Tomei um banho e vesti a camiseta tamanho grande das Indústrias Herrera que ele havia
separado para mim; depois liguei para Christian para avisar que passaria a noite fora e contar
meio por alto o que tinha acontecido no hotel.
Ele soltou um assovio.
Christian: Não sei nem o que dizer sobre isso.
Christian Chavez não saber o que dizer significava muita coisa.
Encontrei Alfonso na sala, e sentamos no chão para comer o badalado caviar com torradinhas
e crème fraîche enquanto assistíamos a uma reprise de um seriado policial de TV que tinha
uma cena filmada em frente ao HerreraFire
Alfonso: Acho que seria legal ver um prédio meu numa TV como essa.
Anahí: Até que não é ruim, mas eles fecharam a rua durante horas para as filmagens.
Atingi o ombro dele com o meu.
Alfonso: Quanta negatividade.
Fomos para a cama às dez e meia e assistimos ao restante do programa deitados juntinhos. A
tensão sexual entre nós era palpável, mas ele não tomou nenhuma iniciativa, então fiquei na
minha. Desconfiei que ele queria compensar o incidente ocorrido no hotel. Ele estava
tentando provar que gostaria de passar um tempo comigo quando, poderíamos estar
trepando.
Funcionou. Por mais que eu estivesse a fim, era muito bom ficar ali sem fazer nada.
Ele dormia sem roupa, o que tornava o contato ainda melhor. Joguei uma das pernas por cima
dele, abracei sua cintura e apoiei meu rosto sobre seu coração. Nem me lembro do fim do
programa, devo ter dormido antes.
Quando acordei o quarto ainda estava escuro, e rolei para o lado da cama. Sentei para
consegui olhar para o relógio digital no criado mudo e vi que ainda eram três da manhã. Eu
costumava dormir a noite toda, o que me fez concluir que era o ambiente desconhecido que
estava atrapalhando meu sono. Apenas quando Alfonso gemeu e começou a se mexer,
inquieto, que descobri o que me havia feito despertar. Seu gemido era de dor, seguido por
um sussurro atormentado.
Alfonso: Não encoste em mim, - ele disparou asperamente. - Tire essas mãos de cima de
mim!
Fiquei paralisada, com o coração disparado. Suas palavras atravessavam a escuridão e o
silêncio da noite, carregadas de fúria.
Alfonso: Você não vale nada. - Ele se sentou, chutando as cobertas. Suas pernas se
encolheram e ele soltou um gemido que me pareceu perversamente erótico. - Não. Ai... Está
doendo.
Ele se enrijeceu, contorcendo o corpo inteiro. Eu não aguentava mais ver aquilo.
Alfonso . Como Christian tinha pesadelos de tempos em tempos, eu sabia que não deveria
tocar em um homem nessa situação. Em vez disso, ajoelhei-me na cama e disse seu nome
em voz alta.
Anahí: Alfonso, acorde!
Despertando de repente, ele desabou para trás, tenso e defensivo. Seu peito oscilava com a
respiração ofegante. Ele estava tendo uma ereção.
Falei num tom de voz firme, apesar de estar com o coração partido.
Anahí: Alfonso. Você está sonhando. Acorde e fique comigo.
Ele se soltou sobre o colchão.
Alfonso : Anahí...?
Anahí: Estou aqui. - Saí do caminho da luz do luar que entrava pela janela, mas não vi nenhum
sinal de que seus olhos estavam abertos. - Você está acordado?
Sua respiração ficou mais lenta, mas ele não disse nada. Seus punhos estavam fechados
sobre o lençol. Arranquei a camiseta que estava usando e a deixei em cima da cama. Cheguei
mais perto e passei a mão pelo seu braço. Ele não teve reação, e eu o acariciei, passando as
pontas dos dedos sobre seu bíceps.
Anahí: Alfonso ? - Ele teve um sobressalto. - Quê? O que foi?
Sentei sobre os calcanhares com as mãos nas coxas. Vi quando ele piscou para mim, e depois
passou as mãos pelos cabelos. Pude sentir quando tomou consciência do pesadelo, pela
rigidez que dominou seu corpo.
Alfonso: O que foi?, - ele perguntou bruscamente, apoiando-se em um dos cotovelos. - Está
tudo bem?
Anahí: Quero você. - Eu me deitei ao lado de Alfonso, estendendo meu corpo nu junto ao
seu. Pressionando meu rosto contra seu pescoço úmido, lambi suavemente sua pele salgada.
Pela minha experiência com pesadelos, eu sabia que abraços e um pouco de amor poderiam
fazer os fantasmas voltarem para o armário por uns tempos.
Ele me envolveu em seus braços, percorrendo com a mão a curvatura da minha coluna. Senti
quando ele se esqueceu do sonho soltando um suspiro longo e profundo.
Deitei-o de costas, montei sobre ele e beijei sua boca. Sua ereção encontrou meus lábios
vaginais, o que me fez querer abrir caminho para ela. A sensação da mão dele nos meus
cabelos, agarrando-me para assumir o controle do beijo, logo me deixou molhada e pronta
para recebê-lo. Minha pele estava quase em chamas. Esfreguei meu clitóris contra seu
membro duro e grosso, usando-o para me masturbar até que ele emitiu um som áspero de
desejo e rolou para cima de mim, invertendo a posição.
Alfonso: Não tenho camisinha aqui em casa, - ele murmurou antes de envolver um dos meus
mamilos com os lábios e sugá-lo suavemente.
Adorei o fato de ele estar desprevenido. Ali não era um simples abatedouro; era a casa dele,
e eu era a primeira a estar ali.
Anahí: Sei que você falou em apresentar exames quando falamos sobre a pílula e que isso é o
mais certo a fazer, mas...
Alfonso: Eu confio em você. - Ele ergueu a cabeça e me olhou sob a luz pálida da lua. Abriu
minhas pernas com os joelhos e me penetrou sem proteção pela primeira vez. Pude sentir
todo o seu calor e toda a sua maciez.- Anahí, - ele suspirou, apertando-me contra si. - Eu
nunca... Meu Deus, como você é gostosa. Estou muito feliz por você estar aqui.
Puxei seus lábios para perto de mim e o beijei.
Anahí: Eu também!
Acordei da mesma forma que tinha dormido, com Alfonso sobre mim, dentro de mim. Seu
olhar estava carregado de prazer quando despertei com aquele momento delicioso. Com os
cabelos pretos, ele parecia ainda mais sexy por estar despenteado.
Mas, o melhor de tudo, não havia nada de obscuro em seus lindos olhos, nem uma sombra da
ameaça que tinha pairado sobre seus sonhos.
Alfonso: Espero que não se incomode, - ele murmurou com um sorriso malicioso enquanto
entrava e saía de mim. - Você estava quentinha e molhada. Não pude evitar.
Abracei sua cabeça e arqueei as costas, pressionando meus seios contra seu peito. Através
das janelas encimadas por arcadas, vi a luz do amanhecer começar a preencher o céu.
Anahí: Humm... Eu adoraria acordar todos os dias deste jeito.
Alfonso: Foi isso o que eu pensei às três da manhã. - Ele mexeu os quadris e entrou ainda
mais profundamente em mim. - Pensei em retribuir o favor. - Meu corpo inteiro renasceu,
minha pulsação acelerou.
Anahí: Sim, por favor.
Christian não estava mais lá quando cheguei em casa; ele havia deixado um bilhete avisando
que estava trabalhando, mas que voltaria a tempo para a pizza com Diego. Como minha
experiência com pizza na noite anterior não tinha sido muito boa, eu estava disposta a tentar
de novo, dessa vez em uma ocasião descontraída.
Alfonso: Tenho um jantar de negócios hoje à noite,- disse ele, lendo por cima do meu
ombro. - Queria que você fosse, para tornar a coisa mais suportável.
Anahí: Não posso dar o cano em Christian, - eu disse, já me desculpando antes de me virar
para ele. - As amigas vêm em primeiro lugar, você sabe como é.
Ele sorriu e me cercou pondo com as mãos no balcão. Estava usando o terno que eu havia
escolhido, um Prada grafite levemente brilhante. A gravata era de um tom de verde que
combinava com seus olhos e, deitada na cama observando enquanto ele se vestia, tive que
lutar contra a vontade de arrancar tudo aquilo.
Alfonso: Christian não é uma amiga sua. Mas entendi o que você quis dizer. Quero ficar com
você hoje à noite. Posso vir depois do jantar e dormir aqui?
Senti uma onda de calor percorrer meu corpo. Passei minhas mãos pelo colete dele,
sentindo-me como uma portadora de um segredo especial por saber exatamente como ele
era por baixo das roupas.
Anahí: Eu adoraria que você viesse.
Alfonso: Ótimo. - Ele acenou com a cabeça, satisfeito. - Vou fazer um café enquanto você se
troca.
Anahí: Os grãos estão no freezer, e o moedor, do lado da cafeteira. E eu gosto de bastante
leite e só um pouquinho de adoçante.
Vinte minutos depois, quando saí do quarto, Alfonso encheu duas canecas de café para
viagem e descemos para o saguão. Paul nos escoltou da porta da frente do prédio à porta
traseira do Bentley.
Enquanto o motorista arrancava com o carro, Alfonso me olhou dos pés à cabeça e falou
Alfonso: Você está mesmo querendo me matar. Está usando cinta liga de novo?
Puxei a barra da saia e mostrei as meias de seda preta presas à cinta liga de renda preta.
Ele soltou um palavrão abafado que me fez rir. Eu havia escolhido uma blusa de seda de
manga curta e gola rulê, combinada com uma saia vermelha razoavelmente curta, na medida
do possível, e sapatos Mary Jane de salto alto. Como Christian não estava por lá para me fazer
um penteado mais elaborado, prendi os cabelos em um rabo de cavalo.
Anahí: Gostou?
Alfonso: Estou de pau duro. - Sua voz estava rouca, e ele se ajustou dentro da calça. - Como é
que vou conseguir trabalhar pensando em você vestida desse jeito?
Anahí: Temos sempre a hora do almoço, - sugeri, já fantasiando uma rapidinha no sofá do
escritório dele.
Alfonso: Tenho um almoço de negócios hoje. Eu poderia remarcar, se já não tivesse feito isso
ontem.
Anahí: Você remarcou um compromisso por minha causa? Que honra.
Ele se inclinou e acariciou meu rosto com os dedos, um gesto de carinho que estava se
tornando habitual e cada vez mais íntimo. Eu estava prestes a me tornar dependente desse
tipo de toque.
Inclinei meu rosto sobre a palma da mão dele.
Anahí: Você consegue reservar quinze minutos do seu dia pra mim?
Alfonso: Dou um jeito
Anahí: Ligue pra avisar quando puder.
Respirando bem fundo, revirei minha bolsa e apanhei um presente que eu não sabia ao certo
se ele ia gostar, mas o fato é que a lembrança daquele pesadelo não me saía da cabeça. Eu
esperava que aquilo o fizesse lembrar do nosso sexo na madrugada, e o ajudasse a lidar com
seu sonho traumático.
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