História Together Forever - Finalmente em casa.

Mike chutou aquela velha cabana em que Eleven costumava dormir durante alguns dias em que morara em sua casa, e, murmurou decepcionado. Ela era mais uma de suas falhas tentativas de entrar em contato com Eleven. Ele sentou-se no velho sofá que havia no porão, e, suspirou fortemente. 
"- Eleven, eu sei que você está aqui. Eu sinto, eu sei que você vai voltar. Se você estiver aqui, por favor, mande-me um sinal." - Falou, sem a mínima esperança. Seu coração doía em pensar que Eleven estava viva e presa naquele lugar, ele sabia que estava, mas ninguém acreditava nele. Á medida que se passaram os anos, a dor foi ficando mais fortes. Mike costumara se consultar com psicólogos e tomar remédios para ansiedade. Tinha constantes pesadelos em que Eleven o pedia ajuda, mas, o que mais o machucava era não poder fazer nada. Mike repetiu para sí mesmo que deveria desistir, e que era tudo uma tolice, mas não conseguia acreditar. Seu coração se recusava a acreditar.
- Querido! Hora de dormir! - A voz de Karen soou pelo porão. Mike revirou os olhos e subiu pisando firme. Passou pela cozinha ignorando sua mãe que estava recolhendo à mesa, mas quando chegou ai primeiro degrau da escada, sua mãe o interrompeu.
- Michael, querido, podemos conversar ? - Karen perguntou.Michael retornou a cozinha.
- Querido... Você não pode mais viver assim. Você passa o dia inteiro trancado naquele porão esperando aquela garota voltar de não sabemos onde, e, se afastou de seus amigos ultimamente, você não acha que deveria... Esquecê-la? 
- Eu...Não sei. Só me sinto algo apertar meu coração sempre que penso nela, e,... Eu não sei. Ela aparece em meus sonhos me pedindo ajuda. Mãe, eu vi ela ir, eu a deixei ir! E o pior de tudo, é que quando ela se foi, ninguém se importou. Ela deu a vida dela para salvar todos nós e ninguém entende isso, ninguém! - O garoto sentiu seus olhos molharem, e subiu as escadas correndo. Não era a primeira discussão desse tipo que tinha com sua mãe, mas ela não entendia o quão difícil era para Michael aquilo tudo. Talvez entendesse, mas não quisesse aceitar.Mike tinha se tornado um garoto triste, costumava falar pouco, e, não saia mais com seus amigos. Já não tinha mais vontade de ir a escola, de dormir, de se acordar, e de comer. Ele não estava vivendo, estava apenas existindo. Como uma esquisita que só conviveu com Michael sete dias fizera aquilo com ele? Ele também não entendia. A medida que se passaram os dias, Mike foi ficando mais amargo e solitário, um casco da pessoa que teria se tornado se Eleven não tivesse se sacrificado.
Mike se jogou na cama e em pouco tempo dormiu.

"Mike? Eu estou aqui. Mike, não me esqueça.Você é o único." - Ouviu uma voz familiar, mas que era diferente, mas que era de alguma forma facilmente reconhecível, e se surpreendeu.
"El?"
"Sim, Mike, sou eu. Ajuda. Dor. Você é o único."
"Mas... Como você conseguiu ficar viva ai por tanto tempo?"
"Dormindo. Mike, estou presa... Will."
"W-Will? O que tem o Will?"
Mike parou de ouvir a voz.
"El?! EL? EL?! POR FAVOR, RESPONDA!" 
Mike logo viu um clarão, e se sentou-se na cama, suando suavemente na testa. Olhou em volta, não havia mais ninguém. Só o seu quarto vazio e frio. 
- Mais um sonho. - Mike balançou a cabeça, lembrando que ela se foi. Um ano atrás, não tinha como ela estar viva. Não tinha como. Só soou como ela, certamente, apenas um sonho. Mike tinha que pensar assim. Ele precisava.

- Michael? - Ouviu batidas do outro lado da porta. - O Will veio te ver, se arruma e desça rápido, querido! 
- Já estou indo. - Murmurou.

Mike fez suas higienes matinais, e desceu para a cozinha, onde já lhe esperava Will.
- Eai, cara! - Will falou, se levantando e fazendo um 'hi-five' com Mike.
- Eai, qual é a nova?
- É algo MUITO importante. 
- Cadê o Dustin e o LucaS?
- Eles não podem saber. Vão dizer que é loucura. É sobre sua amiga, Eleven. 
- O que tem ela? -Michael falou, arregalando os olhos.
- Venha comigo marujo. - Will o segurou pelo braço e os dois desceram até o porão e Will se sentou no sofá de Wheeler. Pegou sua mochila e abriu retirando algo, havia uma luz. Uma pequena lanterna de plástico azul. Com bateria e brilhava muito. Will colocou a luz em uma mesinha que havia no centro da sala, e Mike olhou para a luz e em seguida para Will.
- O que está acontecendo? - Ele perguntou.
- Ei, você ainda está aí? - Will gritou. Ele desligou a luz e olhou para Mike. - Dê um segundo.

- Você está metido com fantasmas,Will? - riu - Isso não é muito sábio da sua parte.

- Cala a boca, eu estou falando sério. - Franziu a testa.- Não é um fantasma, é uma pessoa. - Byers voltou sua atenção para a lanterna desligada no chão. Então a luz piscou. Ela piscou. Iluminando brevemente aquele porão escuro. As sobrancelhas de Mike franziram. 
- Mike está aqui. - Will disse em voz alta, e de repente a luz ficou ainda mais brilhante, e de repente a luz queimou ainda mais brilhante, segurando por um momento até se desligar novamente. Olhou para Mike e sorriu. - Acho que é ela.
- Não pode ser. 
- Mike, tem que ser. Quem mais tá no upside down e tem estranha obsessão por você ? Ninguém.Tem que ser ela. Tem que ser a sua garota.
- Cale a boca. - Mike disse de novo, quando viu a luz voltar a piscar. Ele só queria gritar por El, chamá-la de volta, mas nem sabia se era ela.
- Pisque uma vez para sim, duas para não. -, disse Will à luz. - Você pode fazer aquilo? - Piscou mais uma vez. Ele sorriu. - É você, não é, Eleven? -.Piscou. E Mike queria tanto chorar de repente, seus olhos brotaram com lágrimas.
- Você está perto? - Mike perguntou. A luz piscou. - Você está bem? - A luz piscou duas vezes. O sorriso de Will desapareceu. - Você pode encontrar o seu caminho de volta? - A luz piscou. 
- Então volte! - Mike gritou, sentando-se rapidamente. - Volte, El,o que você está fazendo? Volte, por favor! - As lágrimas caíram nas bochechas do pequeno Wheeler, fazendo Will franzir a testa ainda mais.A luz piscou duas vezes. - Não? O que você quer dizer com não? Venha para casa, El, foi tanto tempo sem você! - A luz foi apagada. - El? - Escuridão. Nenhuma resposta. 
- NÃO, NÃO, NÃO! - Mike se levantou bruscamente e abriu a porta do porão que dava para o lado de fora da casa, a batendo bruscamente ao sair. Foi correndo pegar sua bicicleta e foi praticamente voando para para a floresta das trevas e Byers veio logo atrás, o ar frio daquele bosque silencioso fez Mike ficar ainda mais preocupado em como El poderia estar. "El, volte aqui, não me deixe na escuridão de novo!" Mike gritava. 
"EL! ELEVEN! VOLTE!" 
- Mike. - Uma voz suave veio por trás dele. Ele se moveu, todo o corpo ficou rígido quando olhava para a garota na frente dele. O tecido rosa sujo desbotado estava amarrado ao redor de seu peito e cintura, deixando seu estômago, braços e pernas descobertos. Ela tinha o cabelo castanho ondulado, mas aquela inocência nos olhos nos olhos era inconfundível. - Não é seguro. - Falou.
- El? É mesmo você? - Ele se perguntou, aproximou-se. Ela deu um passo para trás.
- Não é seguro., ela disse novamente para Mike. 
- Não é seguro? Para mim ou para você? - Ele perguntou a ela, tentando se aproximar. Ela deu outro passo para trás. Os olhos estavam arregalados e suplicando, "El, por favor"
- Por favor. - Ela repetiu, balançando a cabeça. - Não é seguro , Mike. - Ela apontou para sí mesma, depois para Mike. - Não é seguro. - Havia um grunhido baixo, mas audível, e o estômago de Mike revirava instantaneamente. - Monstro. - Disse para ele, depois de um minuto. - Vem para onde eu estiver, Mike.
- Para você, El? O que está acontecendo? 
- Upside Down. Eu permaneço nele. Isso permanece. Eu venho. Ele vem.
- Não me importo, El! Não volte para lá! - Ele gritou, e ela se encolheu. Ela acabara de voltar de um inferno, os cabelos haviam crescido, estavam emaranhados e bagunçados, e seu rosto estava sujo com sangue e coisas escuras, e o tecido das meias que ela calçava estava desgastado e desbotado. - Por favor, volte para casa, podemos lutar contra isso juntos.
- Não é seguro Mike. Por favor. 
- El! - Ele soltou, desesperado e entrando em pânico, sem querer perder ela de vista novamente. - Um ano, El. Foram dias, meses, te esperando, você entende? Eu não posso deixar você ir. Não novamente. Por favor, El, não me deixe. - Ele implorou. Eleven olhou ao redor, seus olhos se arregalaram quando ela ouviu outro grunhido.
- Eu tive tanto medo. - Falou, correndo para Mike e segurando a mão dele. - Eu senti tanta sua falta, Mike. 
- Eu também, El. - Mike a abraçou. Mil e um pensamentos do que aconteceria depois daquilo corriam pela cabeça dos dois, mas eles estariam dispostos a resolver qualquer problema. Juntos. 12 meses, 365 dias, 8,760 horas 525,600 minutos e 31,536,000 segundos. E ela finalmente estava em casa.