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História Todas As Suas Cores - Apenas mais uma?


Escrita por: JJ-

Notas do Autor


Gente, fiz o capítulo maior espero que não se incomodem.

Tenham uma maravilhosa leitura!

Capítulo 14 - Apenas mais uma?


[Blake]

 

 

Em minha cama, mantive meus olhos fechados enquanto dedilhava as cordas do meu violão.

A música que ecoava pelo quarto tomava conta de mim e me fazia parte dela, como sempre fez. Se fosse há um tempo, eu diria que não precisava de nada mais além do meu violão, mas hoje eu vejo que isso mudou.

Antes de entrar para Beacon eu não fazia questão de ter muitas amizades, afinal, só tive dois únicos amigos em toda a minha vida.

Mas aí eu conheci a minha colega de quarto, depois a irmã dela e os amigos delas, que também acabaram se tornando meus amigos. Foi aí que eu entendi que a vida precisa ser compartilhada. Foi somente aí que eu entendi que, mesmo quando eu estiver sozinha e mesmo que eu queira estar sozinha, nunca vou estar realmente sozinha. Pois tenho eles comigo.

Mas... eles ainda continuarão comigo depois de descobrirem que eu nunca fui cem por cento sincera com eles?

Eles ainda continuarão comigo quando souberem que estou e sempre estarei presa a “ele”?

– Blake... – Ruby me chamou e eu parei de tocar meu violão para olhar uma Ruby que eu não estava acostumada a ver – O que você acha?

Ela estava vestida de um jeito nada usual, mal parecia com ela mesma e isso me preocupava. Eu sabia muito bem quem era a autora de toda essa mudança.

– Ruby, temos que conver... – Falei, mas fui interrompida por batidas na porta.

A garota correu para abrir e sorriu quando se deparou com a veterana de intenções questionáveis. Weiss sorriu também ao ser recebida por Ruby, ela olhou a menor de cima a baixo e soltou uma risada espontânea.

– Esse cinto se usa mais pra cima. – Corrigiu o acessório da outra.

– Foi mal, eu esqueci. – Ruby encolheu os ombros – Está indo pra casa?

– Estou, só passei aqui pra pegar meu caderno de anotações, você disse que havia achado ele.

– Ah, é. Eu achei. Ele estava no quarto da Velvet e da Nora esse tempo todo. – Contou – E... ainda está lá, me espera aqui que eu já volto.

Assim que a porta foi fechada, Weiss desviou sua atenção para mim e sorriu. Me forcei a fazer o mesmo e voltei a tocar meu violão.

– Você toca bem. – Ela disse – Onde aprendeu?

– Sozinha.

– Você toca alguma outra coisa?

– Baixo e um pouco de guitarra. – Respondi deixando o instrumento de lado – E você?

– Toco piano, violino, teclado, violoncelo, clarinete e, bem... além disso eu também canto. – Deu de ombros, fazendo pouco caso – Parando pra pensar agora, essa é a primeira vez que conversamos.

– Pois é.

– Até que poderíamos conversar mais vezes, se você não andasse pra cima e pra baixo com a Xiao Long. Porque, sabe, dela eu prefiro manter distância. – Riu.

– Entendo.

– Desculpa a pergunta, mas vocês duas estão saindo, não estão? É meio impossível a Yang andar com uma garota por tanto tempo sem ter segundas inte...

– Não a mude. – Cortei. Não estava interessada no assunto puxado por ela.

– Que?

– A Ruby... você não precisa mudá-la. Se fizer isso, você vai...

– Escuta aqui... – Ela adotou um semblante frio e se aproximou com um sorriso ardiloso. Eu a encarei de igual para igual, sem me levantar – Não se meta entre a Ruby e eu, bolsista.

Permanecemos daquele jeito até a porta ser bruscamente aberta.

– Pronto. Seu caderno. – Ruby respirou de forma ofegante e depois nos olhou de um jeito desconfiado – Aconteceu alguma coisa?

– Não. – Weiss saiu de perto de mim e caminhou até a Ruby, pegando o caderno das mãos da mesma – Vou nessa, até segunda.

– Até.

– Me manda uma mensagem quando chegar em casa.

– Ok!

Ruby continuou olhando a Weiss ir embora sem nem ao menos tentar disfarçar e eu suspirei, soltando meu cabelo para prendê-lo de um jeito mais firme.

– E então, Blake? Você estava me dizendo uma coisa, o que era?

– Nada. Deixa pra lá.

Quando ela ia insistir, Yang apareceu na porta rindo de uma idiotice qualquer.

– Acabei de trocar lindos elogios com a Weiss no corredor. Se ela saiu daqui, acho melhor vocês desinfetarem o quarto. – Disse em meio a risadas que não foram muito bem recebidas por Ruby – Enfim, tio Qrow já chegou. Vamos?

– Vamos, só deixa eu pegar minha mochila.

Yang olhou de um jeito estranho para a roupa que a irmã usava e depois se encostou ao batente da porta, me lançando um sorriso calmo. Seus olhos lilases estavam mais bonitos e intensos do que costumam ser.

– Vai pra casa nesse fim de semana? – Questionou ela.

– Não, vou ficar por aqui mesmo.

– Você bem que podia vir com a gente. – Ruby sugeriu.

– Ir pra casa de vocês? – Ri – Acho que não.

– Ah, vamos, Blake. Por favor... Yang, me ajuda a convencer ela.

A loira, com todo o seu “achismo”, apenas sorriu de lado e arqueou uma sobrancelha de leve, me fazendo dar uma risada baixa – Acho que eu já convenci, irmãzinha.

– Nossa, tem que se achar muito pra pensar que me convence só com isso.

– Mas eu te convenci um pouquinho, não foi?

– Não mesmo, tanto que a minha resposta ainda é não.

– Poxa, por quê? – Minha colega de quarto fez um biquinho.

– Eu não tenho nada arrumado e o tio de vocês deve estar com pressa.

– Ah, ele espera, né, Yang?

– Lógico, o cara espera. Ele nem liga pra demora.

Diante das insistências, eu acabei cedendo. Mesmo ainda receosa com o que “ele” iria achar disso, arrumei algumas coisas básicas na mochila e peguei o meu violão. Também pedi emprestado o celular da Ruby e, usando  da desculpa de que iria ligar para os meus pais, dei um jeito de mandar uma mensagem para o Sun. Depois desci com elas, seguindo para o estacionamento da escola.

– Caramba. Até que enfim! – O tio delas exclamou – Estão achando que eu sou o que? O chofer de vocês? E é impressão minha ou vocês são três agora?

– Tio, essa é a Blake. Blake, esse é o meu tio Qrow. – Ruby nos apresentou – Ela vai passar o fim de semana na nossa casa.

– E é assim, é? Sem me perguntar se está tudo bem primeiro? E sem eu conversar com os pais dela antes?

– Pra que essas formalidades? – Yang riu – O melhor tio do mundo não precisa disso.

– Ok... Yang está me elogiando, Ruby está vestida como uma patricinha e ela está usando casaco nesse sol? – Ele perguntou confuso – Tem certeza de que eu estou aqui com vocês e não desmaiado no chão do bar?

– Retiro o elogio. – Yang revirou os olhos – Mas, realmente, Ruby está parecendo uma patricinha.

– Ei!

– Eu disse, mas, falando sério. Por que você está de casaco? É algum tipo de estilo emo ou...?

– Não sou emo, só não sabia que estava tão quente aqui fora. – Respondi tirando o casaco. Qrow reagiu fazendo uma cara de surpresa engraçada quando viu minha blusa.

– Oh, meu Deus! Ela curte Pink Floyd!! Podemos ficar com ela? Podemos? Diz que podemos ficar com ela! – Perguntou de modo dramático se agarrando ao braço da Yang.

Esta apenas o ignorou e entrou no carro. Ruby e eu rimos da cena e fizemos o mesmo. Nós ficamos no banco de trás enquanto a Yang ficou no da frente.

– Certo, antes de irmos, preciso dar duas notícias a vocês. – Qrow falou se acomodando no banco do motorista – A primeira é que eu pedi demissão do meu emprego e a segunda é que eu comprei um bar.

– Você pediu demissão? – Ruby rebateu.

– Por que você fez isso? – Yang franziu o cenho, mas logo arregalou os olhos quando se deu conta de algo mais importante – Espera... você disse que comprou um bar!?

Qrow, que já estava negociando com o antigo dono há um bom tempo e só resolveu a última papelada agora, me pareceu bem animado e satisfeito com a compra, pois nos levou até o estabelecimento e o mostrou todo orgulhoso. O bar ficava numa parte boa da cidade e, apesar de precisar de alguns reparos, estava em ótimas condições.

Entretanto, a prioridade do novo proprietário no momento era selecionar o que ia ficar e o que ia ser jogado fora.

– Hey, valeu por topar ajudar o meu tio. – Yang agradeceu enquanto colocava uma caixa em cima do balcão a minha frente.

– Ah, tudo bem. Até que estou gostando. – Respondi colocando algumas garrafas vazias no objeto – É melhor do que fazer nada e, cá entre nós, a música está ótima. – Sorri me referindo ao CD que tocava, era da antiga banda do Qrow.

– Verdade... eles eram muito bons.

– Sabe de uma coisa, Yang? Eu tava te observando e você me parece meio preocupada. – Observei – O que houve? É sobre o protesto?

– Na mosca. – Suspirou, se encostando no balcão e ficando de costas para mim – Eu sei que aceitei o desafio do Sun de organizar um protesto melhor do que os dele, mas eu não sei o que fazer.

– Ainda temos tempo, vai dar tudo certo.

– Vai dar tudo certo? Ninguém além de você e da Velvet está disposto a me ajudar. Eu tô ferrada.

– Bom... mesmo assim eu ainda acredito que vai dar tudo certo. Você é capaz de fazer qualquer coisa.

Yang me encarou por alguns segundos e depois desviou o olhar. Seu rosto estava levemente avermelhado.

– Droga. Por que eu fico com a sensação de que, se você está me apoiando, foda-se o resto?

– Blake. – Ruby chamou, vindo até a mim com um celular – É o Sun, ele quer falar com você.

Peguei o telefone e saí de trás do balcão, me afastando das irmãs para atendê-lo.

– Na casa da Yang? – O garoto perguntou irritado – Sério?

– Não só da Yang. Do Qrow e da Ruby também.

 Você sabe que isso não faz diferença. Você ainda é um porquinho passando a noite no abatedouro.

– Também não é pra tanto. – Ri – Eu confio nela.

– Pois não deveria! Por favor, diz que eu posso ir até aí te buscar.

– Sun, fica tranquilo. Não vai acontecer nada.

 Assim eu espero. Até porque você já sabe, né? Se você ficar com ela, vai ser apenas mais uma.

– É...  – Suspirei, passando a mão no rosto – Eu sei.

– Ainda bem. – Ele bufou fazendo uma pequena pausa – Sabe, Blake, você não ia ser apenas mais uma pra mim. Se você me desse uma chance, eu ia fazer essa chance valer a pena.

– Sun...

– Não precisa me dizer nada agora, você sabe que eu não tenho pressa.

As palavras do Sun me acertaram como sempre me acertam.

Desde quando éramos pequenos eu sempre estive ciente dos sentimentos dele por mim e às vezes eu me sinto mal por isso. Mesmo tendo bons motivos para correspondê-lo, eu nunca o fiz, nunca sequer tentei.

Não poderia tentar algo sem antes sentir o mesmo por ele primeiro.

– Obrigada. – Respondi como o respondo em todas as vezes – Por sempre cuidar de mim.

– Não precisa me agradecer, isso já é automático. – Falou dando uma risada baixa – Bom, depois eu te ligo pra checar se você ainda continua inteira, se cuida.

– Bobo, você também.

Encerrei a ligação e andei até as duas garotas que ainda me esperavam.

– Valeu. – Falei ao devolver o aparelho para a Ruby.

– Que nada, aconteceu alguma coisa?

– Não, o Sun só ligou pra saber se eu estava bem.

– Ah, sim. Ele só estava preocupado.

– Você chama de preocupação e eu chamo de obsessão. – Yang revirou os olhos com uma cara de tédio – Enfim, só estou dando uma opinião sincera.

– Você chama de “opinião sincera” e eu chamo de ciúmes. – Ruby provocou rindo e eu acabei rindo também.

– Ciúmes...? Do Sun? – Retrucou irritada fazendo a gente rir ainda mais. – Aff, façam-me o favor de irem se ferrar.

Yang deu as costas para nós e achamos que era melhor parar de provocá-la e voltar ao “trabalho”. Depois daquilo ela não se aproximou para falar comigo, assim como eu também não me aproximei para falar com ela. Nos contentamos apenas em trocar olhares de cinco em cinco minutos.

O tempo passou rápido, no final da tarde já havíamos organizado um monte de coisas e jogado outras fora.

Qrow pegou o telefone e perguntou o que iríamos pedir para comer. Eu sugeri que pedíssemos pizza, mas a Yang se opôs totalmente à ideia. Foi somente depois de um longo debate que chegamos ao consenso de pedirmos comida chinesa, optando pela especialidade da casa; um macarrão chinês que eles serviam em caixinhas.

Quando a comida chegou nos ajeitamos pelo bar mesmo e comemos enquanto Qrow nos contava histórias sobre a época de sua banda. A das fãs loucas que invadiram o camarim e os “sequestraram” por três horas foi a preferida da Ruby e da Yang. Já a minha foi a da tatuagem de corvo no interior do seu antebraço, que fora feita no meio de uma festa por um cara fantasiado de Slash.

– Mas, mudando de assunto, qual é a desse seu violão? – Ele apontou para o instrumento ao meu lado – Você toca ou só anda com ele por estilo?

– Ah, eu toco algumas coisinhas e canto um pouco. – Sorri dando de ombros.

– Ué, você canta? – Ruby me encarou surpresa, da mesma forma que a Yang fazia – Por que eu nunca ouvi você cantar?

– Porque eu não costumo cantar na frente de outras pessoas. Fora que eu nem sei se canto bem.

– Mas isso é o que vamos ver agora. – Qrow riu, tirando meu macarrão das minhas mãos e se sentando no meio das sobrinhas.

– Mas aqui? O que eu canto?

– Qualquer coisa! Qualquer coisa!

Soltei uma risada devido à empolgação da Ruby e peguei o violão, ajeitando ele em meu colo. Levei alguns segundos para decidir o que iria cantar e acabei escolhendo a música Angels da banda The XX

O ritmo foi me invadindo naturalmente enquanto eu fazia as cordas vibrarem com os meus dedos. A partir do momento em que comecei a cantar, fui me soltando e me entregando a cada nota, tomando o cuidado de manter o tom suave que rege a canção. Ruby e Qrow me encaravam impressionados, um pouco diferente da Yang, que me olhava com um doce toque de encanto. Eu me senti feliz por ser a causa deste e me deixei ser capturada por ela até o final, quando fui presenteada com aplausos e sorrisos.

Aquela música foi apenas a primeira de muitas que cantei naquela noite. Foi uma longa e divertida noite. Aproveitamos o fim dela ouvindo Qrow cantar, devido a um pedido meu, a música Wish You Were Here do Pink Floyd.

Ela ainda ecoava na minha cabeça quando eu já me encontrava na casa do Qrow, encarando o teto do quarto da Ruby.

Já se passava da uma da manhã e eu dividia a cama com a mais nova. Apesar de ser uma cama de solteiro, havia espaço suficiente para duas pessoas e podia-se dizer que eu estava confortável, porém, ainda não conseguia dormir.

Fiquei enrolando por um tempo e acabei decidindo levantar para beber água. Fiz o mínimo de barulho quando abri a porta do quarto e, como imaginei que os outros também estivessem dormindo, tive cuidado ao descer as escadas. Mas, contrariando minhas suspeitas, encontrei Yang sentada no balcão da cozinha se distraindo com um pote de sorvete.

– Sem sono? – Perguntei ao caminhar até a geladeira e pegar uma garrafa d’água. 

Yang fez que sim com a cabeça e me ofereceu um pouco de sorvete, mas eu recusei. Peguei um copo em um dos armários e despejei a água nele, me postando por fim ao lado dela – Hoje foi muito bom, acho que tivemos um ótimo dia.

– Sim. Eu gostei bastante.

– Eu também, principalmente quando ouvi você cantar. Foi incrível, sua voz é maravilhosa.

– Valeu. – Sorri, desviando o olhar para baixo – Ei, você realmente ficou com ciúmes do Sun?

Sua primeira reação diante da minha pergunta foi apenas rir num tom irônico. Depois ela sorriu, enchendo a boca com um pouco de sorvete.

– Você está me perguntando se me incomoda ver vocês dois agirem como um casalzinho enjoado e meloso? Bom, Blake, me incomoda. Na verdade, me incomoda pra caralho.

– Eu sabia, apesar de não ver motivos pra você ficar incomodada.

– Como não? Eu gosto de você, e a cada dia que passa eu gosto mais. Você pode até dizer que somos apenas amigas, mas eu nunca quis ser sua amiga.

– Eu sei, mas... não podemos ser mais do que isso.

– Então para de me dar falsas esperanças e me dê logo um fora de uma vez, Blake. Porque, sério, o que você está fazendo é muito cruel.

– Não posso. – Fechei os olhos com força, colocando o copo no balcão e falando num impulso.

Permaneci ali em silêncio e senti a Yang descer daquela bancada, parando na minha frente.

– Não pode ou... não consegue?

– Yang... – Suspirei quando ela acariciou minha bochecha com as pontas dos dedos.

– Diz que não gosta de mim, diz que não sente absolutamente nada por mim e diz que você não me quer como eu te quero. – Falou baixo, mas eu continuei calada.

Foi então que Yang se aproximou e ameaçou capturar meus lábios, mas, no último instante, desviou para a minha testa e depositou um beijo ali. Depois depositou outro no meu queixo e mais um no canto da minha boca.

– Você mexe comigo, Blake. – Sussurrou quase que pausadamente – E eu sei que eu mexo com você também.

Com isso, ela encostou seus lábios nos meus e eu não fiz nada para impedi-la. Pois no fundo eu queria aquilo, queria ver até onde esse pequeno desastre iria nos levar.

Um arrepio percorreu por todo o meu corpo quando senti o toque dela. Ao ter seus braços envolvendo minha cintura, segurei seu rosto entre as mãos e me entreguei àquele beijo que, apesar do ritmo calmo, não deixou de ser intenso.

Em sua língua gelada ainda havia um resquício do sabor do sorvete, no qual descobri ser de menta. Precisei de um pouco mais de esforço para poder soltá-la e, quando a soltei, foi somente para beijá-la de novo. Afundei meus dedos entre os fios do seu cabelo e inverti nossas posições, a pressionando contra o balcão e a beijando com mais urgência. Em resposta, Yang apertou mais meu corpo contra o dela e tratou de me corresponder na mesma altura.

– Eu sabia. – Ela sorriu quando paramos o beijo.

Nossas respirações ofegantes seguiam o mesmo ritmo devido à empolgação recente, assim como nossos corações igualmente agitados. Em seus olhos havia um brilho que eu nunca vi antes e foi impossível não me perder nas cores deles. Era como se eu estivesse em outro lugar.

Longe de todos os problemas e medos que me cercam.

– Eu... – Relutei antes de concluir a frase, pois mesmo ciente da resposta, eu ainda a temia – Eu vou ser apenas mais uma?

O sorriso da Yang se desfez por completo e eu lamentei silenciosamente por isso. Ela chegou a abrir a boca, mas perdeu a fala quando Qrow entrou na cozinha assoviando uma canção qualquer.

Nos separamos imediatamente e o observamos ir até à geladeira. Ele pegou uma jarra com leite e despejou um pouco do conteúdo em um copo. Depois bebeu tudo num só gole e, em seguida, virou em nossa direção com um “bigode branco”.

– Atrapalhei alguma coisa?

– Ér... boa noite. – Falei e saí apressada da cozinha.

Voltei para o quarto e me enfiei debaixo dos cobertores que compartilhava com a Ruby. Ela ainda dormia profundamente e eu invejei isso. Porque, se antes eu estava sem sono, agora eu estava com muito menos.

O que eu fiz? Por que eu me deixei levar?

Eu não consigo me reconhecer quando estou com a Yang e isso me irrita. Mas o que mais me irrita é o fato de que eu não consigo negá-la.

Pois ela estava certa. 

Ela realmente mexe comigo.


Notas Finais


"Não vai acontecer nada, Sun", ela disse kkkkk

Enfim, caso alguém queira ouvir as músicas que a Blake e o Qrow cantaram, aqui estão os links:
The XX: https://youtu.be/D0vRagnj8N4
Pink Floyd: https://youtu.be/Dy9bcmmvYjo

Sempre quando rolar música na fanfic estarei disponibilizando os links nas notas finais, belê?
Até breve! ^-^




~capítulo revisado e editado por Leone (YuzuKitsune)


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