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História Tormento - Conhecendo o Inimigo


Escrita por: trishakarin

Notas do Autor


Galerinhaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
Desejo um excelente carnaval para vocês, que pulem bastante, quem não gosta, que descanse, se divirta, que aproveitem esses dias para curtir muito!

]Um beijooooooooo

Capítulo 20 - Conhecendo o Inimigo


Sarah e Ellen claramente não sabiam o que fazer. Ambas se entreolhavam, aguardando que uma ou a outra reagisse com algum plano perfeito. Lauren encarava as duas como uma boa filha que espera pela ordem e regras, mas naquele momento se viu obrigada a interromper.

- Ainda que esse homem diga mentiras, devemos mantê-lo.

As militares a encararam com certa curiosidade, o que inflou o ego de Lauren, fazendo-a continuar o que estava dizendo e acrescentando sua intenção em cada palavra que deixou escapar de seus lábios.

- Vejam, o que sabemos sobre esses homens? Absolutamente nada! A primeira vez que ouvimos a respeito de qualquer razão para o que está acontecendo, foi quando encontramos esse aí.

Sarah a observou curiosamente, com uma expressão de quem tinha suas dúvidas solucionadas. Foi então que focou seu olhar ao homem ainda sentado ao chão, algemado por lacres. Lauren tinha razão e Sarah sabia muito bem disso. Em seu âmago, sentiu uma vontade iminente de sair correndo dali e levar as garotas para algum local seguro. A forma como o crime estava sendo praticado beirava ao monstruoso. Era muito difícil lutar contra uma atitude tão nojenta, mas que era relacionado a crença e com certeza seria muito difícil fazer com que acreditassem na anormalidade que eram suas atitudes.

- O governo nunca pensou em interferir nessas ações? - Sarah questionou confusa.

- Não houve coragem por parte de nenhum deles. Veja… é algo que vem para o bem do nosso povo, da nossa terra. Todos acreditam na maldição e a necessidade do sacrifício é muito grande.

- Então acredita nessa monstruosidade? - Ellen vociferou.

- Não, eu não acredito. Mas o que é uma pessoa contra todo um país? Vocês fazem a menor ideia do significado disso? Eu não podia…

- Silêncio - Sarah ordenou.

Todos aquietaram-se, o olhar daquele estranho logo tornou-se orgulhoso e esperançoso. Quem quer que fosse dentro da mata, viria para pegá-las. E quem quer que fosse Luciano, a máscara que vestia havia caído. O sorriso no canto dos lábios de Sarah deixou claro e teste rápido e implacável que ela executara com tamanha maestria. Havia somente silêncio e o menor sinal de ruído, ainda que do vento soprando suavemente as folhas das árvores.

Luciano parecia ter notado o que acontecia, permaneceu em silêncio, agora leve constrangimento diante sua audácia e sentimento vitorioso. Baixou o rosto envergonhado e respirou fundo. Sim, ele era um deles e a última tentativa de encontrar as mulheres com vida e despreparadas, seria levando-as diretamente a boca do diabo. Lauren sentiu-se segura, percebera naquele instante a total capacidade de Sarah em lidar em situações críticas.

Sarah aproximou-se do rapaz, tocou em todos os pontos de sua roupa, como se investigasse ou procurasse algo suspeito e então ergueu na mão um pequeno microfone, claramente espião.

- Então eles têm uma crença… - disse sorrindo apontando o dedo no rosto do rapaz - E o que acha que devemos fazer?

Luciano olhou-a boquiaberto, enquanto Ellen surgia logo atrás portando a arma e mirando em sua perna. Tão espertas, pensou Lauren, não mirava na cabeça, pois claramente aqueles homens não tinham medo da morte, apenas o orgulho e a honra de finalizarem uma missão.

- Eu tenho uma pergunta - Camila que até então manteve-se em silêncio, ergueu o dedo timidamente.

Nesse instante todos olharam-na. Sarah esperava pela resposta do homem, Ellen preocupava-se em deixá-lo avisado sobre os riscos que sofreria caso deixasse vazar a informação de que as mulheres haviam descoberto o plano e Lauren observava tudo com bastante atenção.

- Eles tentaram nos pegar… nós, por sua vez, conseguimos escapar. Por que tanto trabalho em nos recuperar? Por que homens têm que morrer, ao invés de entregarem apenas os dois rostos que vimos? Por que preferem arriscar todo o bando, por dois homens?

- Isso não é correto. Dois homens que fazem parte de uma equipe. Entrega-se dois deles, expõe todos eles. São pessoas covardes, pessoas que não se importam uns com os outros, mas que são fiéis na execução da tarefa, não fiéis entre eles.

- Vamos parar com esse interrogatório. Quero falar com vocês - Sarah disse seguindo até o homem - Quanto a você, como não consigo acreditar em sua inocência e você, tão bem quanto eu, deve imaginar a razão…

A mulher segurou-o pela camisa, fazendo-o se levantar e caminhar com dificuldade até um tronco. Retirando outro lacre do bolso, prendeu ao caule de uma árvore. Ele riu, sabia que onde ela prendia, devido ao tamanho reduzido, não conseguiria mantê-lo ali, pois o pequeno caule se partiria com determinado esforço. Ela notou o desdém do rapaz.

- Sei que pode quebrar - sussurrou - Sei também o quanto poderá se ferir e se eu perceber sua força para soltar-se, não pensarei duas vezes, antes de oferecer-lhes uma morte bastante lenta.

Ele arregalou os olhos e a encarou surpreso. Avistou-a se afastar, aproximar-se das demais e levá-las para longe dos ouvidos atentos de Luciano. Ellen abraçou-a pelo quadril, em uma carícia doce. Lauren e Camila estavam afastadas diante tudo o que aconteceu até ali, não haviam se comunicado quase em momento algum e havia uma certa frieza que nasceu e firmava-se entre elas.

- Não podemos confiar nele - Sarah disse prontamente em voz baixa olhando para o lado, vendo o vulto de Luciano imóvel mais a frente.

- Qual o plano? - Lauren perguntou curiosa.

- O plano permanece o mesmo, Lauren - olhou-a com um olhar digno de reprovação.

- O que? Levar a gente pra casa e se matar depois?

- Não significa se matar, Lauren…

- Eu quero ficar. Vocês podem até nos mandar pra casa, mas eu não vou abrir mão de ficar aqui. Me levem e eu fujo de onde estiver e entro nessa merda de novo.

Sarah ficou furiosa. A ousadia e a falta de respeito de Lauren estavam tomando proporções sem tamanho. Camila permaneceu em silêncio, ao mesmo tempo uma dúvida em seu olhar expôs o medo que a latina tinha de toda situação que estava ocorrendo. Ela baixou os olhos, não queria encarar a autoridade e ira da comandante naquela situação. Ellen a observava atentamente. As duas formavam uma dupla muito forte, a ousadia e a hiperatividade de Sarah eram bem controladas para o planejamento e cuidado de Ellen. A mulher encarava as três com aquele par de olhos azuis, um azul tão firme e intenso que causava arrepio naquele que recebia o olhar avaliador de Ellen.

- Escute - Ellen ergueu a mão impedindo a ira de Sarah - Controle-se - olhou-a rígida - Eu entendo a sua vontade, Lauren, de ficar conosco e fazer justiça ao seu nome e ao nome de Camila. Entendo, compreendo perfeitamente. Existem fãs de vocês, que prestam homenagens diariamente em seus nomes e eu acredito que ficariam muito felizes em recebê-las de volta. Mais importante que isso, o restante do grupo, seus familiares. Todos sonham e esperam pelo dia que ambas retornem ao seus braços.

- Ellen…

A tenente ergueu a mão novamente, impedindo que Lauren ou Sarah a interrompesse naquele momento de reflexão e comprometimento com a situação.

- Porém, temos uma situação que carregará por toda sua vida. Eu entendo a dor que sentirá da impotência, sabendo que poderia ter feito alguma coisa, ainda que não precise, pois, Sarah e eu estamos aqui para resolver essa complicação. Pensando em você, sabendo sua idade e sua força de vontade em conseguir fazer justiça ao seu nome, aos seus fãs, a sua família e amigos… Eu, prometo protegê-la o máximo que for capaz e fazer de tudo para sairmos com vida desse lugar.

- Como é? - Sarah estava perplexa.

- Sarah, você é a primeira que agiria exatamente como Lauren está agindo.

- Eu sou comandante do exército brasileiro, Ellen, eu posso estar fazendo isso. Lauren é uma cantora teen, mimada.

- Pare com isso - Lauren irritou-se - Você fica aí pensando que eu sou uma idiota, mas se estamos vivas aqui e agora não foi por sermos tão pouco como acha que somos. Somos sobreviventes e de uma situação claramente horrível. Passamos fome, sede, frio… então, Sarah, eu não sou mimada. Não somos mimadas.

- Não existe um centímetro do meu corpo que não esteja doendo de todo esforço e luta que tivemos para permanecermos vivas. Fugimos deles, continuamos fugindo e agora temos força e coragem para enfrentá-los de frente e se puder nos ajudar, Sarah, agradecemos, do contrário, podemos nos separar. Ellen e Sarah seguem para um lado com aquele ogro e Lauren e eu seguimos para o outro, na intenção única de fazer justiça. Se morrermos, a diferença não existirá, pois nossos familiares e fãs, acreditam que estamos mortas.

- Então, qual vai ser? - Lauren perguntou curiosa.

- Vocês são irritantes.

- São iguais a nós, Sarah - Ellen riu.

- Então tudo bem, se querem se suicidar, estão grandinhas para saberem o que estão fazendo. O plano que pensei é o seguinte. A informação que temos concreta até agora é de uma comunidade que está sequestrando e matando garotas. Se por motivos religiosos ou não, isso pouco me importa quanto a veracidade, mas há uma comunidade. Nós sabemos onde o vilarejo principal, onde agrupa todos os mais importantes está e meu plano é irmos diretamente e eles.

- E matar? - Lauren perguntou em choque.

- É a parte que preciso pedir que deixe em minhas mãos e nas mãos de Ellen.

- Se for possível, deixaremos, mas se arriscarmos nossas vidas mantendo vocês dessa forma, também iremos matar alguém.

O plano era simples e sem muito trabalho. Havia lógica nele e é claro que sabiam que teriam que tomar bastante cuidado dali em diante. O dia tinha tudo para ser cheio. Luciano poderia ser de grande ou de baixa ajuda.

- Droga…

Sarah baixou a cabeça decepcionada com algo que as demais mulheres não entenderam. Ela riu envergonhada, como se soubesse ter feito alguma besteira.

- O que houve?

- Aquele idiota está com o microfone.

- E? - Camila perguntou.

- Ele provavelmente está passando nossas informações para o grupo e com isso corremos riscos.

- E se nós fugíssemos não saber que ele fez isso? - Lauren disse.

- Como assim? Ele provavelmente disse que sabíamos de tudo.

- Sim, provavelmente, mas duvido ter dito que lembramos do microfone. Se agíssemos como se por esquecimento, não lembramos mais desse microfone.

- Uma armadilha.

- Sim… dormimos preparadas para atacá-los. Até mesmo podemos fingir dormir, para ver se aquele idiota diria alguma coisa para alguém.

- Você foi muito esperta, Lauren.

Sorriu Sarah e logo se afastaram. Luciano consertou-se na posição que estava anteriormente, Ellen olhou as algemas improvisadas e percebeu o desgaste. Sabia que o mesmo havia tentado escapar, mas claramente sem sucesso. Riu e cortou o lacre, empurrando-o para frente, fazendo-o desequilibrar-se e cair ajoelhado ao chão.

- Agora vamos passear, nobre senhor!



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