História History of Angel - Friends

 Capítulo 8 — Friends

Hinami estava extremamente chateada com o que estava acontecendo em sua organização. A briga de Tsuki e Lysana estava indo longe de mais. Lysana não queria perdoar Tsuki por nada. Não entendia o por que de todo esse ódio que ela sentia por sua irmã. Tsuki era uma pessoa ousada e rebelde, mas era legal e no fundo, bondosa.

Hinami observou as pessoas dentro da cafeteira, todos conversando animadamente e quando comiam algo e tomavam um café. Lembrava-se então de Kaneki, sentia muito sua falta, ainda mais de Touka. Eles estavam juntos nesse momento não é? Será que Touka estava bem vivendo naquele lugar? Perguntas invadiam a mente da garota, perturbando-a ainda mais.

Lembrava daquela mulher que enfrentou junto de Renji. Eto, apenas de pensar nela, já se arrepiava toda. Aquela ghoul era extremamente macabra, tudo nela parecia estar relacionado a morte. Perguntava-se o por que dela ser assim desse jeito. Algo nela lhe lembrava de alguém, contudo, ela não conseguia lembrar de quem. Hinami estava confusa.

Olhou para o lado, Lysana estava limpando algumas mesas enquanto do outro lado, Tsuki servia cafés e alguns bolos que os clientes pediam. Tudo parecia normal, mas Hinami sabia que tudo ali estava longe de ser algo normal. Estava cansada deste clima que ambas as duas haviam crido para ficar longe uma da outra. Como se elas não existissem.

— Hinami-chan, você está bem? — Nishiki perguntou olhando para a garota. Hinami, assustada, virou-se em direção do ghoul mais velho. Nishiki estava arrumando algumas xícaras em cima do balcão em que ela estava.

— estou sim! Só estava pensando um pouco sobre Touka-chan e outras coisas que está me incomodando ultimamente. — Hinami respondeu suspirando, logo depois mexendo em seus curtos cabelos castanhos. — tipo, como eu nunca mais sai para ir na biblioteca. Geralmente fazia isso com o onii-chan! — mentiu descaradamente.

— ah, não seja por isso! Eu fico aqui no balcão, pode ir na biblioteca! É bom que você saia um pouco da Anteiku para de distrair. — Nishiki disse com um sorriso — vai ser muito bom para você se distrair!

Hinami sorriu contente, seria mesmo bom para ela sair um pouco da cafeteira e ir para a biblioteca, mesmo que isso fosse a fazer lembrar de Kaneki. Pegou suas coisas e saiu da cafeteira, deixando uma Tsuki confusa para trás. Andou em direção a biblioteca, saindo dos becos escuros que havia entrado para chegar mais rápido.

Adentrou na biblioteca e pegou um livro qualquer que lhe chamou a atenção, logo indo para as mesas e cadeiras que havia no lugar e sentando para poder ler em paz. Sua mente já estava começando a vagar na literatura daquele livro, fazendo a garota perceber que era um terror psicológico com um romance único e proibido sobre dois seres assassinos e não-humanos. Lembrava de seus pais ao ler isso. Era até um pouco engraçado os diálogos que o livro fazia entre os personagens.

Antes que terminasse o capítulo, uma mão passou pelo livro, uma mão masculina. Hinami levantou o olhar curiosa. Ela reconhecia aquele homem, reconhecia por todas as atrocidades que ele já havia cometido em Tokyo junto de sua organização, principalmente as atrocidades que ele havia feito com sua irmã. Kirishima Ayato sorria vendo Hinami, tão inocente, lendo um livro daqueles.

— não sabia que a anteiku deixava seu mascote a solta por aí! E nem que sua mascote fosse uma terrível pervertida! — Ayato a insultava sem dó, era divertido para ele. Hinami não se sentiu ofendida, as palavras de Ayato nunca tinham a afetado antes.

— sou fascinada em qualquer tipo de literatura! Agir me admira você, que mesmo sendo um verdadeiro assassino, hipócrita e machista, goste de literatura! — Hinami soltou seu veneno, sorrindo de um jeito provocativo. Um jeito que nunca havia sorriso antes.

— pelo visto, você não é tão inocente como eu pensava, Hinami! — Ayato sorriu com a petulância de sua inimiga. Hinami era mesmo divertida. — Sabe, logo logo eu pretendo matar todos os amigos inúteis de minha irmãzinha! Quem sabe você sobreviva, Hinami-chan.

(...)

Touka não estava nada feliz na situação que se encontrava naquele momento. Estava toda machucada por causa de seu plano de fuga, sem sucesso, da qual ela teve o maior desprazer de conhecer Yoshimura Eto, a causadora de seus machucados, a cobra que havia mexido com a mente de Kaneki.

Sentava na cama, sentindo uma imensa dor de cabeça lhe invadir. Olhou para o lado, havia alguns comprimidos e uma carta de Tatara, dizendo que seriam remédios que fariam sua dor no corpo e cabeça passar. Não pensou duas vezes, pegou os remédios e engoliu junto de uma água. A dor estava grande de mais para que ela negasse algo que a faria passar.

Andou pelo quarto, vendo que a porta estava aberta. Depois de fugir, eles a deram a chance de sair? Isso era realmente muito estranho. Ela então abriu a porta e saiu para fora encarando o lugar. Já não era o mesmo de antes. Eram dois prédios, galpões, interligados, que parecia ser o real esconderijo da organização Aogiri. Touka olhou ao redor e começou a andar.

— vejo que você já está melhor! — uma garota apareceu atrás dela. Touka assustou-se, pulando para trás e tentando ativar sua kagune. Sem sucesso.

— quem é você?! — gritou Touka assustada. A menina riu um pouco da reação inesperada da ghoul prisioneira.

— não precisa se assustar garota! Foi eu que cuidei de você quando estava inconsciente! — ela disse, tentando acalmar sua risada. — sou Himura Akane!

— como eu posso saber que você não está aqui para me atacar, igual aquela garota! — Touka se referia a Eto, que a atacou quando estava prestes a fugir deste inferno.

— não precisa se preocupar! Sei como Eto pode ser uma vadia! — Akane riu, pulando em cima de um corrimão, onde sentou. — mas ela faz isso, por que você acabou de tornando a preferida.

— preferida? Preferida do que? — Touka não entendia, apenas observava a garota rodopiar no ferro pequeno, como se estivesse desafiando a morte.

— do Kaneki-kun, oras! — Akane respondeu por fim dando uma pirueta no ar e pousando na frente dela. — Eto é loucamente apaixonada por ele, talvez seja como uma daquelas yandere de anime! — disse brincalhona.

— pois que ela fique com ele! Nunca quis estar aqui! — respondeu amargamente. — olha, eu achei você legal de mais para ficar neste lugar!

— não se engane! — Akane respondeu, sorrindo ainda mais. — tenho uma personalidade brincalhona e risonha, mas estou aqui, por que eu não hesito em matar ninguém! Eto precisa de mentes assassinas como a minha.

— isso me dá arrepios! — Touka respondeu abraçando seus braços nus. Usava apenas um vestido preto de alça, que ia até abaixo dos joelhos. — não hesito, mas nunca matei um humano que não fosse um investigador de ghoul.

— isso nos torna amigas. — disse ainda mais sorridente. — mesmo que eu adore matar humanos para matar a minha fome! — deu de ombros.

— na minha organização, não matávamos para nos alimentar! Íamos a um monte e pegávamos os corpos dos suicidas! Era um jeito de manter a paz! — Touka disse, Akane riu.

— acho isso fofo da parte de vocês, mas a paz entre humanos e ghouls não existe, Touka! — ria mais uma vez, debochada. — você e seu irmão são completamente diferentes.

— não gosto de ser comparada a Ayato. Ele é completamente diferente de nosso pai. Um desgosto completo! — Touka disse, friamente. Akane arrepiou com a frieza utilizada pela garota.

— vocês realmente não se dão bem não é? — Akane disse, mexendo nos pequenos cabelos pretos. Touka deu de ombros e voltou para o quarto onde era mantida como escrava sexual de Kaneki.

Akane a seguiu e encarou o dormitório. Eram realmente todos iguais, contudo, ela não se importava com essa baboseira. Sentou-se na cama junto de Touka e observou o bilhete de Tatara, provavelmente sobre os remédios que ele havia indicado para ele sobre dar a garota para que a dor passasse.

— eai, os remédios fizeram efeito? — perguntou curiosa.

— sim! A dor diminuiu bastante desde que eu tomei eles, mas não consigo ativar meu kagune! — falou, tentando novamente mas sem sucesso.

— deve ser por causa da dor que estava sentindo. Logo logo estará melhor. — respondeu sorrindo como uma criança.

Touka nunca pensou que haveria sequer uma pessoa boa naquela maldita organização, contudo, a presença de Akane mudou essa sua ideia. Ainda era um inferno, afinal, todas as noite Kaneki continuava a usar seu corpo como um brinquedo sexual que ele tanto amava. Akane dizia que ela era a preferia, mas ela não queria ser a preferida. Deveria manter seus pensamentos de ódio por Kaneki, para evitar os antigos sentimentos que sentia por ele.

Touka não podia amar aquele que lhe tratava como um lixo.