1. Spirit Fanfics >
  2. Too Lonely >
  3. Capítulo I

História Too Lonely - Capítulo I


Escrita por: awkwardlypretty

Notas do Autor


OLÁ
BOM DIA
BOA TARDE
BOA NOITE
BOA MADRUGADA

Sim, eu to começando uma fanfic nova
Não, eu não vou parar as outras
Sim, eu sou hiperativa

Espero que gostem :)

Capítulo 1 - Capítulo I


Eu não faço sexo há mais de seis anos. Ótima maneira de começar a contar uma história, não é mesmo? Mas você vai entender o contexto logo, logo.

Faz mais de seis anos que eu não tenho relações sexuais com ninguém, mas eu me lembro o suficiente de como era o sexo, para saber com certeza que ele não era tão barulhento assim. Eu sei que cada casal é diferente e coisas assim, mas realmente é necessário fazer tanto barulho?

Eu moro no penúltimo andar do meu prédio, e me xingo mentalmente todos os dias por ter sido preguiçoso e não ter comprado o apartamento no último andar. Porque eu não conseguia passar três dias sem que aquele barulho enjoativo de molas rangendo e corpos batendo invada meu apartamento. Honestamente, quem conseguiria trabalhar desse jeito?

Aquele homem gordo e nojento que me vendeu o apartamento provavelmente não se importava com o barulho do vizinho. Talvez ele até gostasse do som das visitas femininas que sempre apareciam no andar de cima. Mas eu não. Longe de mim me excitar com esse tipo de coisa. Eu nem mesmo sentia nojo, porque sabia que era algo comum do ser humano. Eu só queria que aquilo parasse. Porra, eu preciso trabalhar.

Largo a caneta em cima do meu caderno ao lado do notebook, desistindo de tentar escrever algo relativamente decente. Eu não conseguiria revisar nenhum desses textos com esse som dos infernos.

Conto até dez e o som para repentinamente. Suspiro. Mesmo que o som tenha parado, toda e qualquer inspiração foi embora, então fecho meu caderno, desistindo de escrever. Olho o horário na tela do notebook. Duas e meia da manhã. Há quanto tempo eu não dormia mesmo? Não faço a mínima ideia.

Levanto da minha cadeira e vou até a cozinha, reabastecendo a minha caneca com o que eu chamo de suprimento vital, e pessoas normais chamam de café. Talvez você ache que tomar café as duas e meia da manhã não seja saudável, e para isso eu te mostro o meu mais sincero foda-se. Não é como se eu fosse dormir hoje mesmo. Aposto cinco pratas que o meu vizinho vai querer um segundo round com qualquer que seja a garota da vez, ele quase sempre quer.

Se você estivesse na minha frente provavelmente teria perdido cinco pratas, porque eu não estava nem mesmo no meio da caneca de café quando os sons recomeçaram. Reviro os olhos e termino minha bebida com os gemidos de mais uma garota aleatória como trilha sonora. Coloco a xícara na pia que já estava transbordando de louça suja e volto para a sala, me jogando no sofá.

A mistura estranha de café e tédio faz o meu cérebro agir com o dobro da velocidade e me pego pensando nas coisas mais absolutamente aleatórias sem realmente prestar atenção em nada.

Qual é o tamanho do universo?

Existe vida fora da terra?

Por que estamos aqui?

Qual é o sentido de tudo?

Por que gatos conseguem lamber a barriga, mas não as costas?

Sou retirado de todos esses meus pensamentos aleatórios por mais um gemido alto vindo do andar de cima.

Uma verdade que você deveria saber sobre mim é que desde que eu me formei - 3 meses atrás - eu não falei com absolutamente nenhum ser humano. Exceto por Hoseok, mas Hoseok não conta porque eu só falo com ele por mensagens de texto. Além de não falar com absolutamente ninguém, ter um total de zero amigos e um gato que passa 90% do dia dormindo, meu trabalho é ler livros e fazer resenhas, sem sair de casa. O que resulta em um Min Yoongi preso dentro de casa e absolutamente entediado.

E o que um Min Yoongi entediado faz? Exatamente, ele acaba com a diversão alheia.

Não me leve a mal, eu não odeio meu vizinho. Mas depois de ouvir uma mesma pessoa gemer no apartamento pelo menos quatro vezes por semana é difícil criar um afeto por ela.

Levanto do sofá e coloco uma jaqueta por cima da camisa manchada de tinta que estou usando. Vou até a porta e a abro com cuidado, olhando no corredor para ter certeza que não tem ninguém por perto. Não que o corredor do meu prédio ficasse cheio as duas e quarenta e cinco da manhã, mas todo cuidado é pouco. Eu não falava com outro ser humano há quase três meses, eu não iria querer quebrar esse recorde agora.

Saio do meu apartamento e fecho a porta, sem me preocupar em trancar. Não que esse prédio fosse seguro, eu que não tinha nada que valesse a pena ser roubado. Ligo a lanterna do meu celular, tentando enxergar algo no corredor escuro. Fazia quase dois meses desde que as lâmpadas desse andar queimaram, e não foram trocadas desde então. Graças a Deus eu não tenho medo de escuro, ou as minhas saídas de casa iriam de 1 por semana a 0.

Ando até a escada, subindo os degraus de dois em dois, o que foi um pouco difícil porque minhas pernas são pequenas. No último andar as luzes já estão ligadas, mas não desligo a lanterna. Eu não iria demorar muito. Vou até o apartamento 103, em um trajeto que eu já conheço e os sons ficam mais altos. Sem esperar muito mais, aperto a campainha uma, duas, três vezes, afundando o meu dedo naquele botão com o desenho de um sino.

Assim que os barulhos cessam, completamente, engrosso a voz e grito pela porta:

- Aqui é a polícia! Saia daí antes que eu arrombe a porra da porta!

Sem esperar uma resposta, saio correndo e desço as escadas, quase caindo no último degrau. Eu esperava que isso fosse o suficiente para broxar o meu vizinho, caso contrário eu teria que aguentar esse barulho a noite inteira. Ainda parado nos degraus, ouço quando a porta do apartamento 10 é aberta e meu vizinho xinga alto. Não consigo segurar uma risadinha, apesar do meu coração estar acelerado pelo medo de ser descoberto. Se ele descobrisse que sou eu quem faz isso - sim, eu já havia feito mais de uma vez - isso me renderia muito mais do que uma conversa com ele.

Assim que a porta do apartamento se fecha, me viro e desço o resto dos degraus. Coloco a lanterna na frente do rosto, tentando enxergar o suficiente para não rolar no meio do corredor, quando meu pé enrosca em algo e eu caio no chão com um barulho alto. Bufando pela minha clara incapacidade de me manter em pé por mais de 10 minutos, me sento no chão e direciono a lanterna para o lugar onde enrosquei o pé.

Assim que a luz bate em seus olhos, ele se encolhe e coloca os braços na frente do rosto.  Não consigo ver muito dele por causa do escuro, mas consigo reconhecer cabelos negros, uma jaqueta de lona e calça jeans rasgada nas pernas longas esticadas no meio do corredor - onde eu provavelmente enrosquei o pé.

  - Ei! Já não basta tropeçar em mim, ainda quer me cegar? -fala o garoto. Desvio a luz da lanterna e ele começa a mover as mãos da frente do rosto.

Segundos antes de ele tirar completamente as mãos e olhar nos meus olhos, sou tomado por aquele pânico já familiar, apesar de não sentir ele há três meses. Minha respiração acelera, minhas pupilas dilatam, meu coração bate forte e a adrenalina preenche meu corpo. Tenho energia o suficiente para correr uma maratona agora, mas apenas levanto antes que os olhos dele encontrem os meus e corro para meu apartamento sem me preocupar em iluminar o caminho para não tropeçar novamente.

  - Ei, garoto! Espera, o que eu fiz? - o garoto grita atrás de mim, confuso pela minha reação. Não paro de correr até chegar ao meu apartamento, abro a porta e a jogo no batente com um barulho alto, trancando em seguida.

Corro até o meu quarto, me jogando na cama e abraçando o meu travesseiro, tentando controlar a respiração e os meus batimentos cardíacos que agora estavam mais rápidos do que aqueles raps que eu tanto gosto. A adrenalina cobra o seu preço e acabo fechando os olhos, adormecendo sem nem mesmo perceber as lágrimas nas minhas bochechas ou o travesseiro amassado em meus braços

[...]

Quando acordo no dia seguinte, a noite anterior é apenas uma lembrança distante, que parece idiota quando meu coração não está mais acelerado daquele jeito.  Me levanto, sem me preocupar em rocar de roupa e vou até a porta. O porteiro do meu prédio sabe que eu prefiro me atirar da janela do oitavo andar a descer até o hall, então ele sempre traz as minhas correspondências até a minha porta, sem que os outros moradores saibam.

Acho que ele só faz isso porque eu sou o único morador no prédio inteiro que não revira os olhos quando ele fala bom dia, ou dá festas as duas da manhã, ou geme incontrolavelmente três noites por semana. Talvez ser um completo recluso da sociedade tenha as suas vantagens.

Pego a chave que eu havia derrubado no chão na pressa de ontem à noite e minha gata – Cookie, porque ela é bege e cheia de marquinhas marrom escuras – começa a se arrastar entre minhas pernas. Faço um carinho pequeno entre as orelhinhas dela e destranco a porta, muito mais apreensivo por causa de ontem.

Olho para os dois lados do corredor como sempre, dessa vez tomando um cuidado especial com o lugar onde esbarrei naquele garoto. Mas o corredor está completamente vazio, agora claro por causa da luz do sol. Me abaixo e pego as correspondências que o porteiro deixou no chão e assim que me viro, vejo algo amarelo e pequeno preso na minha porta.

O post-it perfeitamente colado indica que quem quer que tenha colado ele ali esteve aqui há pouco tempo, o que me deixa com um pouco de medo, me fazendo olhar no corredor mais uma vez. Assim que me sinto seguro o suficiente, pego o papelzinho e leio o que está escrito ali em letras pequenas.

 

Oi. Você me assustou ontem à noite, me desculpe se fiz algo de errado. Desculpe por ter feito você tropeçar. Caso queira falar comigo, meu apartamento é o 97. Meu nome é Jungkook.

 

Jungkook... 


Notas Finais


Gente, o problema do Yoongi pode ser classificado como sociofobia ou antrofobia, eu dei uma pesquisada sobre o assunto para escrever
Vou aprofundar mais disso nos próximos capítulos

Espero que tenham gostado
Deem muito amor a essa fic
Obgadinha s2


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...