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História Tormento - A Fuga


Escrita por: trishakarin

Notas do Autor


TCHAMMMMM, o capítulo que vocês queriam hahahaha
Agora tenho certeza que querem logo o de terça!

Beijo beijo beijo

Capítulo 28 - A Fuga


A noite havia tomado conta do lugar. Lauren ainda algemada estava encolhida em um canto do quarto, não havia nenhum som, apenas os passos lentos de alguém que caminhava no minúsculo corredor. O cheiro de terra ainda era forte e sua cabeça doía. Sua barriga roncava de fome e parecendo ouví-la a porta se abriu e Manoel entrou com uma embalagem de alumínio.

- Tá com fome, garota? - ele perguntou com um sorrisinho de desdém.

Lauren não arriscou acreditar que ele lhe daria comida, para que seu estômago não sofresse com alguma pegadinha bem cruel. Afirmou com um movimento desconfiado e ele aproximou-se ainda mais, jogando a embalagem no chão, que por muita sorte não se abriu espalhando seu conteúdo por aí. Ele gargalhou e foi em direção a porta.

- Por favor, sei que não devo pedir, mas poderia me soltar, somente para comer. Logo depois pode me algemar novamente.

- Não vai dificultar em nada você comer com isso aí.

- Desculpe.

A garota baixou os olhos e expondo ainda mais a dificuldade, mais do que realmente tinha, derrubou a embalagem. Manoel olhou a cena com irritação. Esperou por mais alguns minutos e irritando-se com Lauren, aproximou-se tirando a chave do bolso e tirando sua algema. A garota sentia-se vitoriosa, não estar mais presa era uma vitória e tanto.

- Se fizer qualquer gracinha eu não vou esperar o patrão voltar, eu te mato hoje mesmo.

- O que acha que posso fazer? Quebrar a parede e sair correndo? - inquietou-se.

- Simplesmente não faça, garota.

Ele deixou o quarto, ouviu o trinco da porta fechar-se e ele virar a chave três vezes. Pegou a embalagem, sentindo o estômago uivar, causando até dor. Abriu e dentro havia uma colher somente, nenhuma faca. Havia arroz, frijoles e uma carne nada atraente. Comeu como se fosse um buffet da melhor qualidade e jamais agradeceu tanto por comida. Não era lá das melhores, um leve sabor azedo, mas ainda assim, era algo de se comer.

- Tô indo nessa, Manoca - ouviu a voz de algum rapaz soar distante.

- É falta de tchau? - o homem respondeu ignorante.

- Ninguém mandou trazer essas vagabundas pra cá - gargalhou - agora cuida rapaz.

- Avisa a minha mulher o que aconteceu, imbecil. Ao menos algo de útil. Quem vai ficar aqui?

Lauren levantou-se e seguiu até a porta, colando seu ouvido a madeira tentando escutar tudo o que diziam. Então Manoel iria ficar de guarda sozinho?

- Só o José e o Ricardo - disse ele.

- Tá ótimo. Vá logo embora, idiota. Avisa a minha mulher e se esquecer eu lhe quebro os dentes quando voltar.

- Sim senhor - respondeu rindo.

Logo o silêncio pairou no ar novamente e Lauren apressou-se em voltar até onde estava. Não teriam muitos guardas. Aquele lugar era abandonado no turno da noite. Se quisessem acabar com aquele lugar, era só irem na noite. Tinha que sair daquele lugar.

No abrigo menor, Camila estava adormecida. A garota tinha muita fome, sua barriga parecia se contorcer dentro dela e Ellen sentia-se mal vendo-a naquele estado. Subiu as escadas batendo com força na grade. Sem resposta. Até que um rosto conhecido surgiu entre as frestas. Um barulho de alguém lixando algo e foi então que o rosto de Sarah apareceu no vão.

- Ei Ellen.

O sorriso radiante da esposa encheu o lugar. Camila que já estava bem fraca abriu os olhos e olhou para cima, sorrindo igualmente ao ver o rosto da comandante. A mulher entregou uma espécie de lixa velha para a esposa e olhou para o lado, visivelmente preocupada.

- Todos já estão indo embora, ainda vão vir checar vocês duas, então finjam estarem dormindo, para que não se preoupem com vocês duas.

- Pode deixar.

- Use essa lixa para quebrar essas algemas, do jeito que estão velhas, vai ser fácil. Eu tenho que ir.

- Obrigada, Sarah.

Ellen começou a lixar a algema e como ela disse, não demorou mais que 10 minutos. Nesse intervalo um homem apareceu no vão do portão com duas embalagens de alumínio. Era outra pessoa, completamente diferente do que anteriormente cuidava delas.

- Ei você - ele chamou - Manoca tá de bom humor hoje e mandou o rango - disse ele rindo.

O homem deixou no chão e saiu sem dizer nada. Ellen subiu apressadamente, fingindo ainda ter as algemas presas ao punho e pegou as embalagens. Ao abrir, o mesmo conteúdo de Lauren estava ali, entregou cuidadosamente para Camila, a garota fingia estar tudo bem, mas seus movimentos suaves e lentos entregavam a dificuldade da garota em se mover. Cerrou sua algema, libertando ela igualmente. Ela comeu tudo lentamente, sua expressão não era uma das melhores, mas sabia que logo melhoraria. Deu um pouco de água e ela bebeu com cuidado. Em seguida Ellen comeu tudo rapidamente.

Cerca de alguns minutos depois Sarah voltou. E dessa vez estava apressada e agoniada. Começou a quebrar a parede, abrindo um vão suficiente para a passagem, ainda que com dificuldade.

- Venha Ellen, ajude Camila a subir.

Camila foi mais fácil, com ajuda empurrou a garota para o alto e Sarah a puxou para fora. Em seguida, percebendo que o local fora suficiente para a garota, Sarah começou a abrir mais espaço para que sua mulher conseguisse passar. Após conseguir abrir mais, esticou-se para pegar Ellen. Com força puxou-a para fora. O ar estava levemente frio e a liberdade era uma sensação mais do que maravilhosa. Ouviram ruídos e mais a frente perceberam que um dos homens se aproximava do lugar.

- Vamos, antes que eles no vejam - Sarah alertou.

Entraram com pressa dentro da mata fechada. Logo descobririam que  as duas haviam fugido, mas precisavam resgatar Lauren o mais rápido possível. O homem não aproximou-se do abrigo, mas sim de uma fogueira que acabaram de fazer. Sentou-se ao lado de outro homem que já estava ali, enquanto na porta de uma das casas, onde Lauren estava, um homem velho chamado Manoel cuidava.

Sarah tirou da cintura sua arma e entregou a Ellen. Camila logo atrás esperava alguma ordem, recebeu igualmente uma arma e Sarah tinha uma arma maior, ao qual foi recebida com surpresa.

- Peguei um dos idiotas que iam embora. Eles estão cheios de fuzis aqui, Ellen - disse ela surpresa.

- Eles têm armamentos pesados, me surpreende deixarem esse lugar praticamente abandonado durante a noite.

- Eles não são mafiosos. Parece que estão trabalhando e no fim do expediente voltam para casa. Hoje pelo que ouvi, a coisa é diferente por terem vocês aqui - disse ela pensativa - Eu vou pegar aqueles dois - apontou para os homens ao redor da fogueira. Você vai até o velho e resgata Lauren.

- E eu? - Camila questionou surpresa.

- Você fica aqui. Qualquer um que fugir para dentro da mata, você atira.

- Vamos matar os três?

- Vamos matar qualquer um que aparecer na nossa frente, Ellen. Eu circulei este lugar durante o dia, eles são horríveis. Não vale a pena deixar nenhum vivo.

- Certo - concordou - E depois?

- Depois eu não quero arriscar a vida das meninas. Já vimos do que eles são capazes. Quando sairmos daqui, nós não descansaremos, iremos embora, Ellen.

Houve um momento de silêncio e aguardaram até que o velho Manoel entrasse na casa. Quando o homem deixou a vigília, Sarah apressou-se em direção aos dois homens que riam e bebiam despreocupados. Colocou o cano do fuzil na cabeça do primeiro deles e com o olhar sério e furioso encarou o outro que olhou assustado.

- Diferente de vocês, eu não quero matá-los. Fiquem caladinhos!

- Dona, a gente entrega a chave pra pegar as duas - Ricardo disse trêmulo.

- E quem disse que elas estão lá? - Sarah riu desdenhosa - Eu só vou buscar a outra, nada vai acontecer a vocês, se cooperarem.

- Eles vão atrás da senhora - José disse - Não adianta, dona, eles vão atrás.

- Eu estou nem aí.

Ellen apressou-se até a casa, subiu cuidadosamente as escadas, olhou para trás avistando Sarah cuidando dos outros dois e entrou na casa com a arma em punho. O homem não percebera sua presença, estava sentado com as mãos no rosto, como se chorasse. Não iria sentir remorso, colou o cano da arma na cabeça do homem, fazendo-o saltar nervoso.

- Shhh - disse Ellen - Calminha, senhor - sussurrou - Eu quero que me diga onde está Lauren.

- Você não vai conseguir, mocinha.

- Eu espero que me diga onde ela está ou eu estouro seus miolos.

Manoel começou a rir, não levando a sério a ameaça de Ellen.

- Se minha esposa ouvir o tiro, os dois homens que estão lá fora morrem.

- Eu não ligo para eles - gargalhou - Acha mesmo que podemos negociar?

Ellen ergueu a arma para o lado, não longe do ouvido do homem e atirou na mesa no canto. O velho saltou assustado e olhou para a tenente com os olhos esbugalhados. Logo depois, dois tiros de fuzil soaram. Sarah havia matado os dois homens. Manoel arregalou os olhos apavorado.

- Pelo amor de Deus - exaltou-se - Eu tenho esposa e filhos. Pelo amor de Deus.

- Se tivesse o mínimo de respeito não teria feito tão mal a duas garotas inocentes. O que você fez com Lauren? - perguntou cerrando os dentes.

Logo depois Sarah entrou ao lado de Camila. Sua roupa estava com respingos de sangue. Muitos, como se houvesse saído de um açougue. O homem entrou em pânico.

- EU JURO QUE NÃO FIZ NADA, VOCÊS PODEM IR VER.

- Onde está Lauren? - Camila perguntou chorosa.

- Ela está ali - ele apontou em direção ao corredor e colocou as mãos no bolso e Ellen ameaçou atirar - Desculpe, desculpe, desculpe. É a chave, eu só iria entregar a chave - chorou baixinho.

Manoel tirou a chave do bolso e jogou-a no chão. Sarah e Ellen miravam as armas em sua direção, de maneira alguma aquele homem conseguiria fugir.

- Sarah, leve ele daqui. As garotas já viram demais.

- Não, não, não, não - chorou mais - Pelo amor de Deus.

- Vamos, seu idiota.

O homem levantou-se trêmulo e seguiu a mulher. Enquanto Ellen correu em direção ao corredor.



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