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História Toda Sua - AyA - Os fantasmas do meu passado.


Escrita por: nattinatasha

Notas do Autor


Meus queridos leitores(as) essa história não é da minha autoria, e sim da autora Sylvia Day, eu apenas adaptei ... Espero que gostem, muitos beijos e uma boa leitura.

Capítulo 37 - Os fantasmas do meu passado.



Respirei fundo antes de começar, sentindo-me tonta pelo batimento acelerado do meu 
coração. Não conseguia me lembrar da última vez que havia ficado tão 
nervosa e com o estômago tão embrulhado.
Anahí: Minha mãe e meu pai não eram casados. Não sei muitito bem como eles se 
conheceram, porque nenhum dos dois gosta de falar a respeito. Sei que a família da minha 
mãe tinha dinheiro. Não tanto quanto os maridos dela, mas com certeza mais que a maioria 
das pessoas. Ela era uma debutante. Passou por todo o ritual do vestido branco e da 
apresentação à sociedade. Ficar grávida era uma grande complicação para a vida dela, mas 
mesmo assim minha mãe não interrompeu a gravidez. - Olhei para a minha taça de vinho. - Eu 
a admiro muito por isso. Houve muita pressão para que tirasse o bebê ,no caso, eu, mas ela 
foi até o fim. 
Obviamente.- Seus dedos passeavam pelos meus cabelos ainda molhados do banho. - Sorte 
minha.
Peguei sua mão e beijei seus dedos, depois a segurei junto ao meu colo. - Mesmo sendo 
novinha, ela conseguiu fisgar um milionário. Era um viúvo com um filho só dois anos mais 
velho que eu, então acho que todos pensaram que o casamento seria muito conveniente 
para ambas as partes. Ele viajava muito e quase não parava em casa. Minha mãe poderia 
gastar o dinheiro dele à vontade e em troca assumiria a criação do garoto.
Alfonso: Eu entendo essa necessidade de ter dinheiro, Anahí,  - ele murmurou. - É uma coisa 
que eu também tenho. O poder que ele traz. A segurança.
Nossos olhares se encontraram. Alguma coisa se fortaleceu entre nós naquele momento de 
sinceridade. Isso tornou mais fácil para mim continuar a história.
Anahí: Eu tinha dez anos quando o filho do meu padrasto me estuprou pela primeira vez...
A haste da taça dele se partiu em sua mão. Ele ainda teve o reflexo de apanhar o bojo caído 
sobre sua perna antes que o conteúdo se derramasse.
Eu me levantei às pressas quando vi que ele fez o mesmo. 
Anahí:  Você se cortou? Está tudo bem?
Alfonso:  Estou bem.  - ele disse entre os dentes. Depois foi até a cozinha e jogou a taça 
quebrada no lixo, acabando de estilhaçá-la. Coloquei minha taça sobre a mesa com cuidado, 
com as mãos trêmulas. Ouvi os armários da cozinha abrindo e fechando. Minutos depois, 
Ele voltou, trazendo um copo com uma bebida mais escura nas mãos.
Alfonso: Sente-se, Anahí. - Olhei para ele. Estava tenso, com os olhos gelados. Ele acariciou 
meu rosto e falou num tom mais suave: - Sente-se... por favor.
Minhas pernas bambas cederam, e eu me sentei na beirada do sofá, apertando bem o robe 
contra o corpo.
Ele permaneceu de pé, dando um grande gole em sua bebida. 
Alfonso: Você disse que essa foi a primeira vez. Houve mais quantas?
Respirei bem fundo, lutando para me acalmar. 
Anahí: Não sei. Perdi a conta.
Alfonso: Você contou para alguém? Contou para sua mãe?
Anahí: Não. Pelo amor de Deus, se ela soubesse, teria me tirado de lá. Mas Jonathan fez de 
tudo para me deixar apavorada, de modo que não tocasse no assunto. - Tentei engolir, mas 
minha garganta estava rígida, fechada, e a queimação que sentia fez com que eu me 
encolhesse toda. Quando voltei a falar, minha voz não passava de um sussurro. - Teve uma 
época em que a coisa ficou tão feia que eu quase contei mesmo assim, mas ele percebeu. 
Notou que eu estava prestes a abrir a boca. Foi quando quebrou o pescoço da minha gata e 
deixou o cadáver na minha cama
Alfonso: Minha nossa.  - Ele estava ofegante. - Ele não era só um tarado, era totalmente 
maluco. E estava molestando você... Anahí.
Anahí: Os empregados da casa deviam saber,  - continuei, de cabeça baixa, olhando para 
minhas mãos contorcidas. Eu só queria acabar logo com aquilo e fazer as lembranças voltarem 
para um compartimento da minha mente no qual elas não atrapalhassem minha vida no dia a 
dia. - Como não disseram nada, acho que também tinham motivos pra ter medo. Eles eram 
adultos e não abriram a boca. Eu era uma criança. O que eu poderia fazer se os adultos não 
faziam nada?
Alfonso: Como você saiu dessa?, -  ele perguntou com a voz rouca. - Quando isso terminou?
Anahí: Quando eu tinha catorze anos. Pensei que estava menstruando, mas era sangue 
demais. 
Minha mãe entrou em pânico e me levou ao pronto socorro. Tinha sido um aborto 
espontâneo. Durante o exame encontraram sinais de... outros traumas. Cicatrizes vaginais e 
anais...
Alfonso pôs seu copo na mesa, batendo-o com força contra a madeira.
Anahí: Sinto muito,  - sussurrei, sentindo um nó no estômago. - Eu não queria entrar em 
detalhes, mas você precisa saber o que as pessoas podem descobrir se pesquisarem, o
hospital fez uma denúncia ao conselho tutelar. Os arquivos do processo são confidenciais, 
mas muita gente conhece a história. Quando minha mãe se casou com o Colucci, ele fez 
questão de reforçar essa confidencialidade, ofereceu dinheiro em troca de acordos de 
sigilo... coisas do tipo. Mas você tem o direito de saber que essa coisa toda pode vir à tona e 
fazer você passar vergonha.
Alfonso:  Vergonha?,  - ele explodiu, remoendo-se de raiva. - O que estou sentindo agora não 
tem nada a ver com vergonha.
Anahí: Alfonso...
Alfonso: Eu destruiria a carreira do repórter que escrevesse sobre isso, depois fecharia o veículo 
que publicasse.  - Ele estava furioso, mas demonstrava uma frieza glacial. - Vou encontrar o 
monstro que fez isso com você, Anahí, quem quer que seja ele, e fazer com que se arrependa 
de ter nascido.
Estremeci inteira, porque acreditava nele. Estava estampado em seu rosto. Marcado no seu 
tom de voz. Na energia que ele exalava e na sua determinação absoluta. Ele não era um 
moreno perigoso só por causa do visual. Alfonso era um homem que conseguia o que queria. A 
qualquer preço.
Eu me levantei. 
Anahí: Não vale a pena gastar tempo e esforço com ele.
Alfonso: Por você, vale. E muito. O que for preciso.
Cheguei mais perto da lareira e senti o calor do fogo. 
Anahí: E tem também o rastro deixado pelo dinheiro. Os policiais e os jornalistas sempre vão 
atrás do dinheiro. Alguém pode se perguntar por que minha mãe saiu do primeiro casamento 
com dois milhões de dólares e sua filha de outro relacionamento saiu com cinco. -
Não precisei nem olhar para ele para saber que estava paralisado. - Obviamente, -continuei, - 
essa quantia deve ser muito maior hoje em dia. Não sei nem quero saber o total, mas quem 
administra esse dinheiro é Colucci, e todo mundo sabe que ele tem o toque de Midas. 
Portando, se alguma vez você desconfiou que eu poderia estar atrás do seu dinheiro...
Alfonso: Pode parar por aí.
Eu me virei para encará-lo. Vi seu rosto, seus olhos. Vi que estava horrorizado, e que sentia 
pena de mim. Mas foi o que não vi que mais me magoou.Meu maior pesadelo tinha se 
materializado. O que eu mais temia é que meu passado tivesse um impacto negativo na 
atração que ele sentia por mim. Eu havia dito para Christian que Alfonso poderia querer ficar 
comigo pelos motivos errados. Que ele poderia ficar ao meu lado, mas mesmo assim para 
todos os efeitos , seria como se eu o tivesse perdido.
Era exatamente o que parecia ter acontecido.



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