1. Spirit Fanfics >
  2. Toque >
  3. Capítulo 6

História Toque - Capítulo 6


Escrita por: HyakuyaSora

Notas do Autor


Faculdade começou, por isso estou demorando uns dias a postar os capítulos. Já tenho 9 escritos, que estavam sendo postados em uma página do facebook, a Meu Doce Yaoi, mas estou tendo que repostar :/ Ao mesmo tempo em que reposto lá estou postando aqui, e quando acabar vai ter uma programação um pouco melhor. Agora vamos ao capítulo, espero que gostem :*

Capítulo 7 - Capítulo 6


— O que você quer? – escutei uma voz distante sussurrar.

Quem é? – pensei.

De forma inconsciente tentava esticar o braço para alcançar algo, não sabia o que... O que eu quero? Quem perguntou? Estava tão confuso, ainda sentia a pele quente, caído sobre a colcha macia onde minutos antes tinha estado com Hayden. Hayden? Não entendia o porquê de ter feito aquilo, não entendia aquele desejo.

— O que você quer?

Eu não sabia. Quem perguntava... era a minha própria voz.

Abri um pouco os olhos e mesmo com a vista embaçada pude ver a figura de Hayden de costas para mim, caminhando para longe, indo em direção a porta e a abrindo um segundo antes dos meus olhos pesarem e o cansaço me vencer.

 

***

 

Finquei os dedos na cama e me forcei a olhar para o teto já claro. Me sentia descansado do que ocorrera antes, e imagens preenchiam a minha cabeça sem nem pedir permissão. Lembrava do corpo de Hayden sob o meu, a maneira como pude segurar em suas pernas, sua pele, seus olhos verdes me encarando de um jeito sedutor enquanto o som de sua voz me envolvia. Tinha sido uma noite memorável.

Onde Hayden está? – olhei para o lado.

Repreendi um pouco meu pensamento. Devia convencer-me de que na verdade era melhor assim. O que eu esperava? Acordar ao seu lado? Aquilo nem devia ter acontecido! O pior era pensar em como as coisas ficariam entre nós daquele momento em diante. Levantei, e ainda com todos esses problemas me aprontei para sair.

Respirei bem fundo antes de deixar o quarto, pois de fato teria de encarar Hayden. Fechei a porta e caminhei pelo corredor até chegar a sala, passeando os olhos até a cozinha, próximo do lugar onde meu guarda-costas já desfrutava de seu café da manhã, completamente pronto para sair. Pigarreei.

— Bom dia – minha voz saiu baixo e forçada.

— Bom dia – seus olhos cruzaram com os meus, mas logo desviei, sabendo ser o único a fazer isso.

Hayden me olhava como sempre, falava da mesma forma fria. Tudo me incomodava. Queria perguntar, falar sobre a noite passada, mas não consegui. Ele não demonstrava nada, e pela primeira vez sua frieza parecia me queimar. Embora eu preferisse esquecer, achava quase doloroso ver que era o único incomodado, o único que se importava. Era claro que para Hayden aquilo não significava nada.

Tudo bem – suspirei – É melhor assim.

Fomos para o serviço em silêncio, e por todo o dia, só para variar e para a minha alegria, quase não precisei vê-lo. Acho que pela primeira vez me sentia tranquilo em estar quase preso em um escritório. A visita que Willam me fez naquela tarde parecia uma dose de conforto.

— Como andam as coisas? – ele perguntou, sentado em minha frente com os olhos presos em papéis que eu desconfiava não ser do meu interesse. Era isso que ele falava quando cuidava de coisas que eram sim relacionadas a minha família, mas tão pequenas que, para ele, não precisavam de nossa atenção especial.

Nem tentei perguntar o que Willam estava fazendo.

— Defina coisas – apertei o topo do nariz.

— Alguma outra perseguição da qual eu não saiba?

Abri bem os olhos em sua direção.

— Como...

— Eu sempre sei de tudo – pela primeira vez desde que entrou nessa sala Willam me encarou, interrompendo minha fala. – Ou você esperava que eu fosse acreditar que por todo esse tempo tudo estava ótimo e não havia nenhuma ameaça? Não, Dylan, eu estou nessa família a muito tempo e sei bem com que estamos lidando.

Abri a boca para falar, um pouco irritado, mas ele ergueu a mão para mim e disse com serenidade:

— E não precisa brigar com ninguém, pode ter certeza que todos a quem você confiou esses “segredos” foram fiéis. Apenas não puderam ser mais espertos ou maiores que o que tenho nas mãos.

Franzi o cenho. Realmente era difícil esconder algo dele. Willam esteve nessa cidade desde que podia me lembrar, tinha muitos contatos, olhos por todos os lugares. Não deixava de ser irritante.

— O que você pretendia escondendo isso de mim? – Willam largou seus papéis sobre a mesa.

— Só achei que não era nada do seu interesse – respeitava muita o Willam, mas no meio de toda aquela situação já começava a perder a paciência.

— Muito bem – ele levantou e me deu as costas – Encima da sua mesa estão os resultados da pesquisa desenvolvida em Nova York, eles enviarão as amostras até o próximo mês – Willam foi até a porta e antes de sair parou por um momento – E sobre as perseguições, já enviei buscadores a Output City. Mais uma coisa – já segurava a porta aberta – O senhor Manly tem feito bem o seu trabalho?

Meu corpo se enrijeceu. Em um segundo quase senti vontade de rir, e é o que teria feito, se não estivesse tão tenso.

— Bom – deixei escapar de jeito abafado – Trabalho muito bom. – pressionei os lábios.

— Imagino – pude escutá-lo suspirar – Sei que deve estar sendo difícil. Você é muito sentimentalista. Deixe um pouco isso de lado.

Willam fechou a sala e me deixou sozinho. Fiquei encarando a porta. Sabia o que ele queria dizer com aquilo. Eu tinha plena consciência de como era. Em todas as áreas da minha vida eu tendia a ser muito sentimental, apesar da minha aparência. Eu levava as coisas a sério demais, guardava muitas coisas, me envolvia, e quando sentia raiva também era exagerado, tudo sempre era. Willam sabia que eu não me dava bem com Hayden, imagine se soubesse do resto. Prendi o ar por alguns segundos. Sim, o trabalho de Hayden era ótimo, eu tive um momento de loucura e cedi a tentação, tivemos uma noite de sexo, só isso. Não me deixaria afetar, devia esquecer.

Sexta-feira – encarei o teto.

Felizmente o restante do dia correu normalmente, ocupei a mente o máximo que pude, aproveitando cada segundo do tempo que tinha ali, me concentrando como – talvez – nunca antes.

Quando a noite chegou e pudemos ir para o apartamento, permaneci calado, e bem, de maneira geral sempre fora eu a puxar conversa. Assim sendo não houveram grandes diálogos, apenas o necessário. Era melhor assim.

Caminhei até meu quarto, seguindo-o, que também parou na porta do seu para destrancá-la. Encarei a chave em minha mão. Ainda lembrava com clareza de uma noite, quando eu tinha uns oito anos. Meu pai tinha me ignorado completamente quando tentava entregar-lhe um comunicado da escola. Minha mãe segurou minha mão e me levou para o quarto, explicando que papai estava muito ocupado e pedindo que eu não ficasse triste ou zangado. Ela tocou meu rosto e, sorrindo, disse:

— Homens como o seu pai já passaram por muita coisa na vida, um dia você será adulto e entenderá essas dificuldades. As vezes o trabalho e as responsabilidades são tão pesadas que a pessoa acaba fria como o gelo, presa aos problemas. Mas Dylan, quando você for um homem e tiver de lidar com tudo isso não se torne esse tipo de pessoa, conserve o que há de melhor aí dentro. Lembre do que estou falando, não quero que meu garotinho mude seu coração.

Ah, sim. Eu sempre fui um idiota sensível, mesmo minha mãe mudara com o tempo, mas eu não. Se fosse para acabar com aquilo precisava pôr um ponto final.

— Hayden – olhei firme em seus olhos – Sobre o que aconteceu ontem...

— Do que o senhor está falando? – ele me interrompeu.

Não me deixei vacilar e permaneci com a postura intacta.

— Você sabe muito bem.

Hayden voltou os olhos para a porta e retirou a chave da maçaneta.

— Não se preocupe com isso – ele olhou para mim, abaixando um pouco suas pálpebras sobre os olhos e balançando a cabeça lentamente em negativo – Foi só uma noite.

— Sim – concordei em um ranger de dentes. – Só uma noite.

Vi um quase sorriso vacilar em sua boca antes de Hayden morder o lábio inferior e virar o rosto para mim um momento antes de entrar no quarto, falando baixo:

— Boa noite, senhor.

Fiquei encarando o vazio onde ele estivera, segurando firme na maçaneta da minha porta. Então... tinha acabado? Hayden me incomodava, era um mistério. Foi bom ficar com ele, mesmo que estranho. Tinha atração sexual, isso era fato, e morar com alguém com quem tinha me envolvido e que me atraía era incômodo, mas eu não podia deixar isso afetar o trabalho. Iria passar. Aquele homem era frio como gelo. Hayden certamente era um daqueles homens, pessoas como o meu pai. Sorri incrédulo. Era estranho pensar que fui capaz de dormir com uma pessoa assim.


Notas Finais


Eu diria que tem algo muito estranho acontecendo...


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...