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História To Sir With Love - 4 - Ciúmes


Escrita por: RoMillsSwan

Notas do Autor


Olá amorinhos!
Estou de volta com mais um capítulo pra vocês.
Estou de férias mais tirei um tempinho aqui pra postar!
Espero que gostem. Vamos ao que interessa.
Enjoy.

Capítulo 4 - 4 - Ciúmes


Fanfic / Fanfiction To Sir With Love - 4 - Ciúmes

A mesma moça que lhe havia emprestado o caderno aproximou-se e se ofereceu, caso fosse necessário, para explicar o esquema dos pontos e, se não entendesse a letra, que não se acanhasse em perguntar o que estava escrito.

Clara reparou nos cabelos loiros preso num rabo de cavalo, a voz pousada e  insinuante, os olhos verdes  revelador. Magra, alta, estilo desportista, traços finos. O tipo. O protótipo de lésbica ativa. Igual a muitas  que haviam despertado sua curiosidade ao cruzar com elas na rua, num cinema, num teatro, enfim, numa identificação inegável da índole.

Assumida e sem medo. Estabelecida no que era, para viver e fazer o que bem entendesse, sem se importar com as opiniões dos outros e da sociedade. Por isso estava se dirigindo a ela cordialmente, numa tentativa de estreitar relações, com os propósitos que no olhar transmitia, talvez a reconhecendo também como sendo do time.

Clara inclinou a cabeça e agradeceu a gentileza, prometendo que, se não entendesse a letra dela, a procuraria para perguntar. A moça esboçou um sorriso sem graça, ficou sem assunto e como Clara não colaborasse, voltou para o seu lugar. Evidente que estava emocionada por ter dado o primeiro passo ao falar com ela. Isso Clara percebeu sem precisar olhar a moça, cujo nome leu no caderno, num instinto de curiosidade. Ela se chamava  Silvia Leoni.

Outro professor entrou na sala e Clara ansiosa, olhava para a porta à espera de que Flavinha voltasse. Não demorou muito, ela apareceu. O professor, vendo-a chegar atrasada perguntou:

- Por que chegou atrasada?

-Porque cheguei atrasada. O senhor marcou falta? - perguntou, em tom insolente.

O professor pigarreou:

- Não. Ainda não fiz a chamada. Vá pro seu lugar, e advirto-a que esse ano não será como o que passou.

- Não?! Evolução ou Revolução? Como será? - escarneou uma voz sarcástica que se seguiu de muitas risadas. Clara virou para atrás, querendo identificar quem fora o maldoso e sem respeito. 

Seria difícil, entre todos aqueles rostos gozadores, saber quem se manifestara, irritando o professor. Este levantou, falando ao mesmo tempo que os alunos riam em uma bagunça absurda. O pobre homem num acesso de raiva, desferiu um murro sobre a mesa.

- Exijo silêncio, entenderam? Seus selvagens! Calem-se ou vou colocar todos de castigo!

Clara mal podia acreditar serem os mesmos alunos rebeldes os mesmos da aula da Marina. Eles mudaram da água pro vinho.

- Por favor parem com isso. Deixem-me dar aula!

- Não chora professor! Vamos cantar uma música de ninar pro beber não chorar!

- Seus animais! Vocês são um bando de bichos! Vou expulsá-los todos!

As ameaças dele provocava mais gozações por parte dos alunos. Clara num impulso incontido, revoltada com aquela maldade e falta de respeito gritou:

- Chega!! Não façam isso com o professor ele não merece isso!!

Quase não acreditando que fosse real o que estava acontecendo com os alunos tão simpáticos com a professora Marina e agora parecendo um bando de animais selvagens que não tinham sentimentos.

O professor aproximou-se dela e extenuado,exclamou:

- Você é nova aqui! Logo ficará como eles! Ou será que me enganarei?

- Pode ter certeza que nunca ficarei assim professor, tenho educação!

Voltou-se para a classe, abrangendo toda sala numa lástima.

- Diminua pontos das notas. Fale com o diretor. Imponha-se e  reprove-os.

- Epa!!

Alguém tentou combatê-la, e uma voz suplantou a outra mais forte ainda, exigindo:

- Cale a boca. Deixe-a falar! Isso mesmo. Chega. Agora vamos fazer silêncio e deixar o professor da aula! A farra acabou pessoal!!

Clara olhou para o rapaz com uma expressão de agradecimento. O professor voltara detrás da mesa e reiniciara a chamada. Quando Clara sorriu pro jovem que tomara seu partido agradecendo, viu que ele ficou sem graça, desviou o olhar e sentou-se e ficou em silêncio.

Clara também se sentou e começou a preocupar-se com o sucedido. Talvez agora teria a antipatia de muitos colegas.

De relance, pousou o olhar em Silvia, que estava com os olhos fixos nela. O interesse da moça perturbou-a. O silêncio finalmente perdurou até o fim da aula. Depois da aula de português saíram todos para o pátio. Teriam quinze minutos de recreio. Quando saía para o pátio Clara atendeu ao chamado do professor e parou diante dele.

- Você é muito educada. Seu nome é?

- Clara.

- Clara de quê?

- Clara Fernandes.

- Claro, você é filha do meu amigo Ramiro Fernandes?

- Sim senhor ele mesmo!

O professor levantou com uma expressão de agradável surpresa, e abraçou-a com entusiamo concluindo:

- Ora, ora! Quem diria que a filha do meu amigo Ramiro um dia intercedesse por mim, fazendo esses animais calarem a boca! Quando vierem para o Rio? Diga-lhe que venha me visitar.

Sempre fazendo comentários elogiosos a respeito do amigo, o professor, com braço passado pelos ombros de Clara, saiu da sala e despediu-se dela, tomando o rumo da secretaria, enquanto ela foi pro pátio.

Logo percebeu a ironia das moças, a antipatia revelando-se por certo ciúmes, pois percebera que despertara o interesse de todos os rapazes e algumas moças, que a olhavam com ares de conquista.

Clara não era vaidosa ao extremo, apenas sabia se distinguir dentre as outras, reconhecer quando era a mais linda e a mais notada, quando a cobiçavam e invejavam. Tinha a noção de que impressão causava, de que era muito bonita e gostosa e com um sorriso que iluminava qualquer noite escura. Estava satisfeita com suas qualidades que a natureza a dotara.

Sabia que podia se impor se quisesse; que um dos atributos, que a ajudava noventa por cento era sua beleza física e seu corpo esguio e malhado. Não uma beleza só estética, mas bem dosada de simpatia e graça, de sensualidade e atração, de simplicidade de um certo quê de mistério. Clara realmente tinha nos traços a perfeição em pessoa!!

Olhos castanhos, cílios duros, espetado, sobrancelhas arqueadas, boca quase imoral no seu formato inspirando insinuações de beijos e carícias. Pele morena, bronzeada do sol mesmo. Corpo bonito, pernas, braços, coxas tudo bem feito, com aquele toque abstrato que acrescenta na mulher uma espécie de atração animal, de sexo, de coisas eróticas.

Sentindo-se observada, atravessou o pátio e foi sentar num banco, sob as árvores, afastando-se de todos o mais que pôde.

Flavinha chegou e sentou-se perto dela, puxando conversa:

- Nós não somos sempre assim, não. Gostamos de brincar com o professor Virgílio. Ele fica engraçado quando fica bravo. Depois a gente presta atenção e deixa ele dar aula. No fundo todos gostam dele. É que ele é engraçado. Depois estudar português é massante. Você ficou mesmo nervosa com barulho mesmo, não? Mas fez bem.

- Não sei o que me deu. Fiquei com pena dele. Parecia um bichinho assustado. Já tão velho. Que judiação! Vocês sempre fizeram isso com ele?

- Desde o primeiro ano. Todos da turma. É o colégio todo. Todas as turmas. É um motivo de piada. Mas no fundo nós gostamos dele.

Flavinha era bem feminina. Cabelos negros longos, pele morena mais clara um pouco que Clara parecia uma modela alta e magra.

- Você sabe meu nome Clara? Eu logo prestei atenção para saber o seu.

- Você se chama Flávia. - respondeu e não perdeu a oportunidade, concluiu intencionalmente, à espera de uma resposta que satisfizesse sua curiosidade: - ouvi quando a professora de história te chamou.

- Há! Sim. Pode me chamar de Flavinha. Foi para que eu marcasse no caderno a lista de nomes dos alunos, os horários das reuniões do grêmio esportivo. Os competidores já se inscreveram. Já escrevi o nome deles para confirmar. Você reparou?

Clara teve uma contração, imperceptível aos olhos de Flavinha, mas bastante sensível, quase tendo dificuldade em perguntar, pressupondo a que ela se referia.

- Se reparei no quê?

- No modo como a Silvia olha para você? Ela, você entende? Será que posso falar? Eu não gosto de fofoca, sabe aliás todo mundo sabe que ela é. Você notou?

Clara detestava gente que se fazia de desentendida em assuntos, que teme suscitar dúvidas morais; portanto, não negou, mas também não confirmou:

- Mais ou menos.

Flavinha por sua vez insistiu, querendo ter certeza de que ela entendera o que queria dizer.

- Como? Sabe? O modo como ela olha para você é diferente. Entende o que quero dizer? Ela te come com os olhos como se fosse um rapaz.

- Eu entendi perfeitamente o que você quis dizer, Flavinha. Acho que ela, entretanto. está apenas curiosa ao meu respeito por ser novata.

- Logo foi levar-lhe o caderno. Não perdeu tempo! Acho melhor você se afastar dela.

- Não vejo razão para destratá-la ou ser indelicada ou grossa. É gente igualzinha a nós. Foi muito gentil comigo e eu agradeci. E aceitei o caderno dela como aceitaria o de qualquer outra pessoa.

Com essa resposta de Clara, Flavinha ficou sem graça, embora a voz de Clara não revelasse nenhuma ironia ou censura. Falara firme e decidida.

- Bem, não quis dar conselhos. Apenas achei que você  poderia ser ingênua a respeito de ser mal interpretada. Aliás a gente aqui desconfia até da..

Não adivinhou, mais sentiu um calor entre as pernas, não era intuição, tinha certeza de que Flavinha queria referir-se à professora Marina, mas deteve-se a tempo de perguntar e dá na pinta demais.

Clara contentou-se com a interpretação que deu àquelas palavras. Flavinha, num espírito de empenhada necessidade de falar, acabou confirmando o que Clara já pressentia:

- Vanessa é louca por ela. Não por Silvia.

- Por quem? - perguntou nervosa, embora já soubesse a resposta.

- Pela professora Marina.

Clara ficou em silêncio. Pensativa. Alongou o olhar pelo pátio como à procura da rival. Flavinha meio que percebeu sua preocupação.

- Vanessa senta bem atrás de você, na carteira seguinte. Está vendo? É aquela ruiva que está conversando com a Silvia agora. Acaba de vir para o pátio. Ela fica sempre rondando a secretaria ou as salas de aulas, onde quer que a Marina esteja. Quando se cansa, vai atrás da Silvia. Silvia já foi caidinha por ela uma ocasião mais desistiu! Ela é só aparência, uma boçal. Se não é o bobo do Felipe assoprar tudo pra ela, tira zero. O coitado sabe que ela é lésbica, mas gosta dela mesmo assim. É um otário!

Clara percebeu que estava tendo informações gerais da escola. Talvez não faltasse mais nada a saber. Justamente a esse pensamento, Fla vinha  apontou um grupinho de rapazes, que Clara criticou interiormente.

- O Cadu está gamado por você.

- Quem é esse? - perguntou Clara, indignada.

- Carlos Eduardo, a gente chama ele de Cadu, aquele que ficou do seu lado. Que fez a turma calar a boca. Veja, está roendo as unhas. Ele é o capitão do time de futebol do colégio e líder da turma. Campeão três vezes. Em futebol, vólei e natação.Ele é muito legal dá cola para  todo mundo. E um gato tem muita garota no pé dele. Mas nenhuma garota conseguiu fisgá-lo ainda. Até agora. As meninas vão ficar putas. Ele está mesmo de olho em você.

-Isso é loucura, uma bobagem. Só me viu uma vez!

-E não basta um só olhar pra gente se apaixonar? É olhar uma vez e amar. Isso aconteceu com ele.

Clara ficou calada, pensando que no fundo Flavinha tinha razão. Não acontecera o mesmo com ela em relação à Marina ? Foi a primeira vez que viu a professora gostosa!! Se apaixonou à primeira vista por sua professora Marina Meirelles!! Clara estava definitivamente ferrada!!!


Notas Finais


Então é isso meninas espero que tenham gostado do capítulo. Voltei antes do tempo pra não deixá-las esse tempo todo sem atualização! Me digam se estão gostando do jeito que estou levando a fic.
Até a próxima!
Um beijo e um cheiro!
Bjo. Bjo.


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