História To Sir With Love - Hitting the Bills

Somente Marina poderia salvá-la desse sofrimento. Contaria tudo para ela assim que conseguissem se encontrar. Marina a amava e só seu amor ajudaria a se livrar desse maldito vício tinha certeza.

No outro dia de manhã quando Clara desceu as escadas para a sala, avistou, de passagem para a copa, sr. Ramiro à mesa, lendo jornal, enquanto dona Chica o servia seu café, indo e vindo da cozinha até a copa.

Clara acercou-se dele e beijou-o no rosto. Logo em seguida, cumprimentou dona Chica.

- Bom dia família.

- Estou surpresa minha filha por vê-la pronta para ir ao colégio. Pensei que hoje você não amanheceria disposta..

- Se eu continuar faltando mãe, provavelmente serei reprovada.

Sr. Ramiro pôs o jornal de lado e suspirou satisfeito. O cheiro agradável de café fresco abria seu apetite.

- Sabe filha fiquei muito preocupado com você ontem. Fico feliz que está melhor e mais animada para estudar. Você já escolheu o que quer cursar na faculdade depois que terminar o ensino médio?

- Já sim papai! Quero estudar para ser uma fotógrafa bem famosa. Daquelas que fotografa o belo, pessoas e também mulheres nuas.

- Mulheres nuas? Como assim filha? Que loucura é essa?

- Não é só mulheres nuas, são pessoas em seus mais variados momentos. E o nu é uma coisa muito bela. Quero ser muito famosa ainda e vou fazer ainda um ensaio artísticos com vocês dois.

Sr. Ramiro ficou pensativo tentando entender a cabeça da filha. Mais era impossível entender uma adolescente  com tantos sonhos e riu.

- Sei Clara que seus estudos e esforços não serão inúteis, e terá resultado e recompensas no futuro , escolhendo ser uma fotógrafa de sucesso ou não, pense nisso minha filha. E que quando você casar você também se preocupará com o futuro de seus filhos como eu e Chica nos preocupamos  com vocês.

Sr. Ramiro  depois do café, levantou-se da mesa, afastando-se da copa, seguido por mulher e pela filha.Clara permanecia em silêncio, lívida, dante da conversa com seu pai, se ele soubesse da metade o que sua vida se tornou depois que se apaixonou pela sua professora e se tornou uma dependente química, ele teria um ataque do coração no mínimo. Clara tentou de tirar certos pensamentos da cabeça. Clara ergue-se de súbito e saiu apressada. Subiu as escadas de dois em dois degraus e entrou no quarto.

Lá embaixo, atentos que estavam no assunto que abordavam sobre a futura profissão da filha, que não fizeram caso da súbita retirada de Clara, que normalmente agia assim. Fora, por certo, buscar os livros do colégio. Não notaram sequer a cor pálida do seu rosto quando ela voltou, pouco depois, e da porta, chamou a pai para que se fossem, senão perderia a aula.

Sr. Ramiro entrou no Mercedes e logo se distanciaram pelo costumeiro caminho. Clara meditava. Mil perguntas, subiam-lhe à garganta, porém o medo a retraía. Poderia condenar-se se perguntasse para o pai como é uma viciada em remédios ele logo desconfiaria dela. Clara tomou coragem e respirou fundo e perguntou:

- Pai o que é um toxicômano?

O que Clara queria saber realmente era se também seria uma toxicômana, e como ela poderia se livrar daquilo, e o que fazer, já que seu pai era um professor de química. Sr. Ramiro diminuiu a marcha do carro e olhou-a atentamente.

- A toxicomania é a necessidade anormal que manifestam certas pessoas por substância tóxicas ou drogas cujos efeitos, eufórico ou dinâmicos, conheceram de modo acidental ou procurado deliberadamente.  Na maioria das vezes, trata-se de uma pessoa de índole fraca, tímida, sem personalidade.

- É fácil curar esses toxicômanos?

- Depende do grau do vício. Por que está tão interessada minha filha? Está me forçando a dar aula de química para você.

Clara notou as rugas que se formavam na testa do pai. Teve vontade de beijá-las. A preocupação retratava-se nelas.

- Por nada pai, só que lá no colégio um aluno foi internado ano passado  me disseram que era um toxicômano.

Enquanto sr. Ramiro se concentrava em suas explicações a  sua pergunta Clara se martirizava se devia contar ou não para seu pai sobre ela. Como pudera chegar a tanto? Diante dos esforços dos pais para ela ter de tudo, ela não  suportava o remorso por ter  chegado a esse ponto. Ela estava corrompida, terrivelmente perdida, afundada no vício das pílulas.

Mas, nem mesmo diante de todos os pensamentos condenando-a, nem mesmo diante do semblante preocupado do pai, ela conseguiu jogar o vidro que carregava no bolso pela janela do carro numa atitude que poderia ser uma iniciativa de recuperação.Teve vontade de pedir perdão ao homem que agora lhe estendia o rosto para  que ela a beijasse numa despedida. Um brilho de lágrima revelou-se nas pupilas de Clara, que se distanciou apressada, carregando os livros nos braços trêmulos, enquanto um nó se fez na garganta, se reconhecendo como uma fugitiva que mentia para poder ficar ao lado de seu amor.

Clara assim que a Mercedes de seu pai se distanciou. Parou do lado de fora do grande portão e esperou que o carro sumisse no fim da avenida. Atravessou de novo a rua e foi para o ponto de táxi o encontro de seu amor torcendo para que Marina tenha lido sua mensagem que deixou na secretária eletrônica.

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POV Marina

Depois do momentos de amor e entrega que tiveram, Marina estava confiante que nada e nem ninguém iram separá-la de Clara. Estavam sem poder se ver e isso a estava deixando Marina nervosa e com saudades. Queria ficar para sempre com sua morena.Mas para que tudo desse certo ela precisava resolver duas questões. Primeiro teria que acabar sua relação com Shirley, mesmo que já não tinham mais nada a quase três meses. O que não foi difícil, uma vez que a colega de profissão já havia percebido que seu affer estava diferente e desde o dia que ela ligou para sua casa e Clara respondeu e desligou na cara dela. E para surpresa da branca quando sua ex ficante lhe revelou:

- Eu já sabia Marina há muito tempo que eu não era dona do seu amor. Que seus olhos e seu coração pertenciam aquela aluna desde que ela entrou nesse colégio. Você achou mesmo que eu não perceberia? Eu via sua tensão quando a gente passava de carro  todos os dias, e quando  você a via no ponto. Sua angústia quando ela não aparecia no colégio. Sua indiferença quando nos  falávamos. Eu aceito tudo Marina eu quero a sua felicidade mesmo que não seja ao meu lado. Se sua felicidade está com a Clara, lute por ela. Não ligue para essa diferença de idade. Mas tenha cuidado. Antes de tudo somos amigas, e como tal preciso te alertar. Esse romance pode te causar problemas para as duas.

- Eu sei Shirley. mas não estou disposta a abrir mão da Clarinha.- sorriu. - Eu a amo tanto. E por ela sou capaz de tudo, e enfrentar tudo e a todos. E obrigada por entender. Desejo de coração que você encontre alguém que te faça muito feliz, pois você merece amiga.

- Talvez.... Eu já tenha encontrado alguém.

O sorriso da professora surpreendeu Marina. A amiga lhe revelou que depois que se distanciaram, ela havia conhecido uma moça e que estavam se conhecendo melhor.

- Espero que não seja uma aluna amiga.

- Não claro que não, mas é professora daqui.

- Sério? Que legal quem é a eleita ?

-Sua amiga Juliana, estamos nos conhecendo melhor. - Shirley riu e suspirou feliz.

- Que bom amiga, você e a Ju merecem ser felizes.

Assim, livre das culpas com relação a Shirley, Marina tratou de se preparar para resolver outro assunto mais complicado: Vanessa. A aluna com quem apenas ficou uns tempos no qual deixou claro que não queria nada sério e que desde então fantasiara horrores com ela, e que agora estava causando terríveis estragos em seu namoro com a morena.

Hoje Marina resolveria de uma vez essa história. Por isso, deu um jeito de falar com a ruiva em particular na sala de aula logo após ao término das aulas. A ruiva, achando Marina queria voltar para ela, e que teria terminado com Clara devido as suas mentiras. Quando foi se aproximando da professora querendo abraçá-la, quando foi empurrada por Marina e a segurando forte seu braço.

- Preste muita atenção no que vou falar Vanessa, pois só vou dizer uma vez. Nunca nada sério foi apenas uma ficada e não haverá mais nada entre nós! E se eu descobrir que você andou enchendo a cabeça de Clara com suas loucuras, eu serei obrigada a tomar medidas sérias com você. Está me ouvindo?

Marina disse séria fria e dura com ódio nos olhos.

- Por que está me tratando assim Marina? Sabe o que sinto por você. Eu...

- Primeiro, para você, eu sou professora Marina ou dona Marina. Segundo quem me beijou e insistiu em ter algo comigo foi você. Sempre falei para você que não me prendo à ninguém e que queria ser livre e que não queria compromisso com você. Isso tudo foi fantasia da sua cabeça doente. Você tem que saber que me perdeu, aliás eu nuca fui sua Vanessa.

- Está dizendo isso por causa daquela sonsa da Clara, não é? Acha que não sei que você está comendo ela! Aquela ridícula e insignificante não vai tirar você de mim. Eu não vou perder você. Eu não vou permitir. Antes de deixar que fique com ela, eu acabo com sua carreira. Eu te denuncio Marina.

- Então vá em frente. Me denuncie. Você tem provas por acaso? Você tem que aceitar que acabou o que nem começou. Me esqueça de uma vez para sempre e sai da minha vida e me deixe ser feliz!

- Eu te amo Marina. Sempre fui apaixonada por você. E por você sou capaz de tudo. Eu sou louca é por você. Fui em mesma que inventou aquilo tudo para aquela sonsa e o engraçado é que ela caiu direitinho.

Vanessa começou a rir de deboche. Quando ia prosseguir, Marina sentenciou:

- Já chega Vanessa! Você definitivamente passou dos limites.Então só me resta tomar uma decisão. Está suspensa por 3 dias por comportamento abusivo.

- Você não pode fazer isso comigo! Meus pais vão me matar. Vou falar com o diretor sr. Benjamim e contar tudo para ele.

Nesse instante, a porta se abriu e Juliana entrou. Sorriu para Marina e virando para Vanessa falou:

- Vai acusar a professora Meirelles baseada em que provas? A sua loucura? Ou será que eu não deveria denunciar você por assédio contra uma das nossas melhores professoras desse colégio? Eu sou testemunha Vanessa eu ouvi tudo, vai ser sua palavra contra a minha. 

Dizendo isso, Juliana mostrou o celular com o gravador ligado, nas mãos, onde tinha gravado toda a conversa por trás da porta. Marina olhou para ruiva com um sorriso vitorioso e concluiu.

- Ainda que me denunciar Vanessa? Faça isso ou eu faço essa gravação ser ouvida pelo colégio inteiro. E ainda envio uma cópia para seus pais que irão te deserdar com certeza.

Vanessa arregalou os olhos frente a ameaça e Marina completou:

- Ou terminamos essa história agora e você se afasta definitivamente de nós. E para ter certeza que vai cumprir com o nosso acordo, você vai fazer uma redação sobre a 1 e a 2 guerra mundial. Se não reprovo você e cumpro com minha ameaça.

Sem opção, e ainda por cima com Juliana como testemunha contra ela; Vanessa abaixou a cabeça e concordou. Mas antes de sair ela ainda teve a coragem de dizer:

- Quem ri por último ri melhor professora.

Marina, se preocupou mas  achou que Vanessa estava ficando maluca depois de tudo o que disse para ela, mas agora estava tranquila, pois mostraria para Clara a gravação que fez de Vanessa e finalmente sua morena ficaria mais confiante e tranquila em relação ao amor de Marina e que Vanessa não significava nada em sua vida. Nada e ninguém iria separá-las.

Enquanto isso, na saída do colégio Vanessa com lágimas nos olhos de puro ódio e despeito, por ter sido abandonada, faz uma estranha ligação do seu celular.

- Alô! Preciso falar com você.......

E saiu apressada falando no celular com uma pessoa misteriosa.