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História Todas As Suas Cores - Sr. Urso Polar.


Escrita por: JJ-

Notas do Autor


E aí, jovens? Tudo bem? Espero que sim.

Então bora pra mais um? Boa leitura :D

Capítulo 15 - Sr. Urso Polar.


 

 

 

– Ok, recapitulando... essa tal de Weiss te enganou sem dó nem piedade e você a perdoou? Tipo… fácil assim?

– Aham. – Confirmei enquanto me maquiava de frente para o espelho  – Acho que todos merecem uma segunda chance.

– Beleza, até aí eu concordo com você, mas você ficou afim dela antes ou depois disso?

– Eu não estou afim da Weiss. Ela é só minha amiga.

– Tem certeza? Eu não saio por aí beijando os meus amigos.

– A-Aquilo nem foi um beijo de verdade.

– Não foi porque você nunca beijou ninguém antes e ficou nervosa demais pra dar encaminhamento. Sem falar que você ficou com vontade de beijar ela de novo, então...

– Penny! – Exclamei, olhando envergonhada para a minha amiga na tela do meu computador.

– O que? – Riu – Parando pra pensar agora, isso explica sua repentina mudança de estilo, sabe? E também sua ansiedade pra esse encontro.

– Que encontro? Isso não é um encontro, somos garotas.

– E daí? Você fala como se garotas não saíssem com outras garotas.

– É... foi mal. – Me redimi – M-Mas eu não sinto atração por garotas. D-Digo...

– Hey, Ruby. Relaxa, ok? Não estou querendo que você afirme algo.

– Eu sei.

– É que essa é a primeira vez que eu te vejo animada desse jeito em relação a alguém... é fofo. Eu só queria que você soubesse que pode contar comigo. Me desculpa.

– Não peça desculpas... e não é nada fofo. – Desviei o olhar e ela soltou uma risada – Olha, podemos mudar de assunto?

Yes, sir! – Concordou brincalhona – Já te contei que meu pai finalmente entrou em contato?

– Não, não contou. E aí?

– Ah, ele explicou o que aconteceu. Disse que está em Vale para aprofundar mais em sua pesquisa. A Schnee Company está financiando e, pra compensar, ele os ajuda dando aulas de física no colégio.

– Ah, sim... só isso?

– Só.

– Saquei. E como está o relacionamento dele com a sua mãe? Eles estão bem?

– Aham, até demais. Por quê?

– Por nada. Só perguntei por perguntar, fico feliz por vocês.

– Valeu, Ruby. – Ela sorriu e eu fiz o mesmo.

Nesse momento minha irmã apareceu na porta do meu quarto. Ela deu um “oi” para a Penny e me avisou que a Weiss estava me esperando lá fora. 

– Aconteceu alguma coisa com a Yang? – Penny perguntou quando minha irmã saiu – Ela está meio, sei lá, menos falante.

– Achei que eu fosse a única que percebeu.

– É por causa daquela outra garota que você me apresentou agora há pouco? A Blake?

– Talvez. Ontem a Yang ficou com ciúmes de um amigo dela, mas não acho que seja só isso. Aconteceu mais alguma coisa que elas não querem me contar.

– Poxa, que chato. Espero que elas se resolvam logo.

– Pois é, eu também... bom, vou nessa.

– Ok. Tenha um ótimo "isso não é um encontro".

– Idiota. – Ri – Depois a gente se fala. Tchau.

Assim que encerrei a vídeo-chamada, peguei minhas coisas e desci. Logo encontrei todos na sala assistindo a um filme. Blake e tio Qrow estavam no sofá maior enquanto a Yang estava jogada na poltrona com uma vasilha de pipoca no colo.

– Tô saindo! – Avisei.

– Ei, ei, ei... calminha aí, pirralha. – Meu tio chamou, me fazendo parar – Já sabe quais são as regras, né?

– Evite babacas, não dê confiança para babacas, se algum babaca tentar bancar o espertinho, acerte-o no meio das pernas.

– Certo... e a última?

Parei um pouco para pensar – Ér... não use drogas?

– Não chegue em casa tarde, mas essa também serve.

– Bom passeio, Ruby. – Blake falou.

– Valeu.

– Eu até que te desejaria "bom passeio" também, maninha, mas... como você está saindo com a Weiss, só te desejo boa sorte mesmo. – Yang deu de ombros e eu neguei com a cabeça.

– Vê se não vai fazer coisa errada, hein! Tenho contatos por toda a cidade.

– Tá bom, tio. – Ri, revirando os olhos – Fui!

Yang e Blake responderam com um “até” e tio Qrow ainda acrescentou um “não faça nada que eu faria”.

Lá fora, Weiss me esperava encostada num carro de cor preta. Ela, que até então mexia no celular, parou quando notou minha presença e esboçou um leve sorriso ao fazê-lo.

– Pronta? – Perguntou abrindo a porta do carro e eu assenti animada.

Ao seguirmos para o shopping, notei que ele estava mais cheio do que a última vez que eu vim com o pessoal do colégio e, se bobear, até mais cheio do que a última vez que eu vim com a Yang e com o meu tio.

Weiss me levou até a sua loja preferida, a qual, segundo ela, era a melhor. Comparada às pessoas que frequentavam aquele ambiente, me senti um verdadeiro peixinho fora d'água. Mas me empenhei em esconder meu nervosismo prestando atenção nas dicas da Weiss sobre moda.

Hazel, seu segurança e motorista, também estava conosco. Ele não tirava os olhos da gente e, mesmo mantendo uma considerável distância, fazia questão de passar por nós de cinco em cinco minutos.

– Agora que eu percebi, Ruby, você acertou em cheio no visual hoje, gostei de ver.

– Ficou bom?

– Ficou ótimo, bem melhor do que suas combinações anteriores. – Riu – Esse macacão azul caiu bem em você e mesmo dizendo pra você maneirar no uso do tênis confesso que esse combinou perfeitamente. Você está muito bonita, Rose.

– O-Obrigada. – Agradeci sentindo minhas bochechas queimarem – Antes eu não curtia muito essa ideia de “mudar”, mas acho que agora estou mais animada. Trouxe até todo o meu dinheiro pra gastar com roupas.

– Tem certeza de que não quer que eu pague tudo no cartão do meu pai?

– Não, eu me sentiria mal por isso. Fora que o propósito desse dinheiro aqui era justamente pra comprar roupas novas. Então vai acabar dando na mesma.

– Se você diz. – Soltou uma risada baixa – Ah, olha! Esses são aqueles perfumes que eu te falei.

– Daquela marca francesa que você gosta?

– Sim, essa mesmo. – Sorriu largo – Eu adoro os perfumes deles e até estou usando um de uma edição limitada nesse exato momento. Que sentir?

Weiss afastou o cabelo da região do pescoço e eu demorei meio segundo para processar o que eu tinha que fazer. Me aproximei calmamente e aspirei aquela doce fragrância, demorando mais do que pretendia para me afastar dela. Porém, logo o fiz quando o Hazel voltou a passar pela gente.

De novo.

– Weiss, por que o Hazel está aqui? Você está se sentindo ameaçada por alguma coisa?

– Ai, não. Ele está aqui por ordens do meu pai. – Bufou – Saí na semana passada sem a permissão dele, aí ele mandou o Hazel me vigiar como castigo.

– Nossa, isso deve ser um saco.

– Muito. Sinto como se minha privacidade estivesse sendo invadida, mal consigo me concentrar pra explicar as coisas a você. – Contou com um semblante triste – Às vezes tenho vontade de fugir pra longe de tudo isso, mas nunca posso fazer nada.

– Ou talvez pode. – Sugeri e ela me olhou confusa.

– Como?

Primeiro chamamos o Hazel e pedimos a “ajuda” dele. Aí o enchemos de peças de roupas e pedimos para que ele as levasse até os provadores. Assim, quando ele se afastou o suficiente, segurei a mão da Weiss e a puxei para fora da loja.

– Correr? Esse é o seu grande plano?

– É, Weiss. Vem.

Sob os olhares de reprovação dos seguranças do shopping, atravessamos a praça de alimentação e saímos pela parte de trás dele. Continuamos correndo de mãos dadas pelas ruas e só paramos quando a Weiss se soltou de mim, ficando para trás e passando a observar alguma coisa no horizonte.

– O que foi? – Fui até ela – Ah, é a roda-gigante do parque. Dá pra ver ela daqui.

– Sim.

– Você gosta de parques de diversões?

– Sim… q-quer dizer, não. – Fingiu fazer pouco caso – Não acho graça nenhuma.

– Sério? Não foi o que pareceu. Você reagiu que nem aquelas crianças que nunca foram em um. - Impliquei e ela continuou calada – Espera, você nunca foi num parque!?

– Não… e não tenho interesse em ir. – Saiu andando na frente e eu corri para alcançá-la.

– Por que não?

– Porque é chato.

– Como pode achar chato se você nunca foi? – Justifiquei e ela parou – Quer ir comigo?

– Ruby, viemos comprar roupas.

– Eu sei, mas podemos comprar roupas outro dia. – Insisti – Anda, se você não gostar, podemos ir embora na hora que você quiser.

– Não sei...

– Ah, Weiss, vamos.

– Aff… tudo bem.

Depois que consegui convencer a Weiss, caminhamos até ao parque que não ficava muito longe. Pelo horário, não estava tão cheio, logo, não enfrentamos fila para comprar os ingressos.

– É mais bonito à noite. – Falei vendo ela olhar admirada para as coisas ao redor dela.

– Imagino que seja. – Sorriu me fazendo sorrir também.

– E então? Em qual brinquedo você quer ir primeiro?

– Posso escolher qualquer um?

– Claro!

– Tudo bem, mas antes... – Pegou o celular e o desligou – Não quero o meu pai incomodando a gente.

Weiss me pareceu bem animada em estar ali, mesmo que do jeito dela, e isso me animou também.

De cara ela escolheu o clássico carrinho de bate-bate, depois escolheu outros como a xícara maluca, o barco viking e o trem fantasma, sempre optando por brinquedos agitados. Tentei levá-la para um mais calmo, como a Casa dos Espelhos, mas ela não gostou nadinha e logo me arrastou para um chamado “A Torre", onde éramos presos em cadeiras que subiam lentamente e depois caíam de uma altura assustadora.

Mesmo não tendo medo, ela percebeu que eu não era muito fã de altura e me deixou escolher o próximo.

– Como se sente depois de perder feio pra mim no kart? – Provoquei depois que saímos do brinquedo.

– Normal. – Deu de ombros – Apesar de ter perdido pra alguém que nunca dirigiu antes.

– Você fala como se já tivesse habilitação.

– Mas quem disse que eu não tenho? Estou com dezessete anos, afinal. Só não sou de dirigir muito.

– Hm. Tanto faz. – Falei – Quem liga pra isso quando se tem a experiência dos videogames?

– Esse é o argumento mais estúpido que eu já ouvi em toda a minha vida.

– Sério, eu até posso te dar umas aulas se quiser. – Sorri cutucando ela com o cotovelo – Ah, olha! Um urso polar super fofinho!!

– Um o que?

– Um urso polar de pelúcia super fofinho! – Repeti correndo em direção à barraca de tiro ao alvo e a Weiss veio atrás de mim – Eu quero ele e ele vai ser meu.

– Tem certeza? – Ela sorriu de lado quando eu coloquei o dinheiro no balcão – Será preciso cinco acertos para ganhar ele e esses patos de madeira estão meio rápidos.

– Ele já é meu! – Sorri empunhando a arma.

Dos dez tiros que eu tinha direito, consegui errar todos. Na segunda tentativa eu só acertei um e na última, depois de muito esforço, só acertei três.

– Pelo visto sua "experiência em videogames" não se aplica aqui. – Weiss provocou e eu nem me dei o trabalho de responder, estava muito triste pra isso – Ainda não sei por que me importo. – Suspirou colocando o dinheiro no balcão – Minha vez.

Ela segurou a arma com firmeza e estreitou os olhos ao encarar os patos. Com uma calma, que já é típica dela, acertou tudo sem demostrar nenhuma dificuldade sequer.

– Uou! Isso foi incrível! – Elogiei impressionada.

– Parabéns, foram dez acertos. – O homem da barraca falou – Você ganhou o prêmio máximo.

Ele se virou para pegar um panda de pelúcia que era ainda maior que o urso que eu queria, mas a Weiss o interrompeu.

– Tô nem aí pra esse panda. – Disse – Eu quero aquele ali.

Ele atendeu ao pedido dela e lhe entregou o urso polar, que ela logo passou para mim. Meus olhos brilharam quando eu o abracei.

– Muito obrigada, Weiss, ele é tão fofo!!!

– Não sei o que você viu de fofo nele, mas tudo bem.

– Como assim?

– Fala sério, olha pra ele. Ursos de pelúcia costumam ter uma cara mal humorada?

– Mas é exatamente isso que eu acho fofo nele! – Defendi com convicção – Eu não resisto a coisas fofas com carinhas de mau.

Por algum motivo, o que eu disse fez a Weiss me encarar surpresa por uns dois segundos e então desviar o olhar com as bochechas vermelhas.

Ela só voltou para mim quando ouviu algo roncar.

– Ué… ele fala?

– Não foi ele. – Confessei escondendo meu rosto no urso.

– Quem foi então?

– Fui eu, b-bem... minha barriga, pra ser mais precisa.

Após fazermos uma pausa para comer e descansar um pouco, retomamos de onde paramos. O brinquedo da vez escolhido pela Weiss foi a montanha russa.

Foi quase impossível disfarçar meu nervosismo e por muito pouco não coloquei meu almoço para fora. Me vinguei a levando para o "Castelo do Terror". Mas não deu em nada pois, além dela não se assustar, ainda riu de um cara vestido com uma fantasia de Jason que, na opinião dela, estava lamentável.

Convenhamos que realmente estava.

E assim passei o meu dia. Indo no máximo de brinquedos que pude, convencendo a Weiss a comer besteiras e fazendo questão de registrar tudo, tirando fotos no meu celular. O tempo passou tão rápido que nem nos demos conta quando anoiteceu, e, em razão disso, fizemos questão de deixar por último justamente o brinquedo que nos trouxe aqui.

A roda-gigante.

No topo dela dava para ver o parque inteiro, de longe era uma das vistas mais bonitas que eu já presenciei.

Minhas mãos estavam inquietas, contudo, dessa vez não era por causa da altura, era por causa da Weiss. A mão dela estava próxima da minha e eu fiquei com vontade de segurá-la, mas isso seria muito estranho. Foi então que ela, como se pudesse ler mentes, pôs a própria mão sobre a minha e a apertou com ternura.

– Você tinha razão. – Sorriu olhando para mim – Aqui é mais bonito à noite.

Fiquei encantada com o quão bonita ela estava com todas aquelas luzes a iluminando. Me permiti segurar a mão dela decentemente e aproveitei para entrelaçar nossos dedos.

Podia-se dizer que naquele momento eu estava feliz.

Não, naquele momento eu estava realmente feliz.

– E então? O que achou? – Perguntei quando estávamos indo embora.

Weiss havia ligado o celular e viu que tinham mais de trinta chamadas perdidas do pai dela.

– Você se refere a esse algodão-doce ou ao parque em geral?

– Os dois.

– Bem, sobre o algodão-doce, acho que você está realmente focada em acabar com a minha dieta.

– Não é pra tanto, vai...

– Não? Hoje mais cedo você me fez comer hambúrguer ao invés de salada, sem comentar as outras porcarias, e agora me compra açúcar com corante.

– Um, isso é mais do que açúcar com corante. Dois, eu não consigo ver alguém comendo salada em um fast-food. Três, o hambúrguer tinha alface no meio, o que é quase equivalente a uma salada.

– Vou fingir que eu não ouvi isso...

Weiss revirou os olhos voltando a atenção para seu algodão-doce rosa e eu soltei uma risada fazendo o mesmo com o meu, azul.

– E quanto ao parque? – Questionei curiosa. Mas ela já estava distante, olhando distraída para alguma coisa – O que foi?

A garota não disse nada, para minha surpresa, ela apenas se virou para mim e me beijou. A princípio eu fiquei sem reação, mas logo fechei os olhos e me entreguei àquele beijo que, assim como o último, também não passou de um "selinho demorado". No fim dele, ao estarmos prestes a nos afastar, não resisti em retribuir. Mesmo mantendo aquele beijo dentro do nosso limite já estabelecido, inconscientemente acabei colocando a mão na sua cintura, puxando-a aos poucos para mais perto.

Tinha gosto de algodão-doce.

– E-Ei, Ruby, obrigada por hoje. – Falou num tom calmo, ainda próxima – Foi um dia incrível e eu me diverti muito.

– Ah... d-de nada. – Consegui dizer e ela se afastou por fim com um sorriso gentil.

– Vamos sair pelo outro lado, ok? Aqui está muito cheio.

Eu estava surtando internamente por conta do que acabou de acontecer. Foi tão surreal que eu não poderia acreditar que fosse verdade. Eu estava estática e ainda continuei assim quando já andávamos pelas ruas.

Weiss se mantinha pensativa e eu permaneci quieta, segurando o senhor Urso Polar e criando coragem para perguntar o porquê dela ter tomado a iniciativa de ter me beijado.

– Ér... tá meio frio, né?

Vamos, idiota, pergunte.

– Um pouco.

Anda. Eu tenho que perguntar por que ela me beijou.

– Hm... será que vai chover?

Céus, pra onde vai a coragem quando se precisa?

– Não precisa fazer isso, Ruby. – Ela disse num tom desanimado – Não precisa se forçar pra falar comigo, fui eu que causei esse clima ruim entre a gente.

– Do que está falando?

– Eu te beijei e eu não deveria ter feito isso. – Declarou envergonhada – Eu não te falei antes, mas eu vi o Neptune. Ele estava vindo na nossa direção e e-eu acabei ficando sem saber o que fazer e... Ruby?

Weiss ficou olhando para mim de longe e eu estranhei a repentina distância. Ela estava bem mais a frente pois eu não me dei conta de que havia parado.

Fez por causa do Neptune...

– Ruby, está tudo bem?

– S-Sim! Eu só me distraí um pouco. – Forcei uma risada.

– Olha, me desculpa. – Ela se aproximou com cautela – Eu fui uma idiota.

– Não, está tudo bem. Sério.

– Tem certeza?

– Absoluta.

Droga, por que estou com vontade de chorar?

– Então é aqui que vocês estavam?

De repente escutamos uma voz vinda de um carro preto que parou bem ao nosso lado e nos assustamos. Estávamos preparadas para correr quando a pessoa no banco do carona abaixou o vidro e nos encarou irritada.

– W-Winter? – Weiss pronunciou – O que está fazendo aqui? Como encontrou a gente?

A Schnee mais velha pegou o celular e o desbloqueou, mostrando na minha rede social algumas das fotos postadas que eu tirei ao logo do dia.

– Entrem. – Foi seca, mas prontamente a atendemos sem questionar.

Entramos no carro e Hazel, que também estava com ela, dirigiu até a casa do meu tio. Apesar de meia dúzia de broncas, não demorou muito para chegarmos e sermos recebidas por ele.

– Isso só pode ser brincadeira. – Riu ao nos dar passagem. Ele era o único que estava na sala – O que você veio fazer aqui?

– Vim trazer sua sobrinha em segurança e, a propósito, disponha.

– Nossa, parabéns. Você quer que eu te recompense com alguns biscoitos?

– Não, o que eu queria mesmo era que você parasse de falar merda, mas isso seria difícil demais, não é?

– Fala por experiência própria?

A pergunta sarcástica do meu tio foi o estopim para os dois iniciarem mais uma de suas famigeradas brigas. Isso fez com que a Weiss e eu nos afastássemos deles e a gritaria, por sua vez, fez com que a Blake e a Yang aparecessem; a primeira vinda da cozinha e a outra do segundo andar da casa.

– Eu já imaginava que as briguinhas deles eram irritantes, só não achei que fossem tanto. – Blake comentou de braços cruzados e eu suspirei.

– Nem me fala.

– Dá pra ver de onde um "certo alguém" puxou o comportamento neandertal. – Weiss provocou apontando para minha irmã, mas esta apenas deu de ombros e continuou observando a briga – Yang?

– Que?

– Eu acabei de insultar você.

– Eu ouvi.

– Não vai revidar?

– Hm... nope.

Com o gelo, a garota a encarou por alguns segundos e depois estreitou o olhar – O que houve com você...?

– Tô subindo, gente. – Aproveitei para sair dali – Boa noite. Tchau!

Subi as escadas rapidamente sem dar chance de possíveis questionamentos e fui para o meu quarto.

Assim que entrei, minha cama logo me chamou e eu me joguei nela, me deixando ser absorvida por aquele colchão macio. Eu poderia até dormir ali mesmo se não tivesse sido trazida à realidade pelas batidas na porta.

– Ruby, sou eu, a Weiss...

Não respondi, apenas cobri a cabeça com o travesseiro e fiquei em silêncio.

Não quero falar com ela agora.

– Eu só queria te pedir desculpa de novo. Minha intenção não era chatear você. Eu sinto muito. – Falou num tom triste e eu continuei calada – B-Bom, é isso. Tenho que levar a Winter embora antes que ela e o Qrow acabem se matando, então... até segunda. Boa noite, Ruby.

Fiquei mal por ter ignorado a Weiss e me levantei para ao menos me despedir dela. No entanto, quando abri a porta, ela não estava mais ali. Quem estava era o Sr. Urso Polar que eu havia esquecido.

Sorri automaticamente ao pegá-lo e retornei para dentro.

Voltei a fechar a porta e, encostada de costas a ela, pensei sobre tudo o que aconteceu; sobre como me senti feliz pela Weiss ter me beijado, sobre como fiquei desapontada por ela ter feito somente pelo Neptune e sobre o quanto admitir tudo isso era vergonhoso e confuso pra mim.

Porém, em meio àquela tempestade, me lembrei da única pessoa com quem eu poderia contar naquele momento. Foi então que peguei meu telefone e fui até o contato da Penny.

Com muito custo meus dedos trêmulos foram digitando as letras da frase que eu tanto insistia em negar.

"Eu gosto dela".


Notas Finais


Finalmente ela admitiu kkkk
Ai, ai... Até a loguinho, jovens. (っ˘ω˘ς )




~capítulo revisado e editado por Leone (YuzuKitsune)


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