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História Too Lonely - Capítulo II


Escrita por: awkwardlypretty

Notas do Autor


OLHA QUEM VOLTOU
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA desculpa
pela demora de uns bons meses ai
nao prometo nada
mas vou tentar postar mais ta gente
bloqueio criativo ta foda
LEIAM AS NOTAS FINAIS
boa leitura galero sz

Capítulo 2 - Capítulo II


[P.O.V. Jungkook]

- Preparem as suas dissertações sobre a fisionomia humana para terça-feira, irá valer 75%da sua nota. Nos vemos até lá - com isso, o sino tocou e a professora fez sinal para que saíssemos,

Guardo meus materiais e anotações dentro do meu fichário, ouvindo Jimin bufar do meu lado enquanto faz o mesmo.

- Eu não acredito que vou ter que escrever uma dissertação inteira até terça! - ele reclamou enquanto saímos da sala, dando um “tchauzinho” para Hyungwon, outro amigo meu. - E você sabe que essa professora não aceita nada menos do que 7 mil palavras. Você já fez o seu?

- Terminei semana passada.

- Quantas palavras vocês fez?

- Doze mil. - respondi. Ao contrário de Jimin, eu amava a faculdade de medicina e dava o meu melhor em todos os trabalhos. Já ele odiava esse lugar e todas as aulas. Eu sabia que Jimin só tinha sido colocado nessa faculdade quando os pais dele descobriram que ele queria fazer faculdade de dança.

- Claro que você fez doze mil. - Jimin bufou, meu amor pela medicina o irritava às vezes. Apesar do rancor com a faculdade, ele conseguia ser uma pessoa boa. - Venha, Tae está esperando na arquibancada.

Andamos rapidamente até uma das cinco quadras de basquete no campus. A quadra em que costumávamos ficar era a mais vazia de todas, o que nos garantia um pouco de privacidade. Assim que chegamos, vejo Namjoon e Jin conversando sobre algo animadamente enquanto Hoseok não tira os olhos do celular e Tae está pendurado de cabeça para baixo na armação da arquibancada.

- Como foi a aula hoje? - Namjoon perguntou assim que nos viu. - As nossas aulas no prédio 7 foram canceladas porque algum idiota explodiu alguma coisa na sala de química.

Assim que ele fala isso, todos olham para Tae, que está tranquilamente de cabeça para baixo. Ele levanta as mãos acima da cabeça, como se dizendo que não foi ele.

A maioria das pessoas ficam muito surpresas quando descobrem que o curso de Tae é Física, Química e Matemática Aplicada, porque ele geralmente age como se possuísse o cérebro de uma criança de três anos. Mas a verdade é que ele é mais inteligente que todos nós juntos, um gênio de verdade. A maioria dos colegas de classe o despreza completamente - porque Tae é divertido de verdade e os outros são um bando de gêniozinhos esnobes - e ele acabou tendo apenas a gente como amigos.

É claro que não seria a primeira vez que Tae explodiu alguma coisa durante uma aula de Química, não por ser burro, mas porque ele gostava de ver coisas explodindo.

Eu e Jimin nos sentamos na arquibancada com os outros e Namjoon começou a falar:

- Como foi a festa ontem, Jungkook? Conte tudo, eu preciso de uma desculpa para chegar atrasado para a minha próxima aula.

Revirei os olhos antes de começar.

- Bem, eu…

- Espera, espera. - sou interrompido por Jin. - Comece a história contando como você é burro por ter ido à uma festa domingo à noite sendo que você tem aula na segunda de manhã. Não queremos dar um mal exemplo, temos crianças presentes. - e em seguida aponta para Jimin.

- Ah, vai se foder, o Jungkook é ainda mais novo que eu. - Jimin reclamou.

- E eu sou mais velho que você, então você me respeite. - Jin retrucou, se segurando para não rir.

Jimin apenas bufou, assentindo para que eu continuasse.

- Enfim, eu sou muito burro por ter ido à uma festa domingo à noite sendo que eu tenho aula segundo de manhã. - falo, olhando para Jin e esperando sua aprovação para continuar a história. Ele assente e eu continuo. - A festa nem foi tão boa, tinham poucas pessoas que eu conhecia, ela acabou lá pelas duas da manhã. Eu nem tenho tanto o que falar sobre a festa, foi só o de sempre. Todo mundo bebendo menos eu, porque eu não sou tão burro, música alta, luzes piscando. Se bem que quando eu voltei para casa…

- O que aconteceu? - Tae me interrompeu, saindo da sua posição de morcego e sentando do lado de Jin como uma pessoa normal.

- Eu fiquei trancado do lado de fora porque eu esqueci as chaves na festa. Sentei no corredor e mandei uma mensagem para o zelador.

- Uau, que interessante. - a voz de Hoseok é ouvida pela primeira vez, mas ele logo volta sua atenção para o celular.

- Eu não terminei. O estranho foi que, quando eu estava sentado lá, do nada apareceu um garoto. Eu não vi ele direito porque a lanterna na mão dele não me deixava ver porra nenhuma, mas ele passou correndo por mim e tropeçou no meu pé. Eu ia pedir desculpas e deixar o garoto ir em paz, como uma pessoa normal, mas assim que eu abri a boca ele saiu correndo.

- Vai ver ele se assustou com a sua voz de taquara rachada. - Jimin zombou e eu dei um tapa na nuca dele, o que foi seguido de: - Respeita o seu hyung, moleque.

- Como assim “saiu correndo”? - Jin perguntou, enfiando uma mão cheia de batatinhas na boca.

Dei de ombros, abrindo o meu lanche, um sanduíche que eu tinha feito na pressa.

- Sei lá, eu só fui falar com ele e ele correu para o apartamento dele, bateu a porta com força. - continuei depois de engolir um pedaço. - Eu tentei ir atrás dele, mas quando bati na porta ele não atendeu. Então eu deixei um recado antes de vir pra cá.

- Como assim um recado, explica isso aí. - Tae falou, afobado como sempre.

- Assim que acordei, me arrumei para vir à faculdade, eu estava passando na frente do apartamento e resolvi tentar falar com ele. Só que estava muito cedo, então só me desculpei por ontem em um post-it e coloquei na porta. Tinham um montes de cartas no chão, então eu supus que ele iria ver eventualmente.

- O que tinha no post-it?

Meu Deus, como meus amigos são curiosos. Mordo mais um pedaço do sanduíche antes de continuar.

- O básico, eu nem conheço o cara. Me desculpei por ter feito ele tropeçar, falei o número do meu apartamento e meu nome. Eu estava quase descendo as escadas quando ele saiu e viu o post-it.

- Espera! - Jimin exclamou, me dando um tapa no ombro. - Você viu ele?

- Vi, ué, eu acabei de falar isso.

- Então.... - ele levantou uma sobrancelha - ele é bonito, Jungkook?

Tento me lembrar do pouco que eu vi dele hoje mais cedo. Ele claramente é da minha idade ou até mais velho, mas é tão magro e pequeno que parece ter uns 18 anos. Eu estava longe demais para saber, mas o topo da cabeça dele deve alcançar meu queixo, de tão baixinho. Os cabelos são pintados de um rosa desbotado que eu acharia estranho em qualquer outra pessoa, mas que nele conseguia ficar bonito. Quando ele olhou em volta, tentando descobrir quem colou o post-it, consegui ver seu rosto. Traços delicados e juvenis, quase como um boneco. Isso, somado às roupas grandes demais e amassadas por uma noite de sono, deram à ele a impressão de um garoto muito mais jovem. E bonito.

- Não sei dizer. - falei, por fim. - Não consegui ver ele direito.

- Você acha que ele vai ir falar com você? - Namjoon perguntou.

- Não sei, ele não pareceu muito inclinado a falar comigo ontem, mas não vou saber até chegar em casa.

Jimin abre a boca para falar algo, mas é interrompido pelo som do sino tocando, anunciando o fim do intervalo.

- Ah, puta que pariu. - Jimin reclama, levando um tapa de Jin pelo vocabulário. Nem sei porque Jin ainda tenta, Jimin claramente não tem mais jeito. Caminhamos de volta para o prédio com Jin e Jimin discutindo, Namjoon e Taehyung conversando sobre algum videogame, Hoseok concentrado na tela do celular como sempre e eu, andando devagar e tentando relembrar cada detalhe do rosto daquele garoto de cabelos cor-de-rosa.

 

[...]


 

Eu odeio o meu prédio mais do que tudo nessa vida. Às vezes eu penso que meus pais o compraram como um castigo para mim.

Minha família era o completo contrário da família de Jimin. Meu pai era um pintor relativamente conhecido em Busan e minha mãe uma dançarina. Eu morei em um trailer os cinco primeiros anos da minha vida, enquanto atravessávamos o Sul da Coréia em busca de emprego para os meus pais e, segundo eles, aventura. Depois disso voltamos para Busan, onde meu pai comprou uma casinha perto da praia e vivem até hoje, pintando quadros e dançando.

Eu cresci dentro do ramo da arte, meus pais sempre esperaram que eu fosse seguir o mesmo caminho que eles e me tornar um cantor ou dançarino, especialmente depois que eles descobriram como minha voz era bonita. Eu realmente gosto de cantar e não danço mal, modéstia a parte. Mas, infelizmente para meus pais, no momento em que peguei um livro sobre o corpo humano nas mãos, me apaixonei.

Me apaixonei pela complexidade e profundidade da medicina, da importância que tem, de como futuramente eu posso ter a chance de salvar uma vida. Eu devia ter quinze anos quando percebi que era isso que eu queria fazer pelo resto da vida, que eu amava a ideia de salvar vidas mais do que eu amava cantar.

Fui meio apreensivo falar disso para os meus durante o meu aniversário de 16. Eles sempre foram compreensivos, tanto que não tive problemas para contar que sou homossexual, mas isso era diferente. No início eles ficaram um pouco surpresos e decepcionados, mas logo entenderam que era o que eu queria e me ajudaram.

Assim que fiz 18, eles me compraram uma casa aqui em Seoul e eu entrei para uma das faculdades de medicina que cabiam no nosso orçamento. Estou morando aqui desde então e agora estou com 21.

Apesar dos meus pais terem apoiado, eu tenho a desconfiança de que esse apartamento foi uma pequena vingança por não ter virado um artista como eles. Porque, honestamente, um apartamento minúsculo como o meu, sem iluminação no meu andar e nem elevador, só pode ser um tipo de castigo.

Não que eu não consiga viver aqui nem nada. Quer dizer, fala sério, eu cresci em um trailer. Mas eu acho que seria legal não ter que subir onze lances de escadas todo dia. Esse deve ser o segredo das minhas coxas porque, modéstia a parte, elas são lindas e eu não faço nenhum exercício.

Eu sou inteiro lindo, né. Fazer o que, se eu não me amar não há quem ame.

Enfim.

Chego no meu andar quase morrendo por causa da fórmula escadas + mochila pesada + meio BigMac assim que saí da faculdade. Apesar de que, à essa altura do campeonato, eu já deveria ter me acostumado. Será que alguém algum dia se acostuma à onze lances de escada?

Tirei minha mochila antes mesmo de chegar ao apartamento, a jogando no chão e arrastando, não dando a mínima se os meus 200 livros de medicina iam amassar. Eu estou um pouco mais preocupado com a saúde da minha coluna do que com os meus livros de anatomia humana. Sacaram a ironia?

Entro no meu apartamento, jogando a mochila de qualquer jeito em cima do sofá e logo depois seguindo o mesmo caminho. Eu estava exausto, tanto fisicamente quanto mentalmente, por causa das últimas classes, quando eu tive um exame surpresa e quase me matei para responder 80 questões.

Apesar do meu maior desejo ser simplesmente continuar vegetando ali no meu sofá com cheiro de mofo e manchas de macarrão que deviam datar do século passado, me forço a levantar e comer alguma coisa. Meu almoço foi meio BigMac e meu café da manhã um sanduíche tão mal-feito que devia pesar uns 10 gramas. Se eu vou cuidar da saúde dos outros, não posso deixar de cuidar da minha primeira.

Vou até a cozinha e abro a dispensa, me deparando com nada mais que sete pacotes diferentes de macarrão instantâneo. Muito saudável, Jungkook meu eu interior me repreende. Foda-se, o estômago é meu e só um não vai fazer mal retruco. Fale isso para os outros quatro que você comeu antes desse ele responde.

Já ia mandar ele calar a boca quando percebo que “ele” na verdade sou eu mesmo, e que eu estou discutindo comigo mesmo. O que o tédio não faz comigo. Eu preciso urgentemente de um colega de quarto. Ou de um animal de estimação.

Estou assistindo um dorama na televisão enquanto como meu macarrão instantâneo quando ouço um barulho na porta. Por ter crescido em uma cidade muito menor do que Seul - na verdade, eu não cresci em cidade nenhuma, mas isso não vem ao caso - eu sempre fico apreensivo com a menor ideia de ser assaltado. Eu sei que o índice de criminalidade aqui é minúsculo, mas mesmo assim, eu sempre sou cauteloso, ainda mais para um garoto de cidade pequena.

O barulho na minha porta - que é como um arranhar baixinho - para tão rápido quanto começou, mas permaneço apreensivo. Enrolo as mangas da minha jaqueta até os cotovelos, me preparando para uma briga (como se eu soubesse brigar). Tentando controlar as minhas mãos que não param de tremer, abro a porta em um puxão só, olhando em volta no corredor.

O garoto que esbarrou em mim ontem está ali, correndo em direção ao apartamento dele como ontem. Deve ter sido ele que fez o barulho na minha porta, mas não entendo porque.

- Ei! - falo de modo informal, sem pensar muito, chamando ele.

Ele para de correr na hora, se virando rapidamente e me olhando. Foi só um segundo antes dele voltar para o seu apartamento correndo, mas o tempo pareceu congelar apenas o suficiente para que eu capte cada detalhe dele de um jeito que eu não consegui ontem nem hoje de manhã.

Os olhos felinos, de um castanho tão escuro que parece quase preto, com cílios pequenos. O lábio inferior mais cheio do que o superior, dando a impressão de um bico permanente, ambos rosados. A franja caindo na testa de modo desigual que deixava claro que não era cortada há um bom tempo, assim como a cor-de-rosa desbotada, que não devia ver um retoque há eras, mas ainda assim permanecia bonita. A pele clara e quase translúcida de tão pálida, as veias azuis e saltadas no pescoço, uma característica que o dava um ar masculino apesar do rosto delicado. O corpo delicado e pequeno, parecendo deslocado naquelas roupas grosseiras e enormes.

Decorei cada detalhe daquele garoto que me deixou curioso desde que esbarrou em mim menos de 24 horas atrás nesse mesmo corredor, antes que ele virasse e saísse correndo, não me direcionando um segundo olhar.

Bufei baixinho pela atitude dele. Primeiro ele esbarra em mim, - o que não deve ter sido intencional, mas eu vou contestar do mesmo jeito - sai correndo sem falar nada, bate na minha porta no dia seguinte e sai correndo do mesmo jeito, me deixando aqui, confuso.

Fico encarando o corredor, onde ele estava segundos atrás, ainda um pouco abismado. Resolvo parar de agir que nem um idiota e me viro, decidindo voltar para o meu apartamento e terminar aquele episódio para saber se Kim Yeol e Kang Yeon Doo se beijaram mesmo, mas algo me impede. Um pequeno papel azul claro está colado na madeira da minha porta de entrada, com algo escrito ali em uma caligrafia desajeitada e apressada.

 

Meu nome é Min Yoongi. Desculpa ter tropeçado em você ontem. Agradeço a preocupação mas, por favor, nunca mais fale comigo.

 


Notas Finais


HELOU
enfim
gente me desculpa pela demora mesmo
em parte foi bloqueio criativo em parte viagem
MAS VEM CAP NOVO EM BREVE talvez
Garoto Prodígio e First Love vão voltar com tudo em breve se tudo der certo, desculpa ai
Até o prox 💕


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