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História Tomorrow - Tudo, Menos a Saia!


Escrita por: ddaeclipze

Notas do Autor


PARTE 1


Boa leitura <3

Capítulo 11 - Tudo, Menos a Saia!


Fanfic / Fanfiction Tomorrow - Tudo, Menos a Saia!

Oh Bonhwa 🐞 Point Of View

Durante minha fase rebelde aos 16 anos, me meti em mais relacionamentos do que poderia contar em todos os dedos das mãos e pés juntos.

Estava irritada por tantas mudanças e, quando recebi a notícia de que deixaríamos Sydney no final do ano, não poupei tempo antes de sair fazendo besteira pela cidade.

Se eu iria embora de qualquer jeito, porque não fazer coisas das quais me arrependeria amargamente no futuro?

Que ideia mais imbecil.

Minha mãe sempre foi muito liberal comigo, buscando compensar o quanto foi reprimida em sua adolescência, mas eu quase a enlouqueci naqueles meses.

Pensei que ia morrer antes de completar 17 anos, mas meu organismo foi mais duro na queda do que eu era imbecil. Sorte a minha.

Agora, faz pelo menos três anos que não coloco os pés em uma festa. O que significa, basicamente, que não faço nem idéia do que usar em uma.

- Mas você não vai de calça nem que me pague! - A voz ameaçadora de Oh Jeonghwa soa pelo cômodo. - Pode achar uma saia agora!

Cruzo os braços, revoltada, e ela apenas levanta o braço esguio, apontando para a porta do guarda-roupa.

- Agora!

- Você é a única mãe do mundo que reclama da filha não querer usar roupa curta, sabia? - Resmungo, batendo os pés no chão a caminho do móvel. Não vejo, mas praticamente sinto quando ela revira os olhos, batucando os dedos na cômoda ao seu lado. 

É cedo demais para me arrepender de pedir ajuda dela para me arrumar, meu deus?

- E você é a única adolescente no mundo que quer ir a uma festa com moletom e jeans.

- Há controvérsias. - Aponto, puxando os cabides com saias e jogando sobre a cama de qualquer jeito. Ela dá de ombros.

- Problema seu. - Animadamente, começa a revirar as peças de roupa, medindo o comprimento delas com a palma da mão. Maluca! - Você se veste como uma freira...

Ignorando o comentário ácido, apenas puxo o celular do meio das cobertas bagunçadas e checo as mensagens

Lisa 🐝

| Eai, gatinha 😝

| Com que roupa você vai hoje?

Queria ir de moletom e jeans 😔|

- Essa aqui é boa! 

Desvio os olhos do celular, buscando o rosto de minha mãe em meio as saias penduradas em seus ombros. Avalio a que ela estende em minha direção e não preciso olhar por dois segundos para saber que não fui eu à comprar a peça.

- Jamais. - Declaro, voltando o olhar para conversa. Ela ainda não respondeu.

- Ah, para. - Reclama, trocando o peso de perna. - Nem é tão exagerada assim!

Viro os olhos, olhando-a com os lábios entreabertos.

A peça é preta e justa, com um botões dourados trilhando um caminho no centro, do topo até a parte inferior, que deveria parar na metade de minhas coxas. E, para completar o pacote, é feita de couro.

- Sabe... As vezes eu acho que você esquece com quem está falando. 

Sua expressão esperançosa morre com minha colocação, e ela joga todas as saias de qualquer jeito sobre a cama, pisando com força em direção ao armário. Para completar a birra, declara: - Chata.

Dou risada e volto os olhos a tela acesa em meus dedos, mas logo fecho a expressão também, bufando com a resposta de Lisa:

| Moletom e jeans em uma festa de Johnny Sue?

| Sobre meu cadáver, talvez.

O que você sugere, então?|

Ouço o cantarolar de minha mãe se desenrolando atrás de mim, misturando-se ao som de roupas sendo arrastadas em seus cabides. Quando Lisa responde, meu queixo cai:

| Sugiro que você mande a localização da sua casa agora.

| Estou disposta a salvar a sua vida em vinte minutos.

Tá falando sério? |

| Tô. Manda aí.

- Hm... Parece interessante. - Levo um susto quando a voz de minha mãe soa em meus ombro, arrepiando minha nuca com o ar gelado batendo ali. - Manda. Talvez ela consiga me ajudar a dar um jeito em você.

- Claro. - Resmungo, digitando o endereço e enviando rapidamente, recebendo um joinha em resposta. - Tudo que eu mais preciso agora é de duas de vocês contra mim.

- Se você não mandar, - ela começa, voltando a tarefa de revirar meu armário. - eu vou. Então manda logo.

- Já mandei.

- Ótimo. - Endireita a coluna, avaliando dois vestidos em cabides antes de me olhar sobre os ombros e indicar o banheiro com a cabeça. - Vai tomando um banho enquanto isso. Se ela chegar eu mando subir.

Aperto os olhos, olhando-a de forma acusatória por entre os cílios cerrados. - Você quer usar esse tempo para jogar meus moletons fora, não é?

Ela rola os olhos castanhos, bufando dramaticamente.

- Só vai se lavar logo, garota. - Volta para sua tarefa entre os cabides, dessa vez em portas diferentes. - Daqui a pouco o modelo chega e você tá aí toda fedida.

Torço o nariz em deboche, mas adianto os passos para pegar uma peça íntima na gaveta da cômoda antes de seguir para o banheiro.

Debaixo da água quente, sinto minhas bochechas queimarem por outro motivo, e contenho o sorriso envergonhado ao me entregar aos pensamentos bobos enquanto lavo os fios compridos.

Na minha fase "adolescente sem limites e sem miolos", conheci diversos caras, fiquei com alguns e namorei uns dois. E eu gostei deles, de verdade mesmo.

Entretanto, nenhum deles, nunca, me deixou tão desnorteada quanto Park Jimin deixa.

Nem mesmo as garotas com quem saí me desestabilizaram tanto (e olha que eu sempre tive um fraco à mais pelas garotas).

Talvez seja porque nenhum outro homem no mundo é bonito como ele, ou talvez seja porque, desde que o arrependimento por aqueles dias bateu, não tenho me relacionado sério com nenhuma outra pessoa. Independente da razão, não há explicação científica para o que ele faz comigo.

Park Jimin me deixa simplesmente idiota.

Não consigo pensar quando ele chega perto de mim, e qualquer pequena atitude me deixa completamente desnorteada.

E quando tenta me beijar, meu deus...

Não pode ser real. É loucura

Encolho os pés contra os azulejos, sentindo meu estômago se revirar em milhares de borboletas agitadas e minha bochecha subir em um sorriso idiota.

- Bonhwa! 

Escorrego com força quando minha mãe chama, me fazendo cair de volta na realidade.

- O que foi?

- O que foi? - Ela pergunta, debochando de meu tom. - Tô te esperando aqui faz quase meia hora. 

Viro os olhos. - Você é muito dramática.

- Você que é lerda pra caralho. - Acusa, e viro os olhos contra suas palavras quando fecho o registro, torcendo os cabelos molhados. - A Lalisa já até terminou de se maquiar.

Engasgo com o ar, soltando os fios e abrindo o box com força. 

- Meu deus, eu já vou!

A risada de minha mãe soa junto com uma mais divertida e fofa, e a vergonha me faz comprimir o rosto em uma expressão sofrida.

Esqueci completamente da menina vindo me ajudar!

- Nem esquenta, Bon! - Lisa me acalma através da porta. - Tô arrumando o cabelo ainda!

- Tá nada! - Minha mãe retruca e agarra se abre em risos enquanto visto a roupa íntima depois de me secar às pressas. - Anda logo!

- Já vou, misericórdia! - Do armário da pia, pego o secador de cabelo, esfregando a toalha na nuca ao abrir a porta, espalhando vapor ao meu redor.

Minha mãe grita um "finalmente!" animado e segue para a cama, remexendo as roupas que provavelmente escolheu com a garota. Procuro Lalisa com os olhos, pronta para pedir desculpas pela demora. 

Ela está parada em frente a minha cômoda, e ao meu chamado, vira em minha direção, fazendo os cachos loiros voarem ao redor de seu rosto. Imediatamente, paramos de respirar.

Meus olhos descem por sua figura, e sinto que vou babar diante da visão.

Não me dito atraída daquele jeito por Lalisa, mas meu deus, ela é maravilhosa!

O vestido que ela usa se ajusta perigosamente em cada uma de suas curvas, e não passa muito do início das coxas firmes. O tecido é de veludo preto com estampa de borboletas prateadas, e as alças finas deixam seus braços finos a mostra. As pernas estão cobertas por uma meia arrastão levemente rasgada aqui e alí, e seus sapatos (também pretos) tem sola grossa e são muito bem lustrados.

O batom vermelho sangue desenha a boca bonita, e os fios loiros compridos são interrompidos apenas por um único cacho verde vivo bem ao lado da franja reta.

- Lalisa você tá...

- ... muito gostosa! - Ela completa e minha bochecha pega fogo quando percebo que ela está falando de mim, que continuo apenas com roupas de baixo. - Olha esses peitões!

- Lalisa! - Repreendo, sentindo a voz tremer.

- E não é? - Minha mãe finalmente vira para nós, olhando pensativa para mim. - E queria usar moletom!

- Tenha dó. - Lisa vira os olhos sob os cílios espessos, e estala a língua no céu da boa. - Graças aos céus nós existimos na sua vida.

- Pelo amor... - Sigo em passos atrapalhados para a cama, encarando as opções. - Vocês só podem estar de sacanagem.

- Não, não, não... - Lisa cantarola, voltando a agitar os cachos em frente ao espelho, fazendo com que pareçam mais naturais. - Falamos sério e é bom você não reclamar!

- Eu vou passar frio!

- No meio do verão, querida? - Minha mãe se senta, cruzando as pernas compridas.

- Você devia estar do meu lado!

- Veste isso aí que a gente conversa.

Meus ombros caem.

- Eu odeio vocês.

Lisa ri alto.

- Então se veste logo que a gente para de incomodar. - Ela estala os lábios em um selinho em direção a própria imagem refletida e pisca para si mesma ao completar. - E vai rapidinho, que a sua carona não gosta de esperar...

Cacetada.

Com a expressão contorcida, me rendo, pois não tenho tempo o bastante para discordar delas, agora.

Enquanto Jeonghwa seca meus cabelos, Lisa veste uma jaqueta de couro e se senta de pernas cruzadas sobre a cama, mexendo no celular.

Quando termino de me vestir, desvia os olhos da tela apenas para assobiar alto e aplaudir algumas vezes, sorrindo de orelha a orelha no processo.

O short de tecido escuro aperta minha barriga até a cintura, e termina no início de minhas coxas grossas. O cropped branco parece levemente holográfico, o que faz meus peitos parecerem ainda maiores, mas pelo menos tem mangas largas até os cotovelos, o que me deixa mais à vontade.

A única parte da roupa que não me deixa nem um pouco desconfortável é o coturno preto aos meus pés.

Lalisa se diverte ao me maquiar com sombra rosa, e fofoca em altas vozes com minha mãe, falando sobre algum ator de dorama, enquanto a mais velha escova meus cabelos e coloca brincos em minhas orelhas.

No final, estou com lábios brilhando com gloss transparente, e meus olhos parecem maiores e bem mais sedutores em contraste com a sombra forte e cílios pesados pelo rímel. O delineador ressalta a curva suave de meus olhos, e não posso negar que estou bonita, mesmo que não seja exatamente minha zona de conforto.

Quando vovó aparece na porta e anuncia a chegada do carro, sinto cada um dos meus poros arrepiados, e suspiro trêmula ao despedir-me de minha mãe, que apenas me joga uma jaqueta jeans e grita "se cuida e se diverte!" antes de me dar as costas e ir para o próprio quarto.

- Pronta para ver um riquinho chorar de tesão? - Lalisa sussurra contra meu pescoço, andando ao meu lado pelos corredores até o primeiro andar. - Se prepara.

- Você é doida! - Acuso, apertando a jaqueta comprida ao meu redor e descendo as escadas rapidamente. Lisa acena para a empregada ao lado da porta, e eu me curvo em respeito ao passar por ela também, seguindo para o pátio frontal com o coração na boca.

O carro de Park Jimin é exatamente como achei que seria: caro, esportivo e vermelho como sangue.

Ele está escorado na lataria, e não olha para nós antes de dar a volta e se sentar no banco do motorista. Lisa bufa pela falta de atenção, e faz questão de bater a porta com força ao entrar atrás. 

Quando vou abrir a porta para sentar ao seu lado, ouço o barulho da tranca sendo ativada rapidamente.

Vinco as sobrancelhas, olhando-a através do vidro escuro. Ela dá de ombros, sorrindo travessa.

Irritada, bufo e abro a porta da frente, entrando sem olhar para Jimin.

- Coloquem os cintos que nós vamos voar nessa pista. - Ele anuncia, olhando para o celular. - Os meninos já estão lá e não param de pedir sobre nós e... - Não estou olhando para ele, mas, pelo canto dos olhos, vejo quando abaixa o aparelho e engasga com a própria saliva. - Puta que pariu...

Aperto os lábios para não sorrir quando minhas bochechas ardem e Lalisa ri perversamente no banco de trás, entretida até os ossos com a cena.

- Bonhwa... 

Encolho os ombros, olhando-o receosa, ainda apertando os lábios.

Foi a minha vez de engasgar.

O cabelo escuro está arrumado em um topete charmoso, e os lábios vermelhos se destacam na pele clara. Os olhos escuros tem sombra nos cantos, parecendo ainda mais afiados quando me avalia como pode de onde está. 

Separo os lábios, deixando o ar sair devagar enquanto observo a calça justa apertar suas coxas definidas e a camisa preta de mangas curtas exibir, pelos botões abertos no topo, um pedaço de seu abdômen.

Seus olhos não desviam de mim nem por um segundo, e posso jurar que cada respiração sua tira o ar diretamente de meus pulmões. Desconfortável, me agito no banco, tirando as mãos do cinto que acabo de prender ao torcer o rosto, insegura.

- Caralho... - Murmura, os olhos subindo e descendo por minha face. - Você...

- Exagerei? - Questiono, encolhendo os ombros de leve, e Lalisa gargalha sem limites ao prender o próprio cinto, sentando no banco do meio (de onde pode nos ver bem, a bandida). 

- O que?! - Ele se exaspera, balançando a cabeça em descrença. - Enlouqueceu? Você tá... nossa... 

- Uma delícia, não acha? - Lalisa intervém e quase grito com o que diz. Jimin desvia o olhar assustado, como se não a tivesse visto ali ainda, mas diversão logo brilha em seus olhos quando sorri de lado, olhando por sobre o ombros direito para a garota no banco de trás.

- Entre outras coisas... - Pisca para ela, sorrindo esperto para mim ao acelerar pelo pátio, contornando a fonte e seguindo pelas ruas noturnas de Daegu.

Engulo em seco, fechando a cara para Lalisa pelo retrovisor. Ela pisca o olho maquiado e passa a língua nos dentes, depravada, antes de voltar para a pista. Jimin ri baixinho e esperto, atento ao desespero no carro.

- Tá abafado aqui, não tá, Jimin? - Ela provoca, ajustando as pulseiras no braço. 

- Uhum... - Ele faz uma curva suave antes de acelerar na avenida movimentada. - É até complicado de respirar.

Ela ri alto, jogando a cabeça para trás, cantando animada a música que soa pelo automóvel. Jimin a acompanha, e minhas pernas tremem toda vez que ele olha para mim rapidamente antes de voltar a observar a pista.

O caminho todo não dura mais do que vinte minutos, entretanto, parece se arrastar por horas. 

Meu estômago fica embrulhado na barriga, e quase não consigo respirar enquanto me mantenho inquieta, batucando os dedos no cinto e sacudindo as pernas com a ansiedade que preenche minhas veias.

Jimin e Lalisa conversam e cantam em altas vozes, rindo e se divertindo na expectativa de uma festa incrível, enquanto isso, só consigo sorrir torto e murmurar alguma coisa quando pedem para que eu cante junto.

- Eu não sei porque você fica dançando na minha mente, desde o nascer do dia até o meio da noite. - Jimin canta, enrolando a pronúncia fofinha do inglês enquanto faz um dueto com a voz de Zara Larsson.

Lalisa dança se balançando de um jeito estranho, as mãos em punho sacudindo no ritmo das batidas.

Reparo que ela se sente estranhamente confortável com Jimin, que ela nunca disse conhecer - quer dizer, não que ela tenha alguma dificuldade de se sentir confortável em qualquer lugar, mas mesmo assim... 

Distraída em minhas reflexões, levo um susto quando Jimin anuncia:

- Chegamos, meninas! 

Solto o ar em um suspiro aliviado, tirando o cinto em um piscar de olhos. Jimin estaciona em algum lugar no pátio de concreto amplo, rodeado pelo gramado verde vivo.

Lisa desce do carro assim que ele para de se mover e, quando nervosamente estendo a mão para a maçaneta, levo um susto quando ela é aberta de supetão e um grito animado ecoa dentro do veículo:

- Joaninha

Minhas bochechas sobem em um sorriso de rasgar o rosto quando focalizo a visão nos fios alaranjados sendo agitados pelo vento diante de mim.

- Hobi? - Pergunto, e sou puxada para fora do carro por suas mãos ossudas, sendo imediatamente abraçada entre os braços fortes. - Hobi!

Ele gargalha alto, e logo sinto minhas costas sendo pressionadas pelo abdômen de outra pessoa, que aperta a mim e a Hoseok em um abraço de tirar o fôlego.

- Bon, você tá linda! - É a voz grave de Taehyung que soa agora, e ele acaricia minhas costas ao se afastar e posicionar-se ao lado de Hobi, sorrindo quadrado para mim.

Sem resistir, pulo sobre eles, abraçando-os de novo com mais força ainda. Meus olhos começam a lacrimejar, e tendo não chorar quando Hobi murmura um "awww" estendido pela minha atitude.

- Fui eu que arrumei ela, sabia? - Lisa cantarola atrás de mim, orgulhosa. Ao som de sua voz, Tae move o rosto de meu pescoço e sorri abertamente para a garota.

- Pequena Lisa! - Me solta e abre os braços para ela, que prontamente assume seu lugar ali. - Quanto tempo!

- Olha só, se não é a sumida! - Hobi sorri também, mas não me solta realmente ao apoiar uma mão em minha cintura e estender o corpo para abraçá-la com um braço só.

- Isso, finjam que o melhor amigo de vocês não tá bem aqui também. 

A voz de Jimin desencadeia a risada de Taehyung e arrepios em minhas costas ao soar pelo espaço. Tae solta Lisa, que resmunga um "chegou o ciumentinho" enquanto vê os garotos o abraçarem também.

- Vamos entrando, Bon. Esses três não vão se largar mais. - Ela me dá o braço, envolvendo-o no meu. Quando sorrio fraco e começo a me afastar com ela, entretanto, somos interrompidas por gritos altos de Hoseok, que se exaspera.

- Pode parar por aí, Lisinha. - Hobi ameaça, e Tae concorda, vindo em nossa direção com os braços cruzados.

- Isso aí! - Declara, autoritário. - Hoje a Bonhwa é nossa, ok?

- A pronto. - Lisa cruza os braços. - Acham que tem prioridade porquê?

- Porque conhecemos ela antes? - Tae pontua.

- Porque viemos de outra cidade para ver ela? - Hobi completa.

- Porque somos os melhores amigos? - Os dois soam ao mesmo tempo, e Jimin vira os olhos dramaticamente ao parar na roda que se formou.

- Parem com essa discussão. - Cruza os braços também, me olhando de canto. - Desse jeito o ego dessa garota vai explodir.

- Logo quem falando. - Lisa provoca, observando as unhas compridas. - Quer saber? Porque não fica todo mundo junto de uma vez?

- Ótima ideia! - Finalmente me manifesto, segurando as risadinhas que estava dando diante da discussão sem sentido.

- Ok, mas a gente senta do lado dela! - Tae exige, e Hobi sai me arrastando pelo braço, guiando-me para a porta da mansão branca de onde a música sai sacudindo as janelas.

Lisa e Jimin dão os braços também, como se dissessem "quem precisa deles?" ao nos seguir porta adentro.

A casa tem um hall enorme, com uma grande escadaria branca com corredores nas laterais. O piso é quadriculado com preto e branco, e luzes pisca-pisca na cor azul contornam o topo das paredes como decoração de natal, dando uma iluminação única ao ambiente.

Yummy, do Justin Bieber, ecoa pelas paredes altas, e jovens de todas as idades estão espalhados pelo espaço, roupas curtas e copos na mão. Lisa torce o nariz, olhando ao redor com certo desgosto.

- Que música mais merda. - Ela acusa, conduzindo as longas pernas por entre as pessoas. Jimin ri alto ao seu lado, balançando a cabeça.

- Jungkook deve estar amando. 

Ela ri de leve, mas sem muito humor, ao concordar de forma meio triste:

- Deve, sim... 

Vinco as sobrancelhas diante de sua atitude esquisita, mas ao invés de questionar isso, pergunto:

- Onde ele tá?

- Jungkook? - Jimin vira, franzindo o cenho para mim, e ri quando confirmo com a cabeça. - Deve estar para lá de Bagdá a uma hora dessas. Podre de bêbado. 

Taehyung ri alto, concordando ao abraçar meu ombro ao chegarmos a uma sala com sofás livres.

- Ele já tá fazendo aquilo de falar outra língua, sabe? - Hoseok diz, balançando a cabeça. - Não devia ter deixado ele vir mais cedo, Minnie.

- E eu lá deixo alguma coisa? - Jimin protesta, largando-se de costas no sofá largo. - Aquele lá vem e vai a hora que dá na telha dele.

Como prometido, sento entre Tae e Hobi, em um sofá paralelo ao de Jimin e Lisa, que senta com as pernas cruzadas sobre o estofado, totalmente confortável.

- Ei, que copo é esse? - Tae pergunta, franzindo o cenho para a mão da garota, que vira o conteúdo de um copo descartável em sua boca. 

- Eu não te vi pegar isso também. - Comento, confusa. Ela ri alto depois de beber.

- Peguei de um magrelo no corredor. - E como se não fosse nada, se levanta, balançando os cabelos compridos ao apontar para a porta. - E tava bem fraca, inclusive. Vou catar mais alguns, alguém quer alguma coisa?

Hobi ri alto, abraçando meus ombros. 

- Só se ninguém tiver posto a boca ainda.

- São onze horas, Hoseok. - Lisa vira os olhos, parada na porta. - Todo mundo já colocou a boca nas coisas aqui dentro.

- Amém! - Jimin comemora a frase dela, que ri ao seguir seu caminho em busca de bebidas de distraídos.

- Se deus quiser, eu caio de boca no seu irmão hoje, Jimin. - Tae coloca, e Hoseok solta um "pfffft" alto com a frase. 

- "Já superei ele sim, Hoseok". - Hobi debocha.

- "Foi só uma ficada, nada demais". - Entro na brincadeira, e Hobi ri, agitando os pés no chão com a gargalhada que solta mediante o bico emburrado que Tae faz. 

- Não liga para eles não, Taehyung. - Jimin se recosta no assento, piscando para o loiro. - Sempre te quis como cunhado.

- Mentiroso! - Tae acusa com as bochechas coradas. - Você gostava era da ex dele.

- Gostava mesmo. - Dá de ombros, colocando as pernas sobre o estofado relaxadamente. - E você também.

- Esse não é o ponto. 

Entretida pela conversa, dou um pulinho quando Hobi empurra o cotovelo nas minhas costelas, mostrando a tela do celular para mim. Ali, no feed do Instagram, está um rosto impossível de esquecer:

- Litzy! - Sorrio, tirando o aparelho de suas mãos. - Uau, ela tá linda!

- Nem me fala. - Hobi diz com os olhinhos brilhando em direção a imagem.

- Quem? - Tae pergunta, e até mesmo Jimin se inclina para ver a tela.

- Litzy Santiago. - Esclareço, mas obviamente não ajuda em nada para eles. Entro no perfil dela e procuro mais fotos, mostrando para eles enquanto continuo o relato. - Conheci ela quando morei em Madrid, hoje em dia ela é professora de dança.

- Poxa, é bonita mesmo. - Jimin comenta. - Hobi tá interessado?

O garoto cora com violência, arregalando os olhos ao olhar assustado para mim. Dou risada, devolvendo o celular para ele, nem um pouco surpresa com a notícia.

- E quem não tá? - Comento, aliviando o clima. Hobi ri nervoso, e volta a encarar a mais nova foto que ela postou.

Na imagem, ela está parada em frente a uma cerca-viva cheia de flores vermelhas. Os cabelos crespos compridos voam ao seu redor com o vento, e o sorriso branco brilha assim como sua pele achocolatada. Os olhos estão fechados por causa das bochechas grandes que sempre teve, mas sei que são escuros como o céu noturno.

- Caralho, quem é a gostosa? - Lalisa se manifesta ao aproximar-se da roda, vindo por trás do sofá em que estou.

Hobi leva um susto e derruba o celular, e Tae não colabora com seu desespero ao anunciar:

- É a namorada dele.

Engasgo com a risada, e Jimin sorri divertido para a imagem do amigo praticamente derretendo de vergonha ao meu lado.

- Boa, Hoseok! - Ela elogia, e dá a volta no estofado, exibindo a caixa de gelo que carrega nos braços. - Cerveja para os de cerveja e energético para a santinha aí.

- Você não bebe? - Jimin pergunta ao pegar a própria garrafa já aberta, distribuindo para os outros dois. Dou de ombros.

- Até que sim, mas não sou muito fã.

- Ainda bem que não. - Tae comenta, virando um gole da bebida com vontade. - Seria um saco se gostasse.

Dou risada, acenando com a cabeça. - Seria mesmo.

- Por que? - Jimin pede, e Hobi me passa o energético enquanto Lalisa joga a caixa no chão e se senta no sofá adiante, apoiando as pernas de Jimin no colo. - Ela é uma bêbada chorona?

- Antes fosse! - Hoseok declara, indignado, e Tae concorda.

- É uma bêbada dorminhoca. - Lisa explica. - Toma uma dessas aqui - agita a garrafa entre os dedos - e ferra no sono em meia hora.

- Credo. - O garoto diz. - Que vida sem graça.

- Nem me fala. - Viro vários goles da bebida, relaxando a postura.

Tae puxa novamente o assunto da "namorada" de Hoseok e o garoto bate nele com uma almofada qualquer (eu apanho junto, por estar no meio). Jimin e Lalisa gargalham com a cena, mas logo somos abandonados pela garota que segue em busca do DJ, porque a seleção de músicas tava uma droga mesmo.

O anfitrião aparece gritando alto e derrubando tudo, com os olhos vermelhos e movimentos lentos. Jimin vai com ele após ser chamado, e sai divertido pelos corredores, balançando o corpo do grandão:

- Cara, como assim a tua mina tá sentada no meio dos outros dois? - O grandão pergunta, estalando um beijo amigável no topo de minha cabeça. - Tá doidão?

- Vem Johnny, vamos parar de me envergonhar, hm? - Jimin o arrasta por fim, tirando-o da sala enquanto pisca para mim, sorrindo de lado.

Tae e Hobi aproveitam nossa solidão para conversar sobre como estão indo esses meses. 

A faculdade de gastronomia de Tae está se mostrando tão boa quanto ele espera e o trabalho de meio turno na cafeteria (sim, ele roubou meu cargo) é ótimo para ele. Hobi faz na semana que vem o teste final para admissão em uma academia de dança, para melhorar a técnica enquanto estuda licenciatura na universidade, e espera passar.

Ele e Litzy estão realmente de papinho, mas ele não acredita que vá passar disso, já que ela, literalmente, mora em outro continente. Entretanto, nada impede ele de babar em suas fotos e nos vídeos de suas performances.

- Meninos e menina! - Lalisa se pendura na porta, inclinado o corpo para o lado enquanto equilibra a garrafa na mão estendida em nossa direção. - Levantem a bunda desse sofá e venham dançar que agora a música tá boa!

Quase como se fosse ensaiado, Tik Tok, da Kesha, começa a ecoar pela casa junto com os gritos de satisfação das pessoas no hall, onde estão dançando.

Tae levanta preguiçosamente enquanto Hobi já está agarrado em Lalisa, puxando-a para sair. Rendida, vou atrás, pensando que não faz mal me divertir um pouco, já que estou aqui.

Meus dias de porra loca acabaram, mas os de festa não precisam necessariamente de um fim.

Sendo assim, deixo que Lisa agarre minha cintura e guie os movimentos de meu quadril, Hoseok e Tae se sacudindo com as garrafas na mão e assoviando para nós que rimos alto ao balançar a cabeça e pular no ritmo da música.

Ao longe, avisto Namjoon e seu namorado apoiados na parede, falando com outras pessoas que não consigo enxergar no tumulto.

- You ma-ke feel like I'm living a tee-na-ge dream! - Lisa canta alto junto com Katy Perry, pulando e sacudindo a cabeça de um lado para o outro. Solto uma gargalhada, segurando suas mãos enquanto pulamos e suamos em meio a todo aquele calor.

Tae e Hobi se juntam a nós, dançando mais perto enquanto cantam também em uma pronúncia adorável e divertida. 

Nossas franjas já estão grudando na testa quando, de repente, Tae escorrega com força, caindo com tudo no chão.

- , caralho! - Ele grita, contorcendo o rosto em uma expressão de dor. Em meio a toda aquela adrenalina, demoro um pouco para assimilar o que aconteceu. Cambaleando, Hobi se abaixa e apoia ele. - Acho que machuquei o tornozelo!

Assustada, me afasto de Lisa e ajudo Hobi a colocá-lo de pé. As pessoas abrem espaço, curiosas, enquanto tentamos seguir para as escadas, onde Tae se senta. Hoseok levanta a calça, e torce o nariz ao ver que, de fato, seu pé começa a inchar.

- Gelo! - Lisa fala alto, estalando os dedos ao tirar a franja grudenta da testa. - Eu e a Bon vamos pegar pra vocês, fiquem aqui!

Hoseok concorda, e nos afastamos enquanto ouvimos ele xingar o garoto por cima da música.

- Você também não se cuida! Né, Kim Taehyung?

Apresso os passos, correndo com ela enquanto Sing, do Ed Sheeran começa a preencher os cômodos, e quase somos atropeladas por adolescentes correndo para dançar essa também.

Lisa me puxa por um arco aberto, e adentramos a cozinha branca cheia de armários e com uma bela ilha centralizada. Suando e respirando com força, me apoio na bancada, abanando com rosto enquanto a vejo abrir a geladeira como se fosse de casa e puxar algumas formas de gelo.

- Ei, o que rolou? - Puxo o ar com força e endireito a postura, vendo Jimin se apoiar casualmente no batente da porta. - Vi vocês duas correndo para cá.

- Tae torceu o pé. - Lisa responde, enchendo a forma outra vez depois de enrolar as pedras em um pano de louça qualquer. - Vim pegar gelo.

- Ah... - Ele assente, olhando para os próprios sapatos antes de subir os olhos para mim, atento.

Minha nossa senhora.

- Ahn... - Pigarro, coçando a nuca molhada ao olhar para Lisa, que corre o olhar rapidamente entre mim e Jimin, sorrindo de lado no processo. - Vamos, Lisa?

Avanço para a porta de onde viemos, contrária a de Jimin, que veio da sala de jantar. Naturalmente, ele avança até os armários de onde vim, apoiando os cotovelos na ilha e brincando com seu copo.

Ela sorri ainda mais, arqueando a sobrancelha. 

- "Vamos", por quê? - Questiona inocente, inclinando a cabeça em confusão. - Consigo levar um saco de gelo sozinha.

Meu queixo vai ao chão.

- Mas é meu amigo que se machucou!

- É meu amigo também, ué. - Dá de ombros, balançando os quadris em minha direção. - E é um tornozelo torcido, Bonhwa, ele sobrevive sem você.

E com isso, vai embora e me deixa sozinha com Jimin na cozinha espaçosa que parece ter diminuído até virar um grão de arroz.


Notas Finais


Esse capítulo tem uma parte dois, que sai em meia hora!

Como um só, teria mais de 10 mil palavras, então dividi em dois para facilitar a vida de vocês como leitores! Espero que tenha sido a melhor opção kkkkkk

┗ MÚSICAS CITADAS:

• All the time, Zara Larsson
• Yummy, Justin Bieber
• Tik Tok, Kesha
• Teenage Dream, Katy Perry
• Sing, Ed Sheeran

Vejo vocês na próxima parte! <3


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