Oh Bonhwa 🐞 Point Of View
Nos dias que se seguem a mudança, minha família mantém a rotina que construiu antes, completamente imperturbados pela minha presença.
Todos nos reunimos exatamente as sete horas da manhã para tomar café junto com meu avô, que sai cedo para trabalhar. Depois disso, ele é o primeiro a sair, seguido de minha mãe, meia hora depois. Minha avó passa o dia inteiro andando de um lado para o outro: ora orientando as empregadas, ora vendo se eu estou bem, ora trabalhando no escritório ou em seu ateliê, no último andar.
Eu, de modo geral, não faço absolutamente nada o dia inteiro.
Assisto séries a manhã inteira, almoço com minha família, converso com meus amigos quando estes estão desocupados à tarde, faço um lanche com minha avó, leio alguma coisa, passo horas no celular, janto com a família e boa noite outra vez. Nada emocionante, nada espetacular.
Os dias mais agitados foram os referentes a entrevistas da universidade, para que percebam o quanto estou no tédio.
Antes de vir para cá, estava estudando a exatamente um ano e dois meses para o exame nacional, na esperança de passar em qualquer universidade e poder estudar com algum desconto. Agora, só tem um nome na minha cabeça.
Kyungpook National University.
A melhor universidade na cidade, a quarta melhor no país, no top 20 de toda a Àsia.
Para admissão, não é necessária prova. Avaliam seu histórico escolar, realizações acadêmicas, atributos de modo geral e desempenho na entrevista com o orientador do curso.
O preço vai às alturas.
Nunca, morando apenas com minha mãe, seria capaz de estudar nesse lugar. Ela e meu pai teriam que largar o salário inteiro e ainda dever para que eu pudesse fazer apenas um semestre.
Morando com meus avós, no entanto...
Mamãe enlouqueceu, dizendo que não podia aceitar. Ela pagou o próprio estudo sozinha, e poderia fazer o mesmo por mim. E eu iria aceitar, obviamente, mas minha avó se manifestou.
Para me dar do bom e do melhor, fizeram um acordo. Meu avô, que é ótimo com finanças, monitoraria cada gasto e, assim que eu me formar, começamos a pagar tudo a eles em parcelas generosas e calculadas.
Minha mãe aceitou, mas no fundo ela sabe que eles nunca vão aceitar o pagamento. Mesmo assim, o acordo foi feito, para que eu possa estudar na melhor universidade possível. A forma dela de me recompensar por mais uma mudança, possivelmente.
Meus avós estão enlouquecidos com a neta-estudante-de-medicina-que-na-verdade-nem-é-oficialmente-estudante-ainda. Passaram todos os dias falando sobre as maravilhas que a Kyungpook oferece e bem, quem sou eu para questiona-los?
Minha avó é patrocinadora direta da instituição, que pertence a um amigo de seu círculo íntimo. Sendo assim, sabe mais sobre o funcionamento do lugar do que qualquer um dos funcionários, e deixou isso bem claro pelos dias que se seguiram.
Minha primeira entrevista foi basicamente uma conversação, para testar os níveis da minha escrita, além de pronúncia e compreensão da língua falada. Quando fui aprovada nessa, fui chamada para a entrevista regular, com dois orientadores.
Nunca, em toda a minha vida, fiquei tão nervosa quanto naquele momento.
Agora, uma semana após a entrevista, ainda consigo sentir minhas pernas tremendo. Entregando, estudei um ano inteiro, sempre tive notas incríveis, sempre amei estudar e dei tudo de mim para esse momento. Sei que sou capaz de conseguir. Posso fazer isso.
Mas que eu quase fiz xixi nas calças, é verdade.
- Está pronta para sair?
No meio da sala de estar, giro sobre os calcanhares, encarando minha avó na beira da escada. Impotente, impecável, baixinha. Nervosamente, apenas confirmo com a cabeça, e ela sorri satisfeita ao seguir seu caminho em direção a porta da frente.
Sete dias atrás, pouco tempo depois da entrevista, concordei em deixar-me ser guiada por ela em uma visita completa no campus. Agora que o momento chegou, não parece mais tão boa ideia.
Como ex-aluna e patrocinadora, conhece o suficiente para confiar em seus conhecimentos e me guiar, para que eu tenha uma ideia de onde fica tudo antes do primeiro dia que ela considera tão certo. Por um lado, estou tão animada que consigo sentir minhas pernas vibrando! Por outro, estou tão receosa que poderia muito bem vomitar aqui, em cima de seu tapete persa no hall de entrada.
E se eu for lá e odiar? Ou pior! E se eu for lá e amar tanto que vou querer morrer ao ser rejeitada?
O carro caríssimo praticamente desliza pela pista, o motor sussurrando baixinho enquanto minha mente está aos berros com tudo isso.
Talvez, se estivesse com minha mãe, me sentiria melhor.
Eu amo minha avó, mas o emocional de pedra dela não ajuda. Minha mãe estaria surtando comigo, fazendo piadas e dando gritinhos de nervoso, o que faria com que eu me sentisse ao menos mais compreendida. Enquanto isso, vovó apenas observa a rua passar ao redor, tão serena quanto uma brisa de primavera. Imperturbada, delicada e charmosa.
Eu detesto gente rica, mesmo quando pagam minha formação.
Bufo, cruzando os braços. Vovó percebe, mas não fala nada. Quando chegamos na universidade, posso jurar que a vejo morder o lábio e tremer ao abrir a porta, mas talvez seja apenas coisa da minha cabeça.
Respirando fundo para tomar coragem, solto o cinto e saio do carro, respirando o ar frio da tarde ensolarada de Daegu.
É agora que eu desmaio, senhorzinho.
🐞
A grama é verde, o céu é azul e, misericórdia, até o ar parece melhor aqui.
Passamos horas e horas caminhando pelas avenidas da cidade universitária, conversando nos bancos disponíveis pelo espaço, admirando cada mínimo detalhe e sorrindo para os funcionários receptivos e simpáticos.
Eu estava sendo idiota ao acreditar que era a única surtando pela visita. Minha avó fingiu bem no carro, mas assim que pisamos no campus, saiu praticamente saltitando pelas ruas da cidade universitária.
Além de nós duas, haviam dezenas de pessoas conhecendo o local. A maioria seguia o guia que dispensamos, mas alguns se aventuravam sozinhos, assim como nós.
O território da universidade é dividido por áreas, e dentro dessas áreas, por matéria e ainda por curso. Cada curso tem um prédio apenas com salas aula e outro direcionado para os laboratórios e salas de prática, além de uma área de convivência separada.
No centro, uma enorme praça circular abriga a diretoria, o prédio das bibliotecas (ênfase em mais de uma) e demais prédios administrativos.
Enormes prédios de tijolos vermelhos brilham a luz do sol, com aquele lindo ar antigo e clássico no exterior. Por dentro, é tudo tão branco e moderno que te deixa arrepiado.
Todos os prédios tem sistema de ventilação com aquecedor embutido, os banheiros são mais bonitos por si só do que muitas casas em que já morei inteiras e o piso é tão polido que parece um espelho.
As salas de aula são dignas de filme, a piscina coberta é absurda de tão bonita e até mesmo os refeitórios (um para cada área do campus) parecem novinhos em folha, como se nunca tivessem sido usados.
Nosso passeio tem uma pequena pausa quando, ao passear pelo prédio das bibliotecas, vovó esbarra em um pai de aluno que é muito seu amigo e se esquece que eu existo (depois de me exibir muito, é claro).
Então, deixando-os ali, dirigi-me para dentro da primeira biblioteca, que estava logo a nossa esquerda.
Existem quatro, no total. A biblioteca "geral", que contém diversos exemplares com objetivo acadêmico e para lazer. A biblioteca acadêmica, que dispõe da mais ampla seleção atualizada de livros divididos por curso. A biblioteca de arquivos, que contém antigos TCC's para consulta, assim como diversos artigos científicos dividos por áreas. E por fim, mas não menos importante, a biblioteca audiovisual.
Além disso, cada andar do prédio contém dois tipos de área de estudo: a pública e as reservadas. A pública tem pequenas cabines individuais assim como amplas mesas para trabalhos em grupo. As reservadas podem ser, assim como o nome diz, reservadas para estudo individual de alunos ou grupos por uma "pequena" taxa adicional.
O lugar é simplesmente tão sensacional que poderia não existir.
Os professores devem ser uns desgraçados, para compensar.
Estou diante da maior parede de livros de fantasia já vista na história da humanidade (vista por mim, no caso), quando, pelo canto do olho, vejo uma silhueta a minha esquerda, contra a luz.
Meu queixo cai e meus olhos brilham com a empolgação, quando, descontrolada, praticamente grito:
- Jungkook!
O rapaz alto, moreno e forte franze o cenho e fecha o enorme livro que segura, olhando confuso em minha direção. Quando me reconhece - rapidamente, até -, abre um enorme sorriso que enruga seus olhos e expande suas bochechas.
- Bonhwa! - Sorrio tanto que quase doi. Ele lembra meu nome! - Uau, quanto tempo!
Ele anda em minha direção, abrindo os braços para me receber carinhosamente. Meu coração se aquece porque, céus, eu havia esquecido o quão adorável ele é!
- Como você está? - Pergunta, acariciando minha nuca com a mão grande. - E o que você faz aqui?! Meu Deus, eu nem acredito!
Dou risada de sua agitação e me afasto de seu aperto, apoiando a mão em suas costelas ao encarar seus olhinhos brilhantes.
- Eu moro aqui, agora!
- Na biblioteca? - Dou risada.
- Obviamente! - Abro os braços, indicando o ambiente. - Você não?
- Talvez um dia. - Sorri. - Mas sério, você mora aonde?
Balanço a cabeça, o sorriso preguiçoso ainda presente em meu rosto. - Em Daegu, ora.
- O que?! - Ele arregala os olhos, já me puxando pelo cotovelo em direção a um sofá à janela. - Me explica isso agora!
A conversa de desenrola com muitos gritinhos e risadas, tamanha nossa empolgação em termos nos encontrado assim, do nada! Jungkook parce ainda mais feliz ao saber que vou estudar aqui, mas fica meio emburrado ao saber que vou cursar medicina.
- Hmpf. - Resmunga. - Nem para ser um curso de Artes, hein? Quase não vamos nos ver, estudando em lados opostos! - Ele se refere a distância dos prédios de Medicina e o de Música, seu curso desde o ano passado.
- Ah, é verdade. - Murmuro, meio tristonha. - Bom, você sempre pode mudar de curso, sabe?
- Ah, não mesmo. - Ele ri daquele jeitinho discreto, negando várias vezes. - Se eu ver sangue, desmaio na hora.
- E eu acho que se eu ver um instrumento, ele desmaia. - Jungkook ri, cobrindo as orelhas de um jeito muito engraçadinho e fofo.
Continuamos conversando, e dessa vez o tópico delicado vem a tona.
- Por que você se mudou, mesmo? - Ele pergunta após uma gargalhada sobre Tae e Hobi. Minha expressão deve ter sido horrível, pois ele parece imediatamente perceber que essa foi a pegunta errada a se fazer, e ajeita a postura ao acrescentar, ansioso. - Você não precisa me responder, se não quiser, Bonhwa.
Eu confirmo com um movimento único, e ele pressiona os lábios, provavelmente pensando no que dizer a seguir. Penso que ele vai mudar de assunto, mas não é o que acontece.
- Quando minha mãe morreu, foi muito difícil falar sobre isso por muito tempo, também. - Ele pressiona os lábios em um sorriso triste. Arregalo os olhos, encarando sua expressão cuidadosa. Abro a boca para perguntar, mas ele continua rapidamente. - Desculpa, Tae me contou sobre seu tio. Eu sinto muito, Bon.
Respiro devagar, sentindo meu corpo completamente tenso.
- Acontece, não é? - Junto os ombros, amassando a camiseta entre os dedos. - Mas obrigada, Jungkook. - Ele confirma, ainda me olhando com aqueles enormes olhos brilhantes, preocupado. - Eu sinto muito sobre sua mãe, também. Não fazia idéia.
- Não tinha como saber. - Balança os ombros.
- Entendo...
Eu queria saber mais, mas não seria idiota de perguntar isso agora, quando ele claramente não quer falar. Jungkook é muito tímido, é preferível que eu o deixe a vontade.
Enquanto penso no que posso dizer em seguida, ele dá um pulinho no assento, agarrando meu braço em um impulso, os olhos arregalados.
- Ei! Você vai estudar com o Jimin!
- O que?
- É! Meu irmão estuda medicina também! Eu tinha esquecido completamente!
Demoro para conseguir acompanhar sua animação repentina, e quando consigo, sinto que vou desmaiar. Minhas bochechas imediatamente começam a pegar fogo e minhas mãos se atrapalham, mas Kook continua animado, sem perceber.
- Não brinca… - Digo, baixinho, depois de algum tempo. Ele sorri.
- Sim! E talvez fiquem na mesma turma!
- Claro que não, Koo. - Balanço a cabeça. - Seu irmão estuda a um ano, já. Não vamos ter as mesmas aulas.
- O que? - Ele nega, confuso. - Ah, não. Ji foi reprovado duas vezes, ainda está no primeiro semestre.
- Oi??? - Estendo a pergunta de um jeito estranho, e ele ri, divertido.
- Pois é, né? - Ele se estica, dando de ombros. - Ja mandei ele parar de se forçar a isso, mas ele botou na cabeça e agora não tem mais jeito.
Abro a boca para perguntar sobre o que ele quis dizer com "se forçar", mas sou interrompida:
- Bonhwa?
Jungkook me olha com a sobrancelha arqueada quando a voz de minha vó ecoa a algumas estantes de distância.
- É a minha avó, ela deve estar me procurando. - Levanto as sobrancelhas, tentando aliviar a tensão do meu corpo. - Acho melhor ir encontrar ela antes que se perca aqui e nunca mais seja vista.
Ele ri e confirma, levantando-se comigo e me oferecendo outro abraço.
- Tchau, Bonhwa. - Acaricia minhas costas e se afasta sorrindo docemente. - Foi muito bom te ver hoje.
- Tchau, Jungkook. A gente dá um jeito de se ver por aí.
Viro as costas depois de sorrir de volta para ele. Dou dois passos, minha vó chama outra vez (agora mais longe) e estou prestes a correr quando Jungkook se faz ouvir de novo:
- Ah, e… Bonhwa?
- Sim? - Viro, deixando que fale.
- Você pode me chamar de Koo, como fez antes. Eu não me importo.
- Ah. - Digo, e minhas bochechas queimam outra vez, pois achei que ele não tinha percebido.
Dessa vez, ele me dá as costas depois de sorrir, e sou eu que o chamo de novo.
- Ei, Koo? - Ele olha, sorrindo e arqueando as sobrancelhas. - Pode me chamar de Bon, também não me importo.
Seu sorriso brilha ainda mais.
- Ok, Bon. Até mais tarde.
E depois de caminhar por horas e mais horas, ainda não conhecíamos metade do campus.
O lugar é simplesmente infindável, e levaria o restante do dia apenas para conhecer uma Área inteira. Por isso, nos mantivemos apenas pela Área da Saúde, já que é de fato a única que me interessa - academicamente falando.
Agora, quase sem sentir os pés e suando como uma desgraçada, observo o imponente prédio onde são ministradas as aulas de Medicina, do qual acabo de sair. A grama verde se estende diante deste, ao redor de uma linda fonte de pedra, que está funcionando para impressionar os visitantes que circulam animadamente pelo espaço.
Relaxo as costas contra o banco de madeira, respirando fundo enquanto espero minha avó voltar da ligação que foi atender.
É tudo tão bonito, tão impressionante. Parece um sonho. Não tem como ser real.
A última mudança. Conviver com meus avós. Minha mãe finalmente fazendo a casa de seus sonhos se tornar realidade. Poder entrar na universidade.
Parece bom demais para ser verdade, bom demais até mesmo para ser um sonho meu. Certamente estou vivendo na mente de outra pessoa, é a única resposta.
E a prova disso é que, enquanto divago sobre a improbabilidade de tudo isso estar acontecendo, ele surge no meu campo de visão.
Primeiro, não consigo acreditar. Depois, não consigo mais me enganar e fingir que não é ele bem alí: fios escuros, calça preta, camiseta laranja e a postura de uma celebridade da moda: Park Jimin, o próprio.
Ele acaba de contornar a fonte de pedra quando me vê. Franze o cenho por alguns segundos, e tudo dentro de mim se mistura e revira quando sua expressão se abre no mais perfeito sorriso já visto pelo homem. Covardemente, continua exibindo aquele sorriso radiante enquanto vem em minha direção. Atrapalhada, levanto de forma estranha e esfrego as palmas na lateral da calça jeans que uso, nervosa como não fico em tempos.
- Ei! - É o cumprimento que recebo quando ele para diante de mim e coloca as mãos no bolso da calça. - Por acaso, estou alucinando?
Você? Não sei.
Eu? Talvez.
- Jimin! - Sorrio, desajeitada e sem graça diante dele. Céus, que olhos. - Oi?
Ele ri de meu jeito atrapalhado e se encolhe de leve ao fazer isso. Gracioso. Charmoso. Desgraçado.
-Oi, Bonhwa.
Ele fala isso de um jeitinho preguiçoso, sabe? Como se não tivesse pressa de concluir as palavras, e isso me deixa toda retardada e sem reação, como se desacelerasse também. Ah... Ele lembra meu nome e graças por isso, já que acabo de esquecer e acredito que pelo menos alguém deveria manter a informação.
- Hm… Oi. - Falo de novo. Me xingo mentalmente, sabendo que já disse isso. - Quer dizer… Oi, como você está?
Falei oi de novo, não falei?
- Oi. - Ele devolve, dando uma risadinha divertida. Oh Bonhwa, a palhaça da cidade. - Eu estou muito bem, na verdade. - Troca a perna de apoio, relaxado e descontraído. - E você não parece nada mal, também.
O sorriso que ele me dá é gracioso, e não combina nada com a levantada de sobrancelha que recebo em seguida.
- Ahn… Valeu?
Eu realmente falei isso em voz alta? Mais uma vez, ele ri de mim.
- De nada. - Tira as mãos do bolso e indica o banco em que eu estava antes, sorrindo. - Mas o que você faz aqui?
Enquanto senta, explico sobre minha visita ao espaço. Ele relaxa a postura e cruza uma perna sobre o joelho, exibindo o sapato lustrado ao apoiar a mão bonita na panturrilha. Um óculos de sol marrom brilha no seu pescoço, e o sol faz sua pele bonita praticamente cintilar. Tão bonito, tão...
- Hm, Bonhwa?
Misericórdia.
- Ah, oi. - Aperto os ombros, percebendo que não prestei atenção no que ele disse. - Você falou alguma coisa?
- Eu perguntei se você não vai se sentar comigo.
Ah, claro, porque é isso que você deve fazer quando alguém está claramente deixando o assento livre ao lado enquanto fala com você.
Nervosa, confirmo com a cabeça, ocupando o espaço ao seu lado. Apesar de estar sentado de forma relaxada, fez questão de deixar espaço mais do que suficiente para mim. Pressiono os lábios, sem saber exatamente o que fazer quando ele não para de me olhar diretamente nos olhos.
- Sentei… - Anuncio, me sentindo idiota assim que a palavra sai pela minha boca. Dessa vez, no entanto, ele não ri. Apenas confirma com a cabeça, um sorriso preguiçoso moldando seus lábios bonitos.
- Obrigado. - Responde, tirando os fios bonitos do rosto com um movimento discreto. - Mas, me diga… O que achou do espaço?
- Eu, hm… Gostei? - Ele ri.
- O que foi? Você não tem certeza?
- Não. Quer dizer, sim, mas… - Ele levanta uma sobrancelha, e o impacto em mim é tão forte que poderia muito bem ter me dado um tapa na cara. - Sim, gostei.
- Que bom, fico feliz.
Ele, então, se inclina em minha direção. Apoia o cotovelo no joelho, e sua boca vermelha lança aquele cheiro gostoso de morango quando ele separa os lábios. Meu braço fica arrepiado e eu me inclino para trás, sem saber exatamente o que fazer.
- Eu vi seu irmão, mais cedo. - No pânico, falo qualquer coisa. Ele estava prestes a falar algo, mas fica atento ao que digo.
- Ah, é? Onde?
- Na biblioteca.
- Jura? - Confirmo. Deus, que calor. Ele franze os labios, pensativo. - Ok…
- Por que? - Decido questionar, mediante sua reação. - Ele não gosta de ler?
Mais uma vez, a risadinha.
- Não é isso, é só que… - Ele se inclina de volta, e eu finalmente consigo respirar. Minha barriga continua gelada e, de forma inconsciente, cruzo os braços, tentando espantar a sensação. Seus olhos voltam para mim, e tudo apenas piora. - Tem uma pessoa trabalhando lá esse verão, e Goo meio que costuma evitar… Sabe? - Gesticula com as mãos, buscando a palavra. - Evitar estar perto dessa pessoa.
- Hm... - Que cheirinho gostoso, senhor. - Ah, sim.
Ele balança a cabeça como se afastasse o assunto com isso e dirige o olhar, que estava vagando, para mim outra vez.
- Mas, enfim, vocês conversaram ou só viu ele de longe?
Falo sobre nossa conversa e ele ouve tudo atentamente, sem tirar os olhos do meu rosto por mais de trinta segundos. Tão atencioso que me deixa trêmula. Ele me conta que estava pelo campus para atualizar dados na matrícula, e sorri doce enquanto eu falo sobre tudo que amei pela instituição. Meu coração bate em um ritmo estranho, como se estivesse dividido entre correr e parar de vez, e minhas palmas formigam sempre que ele sorri, todo charmosinho.
- Eu sinto muito sobre seu tio, garçonete. - Ele acrescenta ao saber sobre minha mudança. - Muito mesmo. Não consigo imaginar como é.
- Tudo bem, Jimin. Não foi sua culpa.
- Eu sei, mas é triste, então sinto muito. - O sol agora está perto de se por, e está tudo em um lindo tom de rosa, o que deixa ele ainda mais bonito. Sorrio meio triste, de forma educada, e confirmo com a cabeça.
- Obrigada. - Digo, e entrelaço os dedos das mãos, nervosa sobre seu olhar atento e cuidadoso. - Mesmo.
- Como sua família está?
- Fazendo terapia e convivendo. - Dou de ombros, respondendo simplesmente. - Lidamos como podemos.
- Terapia? Uau. - Ele abre mais os olhos, afastando a cabeça rapidinho, impactado. - Isso é muito bom, Bonhwa.
- É, sim. - Concordo, ajeitando-me no assento. - Eu sei que algumas família evitam…
- A maior estupidez possível. - Ele indica.
- Mas conseguimos entender que é necessário, depois de um baque como esse. - Concluo. Ele assente, os fios escuros brilhando como seda na luz morna.
- Sem dúvida. - Ele balança a cabeça mais algumas vezes. - Ei…
O telefone toca e ele levanta um dedo, pedindo um tempinho. Confirmo, e finalmente consigo respirar tranquila quando ele se levanta para atender.
O aroma do perfume caro em contraste com o cheirinho doce do hálito me deixa tontinha e eu nem estava pensando direito. Como pode, meu deus…
A postura, o cabelo, a graciosidade, a voz suave e, tenha misericórdia… aqueles olhos!
É simplesmente inacreditável o quanto consegue ter um olhar doce e afiado ao mesmo tempo. Como se pudesse te confortar com o brilho suave ao mesmo tempo que seria capaz de roubar a sua alma.
- Ei… - Ele chama minha atenção, e eu arrumo a postura no mesmo instante. - Você tá bem?
- Sim… - Franzo o cenho, confusa com a pergunta repentina. - Por que?
- Sei lá... 'tava toda curvada, encarando a grama meio…?
- Ah… - Meu rosto pinica quando começa a queimar, e eu quase consigo ver minhas bochechas vermelhas em minha mente. - Não é nada não, só pensando.
- Hm… - Ele não parece acreditar, mas também não questiona antes de prosseguir. - Bem, eu meio que tenho que ir agora. Goo tá ameaçando ir e me deixar aqui.
- Ah, claro. - Sorrio, meio triste. Ele agita os fios da nuca, e o cheiro que se desprende dali é a cereja do bolo. Sinto meu cérebro desacelerar ainda mais com o aroma de camomila.
Me levanto toda torta ao perceber que ele está esperando uma despedida. Ele sorri doce, mostrando os dentes brancos e brilhantes ao adiantar um passo.
Meu coração dispara. Minhas mãos começam a suar quando ele adianta mais um, ficando bem em frente a mim. O covarde ainda encara meus olhos, assim, bem de pertinho, antes de respirar fundo e se inclinar em minha direção.
Minha respiração prende na garganta e meu estômago se revira. Eu não sei dizer se vou desmaiar ou vomitar ou os dois, mas algo certamente vai acontecer.
Ele inclina para a direita e, no gesto mais desgraçado que poderia realizar, beija a minha bochecha, que começa a formigar na hora.
Meu braço inteiro fica arrepiado e minha bochecha pinica ainda mais. Ele se afasta sorrindo, e sou completamente rendida por seus lábios vermelhos assim tão perto.
Ele me beijou… Meu deuzinho.
- Tchau, Bonhwa.
E lá vai ele falar desse jeitinho preguiçoso. Tão charmoso. Tão cativante.
- Ahn, ok... - Ele afasta um passo e eu quase avanço em direção a ele, piscando devagar enquanto tento pensar rápido. - Tchau, Jiminnie.
Ele ri, e o som me trás um pouco mais a tona.
- Jiminnie? Que gracinha, garçonete.
A vergonha me dá o tapa do despertar, e eu sorrio nervosa quando ele se afasta mais dois passos, começando a se distanciar.
Hipnotizada pelo seu movimentar, fico toda retardada outra vez.
- Eu não tenho seu número. - Digo, de repente.
Ele sorri, sacana, e minhas pernas se arrepiam também. Eu não sei porque falei isso, mas meu deus, já estou tão arrependida que poderia desmaiar agorinha apenas para escapar disso.
- E você quer meu número para que, Oh Bonhwa?
Desgraçado. Mil vezes desgraçado por falar meu nome assim, articulando cada palavra devagar, sabendo que vai me matar com isso. Terrível.
- Ahn… Ah, eu… Meio que… - Tusso, desconfortável e tão, tão, tão arrepiada e arrependida.
- Anota aqui, garçonete. - Ele estende o próprio telefone, já desbloqueado, para mim. Não tenho reação além de tentar não derrubar o aparelho pelas mãos trêmulas e salvar meu contato, sentindo meus órgãos virando do avesso dentro de mim.
Durante todo o processo, ele não tira os olhos afiados de mim, e meu coração fica descarrilhado pela sensação.
Desgraçado, desgraçado, desgraçado.
- Posso ir agora, ou você quer mais alguma coisa de mim? - Meu olhar encontra o seu e meus nervos vão a loucura. Posso jurar que minha visão chega a embaçar quando ele apenas levanta as sobrancelhas, insinuado.
- Só vai logo, Jimin.
- E rápido assim, perco meu apelidinho? - Faz um biquinho desapontado, balançando os fios sedosos. Desvio os olhos, apertando as mãos no casaco. - Que maldade.
Tão bonito… que absurdo. Não tenho forças para dizer mais nada, então apenas fico quieta, apertando os lábios e corando. Ele percebe e parece desistir, sua postura relaxa e ele afasta alguns passo, guardando o celular no bolso.
- Tchau, tchau… tomatinho.
Ele coloca a última palavra e sai, sorrindo de orelha a orelha com a própria piada, enquanto eu fico para trás com o estômago revirado e olhos lacrimejando de tanto calor nas bochechas.
Observo suas costas enquanto ele finalmente se afasta, o andar firme e elegante se destacando em meio aos estudantes embasbacados pela sua presença.
Fico toda bagunçada, tentando entender a mera existência daquela criatura.
Jimin já foi o cliente educado, o cara que flertou comigo no trabalho, o amigo engraçado dos meus amigos e o conhecido que me deu carona até em casa. São versões com atitudes diferentes nas situações mais variadas e, mesmo assim, tem algo que nunca muda na presença dele: a sensação.
Mesmo quando ele está fazendo minhas bochechas pegarem fogo ou minha barriga congelar, continua me passando essa mesma sensação de conforto. Como se ele fosse simplesmente tão bom que estar perto dele faz você se sentir bem, também. É algo incrivelmente bom de se sentir.
Faz falta assim que ele parte.
Talvez, algum dia, quando eu me acostumar com a presença divina dele, consiga desfrutar desse conforto que ele transmite de uma vez por todas.
Parece simplesmente bom demais para ser verdade, assim como tudo nele.
🐞
- Céus, meus pés estão me matando! - Vovó reclama, esticando-se no sofá macio da sala de estar. - Que caminhada.
- Nem me fala! - Digo, e me estico também, colocando os pés já descalços no encosto do estofado, aproveitando que vovó está cansada demais para me xingar por isso. - Eu nem sinto meus dedos!
Estico as costas, puxando o ar lentamente e soltando com força. Meus músculos reclamam pelo esforço, e eu resmungo baixinho com as pontadas de dor aqui e alí.
O sol se pôs a alguns minutos, e acabamos de chegar em casa. Minhas pernas latejam e minha cabeça está girando pelo cansaço.
Depois da conversa com Jimin, apenas retornamos para a entrada do local, aproveitando para caminhar um pouco ao pôr do sol enquanto isso. A viagem para casa foi rápida e assim que vi o sofá, percebi que estava muito mais cansada do que havia imaginado. Vovó, pelo visto, também.
Minha coluna estala meio alto na terceira vez que puxo o ar, então decido parar de fazer isso. Minha avó ri - meio desorientada pelo sono - ao ouvir o som, e uma risadinha escapa de mim também. Quanta preguiça…
Enquanto nos esticamos e estalamos e resmungamos, conversamos meio preguiçosas sobre o dia, e minha avó parece mais do que satisfeita ao perceber que eu estou tão animada quando possível com estudar no lugar, mesmo que não seja de fato uma certeza.
- A biblioteca é fantástica. - Digo. - Até mesmo as pessoas são mais bonitas lá!
Ela ri. - Park Jimin incluso, certo?
- O que?! - Sento tão rápido que minha coluna estala outra vez, e ela cai na gargalhada.
- Vai com calma, querida. - Se senta mais corretamente, já mais recuperada no cansaço inicial. - Para que todo esse desespero?
Pisco algumas vezes, tentando me orientar.
- A senhora conhece Park Jimin?
- Claro que sim, é um amor de menino. - Pisco mais um pouco, e minha boca parece seca de repente. Ela percebe e sorri divertida, balançando a cabeça. - O pai dele trabalhava comigo, Bonhwa. Sou muito amiga da família dele.
- Ah, sim, sim… - Relaxo a postura, percebendo que o susto inicial foi descabido. Quer dizer, eu não esperava que ela conhecesse ele, mas o que tem demais nisso?
Deito novamente, pressionando os lábios apela vergonha da tempestade que quase fiz nessa gota d'água. Quando me ajeito, entretanto, meus olhos arregalam nas órbitas.
- Ei, a senhora conhece a família dele, não é?
- Sim, Bonhwa. Trabalhavam comigo, acabo de dizer.
Mal humorada pelo cansaço, que belo momento para essa conversa.
- A senhora está falando da família antiga dele?
Quer dizer… Jimin mora agora com seu pai, que é casado com o pai de Jungkook. E minha avó é, bem… uma avó. Não precisa pensar muito para perceber que essa pode ser uma combinação perigosa.
- Que? Não. - Pelo canto do olho, vejo quando ela balança a cabeça. - Quer dizer, Mihyun é uma ótima pessoa. - Imagino que seja a mãe de Jimin, então. - Mas nunca fui muito amiga dela, o namorado atual, no entanto… Um anjo.
Inspiro fundo, ainda meio incerta.
- E isso não é um problema para a senhora? - Mordo o lábio inferior, ansiosa. - Quer dizer… Ele namorar um homem e tal…
Silêncio. Risada.
Ela simplesmente ri.
- E o que eu tenho a ver com o namoro dos outros, minha filha?
Aí.
- Ah, bom. - É tudo que consigo dizer.
Um silêncio desconfortável se instala enquanto eu tento lidar com a cara de tacho que estou carregando agora, mas minha vó parece entender meu ponto agora, e se ajeita melhor no sofá diante do meu ao continuar, mansa:
- As coisas eram diferentes, cinquenta anos atrás… Mas não eram melhores. - Dá de ombros, e eu fico atenta em seu rosto enquanto ela fala. - Muitas coisas mudaram, mas não é tão difícil entender tudo quando você para e pensa que, não sei… Pode não ser o que me ensinaram que é certo, mas se estão felizes e não fazem mal, qual o problema? - Ela levanta os olhos, me encarando tranquila, um sorriso doce. - Certo?
- Certo. - Concordo, e meus olhos lacrimejam quando um sorriso quase rasga meu rosto, de tão feliz que estou agora.
Alheia a tudo, ela apenas encara o teto, trocando de assunto.
- Mas falávamos de Jimin… Vi vocês conversando mais cedo.
Quase me engasgo com o vento em meio a emoção, mas fico firme e respirando normal.
- Por isso o comentário antes, né?
- Isso. - Ela sorri, divertida. - Vocês são amigos?
Dou de ombros.
- Não sei se posso dizer que sou amiga, mas conheço ele, sim.
- Ele é legal. - Ela conclui.
- Sim... - Concordo, meio receosa.
- Ele é bonito…
- Certamente. - Levanto uma sobrancelha, a encarando confusa.
- Ele te deixa toda bobinha…
- Ok. Mudança de tópico, por favor. - Percebo onde ela quer chegar e a corto, e ela dá risada.
- Certo… - Ela respira fundo, pensativa. - Ah! Já sei.
- Ih, lá vem…
- Sabe aquele que você viu na TV, aquele dia, sobre o hotel em Gwanju?
- Hm… - Penso um pouco, mas não preciso ir longe para lembrar dos fios claros e dos olhos escuros e inexpressivos. - Ah! Lembrei. - Deito de lado, gemendo quando minhas costas reclamam da posição. - O que tem ele?
- Ele vai estudar lá, também...
- Não brinca! - Ela confirma com a cabeça, esticando as pernas outra vez. - Qual é o critério de admissão mais importante? Rosto de modelo? Carreira na moda? Tenha dó...
Ela gargalha gostosamente ao esticar os braços a frente do corpo.
- Ele é realmente bonito, não é? - Concordo, ainda desacreditada, e ela relaxa a postura outra vez, parecendo mais satisfeita agora. - Um amorzinho, também.
- Ah, parece mesmo… Um doce. - Ela me reprende com o olhar, percebendo meu tom zombeteiro. - A senhora viu a expressão dele, pode parar com essa cara.
- Ele já passou por muita coisa, ok? - Cruza os braços, me olhando irritada. - E ainda vive com a megera desmiolada que é a mãe dele, e mesmo assim nunca trata ninguém mal… Pobre Yoongi.
Me remexo no estofado, sentindo-me mal por julga-lo assim. Eu tenho, como foi citado, uma queda inacreditável por homens com aquela cara de quem não se importa com nada… Não quis dizer por mal, no entanto…
- Não quis ser babaca, vovó.
Ela franze o cenho, confusa.
- Você não foi "babaca", só descuidada. - Dá de ombros. - Acontece.
- Certo.
O silêncio se instala mais uma vez, e eu encaro o teto, pensativa.
- Sabe, sei que você já é grandinha demais para isso… Mas, se puder, dê uma chance a ele. - Ela torce os dedos no colo, o que me deixa alerta. Ela nunca fica nervosa assim. - É fechado e quietinho, e muitas pessoas falam besteira dele por ser conhecido, sem realmente conhecerem ele, entende?
- Duvido que eu vá conhecer ele, vovó. - Falo, confusa. - Olha o tamanho desse lugar.
- Olha o tamanho dessa cidade, certo? - Ela rebate, e eu confirmo, meio perdida. - E você conheceu Park Jimin antes mesmo de pisar aqui.
Touché.
- Ok. - Confirmo, porque ela realmente tem razão. - Mas isso foi apenas um golpe de sorte.
- Vejamos até onde sua sorte vai, então. - Levanta os olhos, receosa. Sorrio, ainda sem entender suas intenções por detrás daquela conversa repentina.
- Vejamos, sim. - Concordo, e ela entende que isso quer dizer que, sim, caso surja a oportunidade, vou dar uma chance a ele.
A porta estoura contra a parede atrás de nós duas, e eu dou um pulo no sofá.
Minha mãe vem correndo, os sapatos estalando no chão de madeira.
Os cabelos bagunçados, o vestido torto e um sorriso rasgando o rosto.
- Mas que loucura toda é essa Jeonghwa?! - Vovó questiona, e eu grito quando um papel amassado voa na minha cara.
Enquanto mamãe grita e vovó xinga e a empregada vem confusa pelo corredor, provavelmente checando se alguém precisa de ajuda, abro o papel.
E levanto num pulo quando leio a frase que explica o surto de minha mãe. Vovó grita para que alguém explique logo o que está acontecendo e vovô entra na sala, atravessando a porta escancarada com uma expressão para lá de assustada.
- O que está acontecendo aqui? - Ele pergunta, curioso.
Minha mãe para de gritar apenas para dar voz àquilo que acabo de ler e ainda não consigo processar enquanto vovó agarra ela pelos ombros e chacoalha ela com força, tentando fazer a informação pular para fora:
- Bonhwa conseguiu, pessoal! - Ela sorri de orelha a orelha, e minha avó não entende nada mesmo quando eu começo a chorar e minha mãe vai junto, se desvencilhando do aperto para vir até mim. - Ela vai estudar na Kyungpook! As aulas começam na semana que vem!
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