História To Sir With Love - Marry Me?

O silêncio reinou no ambiente, a resposta foi interrompida com a chegada do médico. Os olhos de todos pararam no médico que aparentava um olhar muito preocupado e cansado.

  - E então doutor? Como está Clara?

  Marina perguntou com a voz trêmula, e nervosa sentindo seu coração pular no peito.

- A paciente sofreu lesões nos braços, pernas, abdômen e uma forte pancada na cabeça quando caiu, o que causou uma leve concussão. O que mais nos preocupava era o excesso de remédios no organismo da paciente, que causou a parada cardíaca. Mas felizmente conseguimos reanimá-la e fizemos uma lavagem estomacal para desintoxicar o organismo da paciente e por tanto agora ela se encontra fora de perigo.

A alegria é geral, e Marina abraça Juliana em lágrimas e Chica abraça Ramiro comemorando felizes o  restabelecimento da filha.  Chica então logo se manifesta:

- E quando podemos vê-la, doutor?

- Assim que for liberada para o quarto e quando acordar, pois ainda se encontra sob o efeito dos sedativos. – disse o médico. Mais uma coisa quem é Marina?

Os olhos de todos se voltam para a branca que tem uma expressão aflita.

- Eu sou Marina, doutor!

- A paciente só falava o seu nome durante o delírio. Sugiro que assim ela acordar, após a visita dos pais, você entre para vê-la.

- Farei mais do que isso, doutor. Se me for permitido, gostaria de ficar como acompanhante dela esses dias.

Todos olharam para Chica que fuzilava Marina com os olhos. Mesmo assim, a professora não se abalou. Então Ramiro se pronuncia dando a resposta que Marina tanto sonhava.

- Marina como minha filha está fora de perigo, eu só tenho que agradecer à Deus por isso e por você tê-la salvado. E que se for a vontade de minha filha, eu dou sim a permissão e minha benção ao namoro vocês. Pois o casamento só depois dela terminar os estudos.

- Obrigado meu amigo, eu prometo que vou fazer sua filha muito feliz.

Mesmo com o olhar indignado de Chica e o de alegria de Juliana, os dois amigos trocam um abraço afetuoso. Marina esperou com uma certa ansiedade e nervosismo pela visita dos pais de Clara, onde finalmente pode entrar e ficar à sós com sua amada.

Marina entrou no quarto de Clara com o coração disparado e com os olhos em lágrimas, onde sua amada ainda dormia devido aos remédios, olhou para a jovem que tina um sono tranqüilo, e mesmo machucada, ainda era linda aos olhos da professora. Ao se aproximar da cama, segurou a mão de sua amada, deitando sua cabeça  próximo ao peito dela dizendo:

- Eu estou aqui meu amor! Acabou! Você agora está segura e ninguém mais vai te machucar. Os dois marginais responsáveis por isso foram presos, tiveram o que mereciam. Eles vão pagar por tudo que fizeram a você. Agora tudo o que importa é que você descanse e se recupere. Eu nunca mais sairei do seu lado, sabe por que? Porque eu te amo!!

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Clara abriu os olhos. Estava fraca. O primeiro rosto que viu foi o de dona Chica. Pensou que fosse perguntar-lhe por que fizera aquilo, mas não ouviu nenhuma palavra. Chica apenas olhava para ela como fosse doloroso admitir que não reconhecia a própria filha. Fechou os olhos para não ver a mãe com seu olhar curioso, sofrido acusador em cima de si. Era um suplício.

Clara estava lúcida e logo raciocinara que a haviam a encontrado desfalecida sabe-se lá como. E de repente lembrou  do maldito Cadu. O que teria feito com ela? Será que teria conseguido? Teria sido mesmo estuprada? Ficaria sabendo depois de tudo o que se passara com ela após, após o que? O que fizera? Como que foi a creditar naquele canalha? Então lembrou,ela tomara todo o tubo de remédios para morrer e não ver o que iria acontecer com ela.

 O estômago embrulhara, depois fora perdendo os sentidos e, até o último instante em  que se encontrava lúcida lutando contra a vida, sofreu por causa de Marina. Lembrava-se de tudo agora, até o momento em que Cadu jogou a no chão em que bateu com a cabeça e tentara beijá-la e estuprar ela. E como era horrível lembrar e continuar sofrendo com o que ele falara. Lembrar-se de Marina ter se encontrado com outras mulheres em seu apartamento, isso era muito doloroso.

As palavras de Cadu dizendo que Marina recebia várias alunas, Shirley e inclusive Vanessa, era torturante, ainda doía dentro dela; era uma sensação que nunca passaria. Uma sensação de traição, de logro, de fim de tudo.

De repente Clara sentiu que havia mais alguém no quarto além de sua mãe. Descerrou as pálpebras e virou lentamente a  cabeça para o outro lado.

Marina ou um sonho? Fechou os olhos, a emoção a desfalecia. Alguém abriu a porta e entrou no quarto. Um médio, pois ouviu a mãe dizer:

- Ela finalmente abriu os olhos. Olhou para mim, mas não disse nada, parecia nem me ver. Será que ela vai ficar boa doutor?

- Claro dona Chica, não se preocupe mais, é uma questão de tempo.

Clara sentiu que tocavam seu braço. Auscultavam-na. E ouviu a voz de sua mãe dirigindo-se a Marina:

- Não está na hora de você ir, Marina? Nem sei como agradecer por você ter ficado todos esses dias aqui com a Clara, fazendo companhia e revezando comigo. Se não fosse você, Ivan teria que ficar com a avó por todos esses dias. Quando você disse  que iria ficar com ela eu e Ramiro percebemos que o seu amor pela minha filha era mesmo real. E você só quer o bem de minha filha.

- Esqueça Chica e ainda bem que você reconheceu que eu falei a verdade e acreditaram no meu amor por sua filha.

Clara sentiu que Marina falara para que a ouvisse. Marina estava falando com ela, e sua voz era repousante e carinhosa. Será que estava ouvindo certo? Marina disse que me amava para minha mãe? E minha mãe agradecendo por ela ter ficado aqui comigo? O que eu perdi esse todo tempo? Todos esses dias! Fora isso que sua mãe dissera. Quantos?

Viu Marina aproximar-se mais. Fechou os olhos de emoção, percebendo que ela ia pegar sua mão.

- Ela desfaleceu de novo? – perguntou Chica, aflita.

- Não ela está acordando. Não se assuste dona Chica, isso é natural, ela está muito fraca ainda, vai demorar alguns dias para ela ainda se recuperar.

O médico tranqüilizou-a com mais algumas palavras e saiu do quarto.

Clara entrelaçou os dedos nos dedos de Marina e sentiu-a apertar sua mão com força. E abriu os olhos finalmente para Marina que falou emocionada:

- Clarinha, que bom que acordou meu amor! Que susto você nos deu. Agora que você acordou eu quero te dizer, que te amo e quero me casar com você. Você aceita?

Clara queria gritar sua felicidade para o mundo, parecia que ainda estava sonhando e que estava ouvindo coisas, mas estava sem forças, seus lábios estavam grudados devido a forte emoção que sentia, seu coração parecia que ia pular do peito e com grande esforço Clara conseguiu balbuciar as palavras:

- É a coisa que mais quero nesse mundo! E sim, eu aceito com todo o  meu coração. Pois eu te amo ainda mais!!!!

Então Marina e Clara trocam um beijo cheio de carinho e amor selando o momento singelo, sobe o olhar atento de Chica que finalmente aceita o romance da filha com a professora.

Queria que me dissesses

por que retribuisse o meu beijo

Por que as tuas mãos

etéreas, carinhosas

acariciaram o meu rosto.

Pareciam asas de borboletas,

Voando no meu estômago

Afagando sua imagem!

E por que afinal

deixaste que eu te acariciasse!

Queria saber!

E tenho medo de sua resposta

Tenha mais nexo

Que o meu sentimento,

E que seja menos abstrata

Que o meu desejo.

Não queria que tivesse sido

Só apenas sexo

Que quase foste minha

naquele momento!

Eu te quero por amor, 

Sabe por que?

Porque eu te amo!!