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História Tormento - Frente a Frente com o inimigo


Escrita por: trishakarin

Notas do Autor


Não deu pra postar sexta, já até sabem o motivo kkk
MAS AQUI ESTÁ!!!
=****

Capítulo 25 - Frente a Frente com o inimigo


O calor havia tomado conta do abrigo que haviam construído. Lauren abriu os olhos sentindo uma falta de ar tomar o peito. Ellen despertava lentamente e a luz na área externa estava suave e ainda baixa. Olhou para o lado e Camila ainda estava adormecida. Um sorriso nos lábios, tranquilo e sonhando tudo aquilo que podia sonhar enquanto dormiam. Quase não conseguira erguer a mão e despertá-la.

Ellen ajoelhou-se e saiu do abrigo. Ouviram a voz de Sarah e logo percebeu que estava, por enquanto, tudo bem. Camila abriu os olhos lentamente, espreguiçou-se e sentou, agarrando o pescoço de Lauren e puxando para um beijo delicado. Apesar dos pesares, a companhia de Camila era a melhor que Lauren um dia sonhou em ter. Juntas deixaram a lona e juntaram-se as duas militares. Sarah estava com os olhos avermelhados, mas não demonstrava cansaço. Ao menos sua mente não aceitaria a exaustão.

- Bom dia, garotas - cumprimentou com um sorriso.

- Bom dia! - responderam ao mesmo tempo.

- Prontas?

- O que faremos agora? - Camila perguntou.

- Vamos ao acampamento maior. Tentaremos destruir o máximo de pessoas que pudermos. Se avistarem qualquer coisa, comida, água, armas, tudo o que virem, podem pegar e trazer para cá. Por favor - ela aproximou-se das duas - Ellen e eu usaremos as facas para não chamar atenção. Quando usarem a arma, usem em último caso. Aquele acampamento é muito grande e se um deles perceber a invasão com certeza avisará aos demais e teremos sérios problemas!

Lauren e Camila estavam conscientes da situação e consentiram com um movimento com a cabeça. Ellen pegou o que precisava, apoiando uma segunda faca em um cinto preso a perna, como constumavam ver em filmes. Sarah era diferente, a organização e cuidado não era muito seu forte e ela prendeu a faca no próprio cinto da calça. Sem dizerem nada, com bastante cuidado nos passos, sem colocar peso para que galhos não alertasse os homens.

Cerca de uma hora depois de saírem do local onde estariam acampadas, chegaram ao grande acampamento, que mais se assemelhava a uma vila. Alguns homens conversavam entre risos, não costumavam ser atacados, então não pareciam atentos a um possível ataque. Sarah e Ellen seguiram para um lado onde avistaram um menor número de pessoas. Caminhando mais adentro, um homem estava sentado ao lado de uma casa de madeira verde cortando um galho, como se afiasse sua ponta.

Sarah preparou-se, segurou o punhal com força nas mãos e olhou para Lauren. A casa aparentava estar vazia e a garota compreendeu o recado, confirmou e tanto ela quanto Camila se prepararam para agir. Precisavam ser rápidas e bastante silenciosas. Quando algo caiu aos pés do homem e ele abaixou-se para pegar, Sarah saltou para fora dos arbustos e avançou em sua direção. Sua mão fechou-lhe a boca, impedindo-o de gritar por ajuda e com firmeza ela o puxou para dentro da mata, enquanto Ellen acompanhava as garotas para dentro da casa.

Para surpresa delas, havia sim um rapaz dentro, porém o mesmo dormia em uma colchão posicionado no meio da casa. Sem nenhum alarde, Ellen fez o mesmo que Sarah, tapou-lhe os lábios, obrigou-o a levantar-se e arrastou-o para fora da casa seguindo Sarah. Lauren e Camila apressaram-se em pegar tudo o que viam pela frente. Latas de sardinha, latas com milhos ou verduras em conserva. Pegaram todas as garrafas de água que viam pela frente, ignorando as maiores, pois dificultariam a organização das mochilas.

Lauren foi até a porta e olhou para fora com cuidado. Não poderiam correr o risco de serem vistas no último segundo. Camila aproximou-se e ficou atrás da amiga, aguardando seu sinal para que enfim pudessem sair. Não avistando nenhum dos homens circulando o local, Lauren ergueu a mão chamando a garota para segui-la. Desceram o pequeno degrau que separava o barraco do chão e correram a toda velocidade aos arbustos de onde vieram.

Para a surpresa das duas, não encontraram Sarah e Ellen, olharam para todos os lados e nem sinal de ruídos ou qualquer coisa que alertassem as garotas do local onde as mulheres estariam. Não sabiam. Agacharam-se no amontoado de folhas onde esconderam-se, ficaram em silêncio na intenção de ouvirem tudo ao seu redor, mas não havia barulho algum. Cerca de vinte minutos depois, Lauren achou melhor voltarem para o acampamento ou seriam descobertas por algum dos capangas.

- Temos que ir embora, Camila.

- Mas e as outras? Não podemos simplesmente ir embora, Lolo.

- Se ficarmos aqui vão descobrir a gente. Elas vão voltar pro nosso acampamento, tenho certeza.

Lauren sabia que na pior das hipóteses, Sarah e Ellen teriam voltado para o acampamento. Mas jamais teriam ido embora sem antes pegar as duas garotas e mantê-las em segurança. Quando puseram o pé fora das folhagens e se prepararam para voltar, foram surpreendidas por Ellen, que com a camisa completamente ensanguentada e o rosto apreensivo, segurou o braço de Lauren puxando-a para dentro da floresta.

- O que houve? - perguntou Lauren confusa.

- Temos que sair daqui.

Ela não disse nada, apenas corria. O coração acelerado de Lauren parecia que poderia ser ouvido. Agarrou a mão de Camila e continuou puxando-a em direção ao caminho que Ellen percorria, foi quando uma risada surpreendeu a todas, fazendo a tenente estancar o pé e assustada olhar ao redor. Ver a tenente assustar-se causou mais medo que a própria risada que se expandia por entre as árvores. Camila agarrou-se ao braço da amiga, o rosto enterrado em suas costas, afastada suficientemente por conta da mochila que a garota carregava.

- Fiquem atrás de mim - pediu Ellen em um sussurro.

- Vocês são muito boas - o voz disse - Estarem vivas até agora é sinal de que são muito fortes.

A voz parecia vir de todos os lados, grave, meio aveludada para uma voz masculina. O som limpo de qualquer ruído. Por trás de arbustos fechados surgiu um rosto conhecido. O sorriso amarelado e o olhar ousado. Era um dos homens que as sequestraram no primeiro dia, dono do furgão. O mais velho que irritou-se tanto com o mais novo ao perceber que as garotas haviam fugido. Ele sorria com um fuzil nas mãos. Por mais que fosse uma arma de difícil acesso, sabiam que estavam frente a frente com alguém que não gostariam ou até mesmo gostariam sim, porque dessa forma poderiam vingar-se diretamente daquele que iniciou toda aquela jornada infernal que tinham.

- Você…

Camila não controlando-se, esboçou com os olhos arregalados e visivelmente abalados. Ellen postou-se frente a elas, encarando aquele homem, para ela desconhecido e para as garotas um rosto inesquecível. O homem ainda pressionando o fuzíl em suas mãos, mirando a sua frente e mantendo o sorriso desdenhoso nos lábios, olhava de uma para a outra, claramente orgulhoso.

- Que bom que lembra de mim, putinha - disse ele cerrando os dentes - Pensei que talvez não pudesse ter essa cena mais uma vez, mas olha que alegria a minha não é?

As três ficaram silenciosas, não responderam ou sequer se moveram. Aquela arma não era um armamento qualquer, um disparo dela matariam as três sem qualquer dificuldade. Camila apertou-se contra o corpo de Lauren, como se daquela maneira o fim fosse menos caótico ou sofrido. O homem gargalhou alto e o medo de que ele chamasse a atenção dos demais foi maior que o medo dele matá-las. Mas por qual razão ele já não faria isso? Por qual motivo ele não disparara a arma sem pensar duas vezes e acabava logo com aquela agonia de uma vez por todas.

- Eu estou surpreso - ele baixou a arma alguns centímetros - Você arriscaria sua vida por causa de duas inúteis como elas? Uma mulher com este porte, veio pra estas terrar, salvar… isso? - apontou para as duas garotas que tremiam - Só me explique o motivo, porque eu não quero atirar sem antes entender.

- Elas são inocentes, independente de qualquer coisa. As pessoas ruins, portam armas e matam inocentes, nesse lugar. Essas pessoas que merecem o fim que deseja a elas.

- Nós não somos ruins - disse ele sorrindo - Nós apenas não permitimos entrada de ratos em nossas casas. Quando ratos surgem em sua casa, a senhora adota? Dá de comer? Tira de você para eles?

- Uma comparação infeliz…

- A senhora dá veneno - ele gargalhou - Mata aqueles filhos da puta sem pena nem remorso, não é mesmo? Aqueles coraçõezinhos param de bater. Quando você provavelmente não dá uma vassourada na cabeça deles, esmagando o crânio. Deixando prováveis filhotes sem mãe…

- O que você quer? - Ellen perguntou impaciente - Porque se deseja mesmo nos matar, acho que já deveria estar se preparando para isso e não tagarelando coisas inúteis.

- Eu tenho que terminar o que eu comecei - ele disse fechando o rosto - Eu tenho que entregar essas vadias pro patrão, que depois do que aconteceu, ele mesmo quer finalizar o serviço. Mas você - olhou para Ellen - Você eu já poderia atirar. Mas sabe que eu não sou tão idiota assim? Essa arma demora alguns segundos para carregar e seria o tempo suficiente para essas duas saírem correndo. Talvez meu chefe goste de mais um brinquedinho para ele. VAMOS - ele gritou assustando as mulheres.

Ellen foi a primeira e saltar em um susto. Olhou para as garotas e estendendo a mão segurou a de Lauren com firmeza, ao qual tentou passar a mesma segurança para a amada atrás de si. Talvez esse seria o final que imaginaram. Caminharam lentamente a frente do homem, aproximando-se do vão que dava acesso ao grande acampamento. Estava chegando a hora que não desejavam ter. Sentia a mão de Ellen tremer suavemente, era como se todos os planos tivessem falhado e que agora era o momento de entregarem-se.

Cada passo era uma sensação de derrota, cada batida acelerada em seus corações entregavam a imensa angústia e agonia que claramente passavam. Quando Ellen atravessou a última árvore, alguns dos homens que empunhavam suas armas viraram seus rostos em sua direção e os olhos arregalaram-se ao verem com quem estava acompanhada. Ao notarem a presença de Lauren e Camila, logo uma expressão de alívio e vitória tomou conta de seus rostos, enquanto no peito das três uma profunda decepção tomava conta.

- CARALHO - um deles gritou - Como conseguiu isso, seu incompetente?

O homem que gritara aproximou-se, com a arma em riste. Seguiu diretamente para Ellen, que por receio em revistá-la, o homem permitiu que ela permanecesse com a arma na cintura. O capanga pegou a arma e colocou em seu bolso, passando a mão em suas pernas e quadril, logo em seguida repetiu a ação por duas vezes em Camila e em Lauren. Recolhendo de ambas as armas tão bem escondidas.

- As garotas se armaram, hein? - ele riu - Meu nome é Manoel, serei seu servo em sua estadia neste grande hotel, senhoritas - ele gargalhou - CARA, achou mesmo que iam escapar? Juram? Vocês? Duas garotinhas magrinhas e burrinhas? E quem é você?

Manoel olhou fixamente para os olhos de Ellen, que nem mesmo piscavam. Um outro homem pegou seus punhos, puxando-os para trás e prendendo-os com uma algema enferrujada.

- Anda, me diz quem é você… por bem… porque por mal eu já estou ficando experiente.

Ellen manteve-se ainda em silêncio, olhando fixamente para Manoel, com nojo no olhar, a boca cerrando de ódio. Virou o rosto rapidamente para perceber no olhar de Lauren, que apesar de tudo se mantinha forte. Voltou a olhar os olhos daquele ogro e sorriu.

- Acredito que não seja um bom negócio nos manter aqui, senhor - disse ela quase em sussurro.



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