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História Todas As Suas Cores - Bem-vinda a bordo, pirralha.


Escrita por: JJ-

Notas do Autor


Demorei? Desculpa, passei o fim de semana todo fazendo trabalho da faculdade. Mas aqui estou. u-u
Obrigada pelos favoritos e pelos comentários, jovens.

Agora um pouco de Ruby, Yang e Qrow procês. :3
Boa leitura!

Capítulo 2 - Bem-vinda a bordo, pirralha.


 

 

Enquanto esperava minhas malas passarem na esteira, não resisti a me distrair mexendo no meu novo celular. Conforme mais coisas eu descobria nele, mais empolgada eu ficava.

Confesso que sou uma verdadeira nerd quando o assunto é tecnologia. Então ganhar esse aparelho foi como uma “conquista desbloqueada”, claro, levando em conta o trabalho que eu tive só para convencer meus pais a me darem o antigo. O atual era de longe infinitamente melhor e em pouco tempo eu já havia tirado inúmeras fotos. Apesar de que a maioria sempre tinha algum estranho me encarando ao fundo.

Como consegui sobreviver sem câmera decente até hoje!?

– Ruby!!!

Levei um susto quando ouvi alguém gritar atrás de mim. No momento em que eu ia me virar, a pessoa pulou nas minhas costas. Fiquei confusa nos primeiros segundos e só depois me lembrei da pessoa que costuma fazer isso. Foi então que por fim me dei conta.

– Yang...? – Arregalei os olhos me virando para ela – Yang! Ai, meu Deus. Yang!!!!

Nos abraçamos e ficamos gritando que nem duas retardadas. Todos olhavam para nós, principalmente as pessoas que estavam perto. Que, por sinal, saíram de perto.

– Eu senti tanta saudade de você, irmãzinha!

– Eu também. Muitas, muitas, muitas...

– Cara, nem estou acreditando que você está aqui. – Sorriu animada – Você mudou um bocado nesse ano que estive fora.

– Sério!? – Perguntei feliz da vida.

– Não. – Ela soltou uma risada alta e eu inflei as bochechas, irritada – Ainda continua a mesma coisa, só que mais desligada.

– Ei! Eu não sou desligada.

– Ah, não é não, é? – Cruzou os abraços dando um meio sorriso – E por acaso aquelas lá não são as suas malas indo embora?

– D-Droga! – Exclamei e corri atrás das duas malas. Yang continuou ali, assistindo à cena e rindo de mim – Isso não vale, eu estava distraída. – Justifiquei voltando e entregando uma das bagagens a ela.

– Tô vendo!

– Ok, já chega. – Revirei os olhos – Por que você veio sozinha? Cadê o tio Qrow?

– Como assim? Ele tá bem aq... Ué? Pra onde ele foi?

Com cada uma carregando uma mala andamos juntas a procura do meu tio. Não demorou muito para o encontrarmos flertando com uma moça. O tio Qrow é muito mulherengo, não pode ver uma mulher que já quer se chegar nela. Provavelmente ele tem uma lábia boa, pois todas caem no papo dele. E já era de se esperar que com essa daí não estava sendo diferente.

Yang e eu nos entreolhamos cumplices e seguimos até onde os dois estavam. Nos agarramos nos braços do meu tio, ela no esquerdo e eu no direito.

– Papai, onde você estava? – Questionei manhosa – A mamãe está te procurando.

– Pois é, e ela quer te matar. – Yang seguiu a mesma ideia e ele nos olhou com uma cara engraçada – Anda, queremos chegar logo na casa da vovó.

– Ah!? Mas o que...?

– Elas... são suas filhas? – A mulher perguntou receosa – Você acabou de me dizer que não tem filhos. E como assim você é casado?

– Elas não são minhas filhas e eu não sou casado. Só estão brincando... né, garotas?

– Claro que não, por que você diz isso pra todas as mulheres que conhece?  – Minha irmã dramatizou.

– Pois é! E já está com outra, pai? Não tem nem cinco minutos que você estava cantando a atendente daquela loja.

A cara que a mulher fez superou todas as minhas expectativas, me segurei muito para não rir e Yang também. Quanto ao meu tio, ele apenas deu um sorriso sem graça sem saber o que dizer.

– Olha, é brincadeira. Elas...

– T-Tudo bem! – A outra disfarçou – Eu tenho que ir.

– Ei, espera! Você não ia me passar o número do seu celular?

– Esqueci que não tenho celular. Tchau.

Quando finalmente a moça foi embora, soltei uma risada nada bonita.

– “Esqueci que não tenho celular”. – Yang deu uma gargalhada – Alguém, por favor, traga um troféu de pior desculpa pra ela.

– E o de melhor atuação pra vocês, né? – Meu tio riu – Até eu comecei a duvidar se era o pai de vocês. Quem ensinou vocês a mentir tão bem desse jeito?

– Você. – Falei – Quem mais seria?

 Ele sorriu concordando e pegou a mala que estava comigo. Yang continuou com a outra e eu permaneci apenas com a minha mochila atrás das costas. Meu tio envolveu meu pescoço com o braço livre e assim caminhamos todos juntos para a saída do aeroporto.

– Pelo visto além de uma “aborrescente” vou ter que aturar duas. Dios mio! Vou precisar aumentar a dose do uísque.

– Para de besteira, só vai ver a gente no final de semana e fica reclamando. – Yang revirou os olhos.

– Não estou reclamando. Apesar de não entender como me tornei a babá de vocês.

– Isso é porque você mora pertinho do colégio. – Respondi – E também porque você ama a gente! 

– Tem razão. – Deu de ombros – Amo tanto que até vou fazer o jantar mais tarde.

– Você!? Como assim você vai fazer o jantar? – Yang perguntou desacreditada – Até onde eu sei, você não cozinha. Nunca preparou nada desde que eu me mudei pra cá.

Meus olhos brilharam ao perceber – Você fez isso por mim, tio!?

– Duvido muito, mas, sendo assim... beleza. Qual é o menu, Qrow?

– Pizza. E, como eu sou legal, vou deixar vocês escolherem o sabor.

– Eba!! – Comemorei.

– Não comemora não, Ruby... estou comendo pizza todo o fim de semana graças ao tio Qrow.

– Ué. E isso não é bom?

– Claro... no começo era.

– C-Como assim no começo era? – Perguntei e meu tio riu alto.

– Bem-vinda a bordo, pirralha.

Antes mesmo de chegar a minha nova casa, eu já estava esperando encontrar uma verdadeira bagunça. Mas não. Isso me surpreendeu bastante porque já vi diversas vezes o quanto o tio Qrow e minha irmã podem ser preguiçosos. E, para ser sincera, eu não fico muito atrás. Porém, por incrível que pareça, dessa vez o que eu encontrei foram apenas dois joysticks jogados ao lado de garrafas de refrigerante vazias. Todas as outras coisas estavam organizadas.

O lugar era bem espaçoso e bonito. E a maioria das coisas ali; como os móveis, o carpete e as cortinas, variavam em tons de marrom, preto, cinza e branco. O meu quarto que ficava no andar de cima era todo decorado em variados tons pastéis de vermelho, com exceção dos móveis que eram em sua maioria da cor branca. Me apaixonei por cada coisa nele, não esperava ter um quarto só meu. Considerando que na minha outra casa eu dividia um com a Yang.

Por volta das dez da noite, terminamos de comer a pizza que meu tio pediu.

Yang, pela primeira vez em toda a minha vida, me cedeu o último pedaço. Não por gentileza ou por amor fraternal, mas sim porque ela realmente estava enjoada de pizza. Foram quase dez rodadas de jokenpô para decidir quem iria lavar a louça e, como a minha irmã não aceitou sua própria derrota, resolvemos dividir as tarefas no fim. Meu tio se ocupou de lavar os pratos, ela de secar e eu de guardar. Cantamos várias músicas durante todo o processo, coisa que foi muito legal.

– Muito obrigado, muito obrigado... o show foi ótimo e vocês foram sensacionais! – Tio Qrow ergueu os braços, agradecendo. Yang e eu batemos palmas.

– Se você ainda tivesse uma banda, poderia chamar a gente pra fazer parte. – Ela sugeriu rindo.

– Até que não seria uma má ideia. Vocês quase não desafinaram. – Ele ironizou pensativo, fazendo com que a minha irmã jogasse o pano de prato na cara dele.

– Tio, você bem que poderia contar histórias do tempo da sua banda, né? – Sugeri – Elas são tão engraçadas.

– Outro dia eu conto, amanhã vocês vão acordar cedo e eu não sou de dar folga. Então vão dormir.

– Ahh... – Protestamos.

– “Ah” nada. Posso ser tão chato quanto o pai de vocês, mesmo sendo mais legal que ele. – Piscou tirando o celular do bolso – Vou fazer uma ligação. Tratem de subir logo.

Yang foi secando os últimos pratos e me entregando para eu os guardar, enquanto reclamava sobre ter sido tratada como uma criança. Depois disso, cada uma subiu para o seu respectivo quarto. Tomei um longo banho e desfiz somente uma das minhas malas, já que a outra eu iria levar para o colégio. Quando terminei, me joguei de bruços na minha nova e aconchegante cama. Passando a conversar com a Penny e meus outros amigos enquanto o sono não vinha.

– Aê! Até que enfim está de celular novo. – Yang implicou ao entrar no quarto.

– Pois é, papai me deu quando estávamos indo para o aeroporto.

– Aposto que a mamãe convenceu ele.

– Também acho. – Ri – Ela sempre convence ele, né?

– Sempre. – Se jogou em cima de mim, rindo também – Ei, falando da mamãe... ela te ligou?

– Não, mas me mandou uma carta. Quer ler?

– Quero.

Como eu estava impedida de levantar, me estiquei toda para pegar a carta na mochila e a entregar para a Yang. A garota abriu o envelope e a leu com um sorriso nos lábios.

– É tão legal a mamãe ainda escrever cartas quando quase ninguém mais escreve. – Comentou com um ar nostálgico – Guardei todas as que ganhei até hoje, inclusive a que ela me mandou quando eu me mudei.

– Eu também guardei as minhas.

– Mesmo longe ela continua se preocupando com a gente. Seria tão bom se certas mães fossem como a Summer.

Eu sabia perfeitamente de quem minha irmã estava falando. Não foi difícil ver que ela estava se referindo à tia Raven, sua mãe biológica. Como Yang foi criada em maior parte pela minha mãe, a relação dela com a minha tia não era muito boa. Mesmo que já tenham melhorado bastante, ainda existia muito assunto mal resolvido e, infelizmente, as duas compartilham da mesma dificuldade de falar sobre sentimentos.

– Yang...

– Relaxa, eu estou bem. – Me entregou a carta e pulou para fora da cama, caminhando até a porta – É melhor você ir dormir. Amanhã é seu grande dia, certo?

– Tem razão. Eu até já estou com sono. – Bocejei – Mas e você? Não vai dormir?

– Agora não, eles vão repassar a temporada de Game of Thrones que eu perdi. Vou aproveitar pra colocar a série em dia.

– Mas, Yang, o tio Qrow disse...

– Eu sei o que o Qrow disse e não ligo. Minhas séries sempre serão mais importantes. – Deu de ombros saindo do quarto.

Nem insisti, Yang consegue ser bem mais teimosa que eu.

Me despedi dos meus amigos, levantei para apagar a luz e voltei a me deitar. Não demorei para cair no sono, já que estava muito cansada. E, graças a isso, no dia seguinte eu acordei totalmente bem disposta. Assim que terminei de me arrumar, passei no quarto da Yang e vi que ela ainda estava dormindo. A chamei umas três vezes antes de desistir e descer para tomar café, o qual o tio Qrow já havia “preparado”.

– Pizza? – Perguntei quando ele colocou um prato com duas fatias requentadas na minha frente – Achei que  tínhamos comido tudo.

– Guardei uma caixa. Por quê...? Vai me dizer que também enjoou?

– Tá louco!? Mamãe nunca me deixaria comer isso no café da manhã. Eu vou morrer feliz!

– Essa é a minha garota... só não conta nada pra ela. – Tio Qrow piscou, se sentando a minha frente. Assenti enquanto devorava minha maravilhosa refeição – E como vai a Summer? Como estão as coisas lá na Austrália?

– Bem! Ela está fazendo um ótimo trabalho lá. – Respondi de boca cheia – Na última foto que ela me mandou, estava cercada de cangurus.

– Ah, ela me enviou essa também. Ficou muito boa. – Sorriu distraído.

Continuei comendo e nem percebi que os olhos do meu tio permaneciam cravados em mim. Com o queixo apoiado em uma de suas mãos e o cotovelo desta apoiado na mesa, ele me encarava profundamente.

– O que foi? – Franzi o cenho.

– A cada dia que passa você fica ainda mais parecida com ela.

– Estranho, o papai me disse a mesma coisa... quer dizer, quase a mesma coisa.

– Ele está odiando essa situação, né? Summer longe... você e Yang morando aqui...

– Sinceramente? Ele está.

– Ótimo. – Seu sorriso me pareceu mais diabólico do que deveria e eu neguei com a cabeça.

Segui tomando café com meu tio e, após alguns minutos, Yang entrou na cozinha. Ela tinha um andar cansado e uma perfeita cara de sono. Olhou de um jeito aborrecido para as pizzas na mesa e passou direto por mim, indo na direção dos armários. Logo voltou com uma garrafa de leite, uma vasilha e uma caixa de cereal.

– Bom dia. – A cumprimentei quando ela se sentou ao meu lado. A garota se limitou em apenas acenar com a cabeça.

– Você está com uma cara ótima, Yang. Suas olheiras estão um charme.

– Me erra. – Minha irmã rebateu meu tio e eu ri.

O celular dele tocou e ele atendeu ali mesmo. Fiquei perdida quando o homem começou a falar em espanhol. Os irmãos Branwen nasceram na Espanha e se mudaram para os Estados Unidos quando tinham quase a minha idade. Sempre tive vontade de aprender espanhol, não entendo e nem falo absolutamente nada. Já a Yang, sendo instruída desde pequena pela tia Raven, entende e fala muito bem.

Mesmo não tendo a pronuncia perfeita.

– E aí? – Puxei assunto com ela – Valeu a pena ficar acordada até tarde?

– Muito! O final da temporada foi épico! Estou feliz, apenas um personagem que eu gosto morreu.

– Nossa. – Ri tomando um gole do meu suco – E isso é bom?

– Lógico, sempre morre bem mais. Enfim... está animada pra hoje?

– Um pouco.

– Por que só “um pouco”?

– Ah, você sabe... vou conhecer pessoas novas e também a minha colega de quarto. Estou um pouco insegura.

– E por que você está insegura?

– Sou péssima em fazer amizade, eu simplesmente não consigo.

– Como não? É super fácil. É só chegar na pessoa e dizer “oi”.

– Fácil pra você, né? Você sempre foi popular.

– Isso não tem nada a ver. Relaxa. O pessoal da escola é bem de boa. – Comentou rindo – Apesar de que tem alguns que é melhor manter distância.

– Quem?

– Bom... por onde eu começo? Tem o Sun Wukong, o Neptune Vasilias, o Mercury Black, a Weiss Schnee... ah, principalmente, a Weiss Schnee.

– Mas por quê?

– Porque eles não são boas companhias. O Sun até que não é tão ruim quanto os outros, ele é só um babaca que se acha o revolucionário e vive fazendo protestos idiotas.

– Hm... e os outros?

– Esses não prestam mesmo. Tipo, não mesmo. – Enfatizou – Fica bem longe. 

– E-Entendi.

– Sí... está bien. Hasta luego. – Meu tio finalizou a ligação nos encarando – Preciso levar vocês agora, tenho que resolver um problema lá na Shots.

“Shots” é a loja de instrumentos musicais onde meu tio trabalha, ele é o gerente.

– Mas eu nem acabei de tomar café. – Yang protestou.

– Termina no carro.

Minha irmã revirou os olhos pegando a vasilha de cereal e eu coloquei minha mochila nas costas, me apressando em tomar todo o meu suco. Meu tio pegou as chaves em cima da mesa e me ajudou com a mala. Após toda essa correria, entramos no carro e seguimos para o colégio.

Não demoramos tanto tempo assim para chegar, tio Qrow morava razoavelmente perto. O colégio era enorme. Eu já podia ver boa parte dele através das grades enquanto meu tio seguia pela estrada que o contornava. Apoiei as duas mãos no vidro, sorrindo com cada coisa que eu via. 

Havia ali uma variedade de árvores, além de estátuas, fontes e arbustos com diversos tipos de flores. Todos dispersos pelo perímetro de uma vasta área verde onde muitos estudantes conversavam e riam uns com os outros. Entre essas áreas, calçadas de pedras traçavam os caminhos para os prédios. Um pouco distantes deles havia também pequenos lagos, dois campos de futebol com pista de atletismo embutida, ambos posicionados em lados opostos,  e para além destes uma piscina olímpica a céu aberto.

O que mais me chamou atenção foi o prédio escolar, branco, de estilo arquitetônico neoclássico. Ele se destacava dos demais por ser enorme, tanto em comprimento quanto em altura, e estava no centro de todas as outras coisas no campus.

Fiquei maravilhada, era tudo tão bonito e... colorido.

Foi inevitável não me apaixonar, mais uma vez, pelas cores.


Notas Finais


Peço desculpas pelos erros encontrados. Até loguinho.
(o´ω`o)ノ




~capítulo revisado e editado por Leone (YuzuKitsune)


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