História Tony Stark Has A Heart - Who invented love?

Tony Stark observava pela vidraça transparente da S.H.I.E.L.D. alguns jovens treinando para serem agentes. Pensava em como iria derrotar Thanos que estava prestes a chegar à Terra e buscar as duas últimas Joias do Infinito que lhe faltavam para ter domínio sobre o universo. Sua maior preocupação, na verdade, era com os portadores destes artefatos. Um deles, Visão, sintozóide criado por ele, era praticamente seu filho. O outro era o brilhante Mago Supremo, Stephen Strange, o qual previu a chegada do Titã Louco e que havia cruzado seu caminho há pouco tempo enquanto procurava um neurocirurgião para operar Rhodes que não estava se adaptando às próteses criadas pelo gênio.

O bom doutor que havia aprendido além das artes místicas com a Anciã, a controlar sua arrogância, realizou sua primeira cirurgia após a perda do controle sobre suas mãos por bondade. Infelizmente não obteve sucesso, o que lhe martirizou e fez Stark bolar mais modelos de próteses para ver se o melhor amigo voltava a andar.

O bilionário que antes vivia contando piadas, brincando e ironizando, passou a viver triste, cabisbaixo. Em consequência à Guerra Civil, perdeu seus amigos e a única pessoa que amou de verdade nos últimos tempos, Steve Rogers. Saber que o amado mentiu para ele, era a parte mais torturante e vivia todos os dias rememorando o momento em que descobriu que foi traído pelo loiro.

Por sorte, Stephen havia cruzado seu caminho e o sentimentalismo, intelecto, companheirismo do bom doutor lhe trazia esperança e conforto. A presença de Strange na Torre Stark passou a ser mais constante, o que tornava os dias de Tony mais leves e agradáveis. Stephen, mesmo com suas piadas enfadonhas, arrancava risadas do bilionário. Bem como, gostavam de sentar, observar o céu e as estrelas juntos para discutirem se aquilo era magia ou ciência.

- Pensando nele novamente, Tony? – o moreno virou-se para trás e viu o próprio mago atrás dele. Estava tão distraído com seus devaneios que não percebeu sua chegada.

- Você é telepata, mas errou dessa vez! – não contiveram um sorriso. O bilionário aproximou-se de Strange e encarou seus olhos mais de perto. – Na verdade estava pensando em você. Estou preocupado com o que vai te acontecer quando Thanos chegar. – seu semblante exibiu seriedade.

Stephen pôde ler sua mente, sabia que aquilo era verdade. Todavia, por outro lado, sabia que não estava errado e que Tony andou pensando em Steve também. Sua telepatia nunca o enganaria. Forçou um sorriso, a fim de fingir que não estava apreensivo como ele.

- A diretora Hill está nos chamando em sua sala. Disse que a reunião vai começar e se não corrermos, iremos nos atrasar! – comentou, desconversando.

Stark olhou em seu relógio caro e percebeu que o horário de início da reunião já havia passado. Então, alinhou o terno que usava e seguiu o caminho, acompanhado do doutor, para a sala de reuniões.

- (...) Precisamos achar uma forma de proteger essas joias... – Maria falava e calou-se ao ver Strange e Stark passando pela porta. – Onde estavam? Estão atrasados! – reclamou.

- Eu devia ter aberto um portal! – Stephen comentou de forma sarcástica e deu de ombros. Tony riu.

Ambos puxaram uma cadeira para se sentarem. Novamente o Homem de Ferro se viu sentado em uma mesa, onde Visão e Rhodes também estavam, discutindo sobre o futuro do mundo. Aquilo lhe trouxe mais lembranças de Rogers. Seu toque, seu beijo, sua mentira. As palavras de Hill pareceram voar para longe, assim, interrompeu seus próprios pensamentos e a diretora, manifestando-se:

- Hill, sei que é contra a quebra de protocolos, mas diga logo o que quer conosco. Não temos muito tempo para discutirmos sobre como vamos nos preparar. Você disse que tinha uma surpresa, portanto, quero vê-la! – assim que o moreno falou aquilo, a diretora rolou os olhos, bufou e saiu por uma porta atrás de si, falando com alguém.

Ao voltar, anunciou:

- Vamos fazer um acordo com os Vingadores Secretos. Pode entrar Capitão! – Stark arregalou os olhos ao ouvir estas palavras.

O loiro passou pela porta fitando o chão. Ergueu o olhar e encarou o bilionário que estava inerte e boquiaberto. Sentiu seu coração dilacerar dentro do peito, ao se lembrar que mentiu para o homem que tanto amou.

FLASHBACK ON

Após vencerem Ultron, Tony decidiu tirar um tempo da vida de herói. Prometeu a Steve que continuariam se encontrando sempre que possível, mas ninguém deveria desconfiar do romance entre os dois. O loiro concordou.

Alguns dias depois, a saudade apertou o peito do moreno, que resolveu ligar para o Capitão, convidando-o para sair. Disse a ele que vestisse qualquer roupa, entretanto que passasse protetor solar, pois iriam à praia.

O Sentinela da Liberdade não queria admitir, todavia, também estava saudoso de seu amado, então, se preparou e não muito tempo depois, viu o carro dele chegar. Deu uma desculpa à Natasha que iria dar uma volta e correu para matar a saudade com um longo beijo em Stark.

- Você está mesmo com saudades, hein! – Tony comentou após separarem-se do beijo, apertando em seguida a coxa do loiro, que bateu a porta, permitindo que seguissem viagem.

Os raios de sol, com toda sua gama de tons amarelados, mesclados ao azul quase celeste, dando um novo tom, alaranjado pelo pôr-do-sol. As ondas suaves, quase numa melodia quando encontravam-se com a areia branca e formações rochosas baixas, porém visíveis sobre a água de um azul marinho. A visão, permitida à poucos, era de tirar o fôlego. A brisa proveniente do mar, bagunçava os fios acastanhados de certo bilionário que vislumbrava de canto de olho, o magnífico pôr-do-sol. Seu foco, era o alto loiro que sorria pelo espetáculo oferecido pela natureza.

Steve permitiu-se olhar atentamente as feições daquele ao seu lado, aproximando-se lentamente para um selar de lábios. Iniciando assim um beijo de tirar o juízo de qualquer pessoa sã, ainda mais de Tony Stark, que sequer era provido de tal coisa.

As carícias que sucederam ao toque inicial, obrigou-os a descansarem os corpos na areia macia. Dando maior liberdade aos toques que seus corpos almejavam, alimentando assim, o anseio de amar e ser amado. A dança sensual das mãos, que ora acariciavam, ora despiam. A luta por dominância que as línguas travavam no interior das bocas, as respirações entrecortadas e baixos gemidos que evidenciavam o desejo.

O vento gélido não os acometia, não quando os corpos transbordavam em luxúria, não quando a fricção por eles causada criava uma fina camada de suor. Não quando o calor que emanava de ambos os corpos era quase impossível de suportar.

As hábeis mãos de Tony, tateavam por partes sensíveis, o torso exposto do Capitão, suas costas, seus braços torneados e por fim, ajudando-o a livrar-se do excesso de roupas. A velocidade na qual se despiram, era de fácil associação à seus desejos. Os beijos, mordidas suaves e desenhos aleatórios feitos por línguas lascivas. Cada mínimo contato surtia um único efeito, entorpecer os demais sentidos, desligando-os do mundo fora daquelas areias fofas. O primeiro contato mais íntimo, teve como efeito um gemido rouco e um belíssimo curvar das costas de Tony. Desprendendo-se do contato com o chão.

Os movimentos, suaves que davam lugar à movimentos mais afoitos, movimentos quase caóticos. Olhos nos olhos, beijos, o som de corpos se chocando e o barulho das ondas que morriam na praia. Tudo, desde a coloração alaranjada do céu, até o céu particular que Tony apreciava ao fixar seu olhar ao de Steve… tudo estava perfeito.

O enlace das pernas de Tony na cintura de Steve, impondo uma aproximação ainda maior. O toque da mão do loiro nos fios desgrenhados do moreno. O prensar dos corpos e a sensação orgasmática. Tudo os conduzia ao clímax, ao estopim. Àquele momento no qual muitos dizem encontrar o paraíso. Exaustos, e com não mais que uma enorme toalha de praia, permaneceram ali, cobertos, apreciando os resquícios de perfeição com o qual a natureza os havia presenteado.

FLASHBACK OFF

Antes que Maria ou Steve falassem qualquer coisa, Tony levantou-se da mesa e correu para fora da sala. Sem rumo. Seus olhos encheram-se de lágrimas. Recostou-se na parede, remoendo novamente a amargura que Rogers lhe causou.

Não demorou muito para que visse seu conselheiro se aproximando, correndo.

- Stephen, agora não! – pediu, passando as mãos pelo rosto, a fim de secar as lágrimas. – Quero ficar sozinho!

- Não vim te dar conselhos... – Strange cortou-o, grosseiramente. – Agora que Steve voltou, como nós ficaremos?