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História Too Close - Parte 1


Escrita por: TheCabeca

Capítulo 1 - Parte 1


A primeira vez que Clarke Griffin invadiu meu espaço pessoal estávamos no primeiro ano do ensino médio. Aconteceu de forma rápida durante uma discussão na aula de educação física logo no início do ano letivo e foi a primeira vez também que percebi o quão bonitos eram os olhos dela.

- Eu fui na bola, Woods! - Clarke bufou irradiando raiva.

- Você foi tão na bola, que estou com as marcas das suas malditas travas na minha perna!

Reclamei me inclinando para baixar meu meião e mostrar o estrago que ela havia feito em minha perna, o que eu não contava era que ao me levantar Clarke estaria a um palmo de distância. Da nossa posição atual, eu até conseguia sentir a respiração agitada dela escovar contra o meu rosto e foi naquele momento que os olhos dela capturaram minha atenção, o azul elétrico e irritado.

- Se você não se achasse tão boa jogadora, uma porcaria de estrela e usasse o equipamento completo - Clarke estava ainda mais irritada quando diminuiu o espaço entre nós com um dedo cutucando meu peito - A porra da caneleira teria lhe poupado disso!

Poucas polegadas nos separavam e dessa distância os olhos dela tiravam ainda mais o fôlego, eu estava sem respostas hipnotizada por aquele mar azul. Mas como disse antes, tudo aconteceu muito rápido e no momento que o resto do time começou a formar um grupo a nossa volta, a professora interviu dispersando o grupo. Nossa punição foi um cartão amarelo para Clarke e uma chamada de atenção para mim, mas aquilo não era importante. Quando a aula terminou e fomos liberadas para o vestiário, minha perna havia começado a pulsar dando sinal de eu ostentaria um belíssimo hematoma durante os próximos dias.

- Woods?

Escutei alguém chamar o meu nome com tanta hesitação, que minha cabeça virou imediatamente em a direção da voz.

- Griffin? - falei franzindo a testa.

- Eu queria verificar como você está, minha entrada naquela jogada não foi muito justa - Clarke disse com um encolher de ombros.

- Então você está admitindo sua culpa? - perguntei com uma sobrancelha erguida.

- Eu não tive uma semana muito boa, Woods - Clarke informou se aproximando do armário onde eu estava - Então, você se importaria de segurar essa atitude enquanto olho sua perna e tento ser uma pessoa descente aqui?

Clarke não estava tão perto quanto no campo, mas os olhos dela carregavam a mesma energia de antes. Acenei concordando com as palavras dela e apoiei a perna no banco que dividia o corredor de armários do vestiário, erguendo minha calça e mostrando o machucado.

- Como isso está sentindo? - Clarke perguntou se inclinando sobre a perna.

- Dolorido - respondi com simplicidade.

- Gelo vai resolver o seu problema - ela anunciou voltando à posição normal.

- Nossa, prognóstico impressionante Dra. Griffin.

Minhas palavras debochadas fizeram Clarke se aproximar de mim da mesma forma que fez no campo, na realidade, agora ela parecia muito mais irritada do que durante o jogo. Me encarando com os olhos estreitos, ela parecia prestes a rebater minhas palavras ou até mesmo me dar um soco, para liberar toda a revolta que o mar em seus olhos carregava.

- Isso não vale a pena - Clarke suspirou deixando cair os ombros e se afastando.

Observei ela sair tão apressada do vestiário que não consegui entender o que realmente aconteceu ali. Será que eu a ofendi? Sabendo que não obteria essa resposta nunca, fechei meu armário e caminhei para próxima aula. A cada passada que eu dava minha perna parecia latejar mais, a cada latejar eu tentava entender o que havia acontecido no vestiário. Me forcei a ignorar meu machucado e concentrar na minha rotina, mas a vislumbre da minha perna a lembrança de Clarke invadia minha mente, eu tentava não pensar naqueles olhos cor de mar depois daquele dia. Falhei miseravelmente.

***

Ter Clarke Griffin invadindo meu espaço pessoal se tornou uma coisa quase rotineira, a garota não entendia o conceito de limites pelo que percebi e todo e qualquer impasse que nos envolvesse, acabava com ela tão próximo de mim quanto o permitido em discussões. Na noite da festa de aniversário da Raven Reyes não foi diferente.

Raven era minha parceira de laboratório desde o primeiro ano e uma das melhores amigas de Clarke. Nós estávamos no final do segundo ano agora e a festa de Raven reunia o grupo mais eclético de pessoas que eu conhecia, talvez fosse o fato dela ser um gênio do mal cativante. Eu não sabia quantos copos de bebida eu havia tomado, mas já conseguia sentir que meu riso estava saindo mais facilmente que há alguns minutos. Lincoln um outro colega de laboratório estava contando alguma coisa que fez o grupo a minha volta rir, quando percebi que meu copo estava vazio.

- Estou indo pegar outra bebida, alguém quer alguma coisa? - perguntei antes de me afastar.

Depois de receber alguns acenos negativos e um pedido de uma garrafa d'água da aniversariante, fiz meu caminho para cozinha. Não foi difícil achar o barril de cerveja, cortesia de Bellamy Blake, e recarregar meu copo. Difícil foi explicar o reflexo que tiver ao sentir uma mão tocar a base da minha coluna. Difícil foi ter que encarar de perto a pessoa que torci a mão em um movimento defensivo.

- Nunca mais faça isso - ameacei sentindo a adrenalina tomar conta do meu corpo.

- Calma comandante. Eu não sabia que era você - Clarke gemeu sob meu aperto.

- É mesmo? Para alguém que consegue me achar em um corredor lotado para me insultar, você parece um pouco distraída Griffin.

- Vá se foder, Woods. Você está me machucando - Clarke rosnou.

Somente naquele momento percebi o que ainda estava fazendo com a mão dela. Senti a adrenalina fugir do meu corpo e meu pescoço esquentar de embaraçoso, pelo ataque sem sentido. Liberei Clarke do aperto e me afastei.

- Desculpa por isso, não foi minha intenção te machucar - falei sem encarar Clarke, me afastando mais em busca de outro copo, já que o meu havia derramado com o susto - Você me pegou de surpresa.

Consegui achar o local onde Raven havia guardado os copos e depois de pegar um me virei para encarar Clarke, que massageava a própria mão enquanto eu .

- Então é isso? Você sempre atacada todas as pessoas que te tocam de surpresa? - Clarke perguntou sarcástica.

- Esse é basicamente o princípio da autodefesa - comentei voltando ao barril de cerveja que estava ao lado dela - E não Griffin, eu não ataco todo mundo que me toca de surpresa. Às vezes o toque surpresa de algumas pessoas é mais do que bem-vindo.

A culpa era da cerveja, pensei depois que as palavras saltaram da minha boca e também poderia ser efeito da cerveja o brilho que o olhar de Clarke ganhou depois disso. Alguma coisas entre o divertido e faminto por alguma coisa que eu desconhecia no momento.

- Então nossa comandante consegue apreciar alguma coisa que não seja futebol, no final das contas.

Era uma provocação, eu sabia que era, mas nada me impediu de sorrir para o copo que havia acabado de encher. Se Clarke queria me provocar, ela também seria provocada.

- É claro que eu consigo, Griffin - dei um sorriso de lado - Não consigo nem contar na ponta dos dedos - completei floreando os dedos.

Não era segredo para ninguém minha sexualidade, afinal tive uma namorada no começo no ano e Clarke partilhava dessa liberdade também. Então foi gratificante ver a reação dela as minhas palavras, a forma como ela engoliu duro e seus olhos me encaravam curiosos. Sorri tomando mais um gole do meu copo e apreciando o momento em que consegui deixar Clarke Griffin sem palavras, porque sim, ela estava sem palavras.

Pena que meu momento de glória durou pouco e quando terminei meu gole, voltando a encarar Clarke senti minha garganta secar. Puta merda! Aquele decote deveria ser proibido. Claro que eu sabia que ela tinha um corpo bonito, muitas vezes me peguei encarando ela durante as nossas práticas, mas nada que ela vestia fazia jus ao seio dela como aquele decote.

- Vendo alguma coisa que gosta, Woods? - Clarke perguntou num tom arrogante charmoso.

- Talvez - respondi com a boca seca.

- Bom - Clarke disse e mesmo sem olhar para o rosto dela, eu sabia que ela estava sorrindo - Mas a parte mais interessante do meu corpo ficar aqui em cima.

Com isso ela tocou meu queixo, erguendo meu rosto para encarar o dela. Com aquela ação notei que Clarke estava rente ao meu corpo, com aquele olhos azuis agitados.

- Eu também gosto dos seus olhos - falei sem pensar.

- Que bom que você gosta deles, mas eu estava falando do meu cérebro.

O sorriso que Clarke deu me fez sentir como a pessoa mais idiota do mundo, mas ele também magnético e contagiante. Me vi sorrindo de volta e inclinando na direção dela, já sentindo a respiração de Clarke contra o meu rosto.

- Lexa! Você está engarrafando a porcaria da…

Raven invadiu a cozinha irritada, coisa que não demorou muito tempo ao perceber o que estava para acontecer. A próxima coisa que escuto é:

- Estou interrompendo alguma coisa? - Raven perguntou divertida.

- Não - respondemos em coro nos afastando.

- Se vocês dizem - Raven sorriu encolhendo os ombros - Bellamy está te chamando na mesa de beerpong - ela informou apontando para Clarke.

- Ok.

Foi tudo o que Clarke disse antes de sair da cozinha sob o olhar divertido de Raven, que ao perder a melhor amiga de vista virou para me encarar.

- Então todos aqueles insultos, eram só tensão sexual? - Raven perguntou balançando as sobrancelhas.

- Eu não sei do que você está falando - respondi fazendo caminho para fora da cozinha sem encarar Raven.

- TUDO QUE FIZER VOCÊ DORMIR TRANQUILA, COMANDANTE!

Escutei Raven gritar enquanto me afastava da cozinha, ela sabia que eu estava mentindo. Eu sabia que o que acabou de não acontecer, não fariam com que eu dormisse tranquila. Muito pelo contrário, o sorriso de Clarke, os olhos cor de mar e aquele decote me tiraram o sono por noites seguidas. Maldita Griffin!


Notas Finais


Bem, essa é minha primeira tentativa de escrever sobre Clexa, então espero que vocês gostem. A história é dividida em duas parte, a segunda parte chega amanhã.


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