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História Tomorrow - Gatilho


Escrita por: ddaeclipze

Notas do Autor


PARTE 2



Boa leitura <3

Capítulo 12 - Gatilho


Fanfic / Fanfiction Tomorrow - Gatilho

Oh Bonhwa 🐞 Point Of View

Os passos de Lalisa soam em uma corridinha abafada contra a música alta, misturando-se também ao som de sua risada esperta pelos corredores. Bandida.

Jimin balança a cabeça, e os fios muito lisos agora parecem mais soltos na lateral de seu rosto. Aperto os dedos na lateral do short, de repente sentindo falta de minha jaqueta, quando seus olhos sobem em um flash e encontram meu rosto. Engulo em seco.

Ele apoia as mãos na mesa e endireita a postura. O copo fica abandonado diante dele, que recua dois passos até se apoiar no balcão atrás de si. Sério, cruza os braços e levanta uma sobrancelha para mim:

- Estou tremendamente decepcionado com você, Oh Bonhwa. - De todas as coisas que poderia dizer, logo a que eu menos esperava.

- O que? - Pisco algumas vezes, mudando o peso de perna. - Decepcionado porquê?

Antes de responder, no entanto, passa a língua lentamente pelo lábio inferior cheio e afasta o quadril do balcão, contornando a ilha entre nós.

- Na terça-feira, te convidei para essa festa, sabe...

Meu coração bate contra a garganta quando apoia o quadril desse lado da ilha, agora a alguns passos de mim. Para ganhar espaço, recuo dois passos, apoiando as costas na parede. Ele vinca as sobrancelhas ao que percebe.

- E...? - Incentivo a continuar. Ele aperta os lábios, olhando para o chão entre nós antes de afastar o quadril da mesa, mas sem mover os pés. Mordo a bochecha, enfiando as mãos no bolso traseiro do short, nervosa.

- E eu te convidei para vir comigo, certo? - Levanta a sobrancelha, outra vez mirando meus olhos. Aperto o lábios, sem saber o que dizer enquanto o sangue dispara em minhas veias. - Certo, Bonhwa?

- Ahn... Sim?

Ele sorri sem muito humor.

- Sim. - Repete e, para o pânico de meus nervos, avança dois passos, cobrindo metade da distância entre nós dois com o olhar queimando no meu. - E eu deixei bem claro que queria você comigo... Não é?

- Ahn... - Arregalo os olhos, tremendo sob seu olhar. - Acho que sim.

O tom de Jimin é firme, como se estivesse controlando a voz e as emoções, mas seu olhar é terno e, de certa forma, triste?

- Mas você não ficou mais de cinco minutos comigo desde que chegou aqui.

Prendo a respiração, agitando os dedos dentro da bota.

- Eu estava com meus amigos.

- Eu sei. - Ele sorri, gentil. - É onde devia estar. 

- Então...?

- Mas não precisa fugir de mim para ficar com seus amigos que, devo lembrar, também são meus amigos.

- Eu não fugi...

- Para. - Fala duro e um arrepio desce minha espinha quando avança mais um passo. - Sabe que fugiu.

Respiro fundo, apertando os lábios quando meu peito sobe e desce devagar. Dessa distância, consigo sentir o perfume amadeirado que ele usa agora, e solto o ar com força quando tremo apenas com isso.

- Bonhwa, não estou te cobrando nada. Não tenho direito à algo assim. Só estou dizendo que... - Finalmente, avança o último passo, e seu tênis de marca toca a ponta de meu coturno quando para diante de mim. Sua mão sobe para a parede ao meu lado, deixando o lado da porta livre, e ele se inclina de leve em minha direção. Ele cheira tão bem... - Eu só estou dizendo que, porra, eu estou louco para te beijar agora.

Arregalo os olhos, deitando a nuca na parede e encarando seus olhos, e estremeço dos pés a cabeça ao ver que ele está olhando para minha boca.

- Faz dias que olho para você e só consigo pensar nisso. - Respira fundo, e meus poros quase doem com a eletricidade que corre minha pele quando olha para mim outra vez. - Mas não quero te obrigar a nada.

- O que?! - Aperto os olhos, encarando-o pelos cílios grossos. - Você acha que...

- Você parece me corresponder, ok? - Adianta rápido, me interrompendo. - Você sempre se deixa chegar nessa situação aqui. - Sua mão livre sobe e toca meu maxilar, e ele sorri de lado ao correr o polegar ali. - Você cora, e me encara de perto, e fica toda mole. - Arrepio inteira quando sua risada nasalada ricocheteia contra minha pele quente. - Mas não é de hoje que, assim que o momento acaba, você escapa.

Meus lábios se separam em descrença. Esse tempo todo, fico tão nervosa depois de sair dessas situações com ele, que mal consigo olhar em seus olhos por saber que, porra, eu adoro isso. E, esse tempo todo, ele pensa que me "afasto" porque me arrependo.

- Se você não quiser... - Começa, alheio aos meus pensamentos. Meus olhos correm por sua face, em completa descrença, enquanto minha boca começa a formigar sob sua respiração. Eu quero beijá-lo. - Você pode me falar agora e eu vou parar c...

Eu quero, então o beijo.

Fico na ponta dos pés e, interrompendo sua fala, empurro minha boca contra a sua. Antes de fechar os olhos com força, vejo Jimin arregalar os seus ao extremo, arfando contra minha boca.

Meu coração parece agredir minhas costelas enquanto espero que ele faça alguma coisa, qualquer coisa, mas tudo que ele faz é continuar parado. Assustada, tiro a boca da sua, sem me afastar de verdade. 

Com os olhos completamente arregalados, Jimin lambe os lábios bonitos e limpa a garganta em um pigarro discreto.

- Bonhwa... - Sussurra, e minha pele formiga quando lambe os lábios mais uma vez, as pálpebras finalmente pesando de volta para o lugar. - Você tem certeza...

Solto o ar com força, desacreditada, e tiro as mãos do bolso do short para agarrar a gola de sua camisa. Outra vez na ponta dos pés, afundo minha boca na sua, e suspiro extasiada quando, dessa vez, ele suspira de volta, inclinando-se para mim também.

Sua mão toca a base de minhas costas quando o braço que o mantinha a uma distância segura da parede cede e, quase como se estivesse derretendo, o corpo de Jimin pesa contra o meu. Minhas costas relaxam contra a parede fria, e Jimin respira pesado em minha boca ao deslizar os lábios sobre os meus.

A boca molhadinha arrepia meus braços, e a palma em minhas costas faz meus nervos enlouquecerem em uma carícia gostosa. Seu lábio inferior para entre os meus, e o chupo com vontade para minha boca.

Sua mão que estava na parede se adentra nos fios de minha nuca, que segura com firmeza ao manhar satisfeito quando sua boca escapa da minha.

Ele inicia uma massagem gostosa na região, e arfa junto comigo quando aperto sua camisa entre os dedos e chupo seu lábio superior agora. Em resposta, inclina a cabeça para o lado, e puxa meu inferior deliciosamente entre os dentes.

Respirando pesado, mal consigo assimilar sua mão subindo pela minha coxa e acariciando a lateral do quadril antes de apertar minha cintura, enquanto sua língua esperta desliza sobre meus lábios formigando. Solto a camisa e agarro seu abdômen, batendo a nuca na parede ao abrir a boca em busca de mais contato.

Ele suspira satisfeito diante da cena que observa por entre os cílios finos, e fecho os olhos ao sentir o músculo molhado contra minha própria língua, que estendo ao encontro. Ele grunhe e aperta os dedos em minha nuca, empurrando a língua contra a minha em puro deleite.

A carícia é molhada e quente, e cada pelinho do meu braço fica em pé quando ele murmura agoniado, segurando meu quadril com firmeza.

A música soa abafada contra meus ouvidos e tudo que sou capaz de ouvir com clareza são os estalos molhados que sua boca faz contra a minha. Ele lambe e chupa meu lábio inferior, descendo a mão por minhas costas, apoiando-a na base de minha coluna outra vez.

Murmuro um "hm" agoniado quando seus dedos se estendem e puxa meu corpo de encontro ao seu. Sua mão desliza até meu pescoço, e viro os olhos sob as pálpebras quando passa a massagear a área, acariciando lentamente com a ponta dos dedos. 

Solta o ar quente contra minha boca quando quebra o beijo, respirando com força. Sua mão sobe para minha bochecha, e abro os olhos pesados ao sentir seu polegar tocar minha boca. Arfo ao ver seus olhos concentrados em minha boca com a pupila totalmente dilatada, e ele grunhe em resposta, tocando minha língua com o polegar ligeiro.

- Caralho... - Arfa baixinho, guiando minha língua para fora da boca. Ousada como não sou a anos, deslizo o músculo por seu polegar, e ele exibe os dentes ao grunhir e tirar o dedo do caminho. - Que delícia...

Sua boca captura minha língua, chupando entre os lábios quentes, e arranho suas costas quando, de forma quase inconsciente, desliza a coxa entre minhas pernas.

A pressão é enlouquecedora.

Gemo agoniada em sua boca, e sua palma estrategicamente posicionada em minhas costas finalmente desce para o bolso traseiro do meu short quando movimento o quadril contra sua coxa.

- Isso. - Murmura agoniado contra minha boca e empurra a coxa mais uma vez, influenciando meus movimentos em sua perna. - Assim, Bonhwa...

Levo as mãos a sua nuca, gemendo abafado quando chupa minha língua e aperta, com força, minha bunda em sua palma.

Seguro os dois lados de seu pescoço, e quase choro quando sua língua volta a se esfregar na minha, em um beijo lento e sensual que só poderia pertencer a Park Jimin.

O calor desce direto para entre minhas pernas, e minha espinha gela quando ele ondula o quadril contra o meu, e sinto sua ereção contra minha barriga.

Porra, tão gostoso!

- Hmm... - É minha vez de choramingar, sentindo sua palma firme em minha coxa. Em resposta, aperta a carne entre os dedos e puxa minha cabeça para trás, exibindo meu pescoço para si e sorrindo ladino à minha rendição. - Jimin...

- Você é tão manhosa, Bonhwa... - Desliza a boca por minha bochecha, chupando o lóbulo de minha orelha com carinho, roçando os dentes no processo e me arrepiando inteira. - Você me beija tão gostoso... - Desce os lábios pela pele quente a disposição, e ondula o quadril contra o meu outra vez, mordendo um trecho e puxando delicado entre os dentes. - Você me deixa louco.

Agoniada, rebolo outra vez em sua coxa, fechando os olhos ao apoiar a nuca na parede atrás de mim. Sua mão aperta minha coxa exposta com força e a outra puxa os fios em minha nuca, me fazendo reclamar baixinho.

Sua boca chupa com vontade a pele quente, e eu encolho os ombros e abro os lábios em satisfação. O estalo ecoa em meu ouvido quando a pele escapa de sua boca, e ele grunhe antes de repetir o processo mais para cima.

Sem força para marcar, mas o bastante para me deixar mole em seus braços.

Chupa a pele abaixo de minha orelha, e geme baixinho ao empurrar o quadril contra o meu.

- Inferno... - Resmunga, arfando pesado ao guiar a ponta do nariz por minha bochecha. - Inferno de tesão do caralho.

Puxa minha boca entre os lábios, mas ao invés de iniciar o beijo voraz pelo qual anseio, segura ambos os lados de meu rosto com firmeza em um beijo lento e carinhoso.

Sua língua enrosca na minha e desacelera cada vez mais a cada movimento, diminuindo a tensão enquanto tenta controlar o calor. Suas mãos fazem uma carícia delicada em minha bochechas, e a pele formiga de um jeitinho gostoso.

Amoleço em seus braços quando o beijo se desfaz em selinhos demorados e molhados, estalando baixinho na nossa bolha. Aos poucos, a música parece ficar mais alta e ele se afasta, sorrindo doce para mim.

Minhas pálpebras pesadas se abrem devagar diante de sua carícia que continua, e quando sua testa apoia na minha, suspiro extasiada. A ponta de seu nariz brinca com o meu, e nem parece que estava gemendo na minha boca agora mesmo.

- Achei melhor desacelerar um pouco. - Pressiona os lábios nos meus outra vez, e mais uma, depois de sussurrar a frase. 

- Boa ideia. 

Ele sorri largo quando também o faço, e beija minha testa uma vez antes de se afastar devagar, deslizando os dedos para meus ombros.

- Não marquei seu pescoço, ok? - Ele sorri esperto, tocando a pele com a mão direita. - Consegui me segurar a tempo.

- Obrigada. - Sorrio, encolhendo os ombros. 

- Não agradece ainda.- Ri de leve, coçando a nuca. - Sua coxa tá vermelha e eu desgracei todo o seu cabelo.

- O que?!

Ele gargalha alto, afastando-se mais dois passos.

- Em minha defesa: você continua linda!

- Você é péssimo. - Reclamo, correndo os dedos pelos fios de cabelo que, de fato, parecem estar apontando para cima.

- Péssimo? - Questiona, sorrindo de forma perigosa ao negar com a cabeça, estalando a língua em reprovação. - Não parecia péssimo enquanto você rebolava na minha coxa.

- Park Jimin! 

Ele ri ainda mais, afastando-se enquanto enfia a camisa dentro das calças, arrumando a postura e alisando sua franja também. 

- Desculpa. - Dá de ombros, indo para a porta. - Preciso sair de perto e parar de pensar nisso ou não vou conseguir me livrar disso... - Arregalo os olhos quando aponta para a ereção marcada em sua calça. Antes de sair, pisca. - Se quiser arrumar o cabelo, tem um banheiro no fim desse corredor. Te vejo depois, garçonete.

Relaxada contra a parede, tiro os cabelos do rosto de preciso de aproximadamente quinze minutos para controlar a respiração e me dar conta do que acaba de acontecer.

Eu beijei Park Jimin.

Sorrio sozinha, desacreditada, ao me dar conta disso. Depois de toda aquela tensão insuportável das últimas semanas, eu beijei ele.

Me afasto da parede, girando o corpo em direção ao corredor pouco movimentado. A música estoura contra meus ouvidos, mas não estou prestando atenção nisso ao entrar no banhei indicado anteriormente.

Ali, percebo que estou realmente descabelada. 

Dou risada de meu estado, agitando os fios lisos com as mãos geladas, e não consigo parar de sorrir por um segundo sequer enquanto faço isso.

Limpo também o excesso de gloss que escorregou para o queixo e sorrio ainda mais largo ao lembrar de como os lábios de Jimin estavam brilhando quando se afastou nervoso.

Toda bobinha, abro a porta, enrolando uma mecha de cabelo nos dedos.

- E que sorrisinho é esse, safada?

Minha nossa senhora.

Levanto os olhos no susto, encarando o sorriso esperto de Lalisa, que está com os longos cabelos loiros presos em um coque na nuca.

- Que sorriso? - Pergunto, disfarçando a expressão. Ela ri debochada e enlaça o braço no meu, guiando-me até a escada no hall.

- Esse todo bobo que você e o Jimin tão exibindo por aí. - Minhas bochechas queimam quando ela sorri de lado, atenta a tudo, e seus olhos redondos brilham com a curiosidade. - Se pegaram muito, né?

- Ahn... - Tusso, nervosa, tentando controlar a respiração e o vermelho nas bochechas. - É, meio que sim.

- Eu sabia! - Ela apoia o pé na escada, levando-nos para o segundo andar. - Droga, queria ter visto.

- O que? - Aperto as sobrancelhas, franzindo a expressão. Ela ri e dá de ombros, imperturbada por minha confusão.

- Cada um com seus fetiches. - Pontua, e caminha comigo até um arco grande que abre para outra área de convivência. - Talvez a primeira vez que vocês transarem...

- Garota, pelo amor de...

- Briga! 

Tendo minha indignação interrompida, viramos assustadas em direção a voz animada. Aperto os olhos na meia luz, vendo uma aglomeração se formando na outra ponta do corredor largo em que estamos.

- Sempre tem um merdinha. - Lisa vira os olhos sem demonstrar muita emoção e me puxa para a sala diante, então entendo que ela não está interessada na confusão. Dando de ombros e apenas permito que me arraste.

Entregando, somos paradas na porta por um Namjoon assustado, que a puxa pelo ombro e, sem me dirigir um único olhar, exclama:

- Lisa! É o Yoongi!

- Que?!

Quando o nome é citado, sou eu quem grito, olhando assustada para a direção de onde o grito de briga veio primeiro. 

Assustada, Lisa se deixa ser carregada para a parede de pessoas, que se abre para exibir a imagem de Jimin, sendo segurado por Vernon Chwe - da minha turma de anatomia - e por um Hoseok muito irritado.

Seu lábio está sangrando.

Quando avanço para alcançá-lo, no entanto, vejo uma sombra se mover a minha esquerda. Com um pulo, assisto com o queixo caído quando Min Yoongi apressa os passos em direção a uma porta na direção oposta a qual estou.

Lembrando do que Namjoon disse sobre ele estar envolvido na briga, fico presa entre a decisão de seguir para Jimin ou ver o que aconteceu com Yoongi.

Quando levanto os olhos para Jimin, o vejo entrando na sala para qual eu ia anteriormente, cercado por uma Lisa preocupada, um Namjoon histérico e um Hoseok furioso, além de ser recebido um Taehyung assustado com a gritaria.

Park Jimin está cercado de pessoas.

Min Yoongi passou por mim completamente sozinho.

Sem exitar mais, agito os pés em direção a porta pelo qual o vi sumir. No caminho, vejo Jennie passar por mim feito um foguete, descendo as escadas com o celular na orelha.

Provavelmente, tentando encontrá-lo também. Por algum motivo que não sei especificar, no entanto, não digo que o vi. Apenas a deixo sumir em meio aos curiosos que se amontoam na base da escada e sigo para a porta entreaberta.

Respiro fundo, empurrando a madeira branca com a mão espalmada. O quarto está escuro, então preciso piscar algumas vezes antes de conseguir adaptar a visão e enxergar o contorno dos objetos.

Primeiro, penso que o quarto está desocupado. Entretanto, quando penso em fechar a porta e procurar em outro lugar, vejo uma sombra se movendo através da porta de vidro que dá abertura para a sacada.

Engulo em seco, fechando a porta atrás de mim ao seguir para a sacada. As amplas portas transparentes permitem a entrada da luz da lua, que deixa tudo meio acinzentado.

Deixo duas batidinhas no vidro, anunciando minha chegada para o garoto sentado com as costas apoiadas na parede.

- Oi... - Murmuro em um fio de voz, e quase engasgo quando seus olhos preguiçosos encontram os meus por entre os fios caídos.

Ele está com as pálpebras pesadas, talvez pelo sono, mas muito provavelmente por ter bebido alguma coisa. Entretanto, parece bastante sóbrio ao apertar os lábios e corar de leve, guiando o olhar adiante outra vez.

- Oi. 

Sem saber o que fazer, respiro fundo mais uma vez e atrapalho os passos em sua direção. Entretanto, ao invés de sentar ao seu lado, sento-me de frente para ele, com as pernas paralelas as suas e as costas apoiadas na mureta de vidro.

Inconscientemente, começo a respirar mais devagar quando percebo que não está machucado.

- Yoongi...

- Você viu se Johnny ficou muito bravo? - Ele corta meu chamado, levantando o olhar para mim outra vez. Pisco algumas vezes, desorientada pelo assunto repentino, e nego duas vezes com a cabeça.

- Johnny?

- Johnny Sue, o anfitrião. - Esclarece. - Sabe me dizer se ele ficou muito bravo?

- Não vi ele em lugar algum. - Ele concorda, relaxando a postura outra vez. 

- E o que faz aqui?

Me encolho de leve ao ser questionada tão abertamente, mas dou de ombros antes de responder, enrolando um fio solto no short entre os dedos.

- Vim ver como você está.

Ele ri sem humor, balançando a cabeça amargamente.

- Por acaso não viu que seu queridinho acabou se machucando?

Meu queridinho?

- Park Jimin tem várias pessoas para se preocupar com ele. - Esclareço, confusa com seu comentário ácido.

- Não preciso que venha atrás de mim por pena. 

- Não foi pena. - Me defendo, torcendo o nariz diante de sua acusação. - Só achei que você poderia precisar de uma amiga.

Seus olhos sobem até os meus devagar, e sustenta a posição por longos segundos.

- Somos amigos, então?

- Bom, eu lavei sua camisa, não é? - Ele vinca as sobrancelhas, e abre a boca para falar quando o interrompo: - Se não sou sua amiga, devia ao menos me pagar por isso.

Ao invés de se ofender, ele ri.

- Eu te paguei dois refrigerantes.

- Aquela era uma camisa da Gucci, ok? - Bato as palmas no chão, demonstrando falsa indignação. - Vale dois refrigerantes?

- Bom... Você lavou com sabonete de mão em uma pia da universidade. - Aperta os ombros, entrando na brincadeira. - Queria o que?

- Humpf. - Resmungo, cruzando os braços. - Ninguém valoriza meu trabalho mesmo.

Ele cai na gargalhada, e é impossível não rir junto com ele quando exibe a gengiva no sorriso mais fofo possível. Devagar, nossa risada se desfaz, e seus olhos encontram os meus outra vez.

Dessa vez, no entanto, não deixo que a conexão silenciosa se estabeleça, e trago logo as cartas a mesa:

- O que aconteceu, Yoongi?

Sua expressão se fecha imediatamente.

- Isso não é exatamente da sua conta.

Cerro os dentes, torcendo os lábios em uma expressão desgostosa. Entretanto, essa sua reação defensiva já era esperada, então apenas cruzo os braços com mais força e levanto a sobrancelha.

- Vai fazer birra ou vai me falar o que aconteceu de uma vez?

A irritação parece escurecer seus olhos que me encaram sob os cílios espessos, e sua língua faz uma rápida aparição para umedecer os lábios finos quando cruza os braços e relaxa a nuca contra a parede.

- Não é óbvio o que aconteceu, Bonhwa?

- Você brigou com Jimin. - Palpito. Ele concorda com um acenar de cabeça. - Por que?

Seus ombros sobem e descem sobre a camiseta preta comum que usa, e retesa o maxilar marcado ao fechar os olhos depois disso.

- Perdi a cabeça.

Outra resposta vaga, por isso, outra vez, insisto:

- Por que?

Ele apenas encolhe os ombros outra vez, e imagino que isso signifique que não vai falar mais nada. Sendo assim, fecho os olhos também e relaxo as costas contra o apoio, aceitando o silêncio que se segue. 

A música continua ao redor e, levando os burburinhos em consideração, imagino que já tenham esquecido da briga. Festas são assim, mesmo.

- Você está muito bonita, sabia?

Assustada com a súbita mudança de assunto, abro os olhos assustada e encontro seu olhar preguiçoso sobre mim.

- Ahn... Valeu. 

Ele sorri de leve diante de minha falta de jeito, e agradeço por estar sentada contra a luz, para que não veja minhas bochechas queimando.

A verdade é que ele também está lindo, com os cabelos claros cobrindo a testa em contraste com o topete perfeito de sempre. Os ombros largos estão relaxados contra a parede, mesmo com os braços cruzados, e as correntes discretas que brilham em seus pulsos combinam com os anéis nos dedos.

- Sua mãe sabe que você não está vestindo Saint Laurent? - Ele ri gostosamente, agitando os ombros ao encolher as pernas cobertas pela calça jeans rasgada nas coxas contra o corpo.

- A sua sabe que você saiu sem moletom?

Meu queixo cai e a risada incrédula sai antes que possa impedir.

- Praticamente que obrigou a deixar ele em casa.

- Agradeça ela depois por mim.

Minha risada soa ainda mais, e a sua se junta a ela mais uma vez. Balançando a cabeça, vou deixando que o som se perca no então, e levo um susto quando ele troca de lado, sentando-se com o quadril rente ao meu e as pernas estendidas ao meu lado.

- Jimin e eu temos essa richinha antiga. - Ele começa, e imediatamente apuro a audição, atenta ao seu relato.

Infelizmente, não consigo encarar seu rosto, pois sei que ele está falando enquanto olha para mim, já que seu hálito bate contra meu rosto, e nunca ficamos tão perto assim um do outro. 

Por algum motivo, a ideia de isso acontecer agora me deixa com a barriga gelada.

- E o que aconteceu hoje?

Sinto quando seus ombros sobem e descem, e sua cabeça tomba para o lado oposto ao meu.

- Vi algo que descarrilou lembranças sobre essa richa.

- Vocês não estão velhos demais para ficar se socando em festas no meio da madrugada? - Questiono, afiada.

Seu peito sacode em uma risada amarga, e sinto quando olha para mim de novo. Dessa vez, no entanto, viro o rosto e sustento seu olhar.

Imediatamente, meu braço arrepia e minha nuca fica gelada com seus olhos escuros pesando nos meus. Aperto a barra do short entre os dedos quando umedece os lábios diante dos meus olhos, e balança a cabeça sem desviar o olhar.

- Eu sei que foi uma atitude ridícula, ok? - Ainda atento a mim, sussurra. Não sei porque fez isso de repente, mas tem algo na cumplicidade que esse tom gera que me agrada um pouco. - Não pensei na hora.

- Não sabia que você era impulsivo assim. - Sussurro também, como se estivessemos contanto segredos. Ele sorri de lado, e algo em como seus lábios sobem ironicamente me deixa com as pernas trêmulas.

- Acredite em mim, queria ser bem mais, as vezes.

Meus olhos se abrem de leve quando sua mão esquerda sobe e tira uma mecha de cabelo que voou para meu rosto com a brisa fria, e meu coração dispara nas costelas quando ele sorri de leve, afastando o toque tão rápido quando o trouxe.

- O que aconteceu, Yoongi? - Tento outra vez.

- Ele te beijou hoje, Bonhwa. - Diz, colocando-se de pé. - Foi isso que aconteceu.

 - O que?! - Exaspero, arregalando os olhos de vez. Ele dá de ombros, como se não fosse nada demais, e enfia as mãos no bolso da calça ao afastar-se para a porta. - Yoongi!

- Olha... Não quis dizer nesse sentido, ok? - Ele se defende, apoiando a mão na porta entreaberta. - Não tem nada demais em vocês se pegarem, entretanto... Eu e Jimin temos um histórico complicado que foi ignorado por muito tempo, e aquele beijo foi o gatilho para isso vir a tona.

- Mas... - Pisco confusa, ainda sem entender qual é o problema. - Como eu...

- Não é sobre você. - Pontua, rígido. Seu tom corta o ar como uma faca e me encolho quando atinge meu peito. - É uma história antiga.

Com isso, dá-me as costas, abrindo a porta até o final e avançando quarto adentro.

Irritada como não fico a tempos, fico de pé em um pulo e cruzo os braços, batendo os pés no chão para chamar sua atenção.

- Ei! - Avanço furiosa em sua direção, não ligando se estou sendo ridícula com toda a pose birrenta. Ele para e me olha sobre os ombros, a expressão contorcida em confusão. - Onde pensa que vai?

- Pedir desculpas a Johnny?

- Não! Claro que não! - Balanço os braços, sentindo minhas bochechas queimarem de raiva. - Como você ousa me enfiar no meio dessa merda toda e depois sair como se nada tivesse acontecido?

- Olha, eu não quis...

- Olha é o caralho! - Bato o pé mais uma vez, aumentando meu tom. - Você não pode simplesmente sair por aí-

- Park Jimin era meu melhor amigo, Oh Bonhwa, e peguei ele com a minha namorada, à dois anos atrás. - Ele pontua, e não tenho tempo de raciocinar a frase quando continua, ameaçador. - Você não tem nada a ver com isso, e eu não poderia ligar menos para vocês se agarrando em uma cozinha! - Recuo um passo, horrorizada com o tom que ele usa para falar comigo, coberto de raiva, as bochechas vermelhas pela razão errada. - Mas também não tenho culpa se isso desencadeou uma memória ruim, ou se aquele babaca bêbado quis usar isso para me atingir!

- Jimin tentou...

- Não tenho culpa se surtei e acabei fazendo a única merda que nunca pensei em fazer na minha vida com alguém. - Seu pescoço está vermelho também, e meus olhos arregalados me dão uma visão embaçada de seus movimentos contidos. - Então, da próxima vez que quiser surtar com alguém, surta com aquele babaca do caralho que você chama de amigo, e me deixa ir embora em paz quando preciso ir.

Com isso, bate a porta e me deixa falando sozinha no quarto escuro.


Notas Finais


Oi galera!

Tecnicamente, isso não é uma atualização dupla!

Enquanto editava o capítulo 11, percebi que tinha 10 mil palavras, e sei que muitos não gostam de uma leitura tãããão extensa assim. Por isso, dividi ele em duas partes para facilitar a leitura de vocês, assim, podem fazer uma pausa entre um e outro e não precisam ler TUDO isso de uma vez.

Espero ter ajudado!

Agora, falemos sobre o que importa: BEIJO JIHWA SUHSFOSNSOSNSOSNSOS POR ESSA VOCES NAO ESPERAVAM, NÃO É MESMO?

E esse surto do Yoongi no final, vocês entenderam alguma coisa?

Eu só sei que 🐂🐂🐂

KKKKKK tadinho, credo

Enfim, o que vocês acharam das loucuras dessa festa? Comentem que eu vou adorar saber!!!!!!!!!!

Um beijo, um abraço e até semana que vem! <3

SE CUIDEM! ♥


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