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História Tormento - No Caminho de Volta


Escrita por: trishakarin

Notas do Autor


Mais tardeeee hoje, porque o dia foi cheio, mas mandando hoje porque sou responsável kkkkkkkk

Beijooooo

Capítulo 29 - No Caminho de Volta


Camila apressou-se em direção ao corredor e encontrou uma porta fina, tentou abrir, mas a mesma estava trancada. Não demorou muito e Ellen juntou-se a ela, não precisou de muito para forçar a porta e abrir sem chave. Ao abrirem, Lauren estava sentada, encolhida em um canto e olhou despreocupada para a porta, seu rosto iluminando-se ao ver a presença das duas. Levantou-se rapidamente e correu em direção a Camila, abraçando-a com força.

- Como vocês…

- Vamos, meninas, temos que ir em…

BAM! O estouro da arma que Sarah tinha nas mãos causou um estrondo forte, estremecendo a casa. Camila encarou Ellen com os olhos arregalados, não acreditando no que havia acontecido. Sabia que elas matariam todos sem piedade, eles mesmos não demonstraram piedade no que acontecia com elas, para que fariam isso então?

- O que foi isso?

- Não se preocupe, Lauren - disse Ellen puxando-a para saírem logo dali.

Sarah entrou na casa ainda mais ensanguentada que antes. O espirro vermelho vivo percorreu pelo seu corpo. A arma em suas mãos e o olhar exausto. Haviam sido presas e Sarah permaneceu solta planejando a melhor maneira de libertar as mulheres. Deixaram a casa e correram pelo amplo espaço. Lauren que até aquele momento manteve-se confinada, avistou os dois homens caídos próximos a fogueira, que tinha seu fogo cada vez menor, perdendo-se entre a noite escura e o vento silencioso.

Ainda receosas de que houvesse algum guarda a espreita. Aceleraram até a mata e os planos de acabarem com todos foram adiados. Conseguiram muito, sabiam de coisas que ninguém saberia. O plano agora era saírem de lá com vida. Próximo a casa, frente a mata, o corpo de Manoel jazia estendido. O coração de Lauren acelerou inevitavelmente. Apesar do homem ter feito o que havia feito, sem o menor remorso ou crença de que o que fazia era de fato um crime, ele não parecia ser um homem ruim. Ele não queria fazer nada daquilo, se vendo obrigado, culpava qualquer coisa que viesse à sua frente.

- O que vamos fazer agora?

- Vamos pegar nossas coisas no acampamento da gente e seguir pro posto policial.

- Nos disseram que não poderíamos confiar em ninguém até passar dessa zona.

- Eu sei, recebemos essa informação também. Está claro que devemos agir com todo cuidado, para não corrermos riscos de sermos pegas por esses homens. Faremos isso, não se preocupem - Sarah ressaltou - Caminharemos próximas a estrada, para não perdermos o caminho.

Lauren concordou. Não havia outra solução para o que estavam passando. O frio no ventre, causado pelo assassinato a sangue frio pelas mãos daquela que agora não media esforços para salvá-las, parecia bem ruim. Caminhou atrás de Sarah, a noite esfriou e já deviam ser mais de meia noite, quando finalmente chegaram ao acampamento improvisado. A lona permanecia no mesmo local e algumas poucas garrafas de água também continuavam ali. Sarah recolheu algumas coisas, jogando dentro das mochilas. Jogou uma delas para Ellen e colocou a outra nas costas.

- Vamos agora?

Lauren perguntou preocupada. Não com o percurso em si, sabia agora que os homens não monitoravam os acampamentos no turno da noite, o que davam a elas a chance de buscar por uma fuga. Porém estavam exaustas e precisavam descansar.

- Está cansada, Lauren?

- Não é isso, mas acredito que precisamos repor as energias para quando os homens voltarem.

Sarah não parecia querer ficar ali e esperar que os homens voltassem para o novo dia de trabalho. Se é que tudo o que faziam pudesse ser comparável a um dia comum de trabalho. A comandante permaneceu olhando-a por alguns instantes, até encarar a esposa, que não parecia saber o próximo passo ou desconfiar que não tinham um plano lá muito consistente. Lauren aproximou-se de Camila, por alguma razão sentiu o ímpeto de abraçá-la. Podia sentir o coração da garota bater desesperadamente, quase podia ouvi-lo. Seu nervosismo ficou nítido em seus olhos e a garota sabia que precisava fazer alguma coisa.

Os homens protegiam aquela terra, de algo ainda maior. Lauren beijou os lábios de Camila com doçura, depositando ali toda sua força, coragem, cuidado. A garota havia amadurecido anos após tudo o que aconteceu. Podia ver sua amada ser levada com violência pelo vulto. Serem jogadas dentro de um furgão e levadas ao nada. Conseguiram fugir com o coração acelerado, correr mais que suas pernas puderam aguentar. Olhar em seus olhos tudo o que passaram, como uma sombra que jamais sairia de suas almas.

- Nós realmente temos que continuar - ouviram a voz suave de Sarah.

A mulher aproximou-se da dupla com um olhar caridoso. O cuidado e a proteção eram características fortes da comandante e beiravam a obrigatoriedade. Olhou fundo nos olhos de Lauren e com um sorriso tocou seu rosto com doçura.

- Eu lamento muito tudo o que viveram aqui nos últimos dias - disse enquanto seus olhos enchiam de lágrimas - Eu abracei esse resgate como se fossem minhas filhas. Não é justo passarem pelo que passaram nesse lugar e é uma questão de honra levá-las de volta pra casa. Vingaremos sem arriscar nossas vidas, vingaremos todas as jovens que morreram nesse lugar. Vingaremos tudo o que sofreram. Vê-las perdendo peso, o rosto pálido, fracas. Isso me corrói a alma, Lauren - disse soluçando entre lágrimas - Eu nunca quis tanto solucionar uma missão como quero essa. Vou levar as duas pra casa. Vou ficar do lado das duas até que finalmente estejam a salvo. Eu juro, meninas.

Ellen aproximou-se de Sarah, abraçando-a por trás e em seguida emendando um abraço em grupo. Sentiam o gosto de que logo estariam em casa, logo estariam bem. Por alguma razão, o vento que trazia um pouco do frio noturno, trazia um sussurro de esperança e força. Separaram-se silenciosamente e caminharam por entre a mata, seguindo até a estrada. Levaram aproximadamente três horas até alcançarem-a. Iriam caminhar até encontrarem uma cidade segura para que assim ligassem para as autoridades ou até mesmo para os agentes das garotas.

- Os fãs de vocês ainda devem estar de luto - disse Ellen sorrindo - Imaginem a felicidade de todos eles quando descobrirem que as queridinhas do grupo estão vivas.

- Vocês viram alguma coisa antes de virem para cá? - Camila perguntou.

- Nós que divulgamos a morte de vocês - Camila olhou para trás e Ellen sorriu - Precisávamos que acreditassem em sua morte, para que não disputássemos com uma caça.

- O que chegou a ver? O que houve com o show?

- Sarah que assistiu. Sarah?

A comandante caminhava concentrada a frente. Olhou para trás curiosa e sorriu docemente.

- A Sarah nunca irá admitir, mas adora a música de vocês - riu Ellen - Por isso estamos aqui, ela fez questão de ir atrás de vocês. Conta pra elas, Sarah, o que aconteceu.

- A entrada das demais foi como sempre fantástico. Mas duas faltaram. O curioso é que as cinco haviam passado para o palco, mas apenas três apareceram. O show sequer começou. A banda havia parado, os fãs começaram a cochichar e logo entraram em pânico. A polícia foi acionada, entrou no local, passou pelos fãs. As câmeras filmavam os rostos desesperados, pareciam crianças que se perdiam da mãe. Foi horrível.

- Após uma hora os fãs foram mandados para casa e em seguida uma nota da polícia falando de um possível sequestro e que as pessoas denunciassem. Sarah comprou uma passagem imediatamente e entrou em contato com as autoridades repassando voluntariado na missão de resgate.

- E aqui estão vocês - disse Camila pensativa.

- E aqui estamos nós - sorriu Sarah.

A exastão tomou conta das mulheres, que estancaram o passo e entraram em uma parte de mata densa. Abriram a lona, preencheram a parte superior com galhos e arbustos. Comeram alguns enlatados que conseguiram nas buscas e deitaram suavemente sob a lona. Camila aproximou-se ainda mais de Lauren, segurando suas mãos unidas a sua frente e olhando-a profundamente.

- Lolo - chamou delicadamente, recebendo os intensos olhos claros sob os seus - O que faremos quando voltarmos para casa?

- Do que está falando?

- Nosso amor nasceu dentro de um momento solitário e desesperado. E se lá fora tudo for diferente?

- Não será diferente, Cam. Eu amo você e vou lutar por você até meus últimos momentos.

- Você tem alguém lá fora, Lolo. Sei que tem!

- Cam, preste atenção. Você é uma menina muito especial e eu tenho maior orgulho em ter te conhecido. Agradeço a Deus todos os dias por ter te colocado em minha vida, se precisei disso para enxergar que eu não posso continuar sem você, a culpa é minha! Eu precisei estar sofrendo aqui, precisei estar nesse lugar horrível, para perceber a importância que sua presença tem para mim. Desculpa ter demorado, eu te protegerei até o fim.

- Obrigada, Lolo.

Ambas se beijaram docemente e adormeceram logo em seguida. O pequeno acampamento, no meio de uma terra suja, que tão mal lhes fizeram, agora as cobriam e com o céu estrelado lhe davam o beijo do descanso. Em poucas horas o sol ocuparia a imensidão sobre suas cabeças, acordando-as para que continuassem o longo caminho de encontro a liberdade.


Notas Finais


PS: Ignorem possíveis erros ortográficos. Acabei de escrever o capítulo e não conferi!!!!!


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