História Todos nós começamos sendo estranhos - 26- Meu namorado.

Ashley narrando:

Eu estava me sentindo realizada. E sorria ao pensar em como minha vida mudou da água para o vinho. Nem parece que até um tempo atrás eu era uma garota solitária que passava o dia todo lendo livros e me dedicando à faculdade.

Eu olhava pra Justin e me sentia a pessoa mais sortuda do mundo, eu tinha conseguido fazer com que alguém me amasse. Então eu aprendi, aprendi que amor não é se envolver com a pessoa perfeita, aquela dos nossos sonhos e que não existe príncipe e princesa. Amor é você encarar a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades mas sabendo também dos seus defeitos. O amor só é lindo quando encontramos alguém que nos transforma no melhor que podemos ser.

Confesso que fiquei muito nervosa minutos antes desse jantar, eu colocava em minha cabeça inúmeras possibilidades de tudo dar errado.
Eu dizia " E se ele não sentir nada por mim? E se ele desistir de tudo no final? E se eu não for a pessoa certa?" E se...

E se.

Esse negócio de " e se " não existe. Sinceramente? Se for pra acontecer, vai acontecer, o resto é da sua cabeça. Não adianta implorar. Se não aconteceu, era pro seu bem, Deus tá cuidando de tudo pra você não sofrer.

- Está pensando em quê? - A voz calma de Justin me tirou dos pensamentos e eu olhei pra cima vendo seu olhar fixo nas ondas do mar.

- Em tudo o que aconteceu até agora, em como minha vida mudou desde que você apareceu nela, estava pensando, no bem que você me faz. - Ele sorriu, e abaixou o olhar, seus olhos encontraram o meu e Justin inclinou a cabeça selando nossos lábios.

Estávamos deitado no pequeno pano aberto sobre a areia. Na verdade, eu estava deitada e Justin sentado, minha cabeça em seu colo enquanto ele acariciava meus cabelos. Passei a encarar o céu.

Ele estava lindo. As estrelas brilhavam e eu não sabia se aquele brilho intenso era verdadeiro ou se era somente minha felicidade que estava me fazendo enxergar as coisas de modo diferente.

- É insano como acontece as coisas não é? - Ele perguntou.

- Sim, o amor vem de várias formas. Você pode esbarrar com ele em qualquer esquina, ou uma simples lanchonete. A gente nunca deve forçar, nunca devemos mendigar o amor de alguém, se a pessoa nos ama, ela vai amar naturalmente. - Comentei.

- O amor também pode vim quando seu carro pode quebrar no meio de uma tempestade. - Eu ri. Foi dessa forma que nos conhecemos. - Você era tão inocente.

- Eu ainda sou. - Corrigi o fazendo rir. - Só sou um pouco mais experiente.

- É e... - O celular dele começou a tocar fazendo com que Justin parasse de falar. - É Chaz, pedindo para que a gente volte. - Suspirei. - Por mim eu passava a noite aqui.

- Mas, temos um outro jantar. - Murmurei me levantando.

- Vamos, então... Sra. Bieber? - Disse estendendo a mão, sorri de imediato e entrelacei nossos dedos.

- Vamos, Sr. Bieber. - Respondi.

Caminhamos na maior calma possível, o vento forte batia em meu vestido fazendo com que ele balançasse tão rápido quanto meus cabelos. Justin estava levando os sapatos na outra mão, então quando chegamos ao carro, ele teve que soltar minha mão para abrir a porta pra mim. Sorri como agradecimento e entrei no banco do passageiro, Justin deu a volta no carro e sentou no banco do motorista, jogou os sapatos no banco de trás e sorriu, ligando o motor e dando partida.

No caminho, eu liguei o rádio e uma música lenta tocava, encostei a cabeça no banco do carro e passei a observar as casas pela janela, enquanto Justin dirigia com a atenção focada na rua.

Percebi que havíamos chegado quando o carro parou, retirei o cinto de segurança e antes que eu abrisse a porta, Justin puxou meu rosto e colou nossos lábios, sorri com o ato e coloquei a mão em sua nuca o puxando para um beijo de verdade, nos separamos e ele disse:

- Está pronta?

- Sim. - Justin me deu um selinho e então eu desci do carro. Ajeitei o vestido e o meu cabelo, balancei meus sapatos para tirar os vestígios de areia e calcei os mesmos. Justin preferiu ficar descalço.

Nos aproximamos da porta e eu me arrepiei por completo quando ela foi aberta, Chaz sorria abertamente enquanto ouvia vozes vindas provavelmente da cozinha, já estavam todos ali e eu estava nervosa mais uma vez. Mas não tão nervosa quanto estive antes do jantar com Justin.

- Justin e Ashley, o mais novo casal da família Somers. - Chaz nos cumprimentou fingindo formalidade e eu ri com sua atitude. - Entrem.

Ele deu espaço e quando eu e Justin entramos.

- Hey, vocês chegaram, achei que fossem demorar mais. - Jazzy apareceu no corredor e me abraçou - Deu tudo certo, estão oficialmente namorando?

- Oh, sim deu tudo certo. - Falei sorrindo e ela também sorriu.

- Quero ver um beijinho. - Disse fazendo biquinho, Justin revirou os olhos.

- Da licença, Jazzy?

- Só um beijinho, o que custa? - Ela fechou a cara me fazendo rir, Justin me puxou para um selinho e Jazzy comemorou. - Viu, não morreu! Agora venham porque o jantar já está servido, nós estávamos com fome não aguentamos esperar por vocês. - Ela foi andando em direção a cozinha e nós a acompanhamos em silêncio.
Assim que passamos pela porta, os olhares de todos  caíram para nós, e principalmente o da minha mãe, que desceu os olhos até nossas mãos que estavam entrelaçadas.

- Mãe, esse é o Justin. - ela me olhou.

- Seu namorado. - Justin sussurrou.

- Meu namorado. - Completei a frase, fazendo ela soltar a colher que segurava, causando um pequeno barulho com o impacto da colher sobre o prato.

- É aquele garoto que te fez matar aulas e ir a boates? - Eu e Justin nos entre olhamos e ele engoliu seco notando que o clima tinha ficado tenso com a pergunta feita por mamãe. Droga.