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História Tomorrow - Lá Vem História


Escrita por: ddaeclipze

Notas do Autor


[ Tomorrow tem chegado um pouco mais cedo pq as 20h, nas quintas, eu tenho aula de redação! Sinto muito por qualquer incômodo que isso possa causar! 💔 ]

Senta que lá vem...

BOA LEITURA <3

Capítulo 13 - Lá Vem História


Fanfic / Fanfiction Tomorrow - Lá Vem História

Oh Bonhwa 🐞 Point Of View

- Não foi por sua causa.

Depois de quase cinco minutos inteiros de agonia e desespero comigo roendo as unhas e batucando os pés no chão, Lalisa finalmente conclui. Relaxo na cadeira, mas começo a morder os lábios em seguida.

- Yoongi disse que foi.

Ela coloca mais uma garfada cheia de salada e carne na boca, seguido de um enorme gole de suco, e bate a mão na mesa metálica, atraindo atenção no refeitório:

- Errado. - Limpa o queixo, por onde o suco tinha escorrido, e começa a preparar outra garfada enquanto termina de mastigar. - Ele disse que viu algo que o fez lembrar da treta antiga com Jimin, e não que quis brigar com ele porque viu essa coisa.

Pisco algumas vezes, percebendo que, talvez pela ansiedade e nervosismo, entendi foi nada.

- O que?

- Ele disse... - Ela bufa, preparando-se para repetir. - Que brigou com o Jimin porque viu algo que o lembrou de que está afim de surrar ele faz tempo, saca? - Ela se apoia no encosto da cadeira, respirando fundo enquanto deixa a comida descer e me explica. - Ele não disse que quis brigar por causa do que viu.

- De qualquer maneira, fiz parte do estopim da briga. - Ela vira os olhos dramaticamente com minha conclusão, estalando a língua no céu da boca antes de a encher de comida outra vez.

- Se você vai ficar se martirizando de qualquer jeito, faz isso sozinha e me deixa comer em paz. - Desvio de um grão de arroz que voa em minha direção e cruzo os braços, insatisfeita.

- Você disse que ia me ajudar a entender!

- Eu tô te ajudando, caralho! - Outra vez atraindo atenção e cuspindo arroz, xinga. - Acabei de analisar a história toda e dizer que não foi por sua causa!

- Mas Yoongi disse...

- Okay, foda-se. - Ela diz, voltando sua atenção para a comida restante no prato. - Eu simplesmente parei de ouvir o que você diz, tá?

- E se diz minha amiga? - Bufo, sendo ignorada com gosto enquanto a garota simplesmente continua sua luta contra a pratada de comida. - Humpf.

Desvio o olhar para a janela lateral, encarando o céu azul enquanto sinto as palavras de Yoongi se revirando dentro da minha cabeça: "Ele te beijou hoje, Bonhwa. Foi isso que aconteceu".

O que caralhos isso quer dizer?

- Okay, desfaz o biquinho que a mãe vai te ajudar agora. - Dez minutos depois, viro para Lisa, que me chama ao cruzar os braços sobre a mesa, atenta a minha expressão. - Tipo, ele viu você e Jimin se pegando na cozinha, certo?

- Ahn... - Aperto os lábios, lutando contra o rubor que queima minhas orelhas a caminho de minha bochecha. É difícil acreditar que isso aconteceu mesmo. - Certo. 

- Beleza, então vamos imaginar o seguinte: Yoongi tava passeando pela casa e decidiu entrar na cozinha. - Separa as mãos, gesticulando ao falar. - Com isso, viu vocês dois naquilo tudo e, de repente, percebeu que nunca confrontou Jimin sobre o que aconteceu.

- O que? - Pisco rápido, agitando as mãos ao endireitar a postura no assento. - Você tá dizendo que eles nunca falaram sobre a traição?

- É. - Cruza os braços novamente, encarando meus olhos. - A primeira vez que se falaram depois daquilo foi no sábado e bem, você viu como terminou.

- E como você sabe disso? - Levanto uma sobrancelha, apoiando as palmas na mesa. 

- Por que Yoongi é meu primo? - Afirma, mas soa como uma pergunta. Meu queixo cai sem que eu perceba.

- O que?!

- Bem... Na verdade, ele é primo do meu primo, mas isso são detalhes. - Agita os dedos como se estivesse espalhando o assunto no ar e afasta a bandeja agora vazia, apoiando os cotovelos no espaço livre. - Enfim... Quando aquilo tudo rolou, Yoongi simplesmente foi embora, sabe?

Aperto as sobrancelhas, torcendo a boca ao tentar entender.

- Ele fugiu porque levou um chifre?

Ela fecha a cara, trincando o maxilar em uma expressão pra lá de irritada. Ops.

- Ele "fugiu" porque foi traído pela pessoa em que ele mais confiava no mundo todinho, Oh Bonhwa. - Passa a língua pela bochecha ao rosnar as palavras para mim, insatisfeita. - E não estou falando de Taeyeon.

Meus ombros caem ao passo que minha expressão murcha, e me movo desconfortável na cadeira, arrependida de minhas palavras.

- Entendi... Desculpa.

- Hm. - Ela resmunga, empinando o queixo antes de continuar. - Enfim... Eles terminaram e Yoongi foi com o pai pra China depois, então ele e Jimin nunca brigaram. - Levanta os ombros, conformada. - Essa tensão entre eles vinha a muito tempo, ia estourar algum momento, com ou sem você.

Confirmo, balançando a cabeça em compreensão. Faz sentido, até...

- E porque estourar agora?

- Bom.... - Ela deita contra a cadeira até os apoios frontais saírem do chão e ela balançar nos traseiros. - Primeiro que fazia tempo que eles não estavam juntos no mesmo local, sem ter os pais por perto. - Pontua, e um fio de diversão corre seus olhos ao que os pousa em mim, sorrindo ladina: - E você pode somar esse fato ao de que os dois estão se aproximando da mesma pessoa outra vez. - Por fim, junta as mãos e as afasta agitando os dedos, simulando uma explosão. - Kabum!

Aperto as sobrancelhas, confusa com a segunda parte. - Que pessoa?

Ela levanta as sobrancelhas de forma sugestiva, correndo a língua esperta pelos dentes brancos.

Meu queixo cai outra vez.

- Min Yoongi não está interessado em mim!

- Mas eu não disse que estava, Bonhwa. - Minha boca abre ainda mais ao que percebo que cai na armadilha como um patinho, e minha orelhas começam a queimar imediatamente. - Porquê? Tem pensado muito na possibilidade?

Desgraçada.

Sem que eu queira, o olhar preguiçoso que Yoongi me dirigiu ao sentar perto de mim na sacada, dizendo que queria ser mais impulsivo às vezes, cruza minha mente em um flash. Balanço a cabeça devagar, ainda de queixo caído, ao negar veemente.

- Min Yoongi é um pouco demais, você não acha?

Ela ri divertida, inclinando a cabeça para a esquerda, esquadrinha do minha expressão com os olhos bonitos.

- E Park Jimin não é?

Mordo a boca, lambendo os lábios em seguida.

- Lisa, tem algo que você quer me perguntar?

Seu sorriso se torna afiado ao que arruma a postura, inclinando-se para mim em seguida:

- Tem sim, amiga... - Criando suspense, pensa por alguns seguintes, atenta à meu rosto. Arregalo os olhos sem querer. - Que mel é esse que você tem, hein? - Arfo, rindo desacreditada ao que ela se joga de volta no assento, que balança e range contra o chão ao receber seu peso. - Min Yoongi e Park Jimin? Loucura...

- Cala a boca... - Cruzo os braços, sentindo aquele calor chato na orelha e maçã do rosto. Entretanto, antes que eu precise chorar de vergonha, bate duas palminhas chamando minha atenção.

- Não quer me perguntar mais nada, não? - Inclina a cabeça para apoiar a bochecha na palma da mão. - Eu tô afim de perder uma aulinha hoje. E de fazer fofoca, também.

Balanço a cabeça, desaprovando sua fala, mas não exatamente recusando a proposta. Ela parece perceber, pois apenas cruza as pernas sob o corpo, pronta para ouvir.

- Ahn... - Coço a garganta com uma tosse leve, e empertigo os ombros antes de falar. - Ok. Você me falou sobre eles serem amigos antes, certo? - Ele confirma com a cabeça, sacudindo a franja sobre os olhos atentos. - Quão amigos?

Ela respira fundo, olhando ao redor. Quando organiza as ideias, passa a alisar as próprias pernas sobre o jeans rasgado, voltando a me encarar.

- Nossa... Demais. - É o que diz, puxando um joelho até o peito para apoiar o queixo nele. - Gi e Minnie foram vizinhos durante todo o fundamental, então cresceram juntos, praticamente. Eles eram bem próximos.

- Achei que a mãe de Yoongi não deixava ele ter amigos, ou algo assim... - Vinco as sobrancelhas, olhando-a sob os cílios.

- Ela sempre deixou ele ter os amigos que considera adequados.

- E Jimin era um desses porquê?

- Porque ele morava em um bairro nobre como eles e também porque Yerim era muito amiga da mãe de Jimin. - Explica, desenhando pequenos círculos na superfície metálica. Lisa não consegue ficar parada nunca? - O problema começou quando o pai de Jimin pediu divórcio e, alguns meses depois, começou a namorar outro homem.

- Ah.. - Levanto as sobrancelhas em compreensão, meus lábios separados. - Ela é homofóbica?

- E você tem dúvidas de que uma megera como ela, seria? - Balançou a cabeça, continuando com as espirais na mesa. - Assim que aconteceu, proibiu Yoongi de andar com ele.

- Porque não queria que as pessoas soubessem que o filho andava com gays? - Chuto e ela confirma.

- O que diria a mídia ao saber que o herdeiro da Kyungpook é amigo de alguém assim? - Gesticula, ironizando. - A maioria dessas pessoas vê homossexualidade como algo contagioso, que poderia passar do pai para Jimin e de Jimin para Yoongi. Idiotas do caralho.

- Isso é horrível... - Cruzo os braços, deitando as costas no encosto da cadeira. - O que aconteceu depois?

- Como eu disse, Yoongi e Jimin cresceram juntos. Eles eram mais próximos do que irmãos, eram praticamente duas metades da mesma pessoa. - Enquanto observo seu relato, posso jurar ter visto uma pitada de dor cintilar em seus olhos escuros. - Então é óbvio que contrariaram a bruxa e continuaram amigos.

- Até que a garota aconteceu. - Concluo. Ela assente, concordando.

- Eles eram muito amigos, Bonhwa... Não dava nem pra imaginar eles afastados que nem é hoje em dia. - Divaga um pouco mais, balançando a cabeça. - Mas enfim, aquilo lá aconteceu e foi tudo pro brejo.

- Que merda... - Aperto os lábios, me sentindo amuada. 

No início, achei a atitude de Yoongi ridícula. Quer dizer, se foi a namorada que o traiu, porque brigar com Jimin?

Agora, no entanto... não sei exatamente como estou me sentindo em relação ao cara que beijei naquela festa.

Se ele e Yoongi eram próximos ao ponto de serem considerados duas metades da mesma pessoa, o quanto essa traição deve ter doído em Yoongi? O quanto deve ter desestabilizado ele?

- Sabe, as vezes eu penso que Yerim aprovou o namoro de Yoongi e Taeyeon apenas para provar que ele não havia sido infectado por Jimin... - Levanto os olhos até Lisa, que continua divagando ao girar os dedos na mesa. A frase desce como uma pedra e pesa em meu coração assim que se assenta.

- Eu tô me sentindo meio tristonha agora... 

Lisa ri baixinho com meu resmungar, levantando-se e estendendo a mão para mim.

- Vem, tristonha. - Ela chama, sorrindo gentil. - Não podemos mudar o que aconteceu, mas podemos pegar um café e ir pras aulas.

Dou risada, mas aceito sua mão, colocando-me de pé e andando ao seu lado.

- É, isso ajuda.

Mas a verdade é que não ajuda muito.

Quando o dia amanhece outra vez e o sol ilumina o quarto todo através da enorme janela  em meu quarto, continuo me sentindo triste.

Na verdade, não é realmente tristeza. É mais como se fosse uma agonia constante com toques de melancolia.

Não é algo forte o bastante para me fazer começar a chorar, mas certamente atrapalha minhas risadas.

Ontem, após falar com Lisa, fiquei o dia todo com esse nó sufocante na garganta e peso horrível na boca do estômago. Cheguei a pensar que estava tendo uma reação alérgica ao almoço, ou algo assim... Mas uma reação alérgica não me faria ter vontade de largar tudo e correr até a Área de Economia para abraçar Yoongi.

Faria?

Nah...

E, nesse exato momento, estou achando que nada pode justificar essa vontade de protegê-lo, considerando tudo o que aconteceu.

Quer dizer... É um conflito delicado, a minha cabeça.

Sempre que encontro Yoongi ou falo sobre ele, o pego em uma situação ou ouço algo que me deixa completamente desestabilizada e frágil. Não consigo fazer nada além de querer ajudar e proteger ele de todo o mal possível. Ele já viveu tanta coisa ruim...

No entanto, não posso ignorar duas coisas: 

Primeiro, sábado não foi a primeira vez em que ele perdeu a cabeça e surtou comigo. Segundo, ele bateu em Jimin.

Ele bateu em alguém.

Lisa comentou, mais tarde, que isso nunca foi do feitio dele. Que ele está mais instável agora que voltou de Macau, talvez por ser obrigado a conviver novamente com a mãe, depois de tantos meses.

A pergunta que não quer calar em minha mente é: o que eu faço com isso?

O que eu faço com tudo que sei sobre ele? O que faço com a informação de que ele está mais volátil nesses dias? 

O que faço com o fato de que ele agrediu uma pessoa?

Entendo que não tenha sido qualquer pessoa, e que bater em alguém específico por um motivo delicado não te torna uma alguém violento, exatamente. Consigo entender tudo isso com tranquilidade.

Mas o que fazer com isso que entendo?

Mesmo sabendo que ele tem razões, quero uma pessoa assim por perto?

Yoongi tem mistérios demais para que eu consiga entender e eles, mesmo que não sejam sua culpa, continuam existindo.

No entanto... Continuo com esse nó na garganta e peso na boca do estômago durante todo o dia de hoje, também.

Respiro fundo ao sair do prédio de tijolos vermelhos com cinco livros diferentes nos braços e na mochila, tentando desfazer aquele bolo que não desce de jeito nenhum. Que sensação miserável.

Pisco algumas vezes diante do pôr-do-sol arroxeado, quase encontrando seu fim, e desço os degraus da biblioteca, seguindo para a calçada.

Ficando na ponta dos pés, consigo ver, algumas vagas a frente, o carro de minha mãe reluzindo prata entre os outros, e passo a andar em direção a ele.

Infelizmente, meus olhos encontram outra coisa no caminho.

Primeiro, vejo os sapatos lustrados brilhando na luz fraca e, após correr os olhos pela figura esguia, me sinto arrepiar dos pés a cabeça ao reconhecer os fios claros. Outra vez de terno, parado impotente a sombra de uma árvore, encontro Min Yoongi. 

- Bonhwa!

Não, não agora!

Em um milésimo de segundo, descubro que não estou preparada para falar com ele agora por motivos de que: ou vou começar a chorar, ou a gritar com ele; e não acho que uma dessas seja uma boa opção.

Sendo assim, não leva mais de um piscar de olhos para que eu decida ignorá-lo. Pelo menos hoje, pelo menos agora, eu realmente preciso fazer isso.

Então, apenas acelero os passos, andando desse lado da calçada enquanto finjo estar distraída demais para ouvi-lo me chamando.

- Bonhwa!

Filho da puta

Ninguém ensinou esse menino que é feio ficar gritando os outros na rua?

Aperto os livros contra o corpo e acelero o ritmo das pisadas conforme vejo a lataria ficando maior.

Dez passos. Nem isso, talvez.

- Ei, Bonhwa!

Sete passos.

Inspiro quase vitoriosa quando faltam apenas cinco passos, e dou um do tamanho de dois apenas por garantia.

Faltam três quando a mão de alguém se fecha em meu ombro.

- Whoa! - A voz dele soa perto de mim, e me sinto completamente nauseada ao perceber que está animado. - Você anda rápido!

Não o bastante, penso, amargurada.

Como estou completamente congelada, não viro para encarar seus olhos, enquanto torço para que isso seja o bastante para que ele vá embora. Não é, como de praxe.

Por isso, apenas me limito a soltar o ar devagar pela boca e levantar o olhar com receio ao senti-lo dar a volta em meu corpo, parando diante de mim.

Sorrindo.

Ele está sorrindo.

- Ei, lavadeira... - Chama, mas estou ocupada demais ficando completamente encantada pela forma como seu cabelo está bagunçado pela corridinha recente, para responder, então apenas o observo em silêncio. - Quando alguém fala seu nome e corre em sua direção, está tentando falar com você, sabia?

Ele deve estar pensando que estou em alguma forma de estado catatônico, já que apenas continuo olhando para ele, sem dizer nada enquanto meço minhas opções outra vez:

O carro está bem alí, atrás dele. Daqui, consigo até mesmo ver minha mãe nos encarando confusa pelo retrovisor.

No entanto, ele está bem aqui, esperando. Tão bem humorado, tão bonito e gentil...

Suspiro. Tão complicado, também.

Por isso, decido manter minha decisão e avanço um passo na diagonal, tentando contornar seu corpo e esperando que isso baste para que entenda que não quero conversar.

No entanto, outra vez, falho. E quando assisto seu corpo parar diante de mim outra vez, falha também uma batida de meu coração.

- Bonhwa, você está b...

- Estou. - Digo, o mais duramente possível, e ignoro seus olhos ao encarar sua gravata, depois de ver sua expressão de choque. - E, caso você não saiba, quando a pessoa que está sendo chamada continua andando, é porque não quer falar com você.

Dessa vez, quando tento contornar seu corpo, nada me impede de fazê-lo. 

Quando jogo meu corpo para dentro do veículo estacionado, minha mãe tem a gentileza de não perguntar o que aconteceu agorinha mesmo. Por isso, apenas começa a dirigir pelas ruas de Daegu enquanto me encolho contra o assento e sinto meu coração na mão ao lembrar de como seus olhos se apagaram rapidamente ao ouvir o que eu disse.

🐞

Nesse exato momento, minha cabeça se encontra em uma confusão horrível de sentimentos ruins e sensações péssimas.

Não consigo pensar direito ou entender qualquer coisa que me digam, apenas assinto e continuo andando, sem realmente ouvir nada.

Minha família percebe, é claro, então apenas me dá espaço depois do jantar, deixando-me sozinha para lidar com meus próprios pensamentos.

A noite passa sem que eu consiga pregar os olhos e outro dia nasce. Sem coragem para faltar aula agora, apenas me levanto e me obrigo a sair de casa.

A manhã parece durar dias, ao passar se arrastando, e a tarde se estende no mesmo ritmo.

Ao meio dia, almoço sozinha, e nas aulas da tarde, não encontro Jimin em lugar algum. Ele faltou todos os dias dessa semana, até agora.

Rose está em algumas das minhas classes, me fazendo companhia silenciosa. Em seu olhar, vejo que também está agoniada com a ausência de Jimin, mas não toca no assunto comigo.

Ao final do dia estou com a cabeça latejando em confusão, o que me deixa bastante irritada ao seguir pelas calçadas largas da avenida movimentada em busca de um chá quentinho para ajudar com isso.

No entanto, não consigo avançar mais de duas quadras do prédio de onde saí quando estaco no lugar, encarando aqueles olhos.

Qual é?

Pensar na pessoa faz ela se materializar, agora?

- Bonhwa? - Inconscientemente, bato o pé no chão, e aperto ainda mais os braços que já estavam cruzados ao fazê-lo. Maldita voz doce. - A gente pode conversar?

- Jimin... - Estendo a fala, mordendo o lado interno da bochecha com o latejar nas têmporas que me deixa tonta. - Acho melhor não.

Ele recua um passo com os fios escuros se agitando no vento, presos apenas por um óculos de sol no topo de sua cabeça. Tenho certeza de que a camiseta preta abraça seus músculos, assim como a calça realça suas coxas, mas não estou com cabeça nem para admirar isso, agora.

- É... - Tosse rápido, limpando a garganta, depois de estender a letra. - Por que não?

Suspiro dramaticamente, mesmo sabendo que a insistência ia acontecer de um jeito ou outro.

- Eu não tô muito afim de conversar agora.

Ele comprime os lábios grossos durante meio segundo, enquanto um reflexo de inseguranças nubla seus olhos rapidamente. Receoso, pergunta:

- Você se arrependeu do que aconteceu sábado?

Meu estômago gela e, em meio ao nervosismo, sinto a palma de minha mão formigando com a sensação inquietante. Ele fez uma pergunta não particularmente objetiva, mas é óbvio que sei do que ele está falando.

- Não. - Sabendo, é o que respondo em voz alta. Porque não há como me arrepender de ser beijada daquela maneira por alguém como ele. E rebato a pergunta: - Você se arrependeu?

- Eu teria que ser louco para me arrepender de algo que queria tanto.

Preciso usar cada gota de força dentro de mim para não arregalar os olhos - e não corar, também -, e sei que ele percebe quando vejo o canto direito da boca bonita subir em diversão. Safado.

- Infelizmente, não vim aqui para falar sobre isso.

- Eu sei. - Digo imediatamente, quase atropelando sua fala. - É por isso que não quero conversar.

Ele pisca algumas vezes, torcendo os lábios ao digerir minha fala, insatisfeito.

- Eu posso perguntar o porquê? 

- Porque eu não sei se quero ouvir a resposta, Jimin. - Suspiro, decidindo falar a verdade de uma vez para poder ir embora e conseguir aquele chá. - Olha... Você não é só um cara que eu beijei em uma festa, ok? Você é amigo dos meus amigos, e eu queria que fosse meu, também. Realmente gosto de você...

Enquanto falo, meus olhos correm seu abdômen e pescoço, e ao chegar na última palavra, me perco por encontrá-lo chocado ao olhar seu rosto. Seus lábios separados e olhos mais abertos mostram que ele, de fato, não esperava ouvir algo assim. Desvio o olhar, apertando a boca em uma tentativa de conter a vergonha que sobe à minhas bochechas.

- E é por isso que você não quer ouvir a história de como traí meu melhor amigo? - Arregalo os olhos, surpresa por sua fala sem censura, que vem em um tom leve e claro, embora levemente magoado, no fundo. Abro a boca para negar, por puro reflexo, mas ele me impede ao levantar a mão, pedindo tempo. - Tá tudo bem, eu sei o que você pensa de mim agora.

- Jimin, eu... - Limpo a garganta, pensando em como sair daquela situação, mas me perco outra vez ao encontrar seu olhar tranquilo, me incentivando a falar a verdade. Ao invés de negar, então, o que digo é muito mais insensível, embora sincero. - Você fez isso?

Ele sorri fraquinho, como se estivesse conformado com minha dúvida. E provavelmente está, mesmo. Era óbvio que esperava por ela.

Ele coloca as mãos no bolso e se afasta mais um passo, mostrando o carro vermelho no fim da rua. Ao inclinar a cabeça naquela direção em um convite silencioso, finalmente quebra o silêncio:

- Você disse que quer ser minha amiga, certo?

Não preciso de dez segundos para responder.

- Disse sim. Eu quero.

- Sendo assim, vai ter que ouvir a história toda. - Ele parece sorrir com os olhos ao relaxar os ombros e apontar para o carro, dessa vez com o cotovelo. - Aceita uma carona para casa?

Aperto os olhos diante de seu olhar divertido ao convidar, e finjo estar seria ao puxar o celular do bolso e avisar minha mãe que pode ir direto para casa, hoje.

- Ok... Mas você vai me pagar um chá.

- O que? - Ele me guia ao seu lado na calçada, seguindo para o veículo. - Eu já estou te dando a carona!

- Ei, você que tem algo para contar! - Ele estreita os olhos diante de minha acusação, e desliga o alarme ao abrir a porta do passageiro para mim. 

- Justo, espertinha. - Deslizo para o banco, puxando o cinto quando ele fecha a porta e dá a volta no carro. Depois de colocar o cinto e girar a chave na ignição, declara: - Mas vai ser do sabor que eu quiser.

Balanço a cabeça para os lados, expressando indignação enquanto o observo dirigir relaxado pelas ruas movimentadas de Seul.

🐞

No final das contas, era tudo balela. Ele deixou eu escolher o sabor do chá.

O caminho todo até minha casa, depois na parada na casa de chás, foi silencioso. Por isso, apenas deduzi que ele não queria falar sobre aquilo, e havia usado a carona como desculpa para quebrar o gelo entre nós.

Com isso em mente, compartilho de seu silêncio sem objeções, e quando o carro para diante dos imponentes muros da Mansão Oh, pergunto a primeira coisa não relacionada a briga que cruza minha mente:

- Porque faltou todos esses dias?

Ao olhar para ele, o encontro com os lábios separados e a mão no cinto de segurança. Ao contrário do que imaginei, ele tira a chave da ignição e pisca atordoado algumas vezes, como se não esperasse essa pergunta.

- Eu, hm... - Para confirmar minha suspeita sobre sua surpresa em relação ao questionamento, se atrapalha um pouco ao falar, relaxando no banco do carro estacionado. - Eu estava viajando.

- No meio da semana?

- Bem... Na verdade, viajei no domingo de manhã. - Ele balança os fios da franja com os dedos antes de apoiá-los na coxa que fica balançando,  inquieto. Atenta, continuo tomando meu cházinho. - Hobi e Tae precisavam voltar para Busan, então aproveitei para sumir um pouco do radar, sabe?

- Por causa da briga. - Concluo, vendo-o assentir devagar. 

- Jungkook queria me partir em dois quando me viu machucado, então imagina meus pais? - Ele balança a cabeça, soltando uma risada nasal. - Achei melhor dar uma voltinha por uns dias.

- Eles não ficaram bravos? - Pergunto, inconscientemente encarando a pequena linha vermelha em seu lábio inferior. 

- Ficaram furiosos! - Sorri, parando de agitar as pernas. - Achei que iam me matar, mas só me xingaram um pouquinho hoje.

- Menos mal. - Também solto meu cinto, terminando o chá quente, me sentindo bem melhor dentro do carro silencioso e climatizado. - Foi legal em Busan?

- Muito, Bonhwa. - Ele sorri preguiçoso, e seu tom arrastando-se da mesma forma deixa minha nuca arrepiada. - É bom escapar um pouco desse fuzuê todo.

- Eu imagino...

Também relaxada contra o banco, procuro seus olhos, que já estão em mim, passeando vagarosamente por meu rosto. Continuo olhando para Jimin, achando bonita a forma como a baixa luz deixa sua pele leitosa. Quando ele sorri fraquinho, estendendo a palma macia da mão para tocar meu rosto, percebo que não estamos conversando.

Arrepio quando ele tira meu cabelo da bochecha, colocando para trás do pescoço, tão carinhoso que nem parece estar me tocando de verdade. Se não fosse pela pele formigando que ele deixa para trás, poderia jurar que não tocou mesmo.

- Jimin... - Chamo, confortável e quentinha, ao lembrar de uma conversa antiga. - É por isso que você não almoça no refeitório?

- O que...? - Ele franze a expressão toda, parecendo meio sonolento também, ao recolher a mão e questionar.

- É, sabe... - Puxo as pernas para o peito, abraçando os joelhos sobre o banco. - Você almoça no sacada porque te julgam no refeitório. - Lembro-o de sua explicação. - É por causa do Yoongi?

Ele aperta os lábios com os olhinhos ansiosos buscando os meus. 

- É. - Decide confessar, por fim. - Muitos alunos da Kyungpook fizeram Ensino Médio na escola da Kyungpook, também. Eles estavam lá quando tudo aconteceu.

Eu sei que decidi não perguntar, mas vendo que ele parece estar tentando fazer isso, sem realmente conseguir, tomo impulso e digo:

- O que aconteceu, Jimin?

Ele olha para a rua diante de nós, respirando fundo e soltando o ar devagar. Assim como eu, puxa os joelhos para o peito e os abraça, apoiando os pés no banco. 

- Quando entrei no Ensino Médio, todo mundo já sabia que meu pai estava namorando outro homem. - Assim que penso que ele vai apenas mudar de assunto, começa a falar. - Nunca fui discriminado pelos professores, porque todos eles sabiam que eu era amigo de Min Yoongi, e ninguém queria ter a carreira arruinada pelo pai dele. Isso não acontecia com meus colegas, no entanto. Com exceção de meus amigos próximos, Taeyeon foi a única pessoa que falou comigo.

"Infelizmente, meus amigos estavam em turmas diferentes, então fazíamos os trabalhos e provas em dupla juntos, eu e ela. Viramos muito amigos, e eu não precisei de dois meses para me apaixonar por ela."

Ele levanta os olhos para mim, e meu coração se parte em um milhão de pequenos pedacinhos ao vê-los lacrimejando. Com os lábios tremendo, ele continua:

- Eu era louco por ela, Bonhwa. Você não conseguiria nem imaginar. Ela foi meu primeiro amor. Pensava nela dia e noite e passava madrugadas em claro falando com ela.

"Entretanto, o pai de Taeyeon era amigo de Ronwoo, e assim que a mãe de Yoongi conheceu ela, ficou encantada pela chance de ter uma nora tão linda e educada. Yoongi me contou quando ela exigiu que eles começassem a namorar."

Meu queixo quase cai ao que percebo a diferença nas histórias: Lisa disse que a mãe de Yoongi permitiu que ele namorasse Taeyeon, Jimin diz que ela o obrigou. Essa última opção pode parecer ridícula, mas se comparada às outras histórias que conheço dela, não faz muito mais sentido?

- E eles começaram a namorar, uma semana depois. Taeyeon nunca mais falou comigo de outra maneira, e eu também não tentei mais nada. Chorei por quase dois meses depois de vê-los de mão dada a primeira vez, mas o tempo foi passando e eles pareciam tão felizes juntos. Eu sufoquei tudo e fiquei na minha.

"Yoongi não parecia ser tão louco por ela quanto eu era, mas eles tinham um namoro invejável. Sempre juntos, sempre se tratando bem.

Isso tudo aconteceu no primeiro ano, e quando chegamos no terceiro, eles ainda estavam juntos. No meio disso, comecei a sair com outras garotas, e acabei me acostumando a ser apenas amigo dela.

Até que, um dia, sem motivo algum, me disse que não gostava de Yoongi, e que nunca me viu apenas como amigo. Eu fiquei apavorado e fugi, sem entender porque fazer isso do nada."

- O que? - Pergunto, sem conseguir me conter 

Ele confirma distraidamente, olhando para frente conforme continua falando, com um sorriso triste no rosto:

- Tudo aquilo voltou como uma bala, Bonhwa, eu fiquei desesperado

- Você ainda gostava dela?

- É claro que sim! Eu suprimi tudo, juro que nunca ultrapassei a linha da amizade! Nem mesmo abraçava ela! - Ele dispara, guiando os olhos arregalados até os meus. - Mas quando ela falou aquilo, caralho, meu coração saiu pela boca!

Engulo em seco antes de arriscar o próximo palpite:

- Foi depois disso que vocês começaram a sair juntos?

- O que?! - Exaspera, ofendido. - Claro que não!

- Jimin... - Chamo, receosa. - Yoongi disse que...

- Calma, Bon. - Ele adverte, apertando as pernas contra o peito ao se encolher. - Eu tô chegando lá.

"Enfim... Tudo continuou naquelas por mais algumas semanas. Ela até pediu desculpas por falar besteira, mas toda vez que eu olhava para ela conseguia lembrar daquilo, e não conseguia me concentrar.

Naquela época, eu dançava. Um dia, fiquei tanto tempo na sala colocando música para ensaiar que minha bateria acabou, como já tinha que ir embora mesmo, não coloquei carregar.

Lá fora, Taeyeon estava me esperando. Eu virei as costas pronto para fugir, mas a primeira coisa que ela disse foi: 'Jimin, eu não estou mais namorando'."

Meu coração estava disparando com a história, e eu quase conseguia sentir as sensações que ele sentiu ao ouvir isso da garota que gosta depois de ouvir aquilo antes. Não consigo imaginar como foi tão confuso...

Enquanto escuto, também busco traços de que esteja mentindo, mas não encontro nada. Mesmo quando desvia os olhos dos meus, parece apenas estar divagando, e não evitando me olhar. Parece sincero em cada palavra, então apenas me encolho, ouvindo quieta.

- Eu quase desmaiei com aquilo. - Ele continua, divagando outra vez. - Eu pedi o que tinha acontecido e ela respondeu que iria trabalhar como modelo na Europa, e que, antes de partir, queria poder beijar o cara de quem realmente gostava sem se sentir culpada.

"Eu mal entendi o que ela disse, mas entendi muito bem quando ela me beijou. 

Eu só conseguia pensar que ela estava solteira agora, e que gostava de mim também. A beijei de volta."

Com o coração na boca, engulo em seco e arrisco o que deve ser a última pergunta da história:

- Yoongi viu vocês, não é?

Ele assente com o olhar sombrio e o maxilar trincado.

- Quando nos separamos, vi Yoongi correndo de volta para o carro, chorando muito.

- Jimin... Isso foi muito errado.

Quer dizer, mesmo que tenha terminado, o que ele não sabia com certeza, ela ainda era a ex do melhor amigo! No mínimo, é algo estranho a se fazer.

- Eu sei, mas não sabia que ela estava mentindo! Nunca passou pela minha cabeça que faria uma coisa dessas!

Outra vez, parece absolutamente sincero e convicto de cada palavra. Assinto, tentando acalmá-lo ao tirar o foco disso.

- Ela ao menos foi embora de verdade?

- Foi, no outro dia. - Suas palavras são amargas, mas meu peito relaxa um pouco ao entender a situação.

- Vai ver quis aproveitar que ia embora mesmo e te beijar antes de ir.

- Ta. - Ele coloca, de repente. - Mas se ela estava mentindo, porque me esperar ali fora para me beijar onde podia ser pega?

Dou de ombros com a expressão confusa, inclinando a cabeça.

- Ela não imaginou que Yoongi ia estar ali, ora.

- Ok, mas se não ele, poderia ser qualquer um a nos ver e contar! - Balança a cabeça com o lábio entre os dentes, as sobrancelhas tão vincadas que deve estar doendo. - Estávamos na rua!

- Você acha que foi de propósito? - Questiono, sem saber se realmente entendo seu ponto.

- Não sei, não faz sentido... Porque fazer de propósito? - Pergunta, mas sei que foi retóricamente. - Mas ao mesmo tempo, se não queria ser pega, podia apenas ter subido um lance de escadas e me beijando onde ninguém saberia!

Penso em rebater, mas seus argumentos são realmente válidos. 

Vai ver ela apenas queria terminar com Yoongi antes da viagem e não sabia como fazer isso, mas porquê colocar a amizade deles em jogo apenas por isso?

- E tem mais... - Ele coloca enquanto me perco em pensamentos. - Antes de sair correndo e ir embora, ela me pediu desculpas.

Com isso, fico ainda mais confusa, apertando os lábios com a enxurrada de pensamentos. Quando focalizo em seu rosto, agora no carro que já está escuro, o encontro pensativo também, mas com uma expressão bastante triste. Terrivelmente magoado.

É de partir o coração.

Se essa história for a verdadeira, quer dizer que por conta de um impulso estúpido de retribuir um beijo inesperado, perdeu, de uma vez só, Yoongi e Taeyeon, a única garota que gostou até então e o melhor amigo.

- Eu sinto muito, Ji... 

É tão pouco, mas é tudo que consigo dizer, encolhendo os ombros.

- Tudo bem. - Ele diz, carregando tanta tristeza na voz que chega a ser idiota ter dito isso. - Foi a muito tempo.

Penso em dizer que para uma decepção dessa, dois anos ainda é pouquíssimo tempo, mas fico quieta por saber que não estarei ajudando.

Desconfortável com o silêncio, não sei o que fazer a seguir. Deveria sair do carro ou esperar que ele diga mais alguma coisa? Eu deveria dizer alguma coisa?

- Bonhwa... - Enquanto mordo meus lábios com força e me balanço com a ansiedade que me agita as veias, ouço sua voz soando cuidadosa. - Não quer saber o que aconteceu sábado, também?

- Jimin, não precisa falar nada agora.

- Não. - Ele nega, sem me dar espaço para dizer mais nada. - Você quer saber as coisas porque gosta de mim e quer me entender. - Declara. - E eu também gosto de você, Bonhwa, e quero que entenda.

Sei que ele ele fala de forma platônica, assim como falei dele mais cedo, mesmo assim, estremeço de leve mediante sua afirmação tão natural. Abalada, tenho forças apenas para assentir e abraçar as pernas mais confortavelmente para ouvir a outra história.

- Quando sai da cozinha, depois de ter beijado você, encontrei Yoongi na porta. Pela cara dele, soube que ele tinha visto tudo.

"Na hora, fiquei furioso porque vi que ele tinha lembrado de Taeyeon e era óbvio que ele estava bravo, mas ao invés de me confrontar, estava indo embora outra vez!

Eu nem pensei e fui atrás dele, mas ele me ignorou o caminho todo. Quando encontrei ele na biblioteca, pedi porque ele não fazia alguma coisa. Qualquer coisa!"

Vinco as sobrancelhas, ouvindo tudo e entendendo o porquê da sensação, devido a todo o relato anterior.

- Ele só disse que não "reagiu" porque nada que eu fizesse poderia atingi-lo, agora que não se importa mais comigo. - Ele respira fundo e me olha receoso, mordendo os lábios até ficarem brancos antes de soltar e admitir: - Eu fui impulsivo e, bem... Falei o que não devia e apanhei por isso. Fim.

Confusa com uma resposta tão vaga assim de repente, decido questionar mais uma vez, mesmo sem saber se devo:

- O que foi que você falou para ele, Jimin?

Algo na forma como ele morde o lábio com força ao pressionar as sobrancelhas me deixa completamente alerta, e não consigo nem piscar enquanto espero que ele diga qualquer coisa. Suas coxas sacodem contra seu peito, agitando o corpo todo antes de esticá-las e apoiar os pés no chão, soltando o ar com força ao se render.

- Eu disse que ele não havia se atingido mesmo porque já estava acostumado a me ver ficando com a garota.

Meu queixo desce com tanta força que quase desloca minha mandíbula.

Meus pés vão para o chão com força, e minhas costas saem do banco com o impulso que isso cria. Por alguns segundos, tudo que consigo fazer é encarar sua expressão assustada completamente perplexa, e piscar algumas vezes.

Nenhuma reação.

É como se eu sentisse várias coisas ao mesmo tempo e estivesse pensando em tudo enquanto não penso em nada. Não faz sentido, não consigo nem me mexer.

- Bonhwa, escuta...

Sua voz me desperta em um clique e, subitamente consciente, fecho a boca e pego a mochila do chão, vendo o desespero cobrir seus olhos.

- Obrigada pelo honestidade, Jimin. - Declaro, levando a mão a maçaneta da porta. - Fico feliz que o que aconteceu entre nós tenha servido à seus propósitos.

Com esse último impulso, lanço meu corpo para a calçada ampla, batendo os pés na direção do interfone.

A alguns minutos atrás, parecia arrependido do que aconteceu entre ele, Yoongi e Taeyeon. Agora, acaba de admitir que usou isso para provocar o cara. Que usou nosso beijo, também.

É impossível para mim, nesse momento, negar que mereceu aquele soco.

- Bonhwa, por favor! - Ele bate a porta, subindo na calçada e parando a alguns passos de mim. - Eu não quis fazer isso, juro que não! 

Irritada, desisto de ser atendida e puxo a mochila para a frente do corpo, procurando a chave com as mãos que tremem de raiva, assim que pego, ouço a voz de Jimin mais desesperada.

- Porra... Eu só queria irritá-lo! - Admite, a voz trêmula e ansiosa. - Eu só queria que ele fizesse alguma coisa!

Sob meus xingamentos, o portão finalmente destranca, e dirijo um último olhar a figura desesperada de Park Jimin ao declarar:

- Fico feliz que tenha conseguido sua reação, Jimin. - Colo o corpo para dentro, vendo-o avançar até a grade para me ver melhor. - Espero que esteja feliz com isso. 

Dando-lhe as costas, bato o portão e atravesso o pátio em passos furiosos enquanto o escuto chamar meu nome  uma vez mais contra o pátio vazio.


Notas Finais


[PAPO SÉRIO: Tomorrow precisou de 7 capítulos para atingir as primeiras 100 visualizações, e agora, depois de 5, já passa de 270! Minha bebê tá crescendo rápido e eu não sei nem o que fazer 😭😭. Obrigada pelo carinho e por acompanharem Tomorrow comigo!]

ELA FAZ AS TRETAS DELA!

O que vocês acharam, galerinha?

Sei que esse capítulo tem muitooo mais relato do que acontecimentos, mas a verdade é que esses relatos em si são acontecimentos MUITO importantes para entender a trama. Tenham paciência!

E aí, vocês acham que Jimin tá falando a verdade? E o tratamento duro que a Bon teve com o Gi, foi justo, levanto em conta a forma como ele tratou ela na festa?

E A POLÊMICA: Jimin mereceu ou não levar um socão na boca?

Contem pra mim que tô morrendo pra saber!

Sério, NÃO TENHAM VERGONHA DE COMENTAR!!!!!! Eu me divirto TANTO lendo os comentários, vocês nem conseguiriam entender SUAHSUSHUSSHUSS

Muito obrigada por tanto amor e carinho, Tomorrow é para vocês!
(*˘︶˘*).。*♡

Até semana que vem, meus amores!

Tô atolada nos estudos pro vestibular, mas vou tentar trazer uma att dupla na semana que vem pq eu sei que é disso que vcs gostam 😝

Até quinta-feira, amores!


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