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História Toda Sua - AyA - Mal-feito, feito ...


Escrita por: nattinatasha

Notas do Autor


Meus queridos leitores(as) essa história não é da minha autoria, e sim da autora Sylvia Day, eu apenas adaptei ... Espero que gostem, muitos beijos e uma boa leitura.

Capítulo 42 - Mal-feito, feito ...



Subi para o vigésimo andar e encontrei Aarón ainda na mesa. Apesar de parecer muito 
concentrado, ele sorriu ao me ver.
Anahí: Caso você não precise de mim, - eu disse, - acho que seria melhor eu não dar as caras 
nessa apresentação.
Apesar de ele tentar esconder, vi o alívio estampado em seu rosto. Não fiquei ofendida com 
isso. A situação era estressante por si só, e minha relação volátil com Alfonso era a última 
coisa com que Aarón deveria se preocupar quando trabalhava em uma conta tão importante.
Aarón: Você vale ouro, Anahí. Sabia disso?
Sorri e pus na mesa dele a bebida que havia trazido. 
Anahí: Beba sua vitamina. Está uma delícia, e vai deixar você saciado por um tempo. Se 
precisar de mim, estou na minha mesa.
Antes de guardar a bolsa na gaveta, mandei uma mensagem para Christian perguntando se 
tinha planos para o domingo e se gostaria de ir a uma festa da Vidal Records. Depois voltei ao 
trabalho. Comecei organizando os arquivos de Aarón nos servidores, renomeando-os e 
criando diretórios para facilitar a pesquisa e a montagem de portfólios.
Quando Aarón subiu para a reunião com Alfonso, meu coração acelerou e a ansiedade 
apertou meu estômago. Não conseguia acreditar que estava toda empolgada só porque sabia 
o que Alfonso estava fazendo naquele exato momento, e que ele necessariamente pensaria 
em mim quando visse Aarón. Esperava receber notícias suas depois disso. Fiquei de bom 
humor só de pensar.
Durante a hora seguinte, eu mal podia esperar para saber como as coisas tinham ido. Quando 
Aarón apareceu com um sorriso no rosto e um andar confiante, eu me levantei na minha baia 
e o aplaudi.
Ele fez uma mesura galante e teatral. 
Aarón: Obrigado, senhorita Portilla.
Anahí: Estou muito feliz por você.
Aarón: Herrera me pediu para entregar isto. - Ele me deu um envelope pardo lacrado. - 
Venha até a minha sala e eu conto os detalhes.
O envelope era pesado e tilintante. Eu sabia o que era antes mesmo de abrir, mas ainda 
assim a visão das chaves caindo na minha mão foi uma bela porrada. Com a dor no peito mais 
intensa que já havia sentido na vida, li o cartão que as acompanhava:
 "OBRIGADO, EVA. POR TUDO.
G"
 Uma sutil e educada dispensa. Só podia ser. Caso contrário, ele me devolveria as chaves 
depois do trabalho, quando fôssemos à academia.
Um zumbido invadiu meus ouvidos. Fiquei tonta. Desorientada. Estava com medo. Sofrendo. 
Furiosa.
Mas também estava trabalhando.
Fechando os olhos e cerrando os pulsos, tentei me recompor e lutar contra a vontade de subir 
e dizer para Alfonso que ele era um covarde. Ele provavelmente me via como uma ameaça, 
uma invasora de seu mundinho em perfeita ordem. Alguém que queria mais do que seu 
corpo sensual e sua conta bancária recheada.
Escondi meus sentimentos no fundo da mente, de forma a ainda ter consciência deles, mas 
sem deixar que me atrapalhassem mais durante o expediente. Quando saí do escritório e 
desci, ainda não tinha recebido sinal de vida dele. Estava emocionalmente em frangalhos, e 
senti uma enorme pontada de desespero quando saí do Herrerafire.
Consegui ir até a academia. Desliguei meu cérebro e corri para valer na esteira, adiando a 
angústia que mais cedo ou mais tarde me atingiria. Corri até sentir o suor escorrer em bicas 
pelo rosto e pelo corpo, e até minhas pernas não aguentarem mais.
Sentindo-me arrebentada e exausta, fui para o chuveiro. Depois liguei para minha mãe e pedi 
que ela mandasse Clancy me pegar na academia e me levar para nossa consulta com o dr. 
Pattison. Quando me vesti, precisei me esforçar para reunir energia para cumprir minha 
última tarefa antes de ir para casa e me afogar em lágrimas na cama.
Esperei pelo carro no meiofio, sentindo-me alheia e distante da cidade que zunia ao meu 
redor. Quando Clancy estacionou e desceu para abrir a porta para mim, tomei um susto ao ver 
que minha mãe já estava lá. Ainda era cedo. Eu achava que seria levada ao apartamento em 
que ela morava com Colucci e precisaria esperar uns bons vinte minutos. Era assim que as 
coisas funcionavam com ela.
Anahí: Oi, mãe. - eu disse, cansada, acomodando-me no assento ao lado dela.
Marichelo: Como você pôde, Anahí? - Ela estava chorando atrás de um lenço bordado com 
suas iniciais, o que não perturbava a beleza de seu rosto. - Por quê?
Retirada subitamente de meu sofrimento solitário, franzi a testa e perguntei: 
Anahí: O que foi que eu fiz agora?.
O fato de eu ter um celular novo, independentemente de como ela pudesse ter descoberto, 
não seria um gatilho para tamanho drama. E ainda era cedo demais para ela saber que eu 
tinha brigado com Alfonso.
Marichelo: Você contou para Herrera sobre... sobre o que aconteceu. - Seu lábio inferior 
começou a tremer.
Aquilo foi um tremendo choque para mim. Como é que ela sabia? Meu Deus... Será que ela 
tinha grampeado minha casa? Minha bolsa...? 
Anahí: Quê?
Marichelo: Não se faça de boba!
Anahí: Como é que você sabe? - Minha voz saiu em um sussurro. - Conversamos sobre isso 
ontem à noite.
Marichelo: Ele foi falar a respeito com Franco.
Tentei imaginar a cara de Colucci durante uma conversa como essa. Era impossível acreditar 
que meu padrasto tenha digerido bem a informação. 
Anahí: Por que ele faria isso?
Marichelo:  Ele queria saber o que foi feito para evitar que a história vazasse. E queria saber 
por onde anda Jonathan... - Ela soluçou. - Queria saber de tudo.
Bufei por entre os dentes. Não estava certa de quais eram as motivações de Alfonso, mas a 
possibilidade de ele ter terminado comigo por causa de Nathan e agora estar fazendo de tudo 
para se poupar de um escândalo me magoava mais do que qualquer outra coisa. Contorci- 
me de dor, dobrando a coluna para longe do encosto do assento. Pensei que o passado dele 
tinha criado um atrito entre nós, mas fazia mais sentido imaginar que tudo aquilo havia sido 
causado pelo meu.
Pela primeira vez na vida agradeci o fato de minha mãe ser tão egocêntrica. Foi isso que a 
impediu de ver que eu estava arrasada.
Anahí: Ele tinha o direito de saber. - consegui dizer com uma voz tão rouca que nem parecia a 
minha. - E ele tem o direito de tentar se proteger de eventuais respingos em sua imagem.
Marichelo: Você nunca contou nada para nenhum outro namorado.
Anahí: Eu nunca tinha namorado ninguém que por qualquer motivo banal já aparece em todas 
as manchetes de jornal.-  Olhei pela janela do carro, para o engarrafamento em que 
estávamos presas. - Alfonso e as Indústrias Herrera são conhecidos mundialmente, mãe. Ele 
está a anos luz dos caras que namorei na faculdade.
Ela ainda disse mais algumas coisas, mas não escutei. Fechei-me em mim mesma para me 
proteger, para me desligar de uma realidade que de uma hora para outra se tornara difícil 
demais de suportar.
 O consultório do dr. Petersen era exatamente como eu me lembrava. Decorado com cores 
neutras, era ao mesmo tempo profissional e aconchegante. Ele era assim também — um 
homem bonito com cabelos grisalhos e olhos azuis inteligentes e compreensivos.
O dr. Petersen nos deu as boas—vindas com um sorriso no rosto, comentando sobre a beleza 
de minha mãe e sobre como éramos parecidas. Disse que estava feliz em me ver de novo e 
que eu parecia estar muito bem, mas deu para perceber que só falou isso para agradar a 
minha mãe. Ele era um observador experiente demais para deixar de notar os sentimentos 
que eu estava reprimindo.
Dr.Pattison Então, - elecomeçou, acomodando-se na poltrona diante do sofá em que eu e 
minha mãe tínhamos nos sentado. - O que traz vocês aqui hoje?
Eu contei a ele que minha mãe vinha rastreando meus movimentos através do sinal do 
celular, e que isso fez com que eu me sentisse violada. Minha mãe falou do meu interesse 
por krav maga, e expressou que isso era um sinal de que eu não estava me sentindo segura. 
Contei que ela e Stanton haviam praticamente comprado a academia de Parker, o que fazia 
com que eu me sentisse sufocada e claustrofóbica. Ela falou que eu tinha traído sua confiança 
ao confiar assuntos personalíssimos a estranhos, o que a fez se sentir sem defesas e 
dolorosamente exposta.
Durante esse tempo todo, Pattison ouviu com atenção, tomou notas e falou bem pouco até 
que tivéssemos desabafado.
Quando ficamos em silêncio, ele perguntou:
Dr.Pattison: Marichelo, por que não me falou nada sobre ter rastreado o telefone de Anah?.
O ângulo de seu queixo se alterou, uma postura de defesa que eu conhecia muito bem. 
Marichelo: Não vejo nada de errado nisso. Muitos outros pais rastreiam os filhos através do 
celular.
Anahí: Filhos menores de idade, - rebati. - Sou adulta. A minha vida pessoal só diz respeito a 
mim.
Dr.Pattison: Caso você se pusesse no lugar dela, Marichelo. -  questionou ele - é possível que 
se sentisse da mesma forma? E se você descobrisse que alguém anda monitorando seus 
passos sem seu conhecimento e sua permissão?
Marichelo: Se esse alguém fosse minha mãe e isso garantisse sua paz de espírito, eu não me 
importaria, - ela argumentou.
Dr.Pattison: E você já parou para pensar nos efeitos de suas atitudes sobre a paz de espírito 
da Anahí? - ele perguntou educadamente. - Sua vontade de proteger sua filha é 
compreensível, mas você deveria discutir abertamente com ela as medidas que vai tomar 
para isso. É importante ouvir 
o ponto de vista de Anahí e esperar cooperação apenas quando for vontade dela. É preciso 
respeitar sua prerrogativa de estabelecer limites que não são tão amplos como você 
gostaria.



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