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História To Sir With Love - Uma convidada especial.


Escrita por: RoMillsSwan

Notas do Autor


Olá Clarinas!
Estou de volta para contar mais um pouco dessa história para vocês!
Obrigado pelos comentários e pelos mais de 60 favoritos fico muito feliz com todo esse retorno.
Só lhes peço um pouco mais de paciência comigo. Tudo irá acontecer na sua devida hora.
Chega de papo e vamos ao que interessa!
Enjoy!

Capítulo 10 - Uma convidada especial.


Fanfic / Fanfiction To Sir With Love - Uma convidada especial.

Um pensamento tenebroso empanou os olhos dela, que voltou ao mutismo, enviando o olhar e o pensamento para uma certa pessoa que acabara de passar por ela. Se ele imaginasse o que está acontecendo comigo acho que ele me matava. - Clara pensou preocupada.

Na segunda-feira seguinte:

Clara acordou assustada com a hora, olhou depressa para o despertador e levantou-se apressada, chamando pela mãe, que logo apareceu para ver o que ela queria.

- Você me deixou dormir demais mamãe! Olha que horas são! Meio-dia! Perdi a hora do colégio!

- Seu pai achou melhor deixá-la ficar em casa hoje. Ele está muito preocupado com você. Passou a tarde feito uma múmia, lá na casa da vovó, sem falar com ninguém, andando de um lado para o outro feito uma zumbi, tocando piano sempre a mesma música. Ontem aqui em casa, se trancou no quarto, nos evitou o tempo todo . Você está abatida, sem apetite. Conta pra mim, você está apaixonada por alguém? Algum rapaz do colégio?

Clara ficou pálida como um papel com essa afirmação de sua mãe e revoltou-se, como se aquilo fosse um disparate, como se todo o seu segredo estivesse a um passo de ser desvendado brutalmente. Sentiu-se como um animal acuado, com medo, com vergonha; não sabia por que, mas a vergonha de seu segredo ser desvendado assim sem mais nem menos, encheu-lhe o rosto de sangue, que se avermelhou nas faces, sentiu um aperto no peito e quase gritou histérica:

- Mamãe! Como se atreve a falar assim comigo? Eu não estou apaixonada por ninguém! Eu,eu não, eu, a senhora não pode, não fale mais isso! - Gaguejou.

Clara engasgou e começou a chorar, punhos cerrados e começou a esmurrar o travesseiro.

- Meu Deus, minha filha! Que drama por uma coisa boba! Eu não disse nada demais! Seria crime se apaixonar por alguém? Não coisa há mais linda que o amor! Acho super normal. Você apresenta todos os sintomas de uma mulher apaixonada. Não há razão para ficar assim, a menos que..e calou-se.

 Clara quase teve um ataque de nervos, voltou-se, desconfiada, temendo aquela pausa da mãe.

- A menos que o que, mamãe?

- A menos que não seja correspondida ou que se trate de uma pessoa muito mais velha que você. Na sua idade, eu me apaixonei pelo meu professor. No início eu sofri, pois ele era bem mais velho do que eu. Seu pai é doze anos mais velho que eu. Como sabe, hoje sou a mulher dele e você é nossa amada filha. Por que esse desespero todo? Por que não faz de mim sua confidente? Pode ser que o nosso destino seja o mesmo, que venha mais um professor para nossa família. Não fique assim!

A voz reconfortadora de sua mãe, as palavras  temidas que no fundo acalmaram-na. Clara enxugou os olhos, tentou disfarçar e sorrir e afirmou:

- Não é nada disso, mamãe eu não estou indo muito bem em algumas matérias. Não estou conseguindo acompanhar a o nível da turma. E não estou tendo disposição para estudar. - E não achando desculpa suficiente completou: - Além disso tudo o Ivan é terrível mamãe, está sempre aprontando comigo. Eu já estou sem paciência para aguentá-lo.

- Eu sei minha filha ele está intolerável, por isso seu pai já providenciou que ele vá passar uma temporada na casa da sua avó. Será melhor para ele e para você.

Clara inclinou a cabeça. Pobrezinho do Ivan. Tivera de ir embora por causa dos seus nervos. Uma pobre criança, alegre e brincalhona que não tinha amiguinhos no bairro com quem brincar e por isso andava o tempo todo atrás dela. Seria justo isso? O olhar que trocou com a mãe estava cheio de culpa. Dona Chica aproximou-se, abraçou e beijou-a no rosto e consolou-a:

- Nós todos estávamos precisando descansar, e ele mais do que nós estava precisando de um ambiente para sua idade. Lá na casa da sua avó há sempre crianças para brincar com ele e ainda tem o parquinho em frente com os balanços para as crianças da vizinhança. Este bairro é muito frio. Agora vá escovar os dentes que seu pai vai logo chegar, pois ficou de passar no colégio para rever uns amigos.

- Ele foi lá é para bisbilhotar minha vida! Tenho certeza disso!

Dona Chica parou no alto da escada e voltou-se para olhar para ela, surpresa diante daquela acusação.

- Seu pai? Por que diz isso?

- O que ele foi fazer lá então? Me diz? Pra saber o que há comigo? O que eles poderão dizer? Se vocês não sabem, como poderiam eles saber de alguma coisa do que se passa dentro de mim? Dentro do meu coração?

- Talvez saber como você está indo nos estudos. Você não é uma menina abandonada. Seus pais se interessam pela sua vida filha! Nos preocupamos com você. Tememos pelo seu futuro e precisamos saber o que está acontecendo para ajudá-la.

- Ajudar-me? Pra que? A guardar os pontos na cabeça? Pedindo aos professores para que tenham complacência comigo? Isso é ridículo. Meus colegas acharão que estou sendo protegida por ser filha de professor, acharão injustas minhas notas, por mais que eu me esforce e as mereça. Se eu repetir será por culpa da minha incapacidade. Por favor não se metam mais na minha vida!

Clara bateu a porta do banheiro. Chica ficou ali para alguns instantes. O silêncio envolveu a casa. Clara olhou no espelho. Lavou o rosto e escovou os dentes, penteou os cabelos. Por que dormira tanto tempo assim? Por que não conseguira pregar os olhos durante a noite, pensando nela, imaginando nuas na cama se amando. E a madrugada a inteira imaginando vê-la sua imagem em cada canto do seu quarto, cenas de amor em que a figura principal era sempre Marina Meirelles!

Por isso o sono a pegara de surpresa pela manhã e a traíra. Esse dia seria mais longo pois não teria a linda imagem de sua professora para ver e nada para lembrar ou imaginar que ela sentira sua ausência e sua falta. Como ela gostaria de saber se Marina sentira sua falta. Notaria a carteira vazia? O que pensaria? Ou não pensaria nada? Seria apenas uma aluna comum entre outras tantas? Não podia ser. Pelo menos Marina já sentira sua indiferença, preocupara com suas notas. Estava intrigada pensando que ela não gostava de suas aulas.Que só não estudava a sua matéria. Por que? Por que só se concentrava nela. Por que ficava embevecida, tonta, nervosa e apaixonada, por que estava ficando louca de tanto amor e de  pensar nela.

Até seus pais já notaram! Meu Deus! Que horror se descobrissem por quem! Passaria pela cabeça isso? Não. Nunca! Não poderiam se quer imaginar isso. O que poderia acontecer? O que fariam com ela? O que tentariam fazer se descobrissem o que ela era? Teria de fugir? Disfarçar seus sentimentos? O que poderia fazer? Destruir toda forma de pensamento e cauterizar seus sentimentos? Trocar a alma,e ter uma vida falsa de mentiras para sufocar todos os seus impulsos e sentimentos e aquela paixão, aquela vontade insuportável de ser beijada por outra mulher, de sentir prazer nos braços de outra mulher, de pertencer a outra mulher. Marina! Só Marina Meirelles!!

E veio pela primeira vez a ideia de sumir no mundo, à procura de gente igual. Vanessa tinha razão. Mesmo temendo a rivalidade, eram iguais, precisavam entender-se, conversar pertenciam ao mesmo clã. Não podia desprezá-la; ao contrário, mesmo achando atrevida, insolente, indiscreta e antipática tinha de aceitar a verdade: era uma corajosa, definira-se, estava revoltada. Tinham que unir forças. Mas Vanessa também estava apaixonada pela Marina! Se não estivesse, talvez nunca se teria interessado em se abrir com ela. Talvez teria sido mais reservada, discreta, talvez sequer a teria notado.

Precisava tomar fôlego. Talvez tivesse sido bom o pai ter ido ao colégio. Alguma coisa ele teria para contar. Quem sabe Marina teria perguntado por ela? Por que faltara? Se estava doente? Teria feito alguma reclamação, e que não estava prestando atenção à aula dela?

Ou será que ele, como sempre que prometia fazer algo, esquecera e viera direto para casa? Ouviu o carro de seu pai entrando na garagem. Hesitou, antes de deixar o banheiro. Pôs o roupão felpudo e desceu. Sr. Ramiro estava no lavabo, ensaboando as mãos. Parecia sério ou indiferente, como seu natural modo de ser, calmo, tranquilo, sossegadão.

Ao virar-se deparou-se  com ela, já sentada à mesa, esperando-o. Sorriu, beijou-a na face e foi logo dizendo:

- Pois é, Clara, não se preocupe mais. Seus problemas já estão praticamente resolvidos. Ivan já está na casa da avó e já conversei com seus professores.

Clara estava comprimindo-se por dentro coração aos pulos e nervosa por saber que seu pai teria falado com Marina à respeito dela, mas aparentou uma calma ao perguntar:

- O que o senhor falou com eles?

- O normal. Perguntei como você estava se saindo, se havia algum problema. Se seu comportamento é exemplar.

Olhou-a demoradamente. Clara esperou. Sabia que havia alguma coisa a mais naquele papo. O olhar dele transmitia.

- O professor de português a considera ótima aluna, excelente! Diz que você te força de expressão, enfim, boas qualidades para redação e etc. Só não conversei com dona Shirley a nova professora de matemática. Não creio que seja verdade o que percebi, mas acho que ela se esquivou. Deve ter sido impressão minha. Você está indo bem  em matemática?

- Claro que sim papai.

- Ótimo. Não foi necessário falar com ela. Eu só não entendo uma coisa, porque você não está indo bem em história?

Clara apertou as mãos uma a outra, apoiadas nas coxas, sob a mesa. E prendeu a respiração.

- Ela disse alguma coisa? - Perguntou nervosa.

- Disse que você não gosta da matéria ou que talvez você não goste do modo que ela dá aula. Foi muito discreta, mas ma parece que ela está bastante preocupada com você. Pediu-me que a incentivasse a aplicar-se mais, não quer dar-lhe notas baixas, mas não poderá fazer nada se você não estudar, se não sair bem nas provas. Clara nem sempre a gente simpatiza com os professores, mas justo a Marina, que extravasa simpatia, de quem todos os alunos gostam, a melhor professora que conheço. Tem livros publicados para o curso superior e dá aula em faculdade. Não entendo por que não simpatizou com ela?

- Ela te disse isso papai? - Clara falou preocupada.

- Não, mas notei que era isso que estava pensando. Só não me falou.

Os dois ficaram em silêncio. Clara ficou esperando que ele prosseguisse ansiosa em saber o que Marina achava dela. E ele aguardando que ela se justificasse. Clara continuou calada.

Sr. Ramiro serviu-se dos pratos que Rosa colocara sobre a mesa, e passados alguns instantes, recomeçou a falar. O que ele fizera já estava determinado, e ela não teria outra alternativa senão aceitar. Clara à medida que ele falava, sentia tudo dentro de si revirar-se em emoções descontroladas. Seu coração dava pulos e parecia querer saltar do seu peito. Seria verdade o que ele estava dizendo? Não estava acreditando no que acabara de ouvir. Novamente o inesperado sacudindo-a e atordoando-a num redemoinho de emoções desencontradas:

- Se ela não fosse minha amiga, eu não conseguiria isso. Marina não se presta a essa função, mas acha que seu caso é especial. Ela concordou em vir dar aulas particulares para você!!

O coração de Clara estava pulsando de uma maneira tão violenta que parecia que iria sair pela boca. Clara continuou calada. Marina viria à sua casa! Teria só para si, lecionando só para ela! A emoção a estava dominado. Era um sonho do qual ela não queria mais acordar!!

 

 


Notas Finais


Então é isso por hoje!
Aviso: Essa não é uma fanfic é uma adaptação de um livro. Não tem pov de Marina. A história é mais na visão e descobertas de uma adolescente do que é. Agradeço à todas que continuam me acompanhando e até a próxima. Vou tentar postar uma vez por semana.
Bjo,bjo.


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