos brilhosos— Eu fiquei preocupada ao ver que não foi pra sala... Não me dê um susto desse tipo de novo...
—Rito-saaaan!!!! —grita Momo enquanto se aproximava correndo e pular em mim— O que aconteceu?!?!
—Saki?! O que aconteceu com você também?! —pergunta Lala ao olhar pra Tenjouin-senpai que observava nossa cena calmamente.
—Acho que vou ter que falar o mesmo que ele... —responde ela sorrindo sem graça e ficando envergonhada ao lembrar de sua roupa rasgada— P-p-pode me ajudar com isso, Lala?!
—Claro! —responde ela alegremente— Peke! Conserte a roupa da Saki e a do Rito, por favor!
—Sim, Lala-sama! —responde o broche rapidamente, mas depois ficando sem graça— Embora eu não consiga lavar as manchas de sangue da roupa de Rito-dono...
—Obrigado... —diz Tenjouin-senpai agradecida e aliviada por estar com sua roupa em perfeito estado.
—Acho que vou pra casa então, estou esgotado... —digo depois de bocejar quando Peke finalizou de remendar minha roupa, mas coçando a parte de trás de minha cabeça logo após— Embora seja complicado sair assim na rua...
—Antes disso, venha aqui comigo. —diz Yami puxando minha mão e me tirando do meio da Momo e da Lala, que ficaram com uma interrogação na cara. Então ela volta um maligno em especial pra Momo— E peço que não espie nossa conversa, Momo-hime.
—P-p-por que eu faria algo do tipo? —pergunta ela nervosamente enquanto enrola um cacho do cabelo.

Aparentemente ainda estamos em horário de aula, tem ninguém andando pelo colégio, não sei quanto tempo passei dentro do ciberespaço...

Depois de me carregar por alguns metros e sair da visão delas, ela resolveu parar, ficando de costas pra mim por uns instantes.

Que clima nervoso, o-o que ela quer comigo? A-ainda mais pegando assim na minha mão!!

—Eu disse que você se tornaria um perigo. —diz ela ainda de costas, antes de se virar e exibir um sorriso tímido— Não acreditei que passou aquilo tudo só pra poder me defender.
—S-seria o que qualquer um faria...! —digo olhando pros lados timidamente tentando achar suporte mental. E-esse sorriso dela é mais intimidante que as ameaças!!!
—Eu tenho uma coisa pra te contar... —murmura ela ao abaixar a cabeça.
—E-eu também tenho... —digo tristemente ao lembrar do que Mea me contou— E eu acho que você acima de qualquer um deveria saber disso...
—O quê? —pergunta ela levemente confusa, já que parecia estar criando coragem internamente pra falar alguma coisa.
—A-acho que é melhor mostrar... —digo meio arrependido antes de fechar os olhos e mentalizar minha mão se transformar numa lâmina.
—Não... não.... não.... não pode ser...!!!! —murmura ela pra si mesma horrorizada e cobrindo a boca com ambas as mãos ao ver a minha.
—C-calma Yami!!! Nã-
—FIQUE LONGE DE MIM!!!!! —grita ela chorando pesadamente antes de levantar voo num piscar de olhos e desaparecer de vista.
—Espere!!!

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—Vocês viram a Yami?! —pergunto esbaforido depois de correr um pouco e chegar ao pátio novamente e ver Tenjouin-senpai, Lala, Momo e Mea ainda paradas lá.
—Mas ela estava com você até poucos minutos atrás com você, ué. —diz Mea com cara de paisagem.
—Digamos que eu mostrei aquilo pra ela sem querer... —digo arrependido.
—Aquilo... o quê? —pergunta Momo confusa e fazendo um olhar malicioso ao encarar minha virilha— Não me diga que...
—N-N-NÃO É ISSO!!! —digo com o rosto queimar de vergonha e voltando a ficar um pouco triste— É outra coisa...
—O quê então?
—Depois eu mostro...
—Aquilo você quer dizer... O que falei com você hoje? —pergunta Mea ficando preocupada.
—Sim...
—Essa não...!! Venha!! —diz ela com urgência pegando minha mão ao criar suas típicas asas negras nas costas e me levar voando.
—Pra onde vamos?! —pergunto assustado.
—Provavelmente ela deve estar no terraço!! —diz ela acima de mim.

E ao sobrevoar o colégio, pude avistar Yami num canto das grades com a cabeça enfiada entre as pernas e tendo espasmos por causa dos soluços.

—Yamiiiii!!! —grito acima dela antes de Mea me soltar na frente dela e aterrissar logo depois.
—Saia daqui... —murmura ela com a voz abafada— Eu te amaldiçoei com meu sangue podre...
—Não foi culpa sua... —digo tentando consolá-la ao colocar uma mão no ombro dela.
—E daí?!?! Uma maldição não deixa de ser uma maldição independente de como você a vê!!! —grita ela depois de tirar minha mão forçadamente e exibir o rosto encharcado pelas lágrimas— Eu... eu... eu... sou um monstro...
—Não é não!!! —digo irritado.
—Você sabe como é carregar esse fardo de ser uma assassina?!?! —pergunta ela irradiando ódio.
—Não... —respondo deprimido.
—Então cale a boca e se afaste de mim antes que eu te faça mais algum mal...  —diz ela abaixando o tom da voz aos poucos e voltar a enfiar a cabeça entre as pernas.
—Mas posso te ajudar a carregar esse fardo. —digo sorrindo gentilmente.
—... —murmura ela silenciosamente ao olhar pra mim novamente sem saber o que dizer.
—O que você fez no passado apenas vai servir de exemplo pra você não fazer algo igual no futuro...
—Mas isso não limpa tudo que fiz...!! —diz ela furiosa— Ainda não consigo dormir direito por causa de todos esses anos fazendo esse tipo de coisa!!! Então não venha tentando me dar lição de mor-
—Sempre quis fazer isso intencionalmente... —digo depois de abraçar ela fortemente e apertá-la com todas minhas forças— Esqueça tudo isso!! Isso só te faz mal!!
—Mas... você agora também... está marcado com... minha maldição... —diz ela desamparada sem saber se retribui o abraço ou se desfaz do meu.
—A culpa é minha por ter te obrigado a fazer isso sem querer... Perdão... Perdão... Perdão... —digo agora chorando fortemente nos cabelos dourados dela e a apertando mais firme ainda— Eu só queria poder ter retribuído por todos esses anos que você me salvou mesmo eu sendo seu alvo... É muita dívida pra ser paga apenas pra um humano fraco e frágil como eu...
—Mas... você...
—Então por favor... Não se sinta culpada por causa de uma decisão prematura minha, é tudo culpa minha...
—... —murmura ela silenciosamente enquanto treme mesmo em meus braços— Sim...! —assente ela felizmente devolvendo o abraço da mesma maneira e despejando lágrimas em meu ombro também.
—Então... Deixe-me te ajudar a carregar esse seu fardo tão pesado... —digo me separando do abraço lentamente e sorrindo ao ver os olhos vermelhos dela enquanto lágrimas ainda desciam pelas minhas bochechas.

Porém ela disse nada depois disso, apenas só me deu o maior sorriso que eu já vira antes de aproximar o rosto lentamente do meu, colar nossos lábios e pedir passagem com a língua gentilmente como se dissesse ‘por favor’.

Todo o exterior é irrelevante perto desse nosso beijo misturado de saliva e o gosto salgado de lágrimas... Eu... gosto... da... Yami? Eu quase sempre me sentia aterrorizado ao estar perto dela com toda essa história dela me assassinar.... Mas agora, estou beijando ela... E propositalmente, diferente do nosso primeiro repentino. Está... Muito... Bom... Fora que todas minhas dores se foram...

O corpo pequeno e aparentemente frágil dela apenas realça essa beleza, mesmo que eu esteja de olhos fechados... E os olhos vermelhos que quase sempre mostram um poço sem vida fundo e vazio... Consegui os ver brilharem com vida pela primeira vez...

—Yuuki Rito... —murmura ela depois de ofegar levemente ao nos separar do nosso beijo pela falta de ar e voltar a sorrir enquanto a o sol do meio dia atravessava os fios dourados do cabelo dela fazendo parecer que são raios do próprio, junto com a brisa repentina balançando levemente ele e fazendo uma cena tão memorável em minha mente que meu coração quase saltou pela garganta— Saiba que eu te a-
—Yami?!?! O que aconteceu?! —pergunto preocupado por ela ter parado de falar do nada e se deitar no chão apertando o coração com força.
—Saia... daqui... imediatamente... —murmura ela com dificuldades enquanto uma aura dourada começava a surgir dela.
—Não posso!! Diga-me o que você sen-
—Eu... te... imploro... —diz ela antes de seus cabelos se descontrolarem e enrolar a si mesma formando um casulo em volta dela.


Notas Finais


Bem, isso não é um ultimato ou um desabafo ou qualquer tipo de coisa semelhante, mas essa dúvida minha vai em particular vai em especial pro pessoal que só visualiza a fic. Já que o número de visualizações por capítulo é relativamente maior do que o número de favoritos... Tem algum problema com ela pra não querer favoritar? Ainda não atingiu às expectativas que você esperava? Não tem uma conta no spirit e tá lendo por que está gostando? Sério gente, não tenho como advinhar e de vez em quando fico um pouco preocupado com isso (não tô sendo orgulhoso, mal agradecido ou nada do tipo), a maioria eu entendo perfeitamente que não comente por não se sentir tão à vontade pra comentar todo capítulo postado ou não ter alguma coisa pra querer interagir comigo, que seja, independente de seus motivos, não vou deixar de agradecer pelo número de visu's crescer, só acho um tanto quanto estranho o pessoal acompanhar a fic e não ter favoritado... Anyway, era só uma dúvida interna minha mesmo que despejei aqui, espero não ter os incomodado com ela, obrigado se leu minhas teorias conspiracionais e paranóicas até aqui.


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