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História Tormento - Últimas Horas


Escrita por: trishakarin

Notas do Autor


Fic extendida para 50 capítulos!!!
Ando tendo alguns problemas com a criatividade. As vezes ela trava, como veio travando. Acabei não podendo postar na sexta, mas aqui está o capítulo. Desculpaaaaaa pela demora e prometo regularizar em breeeeeve!

Beijoooo
=***

Capítulo 40 - Últimas Horas


Camila e Larry deixaram o quarto por alguns minutos. No instante que a porta se fechou atrás dos dois, o olhar da cantora não foi lá um dos melhores. O empresário surpreendeu-se com a garota, embora entendesse a mudança que ambas haviam passado.

- Há uma grande diferença do que deve ser feito e o que podemos fazer com o que passamos. Nós temos que pensar primeiro na gente e depois em nós como pessoas jurídicas, Larry. Eu sei que está aqui como nosso empresário e que relações pessoais não tem cabimento, mas por favor, esquece um pouco do grupo e pense em tudo o que passamos. Fico feliz que esteja aqui conosco, fico feliz que tenha vindo nos buscar, mas Lauren e eu passamos um inferno nessa droga de país. A Lolo está numa cama de hospital, com um tiro que ultrapassou seu corpo e por sorte, mas por muita sorte que acreditávamos não ter, ela está bem.

- Camila, entendo perfeitamente o que está me dizendo, mas eu preciso zelar aqui pela pessoa jurídica de vocês. Existem fãs que estão lá fora homenageando vocês duas de todas as maneiras. Se pudesse trazer a imprensa até este quarto, seria ainda melhor…

- Eu não acredito que está dizendo isso, Larry.

- Veja bem, Camila. Eu entendo, entendo muito bem. Eu lamento muito por tudo o que passaram. Fizemos tudo o que a polícia nos informou, seguimos cada passo até o corpo nos serem entregues. O que esperava? Aquela altura do campeonato, teríamos pensado mesmo em fazer um exame de DNA, para termos certeza se os corpos encontrados eram o de vocês…

- Exatamente isso, Larry. Agora provavelmente existem fotos nas redes, de corpos que sequer são os nossos. Nossos nomes expostos de uma forma tão grosseira, graças a falta de atenção de você, como nosso empresário. A incompetência…

- A imagem de vocês foi preservada - Larry interrompeu Camila de maneira ignorante - não sou incompetente, se consegui fazer de vocês…

- Posso saber o que você está fazendo? - Sarah surgiu de repente, por trás do homem.

- O assunto que estamos tratando aqui é de cunho profissional, agradeço tudo o que fez por elas…

- O assunto que deve ser tratado aqui é impossível de ser cunho profissional diante os últimos acontecimentos, meu senhor - Sarah disse de forma ignorante, rebatendo o olhar de descaso do homem - Vamos colocar essas meninas dentro do tal jatinho que disse ter trazido, com o médico, que disse ter trazido e tirar elas desse país de merda que você não foi capaz de protegê-las. A primeira coisa que deveria ser tratada de cunho profissional, eu como representante do exército brasileiro, é a conduta dos seguranças que foram colocados para assegurar a vida dessas garotas. O que houve de errado no plano de segurança, para que duas dessas garotas, fossem sequestradas e cruelmente maltratadas como elas foram. E eu tenho toda propriedade para informar isso, senhor. Nós mesmas fomos perseguidas, sequestradas, para conseguir proteger essas duas, enquanto você se preocupava na idolatria dos fãs com elas. Sequer remorso sentiu?

- Não sabe do que está falando.

- Sei muito bem. Sei que tipo de gente é você.

- Alguém tem que zelar pela imagem delas - ele disse friamente.

- Se ainda for de seu interesse levar essas garotas para casa, a tenente Ellen e eu, comandante Sarah, embarcaremos ao lado dessas garotas.

- Acredito que não será necessário…

- Enquanto elas não estiverem em solo seguras… nós não sairemos do lado dessas duas garotas. Queira você ou não, nós zelamos por elas desde seu sequestro. Nós introduzimos corpos falsos, caso contrário a polícia enviada por você não faria nada. Nós estávamos ao lado da polícia, nós vimos sua conduta. Vocês são péssimos. Chegam a ser nojentos. A polícia mais bem preparada do mundo? É isso que fazem? Abandonam um caso? Há um exército de criminosos lá dentro, um exército que pretendia matar essas garotas, por uma crença completamente desumana. Elas não foram as primeira, muito menos serão as últimas e eu estou determinada a vingar o ocorrido. Nem mesmo buscar por culpados pensou? Acha que as fãs dessas garotas estão satisfeitas com um corpo irreconhecível? E os culpados? Quem fez isso? É isso que deixa pra elas? Dúvidas e remorso?

- Não acho que seja um assunto a ser tratado com a senhora.

- Larry, chega - Camila interferiu.

O empresário encarou a garota com uma expressão de choque e desprezo. Jamais imaginou que o homem que fora por tantas vezes um pai, estava ali naquele instante sendo um ogro como demonstrava. Embora a relação que tivessem fosse unicamente profissional, não havia a obrigatoriedade na atenção pouco pessoal que pudessem ter ou se permitissem ter. Larry permaneceu estático, olhando-a, aguardando qualquer palavra que pudesse ser dita ali.

- Sobre o quesito pessoal, iremos conversar mais a frente. Por hora, se quiser que voltemos para casa e ao trabalho, providencie tudo que a Lolo precisa para sair daqui.

- Irei falar com o médico e preparar o jato. Fecharei a conta do hospital e pedirei seu encaminhamento a um hospital em sua cidade de origem - Larry estava visivelmente incomodado e acuado pelas duas.

Sequer disse mais alguma coisa, baixou os olhos e deixou o corredor. Sarah e Camila aguardaram que o homem desaparecesse pela porta de saída. Se olharam por um curto intervalo de tempo, até que a cantora quebrou o silêncio que tomou conta de ambas naquele momento.

- Ele vai mesmo nos levar de volta para casa?

- Há apenas um aeroporto na cidade. Gabriel ficou de esperar para saber se esse tal transporte que seu empresário providenciou é de fato seguro e que pode levá-las para casa. Caso isso não aconteça, nós as levaremos no jato que o próprio Gabriel providenciou.

- Então vamos para casa?

- Vou conversar com a médica para saber a possibilidade de sairmos ainda hoje. Camila… - Sarah a encarou com os olhos marejados.

A comandante via naquela jovem garota esguia a imagem de Ellen. Não tinha uma afeição carnal, mas o olhar perdido e por vezes tão determinado lhe impressionavam.

- Estou muito orgulhosa de vocês. Nunca vi duas garotas tão jovens e tão corajosas como vocês duas e eu estou honrada em poder ajudá-las de alguma forma. Agora… vamos entrar, preciso falar com vocês.

Ambas entraram no quarto, Lauren estava absorta em seus pensamentos enquanto seus olhos fixavam em algum lugar qualquer da parede. Sarah atravessou a área até chegar ao seu recinto e a observou por alguns instantes. Sabia o que se passava em sua mente. Sorriu de alguma forma procurando tranquilizá-la. Antes que pudesse dizer qualquer palavra, a porta se abriu novamente e a mesma mulher que cuidava da cirurgia de Lauren, entrou carregando uma pequena pasta e papéis nas mãos.

- Bom, tenho o resultado dos primeiros exames da paciente - disse ela aproximando-se seriamente - Está fora de perigo e precisará somente de atenção nas próximas 48 horas, apenas para acompanharmos o período de recuperação dela - olhou para Sarah - Há um rapaz no departamento pessoal organizando a transferência da paciente para um outro hospital em outro país. Confere?

- Sim, nós conversamos sobre isso. Inclusive gostaria de saber o que aconselha, doutora.

- A cirurgia foi um sucesso e a paciente está fora de perigo. Quanto a sua recuperação, acreditamos que não terá complicações, mas cada corpo reage de uma forma. Por vezes podemos ter uma surpresa desagradável e é sobre isso que preciso conversar com vocês - ela olhou para Lauren, que agora observava atentamente a médica ao seu lado - Seria aconselhável que a paciente passasse esta noite no hospital, para que possamos monitorar sua recuperação e avaliar o encaminhamento dela.

- Doutora… existe um problema de segurança. Optamos por não deixar que Lauren passe a noite neste hospital, pois ela corre risco de vida mais grave que a infecção que possa ter ao sair daqui.

- Acho melhor conversar com a polícia para tratar sobre esse assunto, senhora.

- A polícia está avisada - mentiu Sarah - Mas ainda assim, me conforta mais tirar Lauren dessa cidade, do que deixá-la mais uma noite aqui.

- Eu não posso autorizar a saída dela - a médica disse firme - Mas nada posso fazer se a mesma desejar deixar o hospital. Ela como maior de idade, caso seja sua escolha, poderá assinar um termo, consciente das complicações que poderá vir a ter, mediante sua saída deste prédio.

- Tudo bem, obrigada.

- Irei providenciar os papéis e logo venho aqui para saber o que decidiram. Mas antes - ela aproximou-se de Lauren - Como se sente?

- Sonolenta - disse com a voz embargada.

- Sente alguma dor?

- Na barriga. Como se alguma coisa estivesse me rasgando por dentro.

- O efeito da anestesia está passando - disse ela tirando uma injeção do bolso e aplicando no caminho do soro que seguia para o braço da cantora - Vou ter dar um anestésico, isso deverá diminuir o incômodo. Com licença.

A médica afastou o lençol, para a surpresa de Camila, que levou as mãos aos lábios ao ver o corte no abdômen de Lauren. Estava costurado com fios grossos, sua região estava avermelhada, visivelmente irritada pela agressividade da cirurgia.

- Tudo normal.

- E esse vermelho? - Camila perguntou em um impulso.

- Ela foi atingida por uma bala, esse projétil foi percorrendo seu corpo, ferindo toda a região por onde passou. Esse tom avermelhado em sua pele ficará roxo, devido ao choque. Passaremos uma pomada que evitará que sua pele fique com hematomas muito visíveis. No mais, está tudo sob controle. Repensem na possibilidade dela ficar aqui esta noite. Eu realmente não posso aconselhar a liberação dela, sendo que acabou de sair de uma cirurgia complexa. A garota é muito forte e estamos felizes com o resultado. A paciente sofreu muito, existem pontos internos, ela precisa de repouso absoluto, para que não corra o risco desses pontos se romperem e ela acabar tendo uma hemorragia interna. O que quero dizer a vocês, não é para assustá-las, mas qualquer esforço utiliza o abdômen. Será quase impossível que essa garota não contraia em algum momento.

- Nós entendemos, doutora. Vamos conversar entre nós, mas devo pedir que adiante o documento, caso a decisão seja contrária.

- Farei isso agora mesmo. Com licença.

A médica deixou o quarto, Sarah olhou para Lauren que mantinha um olhar perdido e meio desconfiado. Sorriu para ela, tomou uma de suas mãos e acariciou com carinho.

- Como está, Lauren? - Sarah perguntou.

- Um lixo. Mas ao menos estou viva, o que é importante.

- Com certeza.

- Querem que eu saia daqui? - Lauren perguntou curiosa.

- Confesso que me sentiria mais a vontade se estivéssemos em outro país, que não seja esse.

- Qual seria o plano?

- Deixamos este hospital, seguimos até o aeroporto e partimos para Miami. Se não me engano é onde mora, não é?

- Sim.

- É mais seguro, Lauren. Mas ainda assim, é uma decisão que deve ser tomada com todo cuidado.

Uma suave batida na porta e um senhor abre. Era o médico trazido por Larry, que entra no local acompanhado do empresário. Lauren fecha a cara para o homem, mas observa o médico que se aproxima pegando o laudo que fica na ponta da cama e olhando com atenção.

- Já conversei com o departamento pessoal do hospital e agilizamos o processo para liberação de Lauren assistida pelo doutor Grandvick. Lauren - ele olhou para a garota que estava visivelmente incomodada com sua presença - Este é John Grandvick, um dos melhores médicos que conhecemos. Ele estará por perto para qualquer complicação. Não sabíamos do seu estado, mas por sorte ele é especialista em cirurgias abdominais e isso será de grande ajuda.

- Posso ver o resultado da cirurgia, senhorita Jauregui?

Lauren confirmou com um movimento delicado da cabeça e o homem olhou a cicatriz da cirurgia.

- Essa cicatriz não foi lá feita com cuidado, mas acredito que tenha havido alguma complicação no processo da cirurgia e houve a necessidade de fechar tudo as pressas. Tenho que conversar com os médicos responsáveis pela cirurgia.

- A médica acabou de nos visitar.

- O problema é que não é somente um médico que cuida dessa parte. Preciso falar com todos. Caso me informem, verei qual a possibilidade de sairmos hoje.

- Então não temos uma resposta ainda? - Sarah perguntou - Vieram aqui pra que então?

- Eu preciso que você colabore com a gente, comandante - Larry vociferou rispidamente - Estamos fazendo tudo o que podemos para tirar Lauren daqui sem o envolvimento de polícia.

- Já deviam ter ido atrás dos responsáveis e deviam estar aqui importunando a garota com decisões tomadas e não com dúvidas. Um homem não consegue fazer nada sem anunciar o que está fazendo? Vai ao banheiro e avisa que vai limpar a bunda, é isso?

- Acho conveniente que baixe um pouco seu tom - Larry implicou.

- Acho conveniente que resolva logo isso, se veio aqui para isso. Precisa de mais alguma coisa ou Lauren poderá descansar? Pelo que vejo em seu rosto, sua presença não aparenta ser bem vinda.

- Eu sou o empresário delas e responsável pelo bem estar das meninas.

- Vamos voltar ao assunto que você não fez o seu trabalho bem? Porque sabe muito bem de suas falhas e nesse momento precisamos que seja eficiente.

Isso foi tudo. Larry deixou o quarto, o médico o acompanhou. Sarah deu um beijo rápido na testa de Lauren, deixando o local em seguida e Camila imóvel, sentou-se ao lado da cama e segurou a mão de Lauren com carinho.



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