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História Tormento - A chegada de Larry


Escrita por: trishakarin

Notas do Autor


Passando rapidinho só pra deixar o capítulo!!!
Um beijooooooo

Capítulo 38 - A chegada de Larry


Algumas horas haviam se passado até que Sarah e Gabriel atravessaram a porta de entrada e seguiram em direção a Camila e Ellen. Seguravam algumas sacolas entre as mãos. Gabriel aproximou-se de Camila e entregou uma das sacolas, enquanto Sarah entregava para Ellen.

- Há um vestiário logo ali atrás, a recepcionista nos autorizou a tomar um banho, para que possamos nos vestir - Sarah informou.

Camila e Ellen levantaram-se e seguiram a comandante. Gabriel ficara na sala de espera para o caso da médica retornar com mais alguma informação. Foram bastante rápidas no banho e na troca de roupa. A sensação de estar limpa, ainda que há pouco houvessem tomado banho, era simplesmente reconfortante. Usar roupas limpas era inexplicável. Já era noite quando retornaram a sala de espera. Gabriel ainda segurava a sacola que entregaria a Lauren, os cotovelos apoiados nos joelhos e o olhar distante.

Ellen seguiu até o rapaz, mas antes que pudesse falar alguma coisa, um homem de paletó e gravata atravessou a porta de entrada acompanhado por um homem de branco, aparentemente médico e uma tropa de seguranças. Sarah imediatamente levou a mão ao quadril, onde cuidadosamente ainda guardava a arma, enquanto Gabriel levantava-se ficando pronto ao ataque, ao lado de Ellen. Os três fizeram uma espécie de barreira frente a Camila.

- Larry? - a voz fraca de Camila soou chamando a atenção do homem.

Larry direcionou-se a garota, correndo e ao ver que a barreira humana se abriu, o rosto aliviado de Camila tornou-se visível. Correu em sua direção, abraçando-a com bastante força, enquanto lágrimas escorriam de seus olhos. Ambos estavam bastante aliviados. Camila, muito mais baixa que ele, parecia uma criança que acabara de encontrar seus pais. Passaram alguns minutos em um abraço apertado. A cantora chorava baixinho no ombro do homem, até que finalmente se separaram. Com o olhar inquisidor e autoritário, o empresário direcionou-se aos três que apenas observavam aliviados.

- Quem são vocês?

Com essa pergunta, quatro dos dez homens que entraram ao seu lado, prepararam-se como se prontos ao ataque. Ellen levou a mão novamente ao quadril, armando-se igualmente. Camila apressou-se, notando o tom agressivo do empresário, impedindo-o de ir adiante com a pouca educação, diante tamanho desespero.

- Não, Larry. Espere - ergueu as mãos ficando frente aos três - Espere. Eles são meus amigos.

- De onde surgiram?

- Sarah e Ellen são do exército e Gabriel da polícia. São brasileiros.

- E o que fazem aqui?

- Eles não acreditaram em nossa morte - disse em tom desafiador - Eles não nos abandonaram.

Larry encarou a garota visivelmente desapontado, embora soubesse que a jovem tinha razão. Muitos que buscavam provas, que procuravam por elas, haviam desistido. Deixaram-nas naquelas terras perigosas, acreditaram em um corpo falso, não se dando nem mesmo o trabalho de fazer um exame e ter a certeza que se tratavam das famosas. Houve sim um abandono. Abandono que jamais saberiam um dia sofrer.

- Camila, nós não…

- Larry, vocês acreditaram em corpos que não eram nossos. Não se deram o trabalho nem mesmo de certificar que não éramos nós duas. Nós fomos completamente abandonadas em um deserto com homens armados até os dentes, que só tinham o interesse em nos matar.

- Perdoe-me, Camila, eu juro que não sabia - ele insistiu.

- Mesmo que não soubesse, Larry. Essas pessoas aqui atrás, foram as únicas que arriscaram suas próprias vidas em troca de nos encontrar ainda com vida. Essas duas mulheres não desistiram nem um minuto sequer, até que estivéssemos aqui. Estaríamos aqui sã e salvas, se não houvéssemos sido atacadas na estrada. Talvez Sarah tenha razão - olhou para a mulher que a observava atentamente - Se a gente tivesse continuado a pé, teríamos chegado no dia seguinte e nada teria acontecido a Lauren.

A expressão que se formou no rosto de Gabriel lhe causou um remorso sem tamanho. É óbvio que o rapaz jamais desejara que tudo aquilo tivesse ocorrido. Nada foi planejado. Mas Sarah parecia entender um ataque e acima de tudo perceber que poderia estar em uma armadilha. Quem em sã consciência migraria para aquela área e ainda, quem voltaria em um curto período de tempo.

- Jamais o culparia, Gabriel, pelo contrário, você veio nos resgatar - em seguida virou para Larry - Apesar do abandono, você está aqui… com uma tropa - disse ela olhando os homens, que sorriram em resposta.

- Como está a Lauren?

- Ela saiu da cirurgia - Ellen adiantou-se - Estamos aguardando a liberação para que possamos vê-la.

- Está fora de perigo?

- Sim.

- Graças a Deus. Camila, este é John Grandvick, um dos melhores médicos que temos. Ele irá acompanhar o caso de Lauren e verificaremos a possibilidade de irmos para casa hoje.

- Mais alguém sabe que estamos vivas?

- Eu não avisei a ninguém. Jessyka está no escritório esperando minha ligação para informar seus pais. Achei conveniente verificar o que aconteceu e levá-las em segurança, antes de avisá-los. Se algo acontecesse, seria doloroso para eles, perdê-las novamente. Quanto a vocês - olhou para os três - Eu não sei como agradecer o que fizeram. Mas devo pedir que nos acompanhem. Manterei vocês igualmente em segurança até que possamos desvendar o que aconteceu.

- Eu não posso - Gabriel disse - Eu cheguei hoje. Eu estou com um jato particular no aeroporto. E minha esposa, precisa de mim - olhou para Ellen.

- Não se preocupe - a tenente apertou o braço do amigo com carinho e voltou seus olhos para Larry - Entendo sua necessidade de tornar-se útil neste momento, senhor. O que aconteceu a elas foi algo muito grave, no qual conversaremos quando estivermos em um local mais apropriado. Agradeço que estamos incluídas nessa viagem de volta e quando estiver ciente de tudo o que aconteceu, irei expor nossos planos para os agressores dessas meninas, para que seja preso e condenado a muitos anos de prisão.

- Vocês sabem onde ele está?

- É muito mais grave do que parece e vou pedir que as meninas não sejam envolvidas, pois já houve traumas demais para suas vidas.

- Não se preocupe com isso. Farei o possível para que não fique nenhum sofrimento a elas…

Nesse momento, a médica que acompanhava a cirurgia de Lauren apareceu. Sua expressão de comum profissionalismo, fora tomado por uma expressão surpresa e de choque. A quantidade de homens que se encontravam ali era superior ao que se espera em uma situação como aquelas.

- Ela é a médica - Sarah informou, chamando a atenção do médico que acompanhava Larry.

- O que está acontecendo aqui? - perguntou.

- Eles estão responsáveis pela garota - Ellen respondeu - E como houve um caso grave de segurança, acharam necessário equipar-se com homens preparados para protegê-la.

- Claro, claro. Vou pedir apenas, que para evitar tumulto, parte deles aguardem lá fora. Pois estão sobrecarregando esta área do hospital - informou ela, sendo atendida prontamente - Quanto a paciente… - Larry aproximou-se acompanhado do médico, enquanto Camila prestava atenção - Ela já está se recuperando da anestesia, ainda um pouco perdida, pois acabou de acordar. Ela pediu para ver Camila. Quem de vocês é ela? - perguntou olhando para as três.

- Eu…

Camila aproximou-se rapidamente, com o coração acelerado tamanha emoção sentia naquele instante. Ao menos ela não teve perda de memória. Ao menos ainda lembrava ou sentia algo por ela. Que medo havia sentido ao ouvir a triste história entre Ellen e Sarah, de que tudo o que ambas passaram, estivesse se repetindo na vida das duas garotas. A médica tocou-lhe o ombro, guiando-a até o corredor por onde tantas vezes a viu sair e sumir. As portas por onde viu Lauren passar, desacordada em uma maca.

Caminharam por cerca de três minutos, o corredor bastante iluminado, portas e mais portas fechadas pelo caminho. Enfermeiros atravessavam as áreas carregando medicamentos, prontuários. Técnicos cuidavam da alimentação dos pacientes. O cheiro de álcool era forte, sentia os olhos lacrimejarem, até que no final do corredor, a médica parou diante uma porta branca. Com um sorriso nos lábios, abriu dando-lhe passagem, como se a jovem fosse visitar um recém nascido.

Talvez essa fosse a expressão correta. Tudo o que passaram fora tão grave e tão traumatizante, que ainda não reconheceu terem chegado ao final de uma história bastante conturbada. Entraria naquele quarto com um sentimento bastante diferente. Era um renascimento. Lauren havia nascido de novo quando conseguiram encontrar o hospital e quando tão atenciosamente fora atendida pelos profissionais. Seu coração acelerava, sua saliva secava dentro de sua boca e com um passo trêmulo e inseguro, atravessou a porta do quarto.



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