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História Toda Sua - AyA - Lembranças


Escrita por: nattinatasha

Notas do Autor


Meus queridos leitores(as) essa história não é da minha autoria, e sim da autora Sylvia Day, eu apenas adaptei ... Espero que gostem, muitos beijos e uma boa leitura.

Capítulo 43 - Lembranças



Minha mãe bufou, indignada.
Dr.Pattison: Anahí precisa ter o espaço dela, Marichelo. - ele continuou, - e sentir que é ela 
quem controla sua própria vida. Tudo isso foi tirado dela por um bom tempo, e precisamos 
respeitar seu direito de se restabelecer da maneira como achar melhor.
Marichelo: Ah. - Minha mãe torceu o lenço entre os dedos. - Não tinha pensado nisso sob 
esse ponto de vista.
Segurei a mão dela quando seu lábio inferior começou a tremer violentamente. 
Anahí: Nada seria capaz de me convencer a não falar com Alfonso sobre meu passado. Mas eu 
poderia ter avisado você antes. Desculpe por não ter pensado nisso.
Marichelo: Você é muito mais forte do que eu, mas não consigo deixar de me preocupar.
Dr.Pattison: Minha sugestão, é que você reflita sobre quais tipos de eventos e situações mais 
lhe causam ansiedade, Marichelo. Depois disso, registre tudo por escrito. -Minha mãe 
concordou com a cabeça. - Quando tiver uma lista mais ou menos definida, não precisa ser 
nada muito detalhado, vocês podem sentar para conversar e encontrar soluções para essas 
preocupações, atitudes com as quais ambas concordem. Por exemplo, se ficar sem notícias 
da Anahí por mais de um dia incomoda você, talvez uma mensagem de texto no celular ou um 
e-mail seja uma forma menos invasiva de lidar com isso.
Marichelo: Certo.
Dr.Pattison: Se vocês quiserem, podemos discutir a lista juntos.
Essa interação entre os dois quase me fez surtar. Era praticamente um insulto. Eu não 
esperava que o dr. Pattison pusesse juízo à força na cabeça da minha mãe, mas esperava que 
ele fosse um pouquinho mais duro alguém precisava fazer isso, alguém cuja autoridade ela 
respeitasse.
Quando a sessão terminou e estávamos de saída, pedi para minha mãe esperar um pouco 
para que eu pudesse fazer uma última pergunta ao dr. Pattison em particular.
dr. Pattison: Sim, Anahí? - Ele estava de pé na minha frente, aparentando sabedoria e 
paciência infinitas.
Anahí: Eu andei pensando sobre uma coisa... - Fiz uma pausa, engolindo em seco. - É possível 
que duas vítimas de abuso tenham uma relação romântica saudável?
dr. Pattison: Perfeitamente. - Sua resposta imediata e convicta permitiu que eu voltasse a 
respirar.
Apertei sua mão. 
Anahí: Obrigada.
 Quando cheguei em casa, abri a porta com as chaves que Gideon tinha devolvido e fui direto 
para o quarto, cumprimentando Christian, que estava praticando ioga seguindo as instruções 
de um DVD, apenas com um breve aceno.
Tirei a roupa enquanto caminhava para a cama e entrei debaixo das cobertas frias só de 
lingerie. Abracei um travesseiro e fechei os olhos, tão exaurida que não conseguia pensar em 
mais nada.
A porta se abriu e um instante depois Christian estava sentado ao meu lado.
Ele afastou os cabelos do meu rosto lavado de lágrimas. 
Christian:O que aconteceu, gata?
Anahí: Levei um pé na bunda hoje. E por uma porra de um bilhetinho.- Ele suspirou. 
Christin: Você sabe como as coisas funcionam, Anahí. Ele vai querer manter você à distância, 
porque acha que vai ser mais uma decepção na vida dele.
Anahí: E estou fazendo de tudo pra mostrar que ele está certo. - Consegui me enxergar 
perfeitamente na descrição de Christian. - Corri quando as coisas ficaram feias, porque tinha 
certeza de que tudo ia terminar mal. E a única atitude que tomei a respeito foi ir embora em 
vez de ser deixada pra trás.
Christian: Porque você precisa lutar pra manter sua própria reabilitação. - Ele deitou junto às 
minhas costas, passando um dos braços bem definidos sobre mim e me apertando contra ele.
Eu me aninhei naquele abraço de que nem sabia que precisava. - Ele deve ter me chutado 
por causa do meu passado, não do dele. Se isso for verdade, ainda bem que terminou. Mas 
acho que no fim vocês vão acabar se entendendo. Pelo menos é o que eu queria que 
acontecesse. - Sua respiração roçava de leve meu pescoço. - Quero finais felizes pra todo 
mundo que já sofreu o diabo na vida. Mostre que é possível, Anahí, querida. Me faça 
acreditar.
A sexta-feira começou com Diego tomando café da manhã comigo e com Christian depois de 
dormir lá em casa. Enquanto bebia a primeira xícara de café do dia, observei o modo como 
eles interagiam e fiquei contentíssima ao ver seus sorrisos de cumplicidade e a maneira 
discreta como trocavam carícias furtivas.
Eu já havia tido relacionamentos tranquilos como esse, e não soube valorizá-los 
devidamente na época. Eram namoros gostosos e descomplicados, mas também um tanto 
superficiais em certo sentido.
Como ter uma relação mais profunda se você não conhece os recantos mais obscuros da 
pessoa amada? Era esse meu dilema com Alfonso.
O Segundo Dia Pós-Alfonso havia começado. Minha vontade era ir até ele e pedir desculpas 
por tê-lo deixado. Queria dizer que ele podia contar comigo, que eu seria toda ouvidos, ou 
então ofereceria um consolo silencioso caso fosse preferível. Mas eu estava envolvida 
demais emocionalmente. Fragilizada demais. Morrendo de medo de ser rejeitada. E saber 
que ele não se abriria para mim só fazia esse medo crescer. Mesmo que nos acertássemos, eu 
sabia que só ia me magoar não o tendo por inteiro, tentando conviver apenas com o que ele 
decidisse compartilhar comigo.
Pelo menos no trabalho estava tudo bem. O almoço comemorativo que os executivos nos 
ofereceram por termos conseguido a conta da Kingsman me deixou feliz de verdade. Senti 
que era muita sorte minha trabalhar em um ambiente tão positivo. No entanto, quando ouvi 
que Alfonso também tinha sido convidado apesar de ninguém esperar que ele 
aparecesse,voltei para minha mesa em silêncio e me concentrei só nos meus afazeres 
pelo resto da tarde.
Passei na academia a caminho de casa, depois comprei ingredientes para fazer fettuccini 
alfredo para o jantar e crème brûlée para a sobremesa uma comida bem pesada para me 
deixar num coma induzido por carboidratos. Esperava que o sono me oferecesse uma trégua 
dos questionamentos que percorriam ciclicamente meu cérebro, na esperança de que a 
manhã de sábado chegasse bem depressa.
Christian e eu jantamos na sala, com palitinhos, uma ideia dele para me agradar. Ele falou 
que o jantar estava ótimo, mas nem ouvi. Saí do transe quando ele ficou em silêncio também, 
e percebi que não estava sendo uma companhia muito boa.
Anahí: Quando vão sair os anúncios da campanha da Grey Isles? - perguntei.
Christian: Não sei, mas escute só isso... - Ele sorriu. - Você sabe como os modelos costumam 
ser tratados, somos descartados como camisinhas usadas numa orgia. É difícil se destacar, a 
não ser que você namore alguém famoso. O que do nada virou meu caso, desde que aquelas 
fotos minhas com você começaram a pipocar por toda parte. Entrei por tabela no seu 
relacionamento com o Alfonso. Você fez com que eu virasse um objeto cobiçado.
Anahí: Nisso eu não ajudei, não. - Dei risada.
Christian: Bom, mas com certeza mal não fez. Enfim, eles me ligaram para fazer mais algumas 
fotos. Acho que estão a fim de me usar por mais de cinco minutos.
Anahí: Precisamos sair pra comemorar. - provoquei.
Christian:Com certeza. Quando você estiver pronta para isso.
Acabamos ficando em casa vendo Tron, o original, não o remake. O celular dele tocou vinte 
minutos depois do começo do filme, e eu o ouvi falando com um agente. 
Christian: Claro. Estarei aí em quinze minutos no máximo. Ligo pra você quando chegar.
Anahí: Conseguiu um trabalho?- perguntei quando ele desligou.
Christian: Pois é. Um modelo apareceu chapado para uma sessão noturna de fotos e precisam 
de um substituto. - Ele olhou bem para mim. - Quer ir junto?
Estiquei as pernas no sofá. 
Anahí: Não. Melhor ficar por aqui.
Christian: Tem certeza de que está tudo bem?
Anahí: Só preciso de alguma coisa pra distrair a cabeça. Só de pensar em me trocar já fico 
cansada. Eu não me incomodaria de usar minha calça de pijama de flanela e minha camiseta 
velha de dormir o fim de semana todo. - Como estava machucada por dentro, o conforto 
exterior era uma necessidade para mim. - Não se preocupe comigo. Sei que ando confusa 
ultimamente, mas eu me arranjo. Pode ir, e divirta-se.
Depois que Christian saiu, todo apressado, pausei o filme e fui até a cozinha pegar um vinho. 
Parei no balcão, passando os dedos nas flores que Alfonso tinha me mandado no fim de 
semana anterior. As pétalas caíam como lágrimas. Pensei em cortar os caules e usar o aditivo 
que veio junto com o buquê para aumentar sua vida útil, mas não fazia sentido me apegar a 
elas. No dia seguinte, iria tudo para o lixo, a última lembrança de meu relacionamento 
igualmente condenado.
As coisas com Alfonso haviam ido mais longe do que em relacionamentos anteriores que 
duraram mais de um ano. Eu sempre o amaria por isso. Eu sempre o amaria, e ponto final.
Mas, algum dia, talvez isso não me causasse tanta dor.


Notas Finais


Mil desculpas meus queridos, eu estava sem internet devido a acidente na minha rua, vou tentar compensar vocês, eu prometo.


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