Tolices fotografadas
Não diga bobagens, grite emoções!
E eles amavam jogar.
Aqueles dois sempre foram incompreensíveis para os olhos alheios, embora se entendessem muito bem.
A relação era tão boa, e tão relaxada que sequer precisam de confirmações, rótulos ou anéis. Sabiam que se pertenciam.
Pegavam as chaves da caminhonete velha do moreno, o loiro pendurava no pescoço aquela câmera quase antiga. Pegavam poucas roupas, um cobertor, um tanto de comida, vestiam dois sorrisos cúmplices e davam poucas satisfações antes de subirem ao carro vermelho, dando partida ao som das mesmas músicas velhas.
Partiam para longe, bem distante de tudo aquilo que conheciam ou estavam acostumados, apenas dirigindo até encontrarem uma estrada sem cimento, pedras grandes para a orientação e um barulho calmo de água; uma montanha.
Estacionavam lá no topo, apenas para tirarem a manta de dentro das bolsas, sentarem no capô do carro e ligarem a música no máximo, embolando-se juntos debaixo do tecido quente, colando os ombros, entrelaçando os dedos e deitando as cabeças uma abaixo da outra, sorrindo calmos e brilhantes, fitando o entardecer, as estrelas ou a lua, sentindo o vento balançar os cabelos fortemente.
Conversavam animadamente, dando aquelas gargalhadas gostosas que só eles sabiam dar; faziam aquelas graças mútuas e trocavam carícias amantes de constelações.
Depois de algum tempo, dentro da caçamba, estavam sentando-se de frente um para o outro, trocando olhares e sorrisos, jogando cartas e comendo, gritando, pulando e rindo, para logo estarem colados novamente, afogados nos lábios alheios.
Faziam piadas e graças, prometendo silenciosamente entre os risos que se pertenceriam; Yoongi ria exageradamente das caretas de Hoseok para sua câmera e posaria junto, divertindo-se e amando o momento, o local, a companhia.
Montavam a tenda e se jogavam sob ela, virados um de frente para o outro, cada um perdendo-se nas imensidões dos pares de olhos demasiadamente expressivos. Sorriam e se abraçavam antes de dormir.
Mas não eram casados.
Não eram noivos.
Não eram namorados.
Não eram ‘ficantes.
Eram amantes, companheiros. Amigos.
Mas estava tudo bem, porque eles não precisavam forçar nada, não precisavam jogar a pressão de um “eu te amo” ou de um relacionamento. Não seriam tolos.
mas estava tudo bem, porque eles não parariam com esse jogo.
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