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História Todas As Suas Cores - Time Ruby! - Parte II


Escrita por: JJ-

Notas do Autor


Olarrr... Como estão todos?

Aqui estou eu com mais um capítulo, então vamos ver quem escolheu a alternativa certa. Ah, pra quem escolheu a letra D... Parece que o jogo virou, não é mesmo? kkkkk
Brincadeira, a tia ama vocês.

Enfim! kkkk Gente, o desenho que usei de capa nesse capítulo foi um presente que ganhei da maravilhosa da Konan26, minha mozin. Ela ilustrou um momentinho fofis que rolou no cap e eu tô muito apaixonada por esse desenho aaaa...
>---<

Boa leitura! ♡

~Aliás, caso queiram ver as danças, disponibilizei os links nas notas finais

Capítulo 20 - Time Ruby! - Parte II


Fanfic / Fanfiction Todas As Suas Cores - Time Ruby! - Parte II

 

 

Eu joguei Just Dance apenas algumas vezes e ele estava longe de ser um dos meus jogos preferidos. Porém, todos haviam aceitado. Seria grupo contra grupo, no modo quarteto, e dessa vez eles aumentaram a aposta, o time vencedor levaria todos os pontos do time perdedor.

Era tudo ou nada.

Enquanto as meninas escolhiam a música, fiquei sentada numa cadeira checando as minhas mensagens no celular. Foi aí que o garoto de cabelos vermelhos saiu de perto do seu grupo e se aproximou.

– Está tudo bem? Digo, com o seu tornozelo?

– Sim, eu não me machuquei. – Coloquei meu telefone em cima da mesa que tinha ali – Graças a você que me salvou. Obrigada.

– Que isso, não precisa agradecer. – Sorriu – Você mandou muito bem lá.

– É, mas eu perdi.

– Ah, mas isso é apenas um detalhe. Você...

– Ei, cabeça de fósforo! – Neptune chamou ele – Para de flertar com o inimigo e volta pra cá.

– C-Cala a boca! – Rebateu irritado, fazendo os amigos rirem de sua reação. Quando ele se voltou para mim novamente, o tom do seu rosto era quase o mesmo do cabelo – Não ligue pra eles, sério. São um bando de idiotas.

– Sem problemas. – Ri.

– Vou lá, Ruby. Boa sorte.

– Pra você também, Scarlet.

O garoto me deu outro sorriso, o qual eu fiz questão de retribuir. Ele me parecia ser um cara legal, levando em consideração os boatos de que ele era uma pessoa egocêntrica. Notei que Weiss nos observava com uma cara nada amigável e, assim que ele saiu, ela se aproximou com uma garrafa de água e me ofereceu. Aceitei de bom grado e dei um gole.

– O que ele queria?

– Perguntar se estava tudo bem.

– Hm. – Cruzou os braços – Só isso?

– E me desejar boa sorte... por quê?

– Nada. – Suspirou.

No momento em que eu ia insistir para que ela falasse, Blake e Yang nos chamaram. Elas já haviam escolhido a música, então pegamos nossos controles e nos posicionamos de frente para a tela. Eu já tinha percebido que havíamos ganhado alguns espectadores enquanto jogávamos no DDR, porém, tinha muito mais pessoas agora.

– Prontas? – Yang perguntou e assentimos.

Eu reconheci a música nos primeiros segundos, era a música Lean on do Major Lazer, na qual eu era viciada na época que lançou.

Os dançarinos virtuais começaram a dançar e abaixo deles se aproximavam algumas poses. Erramos boa parte das primeiras, mas logo depois fomos pegando o jeito, ficou fácil quando os passos começaram a se repetir.

Gritos vindo da "plateia" entusiasmada acompanhavam a nossa coreografia. Nossa sincronia era ótima, conquistamos estrelas ao longo da música e no final atingimos uma pontuação de cinco estrelas. Me empolguei ao comemorar com as garotas. Eu fiquei surpresa com o nosso desempenho, só não mais surpresa que os meninos.

– Já era, manos. – Escutei Sun lamentar – Não vamos ter chances.

– Não? – Neptune riu sarcástico – Põe um Fifth Harmony aí.

Entregamos nossos controles e eles tomaram nossas posições. Eu ainda estava impressionada com a escolha, não estava botando fé, mas dispensei qualquer comentário quando os meninos começaram a dançar.

Mal podia acreditar no que estava vendo, eles estavam dançando a música Worth it e estavam sendo incríveis. Copiavam fielmente os movimentos das dançarinas sem nenhuma dificuldade, como se tivessem ensaiado durante meses só para aquilo. Toda vez que eles alcançavam uma estrela, mais animadas as pessoas que assistiam ficavam e mais incentivos eram direcionados a eles.

Por um breve momento eu achei que ia acontecer um novo empate, pois eles também haviam alcançado a quinta estrela. No entanto, eu estava enganada, só me dei conta de que iríamos de fato perder quando eles passaram dessa marca e conquistaram a "super estrela".

Todos gritaram animados. A música acabou com os meninos fazendo a pose final e, em seguida, comemorando a vitória. Blake e eu fomos parabenizá-los e incentivamos a Weiss e a Yang a serem boas perdedoras e virem junto conosco.

– Valeu, gente, vocês também mandaram muito bem. – Sage sorriu.

– Verdade, só não ganharam da gente porque fomos treinados pelo Nep aqui, né, amigão? – Sun envolveu o pescoço do amigo com um braço. O garoto ficou vermelho, mas não entendi o porquê – Esse cara é viciado em Just Dance e manja muito de coreografias. – Continuou – Ele sabe todas de qualquer girl group que vocês possam imaginar, principalmente se for coreano.

– Nossa, Neptune, pra mim você não sabia dançar, quem diria que existe uma rainha do k-pop no seu interior.

– Não enche, Yang. – Ele revirou os olhos e a gente riu – Enfim... vamos ao que interessa. Tem algo que vocês nos devem.

– Tudo bem, trato é trato.

Minha irmã entregou nossos cartões para o Neptune e eu não pude evitar de ficar um pouco triste com isso.

– O que foi? – Weiss perguntou.

– É que eu realmente queria ver o que tem dentro daquela caixa.

– Se vocês só querem ver, podem vir com a gente. – Scarlet falou – Vamos todos juntos.

Seguimos com os meninos para a stand de troca e esperamos na fila. Quando finalmente chegou a nossa vez, Sun colocou todos os cartões em cima do balcão e pediu a tão almejada "caixa misteriosa". Todos que estavam perto olharam surpresos para ele, até mesmo o funcionário.

– Ei, amigo, acho que isso não vale.

– Claro que vale. – Sorriu arteiro – Eu li as regras mais de uma vez e não encontrei nada que proibisse usar mais de um cartão. Só dizia que tínhamos que juntar mil pontos em duas horas, e eu, parceiro, juntei até mais de mil.

O homem ficou sem falas. Ele acabou recorrendo ao gerente, mas este também não tinha grandes argumentos. O jeito era aprovar a vitória do Sun e foi isso que ele fez.

Com o consentimento dele, o funcionário se virou e pegou a caixa dourada que estava no topo de uma prateleira de vidro. Assim, com todo o cuidado do mundo, entregou o objeto para o Sun como se fosse algo sagrado. O garoto engoliu seco antes de abrir e eu, assim como todos que estavam em volta, me aproximei mais. Fez-se silêncio. E ele foi logo quebrado por algum maluco aleatório gritando que não aguentava mais tanto suspense. É claro que ele foi rapidamente calado por uma enxurrada de "shh"s.

– O que está esperando, cara? Vai logo com isso. – Neptune tirou o Sun do transe enquanto nós permanecemos na expectativa.

Ele abriu a caixa e lá dentro só tinha um cupom também dourado.

– Que diabos é isso? – Blake perguntou ao tempo em que Sun lia um pequeno bilhete que também estava na caixa.

– Ai, meu Deus! Será que é um cupom para ir à fábrica de chocolate? – Coloquei as mãos no rosto.

– Não, Ruby, aqui diz que isso é um vale pra usar de graça o brinquedo que você mais gostou durante um ano.

– Sério? Só isso? – Weiss bufou. As outras pessoas voltaram para o que estavam fazendo. Todos ficaram bastante frustrados, com exceção da Yang que ficou rindo.

Mesmo tendo perdido o braço teoricamente.

– Pera aí... – Sage estreitou o olhar – Quer dizer que a gente se estressou nesses brinquedos pra continuar se estressando somente em um deles, só que de graça?

– Pelo menos é de graça. – Scarlet riu – Qual vocês querem escolher?

– Nenhum, eu vou é sair daqui. Tô de saco cheio. – Neptune revirou os olhos e o Sun concordou com ele.

– Pois é, é melhor voltarmos pro colégio. Você vem com a gente, Blake?

– Foi mal, Sun, mas eu vim com elas e vou voltar com elas.

– Sim, mas é melhor você ficar comigo pra eu não ficar preocupado.

– Não precisa se preocupar, cara. – Minha irmã se aproximou, dando um selinho no pescoço da Blake e a abraçando por trás – Eu cuido dela.

Aquilo acabou com o Sun. Ele tentou esconder seu descontentamento, mas foi inútil. Se despediu de forma fria e se apressou em sair dali. Sage e Scarlet também se despediram da gente antes de correrem atrás dele. Neptune foi o único que não se preocupou em fazer isso.

Pelo menos não tão rápido.

– E aí, Weiss? O que acha de darmos um fora daqui e irmos pra outro lugar? Só nós dois.

Eu queria ter a coragem da Yang para fazer com a Weiss o mesmo que ela fez com a Blake. Mas não. Ao invés de tomar uma atitude, eu apenas torci em silêncio para que ela escolhesse ficar comigo de novo, como na festa dela.

– Não, Vasilias, eu passo.

– E mais uma vez você está me trocando...

– Então é bom você começar a se acostumar.

– Aff! Pare com esses joguinhos. Não vê que a gente precisa um do outro? Vem, vamos logo. – Ele a segurou pelo pulso, mas ela se desvencilhou.

– Já disse que não.

– Qual é, Weiss...

– Não escutou, Neptune? – Yang interveio – Cai fora.

– Fica de boa aí, loira, eu estou falando com a Weiss e não com você.

– Mas ela tá certa. Eu realmente quero que você pare de encher meu saco e vá embora.

– Neptune, não force a barra, ok? – Blake alertou o fazendo desistir.

– Beleza, eu vou embora. Mas você não vai poder fugir de mim pra sempre.

– Babaca. – Yang revirou os olhos quando ele finalmente se foi e depois sorriu de lado quando olhou para a Weiss, que ainda estava inquieta – Ei, Weiss Snow.

– O que é?

– Que bom que ficou com a gente.

O rosto da garota ficou vermelho e Yang riu outra vez – Tá, que seja. Pra onde vamos agora?

– Não sei. Que tal deixarmos essa decisão para a "líder"? – Blake fez aspas e olhou para mim.

– Boa! Pra onde vamos, irmãzinha?

Eu, que até então estava calada, dei um sorriso largo, afastando minhas preocupações anteriores e voltando a minha "programação" normal. Era a minha vez de escolher nosso destino e eu não estaria sendo eu se não escolhesse um lugar que tivesse algo para comer.

– Não acho que peguei pesado com o Sun. Ninguém mandou ele ser um pau no cu do caralho.

– Yang, olha essa boca. – Blake repreendeu.

Já havia escurecido e nos encontrávamos na sorveteria, numa mesa perto da janela. Minha cunhada se acomodou ao lado da minha irmã e eu ao lado da Weiss.

– Desculpa, amor, acho que minha boca só presta quando está ocupada ou com seus lábios ou com doces.

– Então volta a focar no seu sorvete, senão eu vou roubar seus canudinhos de biscoito pra mim.

– Aí não. Roubar meu coração tudo bem, mas meus canudinhos já é um pouco demais, não acha?

– Ah, é?

Blake arqueou uma sobrancelha e pegou um dos canudos da minha irmã, o levando até a boca e o exibindo entre os lábios, para provocá-la. Em resposta, Yang se aproximou e mordeu um pedaço dele, preferindo ficar ali dando um selinho na garota do que se afastar.

– Oh, por favor, me poupem disso. – Weiss bufou e elas responderam com risadas, sem desgrudar os lábios uma da outra e engatando um beijo.

– Como está o seu sorvete com cobertura dupla, Weiss? – Me dirigi a ela – Está gostoso?

– Odeio admitir, mas essa bomba calórica é divina. – Ela respondeu limpando o canto da minha boca com um guardanapo que pegou em cima da mesa – E isso é tudo culpa sua.

– Culpa minha!? P-Por quê?

– Por me fazer gostar de coisas que não posso gostar.

– Verdade, Ruby, você está fazendo a Weiss ser alguém que ela não é. – Yang comentou – Só falta ela parar de ser uma patricinha enjoada.

– Escuta aqui, Xiao Long, por que você não cala a boca e volta para os seus biscoitinhos e para sua namoradinha, hein?

– Vocês não vão começar, né? – Blake pronunciou.

– Pois é, o clima estava tão legal. – Dramatizei enquanto tomava mais sorvete.

– Ok. Eu vou ficar na minha, mas antes acho que preciso dizer algumas coisinhas a vocês. – Weiss disse séria, fazendo a gente encará-la com curiosidade – Ruby. – Se voltou pra mim – Obrigada por ter me convidado. Eu me diverti muito.

– Ah... não há de que.

– Blake. – Se dirigiu para morena – Eu já te falei muitas coisas desnecessárias e eu te peço desculpas por elas. Às vezes eu mesma acabo ultrapassando o limite da idiotice.

– Tudo bem, Weiss. Tá de boa.

– E Yang... – Encarou minha irmã, meio receosa – Eu não vou te pedir desculpas, porque você sabe muito bem que o nosso assunto é muito mais sério.

– É, eu sei.

– Mas... – Weiss continuou – Eu gostaria que mantivéssemos essa trégua. Deixando claro que isso não significa que eu parei de te odiar, óbvio.

– Meu Deus, você continua sendo tão complicada. – Yang riu – Mas, beleza. Por mim tudo bem.

Não deu para segurar minha empolgação quando elas finalmente se “resolveram” – Vocês não fazem ideia do quanto estou feliz. Esse momento merece uma selfie. – Peguei meu celular – Junta todo mundo aqui.

– Espera, Ruby, deixa eu ajeitar o meu cabelo. – Weiss pediu já arrumando seu laço – Pronto.

– Beleza, digam "Time Ruby"!

– Time Ruby!!!

O fim daquele dia estava sendo a melhor parte dele. Tomamos muito sorvete e conversamos bastante. Surpreendentemente Weiss e Yang não brigaram nenhuma vez. Weiss até se ofereceu para pagar a conta e nos fez pedir outras sobremesas.

– Isso no seu cartão de crédito são diamantes? – Blake se surpreendeu quando a Weiss entregou o cartão para o garçom.

– Sim, existem poucos dele. Além de mim, as únicas pessoas que o possuem são meu pai e o embaixador da...

– Tá bloqueado. – O homem a interrompeu.

– Hã?

– Seu cartão está bloqueado, senhorita.

– Impossível! Passa de novo. – Ela pediu e ele fez – Mais uma vez. – O homem atendeu e a mensagem de bloqueio voltou a aparecer – I-Isso não pode estar acontecendo.

– Sei não, hein, Weiss... – Yang sorriu – Andando de busão, cartão sendo recusado... bem-vinda à classe média.

– Vai se ferrar, Xiao Long! – Ela ralhou – Olha, o defeito está claramente na sua máquina. Arrume outra!

– Me desculpe, senhorita, mas o defeito não está na máquina.

– Weiss, deixa isso pra lá. É melhor cada uma pagar a sua parte. – Blake falou enquanto vasculhava os bolsos, a cara dela não era muito boa – Putz... acho que não vou conseguir pagar a minha.

– Vish, nem eu. – Yang exclamou. Weiss ainda estava discutindo com o garçom.

– Relaxa, gente, vou dar um jeito. Me deem os chaveiros que ganhamos de brinde com os sorvetes.

Recolhi os chaveiros delas e percorri os olhos pela sorveteria. Tentei vendê-los para os outros clientes, mas ninguém me levou a sério. Fui salva por duas senhoras que sentiram pena de mim e compraram dois deles. Os outros foram comprados por um garotinho, o qual brincava com bonecos de ação, que levou os chaveiros por um preço bem abaixo do que eu já havia definido. Não contava que o pestinha fosse um negociador tão bom.

Por sorte recolhi dinheiro suficiente para conseguimos pagar a conta. Ainda ficou faltando alguns trocados, mesmo com a Weiss catando algumas moedas dentro da bolsa, mas o garçom deixou passar.

– Deus, eu nunca passei tanta vergonha na minha vida.

– Relaxa, Weiss. Pelo menos não nos colocaram pra lavar a louça. – Brinquei – O problema agora é que não sobrou dinheiro pra passagem.

– Vamos ir andando então. – Yang sugeriu e apenas Blake e eu concordamos.

– Andando? Daqui até o colégio? Vocês estão loucas?

– Não é tão longe assim, Weiss, é só cortar caminho.

Apesar de termos cortado caminho por entre alguns parques e vielas, ainda assim isso acabou nos custando tempo demais, pois já havíamos passado do horário permitido quando chegamos no colégio. Os portões estavam fechados e havia seguranças postados na guarita localizada em frente à instituição.

Estávamos dispostas a aceitar nossas advertências, mas a Yang não queria mais uma de jeito nenhum. Como o muro era bem alto, ela nos levou para trás do colégio. Especificamente para uma parte do muro onde tinha um buraco escondido atrás de alguns arbustos.

Provavelmente descoberto por "fugitivos" anteriores.

Weiss se recusou a atravessar, mesmo com a Yang ameaçando jogar ela por cima do muro. Foi somente após muita insistência que conseguimos convencê-la e finalmente entramos no colégio. Porém, ao chegarmos no dormitório, outra surpresinha.

Mais vigilantes.

– Qual é o seu plano pra essa situação, gênio? – Weiss provocou – Outra passagem secreta?

– Não, princesa, dessa vez não tem passagem secreta.

– Então como vamos conseguir entrar lá? – Perguntei.

– O jeito é esperar a troca de turno dos guardas. Vai ser daqui a algumas horas então vamos ter que ficar em outro lugar. – Explicou e a Blake arqueou uma sobrancelha de leve.

– Onde?

Dessa vez Yang nos levou para a piscina. Estava tudo escuro e aparentemente não tinha como entrar ali, já que ela era toda cercada por uma grade. Porém, apesar disso, minha irmã a escalou e em questão de segundos já estava do outro lado.

– O que estão esperando?

– Tem certeza de que é seguro ficar aqui? – Blake ainda soava descrente.

– Aham. Os guardas só se preocupam em vigiar os dormitórios e o prédio principal, eles simplesmente cagam para as outras coisas.

Aquilo foi o bastante para nos convencer. A morena foi a segunda a subir e, assim que ela chegou no outro lado, eu ajudei a Weiss e depois comecei a escalar a grade também. Uma vez que já estávamos juntas na área da piscina, Yang seguiu até o painel de força e acendeu algumas luzes. Elas incomodaram minha visão e pisquei várias vezes até me acostumar.

– Calma, isso não vai chamar a atenção deles. – Nos adiantou, já se preparando para se despir – Eu garanto.

– O que pensa que está fazendo?

– É uma piscina. – Yang respondeu a Weiss como se suas intenções já estivessem óbvias.

Ela terminou de tirar a blusa e o shorts e, após ficar só de calcinha e sutiã, correu e se jogou na água.

Blake e eu nos entreolhamos antes de fazermos exatemente o mesmo que a loira, tiramos a roupa e mergulhamos também. Ao cair na piscina, eu já esperava que a água estivesse gelada, mas fui surpreendida com o contrário. Ela estava bastante fresca e eu procurei ficar submersa o máximo de tempo que pude, prendendo a respiração e aproveitando a sensação de estar debaixo d'água.

Quando retornei à superfície vi que a Weiss ficou para trás. "Duvido que ela queira minha ajuda pra tirar a roupa", foi o que eu pensei e me arrependi de ter pensado já no segundo seguinte. Eu odeio quando esses pensamentos involuntários invadem minha cabeça e fazem meu rosto enrubescer.

– Hey, Weiss, não seja tímida. – Blake brincou.

– É, sua fresca, vem logo pra cá antes que eu te jogue aqui à força. – Yang sorriu em provocação.

– Vocês são um pé no saco. – A garota de cabelos brancos resmungou tentando segurar uma risada.

Ela começou a tirar a blusa e quando vi parte de seu sutiã azul-claro desviei meu olhar desesperadamente para qualquer outra direção. Meu coração batia tão forte que era como se estivesse prestes a explodir dentro do meu peito e a última coisa que eu queria era que elas percebessem que eu estava surtando por causa daquilo. Passei somente a ouvir a Blake rindo enquanto a Yang cantarolava uma música de striptease para a Weiss, que ficava mandando ela se calar.

– Por que parou? – Blake questionou e eu me voltei para elas, a fim de saber o que estava acontecendo.

Weiss permanecia parada de braços cruzados, só de roupa íntima – E-Eu mudei de ideia, não posso fazer isso... o que o meu pai iria pensar?

A reação da Yang não foi outra, ela negou com a cabeça e saiu da piscina com um sorriso torto, indo atrás da Weiss. Esta até que tentou fugir, mas minha irmã conseguiu alcançá-la. Pegou a garota no colo e depois se jogou na piscina com ela. Seus gritinhos de protesto me assustaram por um momento. Olhei para os lados alarmada, pensando que nossa bagunça pudesse ter chamado a atenção de alguém, mas estava tudo normal.

Suspirei em alívio.

– Eu te avisei. – Yang riu assim como a Blake fazia. Seu semblante travesso logo foi substituído por um irritado quando a Weiss jogou água em seu rosto.

– Sua idiota!

Em resposta minha irmã jogou água nela também e Weiss a encarou de um jeito mortal antes de jogar outra vez, porém, ela acabou jogando água na Blake, que revidou jogando água nas duas. Eu fui tentar intervir, achando que elas estavam levando aquilo muito a sério, mas mudei de ideia quando escutei suas risadas. Elas acabaram me acertando também e eu fui incluída naquela guerrinha boba, que só não rendeu por mais tempo porque a Blake e a Yang acabaram num confronto particular.

E quando digo "confronto particular" me refiro às duas se pegando em algum canto da piscina.

– Caramba! Por que vocês não procuram logo um motel? – Weiss implicou com elas e depois se juntou a mim, relaxando com os braços apoiados na borda da piscina – Elas não se cansam?

– O que você acha? – Soltei uma risada e ela me acompanhou.

Sem perceber acabei encarando a Weiss por um tempo e, sem perceber, aproximei minha mão lentamente do rosto dela.

– Ruby... – Ela falou baixo antes que eu a tocasse – Não acho uma boa ideia você me beijar agora, sua irmã vai zoar a gente.

– B-Beijar você? E-Eu... essa não era minha... q-quer dizer... – Me atrapalhei com as palavras, mas tratei de respirar fundo.

Eu tenho que parar de ter esse tipo de reação estúpida.

Engoli em seco e levei meus dedos até a cicatriz no rosto dela, a analisando cuidadosamente – Eu ia te perguntar onde você conseguiu essa cicatriz, nunca tivemos a chance de falar sobre.

– Ah, foi há muito tempo. Na época que eu estava começando a me destacar na esgrima. – Divagou de forma nostálgica – Todos esperavam muito de mim por ser a irmã da Winter, ela era uma verdadeira prodígio.

– Isso explica porque ela se tornou treinadora.

– Sim. E, cá entre nós, era uma droga ser comparada a ela o tempo todo, mas isso nos uniu. Criamos um laço irmã-irmã e isso até que funcionou por um tempo.

– Por um tempo? – Indaguei, vendo-a ficar com um ar de desânimo – O que aconteceu?

– Winter saiu de casa um dia antes da minha estreia no campeonato. – Contou num tom triste – Ela era uma adolescente idiota. Estava entusiasmada com uma bandinha de garagem e não pensou duas vezes quando foi convidada para acompanhar eles numa turnê. Acho que o objetivo dela era irritar meu pai. – Riu com ironia – Enfim, o problema foi que…

– Ela não estava lá pra te ver. – Completei e ela assentiu num balançar de cabeça.

– Eu estava com tanta raiva e tão decepcionada que na hora não consegui segurar o choro. – Continuou – Minhas lágrimas dificultaram minha visão. Tentei me concentrar na luta, mas tudo que eu queria era descontar em alguém. Então eu tirei a máscara e o resto você já pode imaginar. Meu oponente só se defendeu.

– Eu sinto muito.  

– Não sinta. – Falou – Eu deveria ter sido sincera quando a Winter perguntou se eu ia ficar bem caso ela fosse embora. Deveria ter dito pra ela ficar e enfrentar seus problemas. E deveria começar a enfrentar os meus.

– Mas você enfrentou, na sua festa. – Lembrei.

– Sim, mas eu não posso parar ali, Ruby, ainda tenho muita coisa pra resolver.

– Entendo.

Ficamos em silêncio depois disso. Tentei procurar um novo assunto ao mesmo tempo em que a observava de soslaio. Ela me parecia ainda mais bonita com o reflexo da água dançando sobre sua pele em pequenas ondulações. Descobri que elas eram causadas pela Yang, que agora andava pela piscina segurando a Blake em seu colo.

– Ruby... – Weiss redirecionou minha atenção para si – Eu recebi uma mensagem do Neptune quando estávamos na sorveteria. Um amigo nosso vai dar uma festa amanhã e ele quer me encontrar lá.  

– E você vai?

– Eu realmente não posso fugir dele pra sempre, posso?

– Não... – Suspirei – Não pode.

– Você vai comigo, né? – Se aproximou mais e apoiou o queixo sobre meu braço – Eu preciso de você, Ruby.

Eu aceitei, é claro que eu aceitei, mas dentro de mim ressoava um pressentimento de que, depois daquela noite, a minha amizade com a Weiss não seria mais a mesma.


Notas Finais


Vou botar fogo no parquinho!


Link das danças do Just Dance:
Major Lazer: https://youtu.be/R9bMw6xpB50
Fifth Harmony: https://youtu.be/fBVxwep-Y6U




~capítulo revisado e editado por Leone (YuzuKitsune)


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