História Together For 365 Days - Real

CAPÍTULO 34

Zayn estava sentado na ponta da mesa, e Danielle do outro lado. A mesa estava cheia de coisas e ela nem sabia como comeria pelo menos metade daquilo tudo. A primeira coisa que decidiu fazer foi pegar um pouco de leite, se levantou e abriu o armário pegando duas xicaras, colocando uma na frente de Zayn e segurando a sua na mão, colocando leite dentro. 

— Se ficar me olhando eu não vou conseguir comer — ela disse rindo sem olhar para Zayn. — Que horas são? — perguntou se lembrando de repente, tinha perdido a noção do tempo. 

— Devem ser umas 11:00. — Danielle arregalou os olhos, observando a calma dele. Estava cortando um pedaço de bolo. 

— E o que está fazendo aqui? Não tinha que estar na empresa? — perguntou estranhando a situação. Estava procurando pelo chocolate para colocar em seu leite. 

— Talvez, mas eu conheço um cara, o nome dele é Peter, acho que ele vai deixar essa passar. — Disse levantando os ombros de Danielle riu. 

— Você é bobo. — levou a xicara até os lábios. Zayn ficou olhando para ela, Danielle olhava para ele também. Por poucos segundos nada parecia estar em volta deles. — Zayn o que... — ela deixou a xícara em cima da mesa com cuidado, mas continuou a segurando. — o que temos que fazer agora? — ela encolheu os ombros, estava com medo da resposta dele.

— Temos que ir devagar, quer dizer, isso tudo chegou muito rápido. Você não acha? Morar com uma pessoa que você nunca viu, de repente fazer parte da vida dela, se ver todo os dias assim que abrimos a porta do quarto... as pessoas fazem isso que nós estamos fazendo, mas de fora parece muito... fácil. — soltou o ar pesadamente se encostando na cadeira. 

— O que quer dizer com isso? — Danielle perguntou baixo e levemente assustada. Não estava acreditando que tudo começaria oura vez. — O que significa? — perguntou assim que ele não respondeu se desanimando completamente, murchando como uma flor sem cuidados... 

— Que eu estou me apaixonando por você. 

Danielle achou, primeiramente, que seu coração tinha parado por um segundo, depois pensou que ele fosse pular para fora do peito. Demorou uns segundos para responder, pensando se ele tinha mesmo dito aquilo. Ela não tinha um histórico muito com bom com paixões correspondidas e com Zayn era tudo tão intenso, e ele estava ali, sentado ao lado dela dizendo que estava apaixonado por ela. 

— Mas e... e... — ela estava sem ar. — E a... 

— Não fale das outras pessoas, as outras pessoas não importam. 

— Mas é que... — ela estava incrédula. Sabia que estava gostando de Zayn, que estava se apaixonando por ele, mas escutar o próprio dizer isso foi tudo o que ela não pensou que fosse acontecer. Talvez uma atração, talvez ele gostasse de ficar com ela, mas ele tinha dito que estava se apaixonando. — Você é você e eu... eu sou eu. — deu de ombros. 

— O que você quer dizer com isso? — ele se virou para ela e Danielle fez o mesmo, totalmente agitada. — Danielle, preste atenção em mim. — ele se curvou um pouco para frente e ela o olhou atenta. — Callie pode ser bonita — ele colocou o cabelo dela atrás da orelha e ela fechou os olhos por poucos segundos sentindo o toque dos dedos dele sobre sua pele. — Mas não precisa sentir que é menos do que ela, ou que ela pode de alguma forma fazer você se sentir diferente. — segurou o rosto dela com a mão, Danielle assentiu, só conseguia olhar nos olhos dele. Até a forma que ele piscava a encantava, os cílios longos e os olhos que para ela, tinham a cor de um fim de pôr do sol. — Você é linda, eu só sinto muito por não ter dito isso antes dessa maneira, olhando nos seus olhos pra tentar fazer você acreditar de verdade. Você é linda por dentro e por fora, tudo o que você faz só te deixa mais linda. Ela sorrio, colocando a mão no rosto dele também e Zayn virou um pouco a cabeça segurando a mão dela e a beijando. — Eu só precisava dizer, independentemente do que eu sinto por você, isso é verdade. Tão real quanto a cor dos seus olhos. 

— Tudo bem, vamos devagar então — ela sorrio tímida. 

— Mas só porque eu quero ir devagar, não significa que eu não queira. 

— Não parece real, eu e você — ela sorrio. — onde nós chegamos... só não parece real. — deu de ombros. 

— É real — ele acariciou a bochecha dela com o polegar levemente, isso fez cócegas no rosto dela. Observou todo o rosto de Danielle, analisando e guardando tudo o que podia. A cor de seus olhos, o contorno dos lábios e o tom rosado nas bochechas. — Isso somos nós — entrelaçou dos dedos no cabelo dela e Danielle fez a mesma coisa, seus rostos estavam se aproximando e ela fechou os olhos assim que seus narizes se encostaram. — Somos eu e você. — deram um selinho e Zayn sorrio para ela, e como se seu sorriso fizesse o dela nascer, Danielle sorrio também, recebendo um beijo na testa em seguida e se separaram devagar, mas mesmo separados, quando deixaram as mãos em cima da mesa elas se encontraram segurando uma a outra. 

— Comprou frutas — disse em um tom impressionado, esticando a mão para pegar um morango e o mordendo quase lentamente. — E... Não acredito. Chocolate pras frutas? — riu mais impressionada ainda. O chocolate já estava pronto, dentro de um pote de vidro e Danielle pegou outro morando, o mergulhando dentro do chocolate. — Eu não tinha visto. 

— Tem bolo, pães, sucos também, mas estão na geladeira e eu trouce outros doces que coloquei lá com os outros. — Danielle assentiu. 

— Você acordou muito cedo — ela soltou sua mão da dele para pegar café que estava dentro de um pequeno bully azul e colocar para ele. 

— A sua louça é fofa — ele observou o bully e Danielle riu. 

— Gosto de decoração — disse levantando um ombro piscando para ele, convencida. — Tem que saber uma coisa antes de tudo — Zayn abaixou a xicara atento ao que ela diria. — Não pode colocar tanta comida na minha frente e esperar que eu não coma. 

— O que? Mas é claro que é pra você comer. 

— Obrigada — sorrio. — Mas se eu engordar vai ter que ficar comigo mesmo assim. 

Logo começaram a comer, amos estavam com fome. Comeram de tudo um pouco de uma forma aleatória, sem ordem de salgados ou doces, enquanto conversavam felizes e sem pensar em naquele que ficasse do lado de fora daquele apartamento. 

— Minha irmã teve um aniversário de 16 anos, achei que toda garota quisesse. — Zayn deu de ombros. Já estava com os braços apoiados na mesa, olhando Danielle atencioso. 

— É que quando meu pai me perguntava se eu queria uma festa de aniversário era muito mais “Danielle, me diga se quer e eu contratei os melhores profissionais para prepararem uma festa pra você” do que “Feliz aniversário” — deu de ombros. 

— Você era uma garota normal, Megan queria ser uma princesa. — Zayn riu. — Eu tinha 20 anos, imagine como foi pra mim — ele disse com uma expressão aflita e Danielle riu. 

— Mas eu queria sabe, os presentes que eu ganhava nunca me importaram muito, apesar de eu ganhar coisas legais. 

— Eu ganhei um carro quando fiz 16 anos. Eu achava que o mundo era meu.

Danielle riu balançando a cabeça, era incrível como ela estava radiante. Seu sorriso causava arrepios em Zayn de tão contagioso, ele não sabia se era só porque tinham se resolvido, mas se fosse, então nunca mais gostaria de brigar com ela. Já estavam ali há mais de 30 minutos e conversaram sobre tudo, sobre suas infâncias, suas relações na escola, seus pais, seus trabalhos, mas ainda era pouco, muito pouco comparado a tudo que ainda queriam saber. 

— Ainda acha, não é? — ela disse brincando e se levantou empurrando a cadeira para trás. Zayn estava comendo uvas e a acompanhou com o olhar enquanto ela levava as xicaras até a pia. A camiseta que usava ficara curta nela, apesar de Danielle ser baixa, então quando ela se movia Zayn conseguia ver sua roupa intima, mas ela se virou muito rápido encostando se na pia e cruzando as pernas olhando para ele. — Que horas você vai? — ela perguntou sorrindo, admirando o comer as frutas que estavam na mesa. 

— Quer que eu vá embora? — perguntou se levantando e entortando a cabeça, pegou as outras coisas de cima da mesa e as colocou na pia assim como Danielle. Alguns pratos pequenos que tinham pego para comer bolo, facas, o bully de café e a garrafa de leite. 

— Não — ela negou rapidamente, Zayn estava a sua frente, apoiando os mãos na pia ao lado do corpo dela. — Não quero não — passou as mãos pelos braços dele sorrindo. — É que... você sempre vai pra empresa, você sempre está lá todos os dias e não quero que perca um dia de trabalho por minha causa. — Entrelaçou seus braços no pescoço dele. — Se quiser ir não vou me importar em ficar sozinha. 

— Não quero ir — ele negou. 

— Tudo bem — ela sussurrou sorrindo. Seus rostos estavam se aproximando e Zayn estava olhando para os lábios dela atencioso, ansiando por eles. — Estou parecendo uma idiota — riu abaixando a cabeça e suas testas se encostaram, as mãos dela estavam na nuca dele. — Eu sei, me desculpe. — deu um rápido selinho nele, fazendo Zayn abrir um sorriso tranquilo, só estavam feliz por finalmente conseguirem ficar um com o outro sem nada parecer estar entre eles. 

— Podemos ficar aqui e fazer as coisas que você faz normalmente — se afastou um pouco segurando o queixo dela fazendo a olhar para cima. — Quero ficar, se não se importar — levantou os ombros e ela riu. 

— Não gosto de ficar sozinha — ela o abraçou, levantando os pés para conseguir deitar a cabeça no ombro dele e logo Zayn acariciou seu cabelo. — Isso vai ser ótimo. — ela entrelaçou sua mão a dele beijando o pescoço de Zayn.

[...]

— Eu estou cansada — ela se mexeu passando as mãos pelo braço dele já ficando sonolenta. 

— É esse programa, bem chato mesmo — Danielle riu se aconchegando mais a ele. 

— Não, não é isso — ela virou o rosto para ele. — Eu acho que é pelo que fizemos, minhas pernas estão sem forças — ela se virou para ele. — Não queria dizer isso pra você não ficar pensando que sou uma virgem inocente, alguém que não... não quis dizer, mas eu nunca faço... — ele a interrompeu e ela quase o agradeceu por isso. Estava começando a se enrolar com as palavras. 

— Na primeira vez que nós dormimos juntos você ficou repetindo isso sem parar. Eu nunca faço isso, eu nunca faço isso, eu nunca faço isso... Eu me lembro.

— Eu não faço mesmo. 

— Pensei que você fosse virgem. — ele olhou para ela e Danielle tinha um leve rubor nas bochechas. 

— Não era virgem, só tinha transado com só um cara. 

— Mas e o que você disse sobre o do ano passado? 

— Eu menti — as mãos dela subiram pelos ombros dele.

— O que? — ele perguntou incrédulo. — E por que mentiu? — ele riu. — Sou só... só o segundo? 

— Nem todo mundo transa com tantas pessoas como você. 

— Está com ciúmes? 

— Eu não — ela puxou o cobertor abaixando a cabeça e abraçando a cintura de Zayn. — Mas foram muitas? — olhou para cima, encarando o rosto dele apoiado na mão. 

— Consideravelmente mesmo, mesmo... assim, se for contar todas. 

— Zayn — ela o repreendeu. — Foram muitas, não é? — disse franzindo a testa tentando não soar assustada. — Foram, só pela sua cara eu sei que foram. 

— O que? Mas eu não disse nada. — ele riu, mesmo que fossem muitas mulheres, mesmo que ficasse falando de cada uma delas para Danielle não importava, nenhuma já tinha sido tão importante quanto ela era naquele momento. — Está com ciúmes sim, pode falar, as outras mulheres não importam mais. — ele a olhou convencido.

— Não estou com ciúmes Zayn, por favor, chega de falar disso, só me abrace logo — ela bufou e ele riu baixo a abraçando por debaixo do cobertor e beijando sua testa. 

[...]

Zayn até conseguiu convencer Danielle de voltar ao apartamento dos dois, mas isso só depois de prometer que ficariam no apartamento dela mais vezes. Ele mesmo dirigiu e levou os dois até o seu respectivo prédio a noite e dormiram no quarto dela depois de jantarem, com as duas funcionárias trabalhando na casa eles teriam todas as refeições dali em diante. 

Pela manhã, Danielle acordou antes de Zayn. Gostava de acordar antes que ele e ficava quase desesperada para conseguir isso sem acorda-lo. Ela se trocou e estava se admirando no espelho quando Zayn acordou, abraçando a por trás e saindo do quarto depois indo ao banheiro. 

Ele saiu antes dela, sempre saia e um pouco depois Danielle saiu também, mandando Derek dirigir até a empresa de seu pai. Chegou lá por volta das 10:00, subiu normalmente, todos já a conheciam ali. Depois de sair do elevador se deparou com a recepção que por um acaso estava vazia, mas todas as outras mesas atrás pareciam até bem cheias, ou a as pessoas estavam agitadas demais. A decoração inteira em duas cores, laranja e branco. Umas pessoas passaram por ela sem a conhecer, entraram no elevador sem parar sua conversa e ficar a encarando como de costume, Danielle até gostou disso e se virou para olhar para eles, mas a porta do elevador já tinha se fechado. 

Segurou sua bolsa e saiu andando em direção a sala de seu pai. Quando chegou na frente das duas portas grandes e marrons, ela andou mais um pouco até a mesa da secretaria dele e ela sorrio para Danielle assim que a mesma chegou perto. 

— Olá — Danielle disse. — Você sabe se meu pai está disponível, Katy? 

— Nossa, ele saiu faz poucos minutos, ia tomar café com outros executivos, estão assinando um contrato. — Danielle assentiu devagar tentando processar a ideia. Deveria esperar ou ir? Ele demoraria? Teria tempo para ela? Eram coisas as quais ela poderia resolver se ligasse para ele, mas não podia fazer isso e nem se sentia a vontade para fazer, porque uma filha não deveria perguntar se o pai tinha tempo disponível, e ela havia acabado de perguntar. 

— Então eu... você sabe se ele vai demorar muito? — perguntou já olhando para o sofá, prevendo que se sentaria para esperar. 

— Bom, não sei muito bem como funcionam essas coisas, mas ele já saiu faz pelo menos uns 40 minutos. — levantou os ombros. 

— Ah, sim — Danielle assentiu se afastando da mesa. — Vou esperar então — A secretaria assentiu e Danielle caminhou até o sofá. 

Antes mesmo de passar 5 minutos sentada ali ela já estava se levantando impaciente, querendo tomar agua para poder fazer alguma coisa. Se levantou entediada e resolveu ir não até o bebedouro mais próximo, mas sim em um que ficava em outro setor, perto da recepção apenas para andar mais um pouco. 

Estava passando pelo grande corredor, olhando para baixo enquanto abria sua bolsa para pegar seu celular, então esbarrou em alguém. Levantou a cabeça na mesma hora, assustada. Encontrou uma mulher que não parecia ser muito velha, apesar das linhas de expressões no rosto, Danielle diria que ela tinha a idade de seu pai. Usava uma camiseta azul e seu cabelo estava preso com palitinhos roxos, um cabelo castanho claro, quase ruivo. Também carregava uma bolsa e não usava maquiagem alguma, apenas brincos e também uma calça jeans e sapatos fechados. 

— Danielle? — a mulher perguntou e Danielle se assustou, não por ela já saber seu nome e sim porque ficou pálida de repente, Danielle até parou de realmente prestar atenção nela para checar se estava tudo bem. 

— Me desculpe, mas eu... — ela se confundiu. Seria uma ex namorada de seu pai? Uma tia ou uma amiga talvez? — Eu não me lembro de você. Ou lembro? Conhece o meu pai? Porque você até me parece familiar... — ela disse pensativa. 

— Me desculpe — ela engoliu em seco, parecia até mais seria naquele momento e Danielle se perguntou mais uma vez quem ela era, já que não estava com nada que a identificasse como funcionaria dali e parecia até um pouco surpresa, Danielle sorrio para tentar acalma-la e ela acabou fazendo o mesmo. — Genevieve. 

— Genevieve? — Danielle soltou um risinho apertando a mão dela, mas antes que pudesse falar o porquê, ela já estava indo embora. 

— Sinto muito, estou atrasada para uma coisa. — Saiu rapidamente parecendo até meio apressada. 

— Genevieve era o nome da minha mãe... — ela disse baixo observando a mulher desaparecer pelo extenso e largo corredor frio. Tão frio que os lábios de Danielle estavam até secando por conta do ar condicionado. 

Enquanto Danielle seguia até o bebedouro o elevador se abriu quando ela passou por ele e logo ela escutou seu próprio nome, sabendo que era seu pai.

— Danielle, já não conversamos? — ele perguntou devagar, olhando para os lados a procura de alguém, sua secretaria pessoal saiu de dentro do elevador depois dele e seguiu sozinha para a sala de William. — Eu disse que demoraria um pouco, mas você não vai parar, não é? — ela anegou, realmente, ela não pararia de ir até ali. 

— Eu preciso fazer alguma coisa, e não devia fazer pouco caso disso. — ela o seguiu tentando segurar sua irritação e vontade de elevar a voz. — Você me deu todo aquele dinheiro que eu precisava e eu sabia que me queria aqui, então por que agora fica fazendo isso? Não pode me mandar embora William, eu não vou! — ela cruzou os braços e parou de segui-lo. O olhando com a cara mais severa que conseguia ter e ele enfim cedeu, só tinha dado alguns passos a frente dela, se virou e assentiu. 

— Tudo bem Danielle. — William assentiu esticando o braço em direção a porta de sua sala. 

Danielle entrou e os dois seguiram para os sofás cremes perto das enormes janelas de vidros que davam uma vista da cidade inteira, era uma coisa muito bonita, embora causasse um pouco de medo em Danielle e por isso ela não chegava muito perto, sempre teve medo de altura. 

— Está certa e sempre quis que ficasse aqui comigo. — ela continuou olhando para ele atenciosa, ele se sentou no sofá a frente dela. — Se ficar aqui comigo será bem melhor para tratarmos de tudo, conversamos sobre você e Zayn e eu vou me sentir mais calmo sabendo que está segura aqui e no apartamento em que mora agora. — Ela assentiu, mesmo achando o arrogante, não havia mais nada que pudesse fazer. 

— Vamos conversar sobre o que vai fazer aqui agora? 

[...]

Danielle tinha ficado boa parte do dia fora, tinha aproveitado para ir a faculdade e refazer todos os documentos para sua volta as aulas, comprou seus livros novos e só voltou para casa a tarde. Emma, a nova funcionaria do apartamento preparou um lanche para ela e quando estavam conversando, Danielle descobriu que quem iria no supermercado deli em diante eram as duas mulheres que Zayn havia contratado para os serviços domésticos. 

— Não me chame de senhora, por favor, só Danielle. — Danielle disse sentada a mesa, bebendo um copo de suco. 

— Como quiser — a mulher a sua frente sorrio. — Precisa de mais alguma coisa? 

— Não, obrigada — disse sorrindo. 

O tempo passou muito rápido, ela começaria a trabalhar no dia seguinte e já estava ansiosa, talvez porque iria começar a trabalhar e ela adorava a sensação de estar fazendo algo, produzindo ou ajudando outras pessoas, ou também porque ficaria muito próxima de seu pai, nem ela sabia dizer. 

Já estava vestindo seu pijama, queria ligar para Zayn e perguntar se ele demoraria mais, mas não sabia se devia fazer isso. Se tinha essa liberdade, principalmente se tratando de Zayn, que sempre era tão focado no trabalho, não sabia se ele gostaria. E ela também achava que deveria esperar, já que não tinha a menor ideia do que estava acontecendo entre eles, se ficariam naquilo, se namorariam ou se teriam algum relacionamento serio além daquela folha que os obrigava. E tinham dito que iriam devagar, ela não sabia se ligar era devagar ou rápido. 

Mas mesmo que nunca resolvessem aquilo, naquela hora não importava. Danielle se lembrou o dia inteiro do toque macio da pele dele contra a sua, do barulho que os beijos dele pelo corpo dela faziam... parecia tão irreal. Era a melhor coisa que ela já se lembrava de ter sentido, estava preenchendo a de uma forma que ela não sabia descrever, nem sabia se era normal pensar em alguém o dia inteiro daquela maneira, sem dar sequer uma pausa, era como se ela estivesse em tudo o que ela fazia, como se ele estivesse nela. 

— Danielle! — ela se assustou e deu um pulo. Estava concentrada demais pensando Zayn e os gritos dele no andar de baixo a assustaram. — Danielle! — ela escutou a porta batendo com força. Seu coração se acelerou na mesma hora, já estava tarde e ela queria muito vê-lo, mas ele estava gritando, podia não ser uma notícia boa, podia estar desesperado. Ela saiu correndo pelo corredor a tempo de escutar Zayn subindo as escadas e parar no início do corredor, então ela parou também. Os olhos arregalados encarando Zayn, esperando ele dar alguma notícia ruim, mas ao invés disso ele estava sorrindo. Um sorriso largo e feliz, mesmo de longe ela conseguiu ver o brilho nos olhos dele e mais de pressa do que ela poderia acompanhar, ele andou até ela, quase correndo, abraçando a com tanta força que ela teria caído para trás se não estivesse se segurando nele, depois se afastou beijando a de surpresa. — Você não sabe o que aconteceu — só naquele momento ela percebeu que ele tinha um envelope nas mãos. Zayn começou a abri-lo rapidamente, mas já estava rasgado. As mãos dele estavam trêmulas e agitadas e Zayn estava ofegante e vermelho, mas Danielle não fazia ideia do que poderia ter acontecido. — Eu nem acredito.  

— O que foi? — ela pegou o envelope que ele lhe entregou, mas Zayn mal deixou que ela lesse, a abraçou no mesmo momento, tirando todo o ar de Danielle, mas ele estava muito feliz para que ela dissesse que não conseguia respirar. 

— Eu fui indicado ao Newson Avary que vai premiar os melhores empreendedores e empresários do ano passado inteiro.  — um sorriso também se abriu no rosto dela, olhou para a folha com calma e viu o nome de Zayn ali, um convite muito formal com carimbos e assinaturas que ela não conhecia. — Eu recebi isso hoje e me ligaram pra marcar uma reunião, mas eu já sei tudo sobre isso. — Colocou as mãos na cintura dela. — Fui indicado. — ela abriu um sorriso assentindo. Nunca tinha visto o sorrir daquela maneira, ela teve certeza naquele momento que se ele sorrisse mais vezes daquela maneira o mundo inteiro se tornaria um lugar melhor e muito mais alegre. Ele estava elétrico, Danielle sentia ele passando energias fortes para ela, positivas e boas, alegria e mais alegria, isso preencheu todas as preocupações que ela tinha. 

— Apertei tanto o botão do elevador que achei que fosse quebrar — ele riu ofegante, Danielle dobrou o papel novamente o colocando dentro do envelope duro e branco. Ela riu colocando as mãos no rosto dele e em seguida o abraçou, o apertando o máximo que podia e Zayn a segurou pela cintura a levantando do chão. — Eu precisava te contar, nem sei se você liga, mas eu precisava. 

— Mas é claro que eu me importo — as mãos dela estavam no rosto dele, a barba de Zayn crescendo estava fazendo cocegas em suas mãos. — Me importo sim — ela o beijou rapidamente, mas apertando seus lábios o suficiente para que Zayn se sentisse preenchido assim como ela. 

— Meu Deus — ele suspirou, ficando quase sem voz. — Fui indicado. — ele tombou seu rosto para frente encostando suas testas, os dois estavam agitados, vibravam alegria, completa alegria. 

— Você foi — ela assentiu acariciando a nuca dele sorrindo. 

— Eu quis tanto isso. — ele a abraçou, entrelaçando seus dedos no cabelo dela. — Tanto Danielle...