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História Tormento - A volta pra casa


Escrita por: trishakarin

Notas do Autor


Oi amores!!!!
Como vocês estão? Gostando da Fic? Como vai a vida?
Passando pra deixar um capítulo pra vocês passarem o tempo!

Um beeeeeeeijo

:*

Capítulo 41 - A volta pra casa


Algumas horas se passaram e a movimentação no hospital já estava afetando os funcionários e os pacientes do local. Larry caminhava de um lado para o outro tentando resolver tudo, enquanto Sarah e Ellen cuidavam de todo o processo que deveriam correr para resolver o caso do que havia acontecido. Precisavam de um plano detalhado e entrar em contato com outros departamento da Interpol e até mesmo do exército americano. Infelizmente o exército brasileiro não poderia se responsabilizar pelo que acontecia fora da sua área, enquanto os americanos adoravam se meter nos problemas do México.

Gabriel aguardava qualquer decisão para voltar ao seu país e a seus afazeres. Havia feito muito por eles. Já era cerca de duas da manhã quando Larry surgiu na sala de espera com toda uma papelada nas mãos e dois seguranças ao seu lado. O médico surgiu logo em seguida ao lado de um enfermeiro e da médica que cuidava do assunto de Lauren.

- Conseguimos tudo e já podemos partir acompanhados de Lauren.

Sarah observou surpresa. Queria ser avisada quando iriam poder ir e não simplesmente no momento que deveriam arrumar as coisas e ir embora. Levantou-se do sofá e olhou-o visivelmente decepcionada. Ele, logicamente, ignorou o olhar da comandante e deixou a sala de espera, seguindo ao lado dos médicos para o quarto de Lauren. Ellen tomou a frente e correu atrás deles, não podia deixar de estar presente em uma conversa com a garota.

Abriram a porta do quarto sem alerta, o alvoroço da entrada fez com que as duas garotas acordassem assustadas de um cochilo desavisado. Camila levantou-se em um salto, o rosto marcado, pois devia ter descansado o rosto na cama de Lauren.

- O que aconteceu?

- Os senhores não podem entrar assim nos quartos deste hospital. Devo pedir que respeitem essa instituição acima de qualquer decisão.

- Olha aqui, nós só vamos levar a …

- Espere - Ellen ergueu a mão impedindo que Larry continuasse a tratar a mulher com tanto desrespeito - Você tem que manter o mínimo de compostura, rapaz.

- Ah cala a boca.

- Senhor Larry, eu devo concordar com a moça - o médico interrompeu - Existe uma ética a ser seguida. Estamos dentro de um hospital. Não há a menor necessidade de haver esse tipo de conduta. A papelada está resolvida, o avião está preparado. Tudo está perfeito!

- Esse país de bosta…

- Larry, pelo amor de Deus, cale a sua boca. É impressionante a capacidade que você tem de só piorar as coisas, até quando elas estão se resolvendo.

- Com licença - o médico ergueu a mão pedindo que a mulher se aproximasse e foram até a cama de Lauren.

- Eu devo lembrá-lo que sou tenente do exército, senhor - Ellen disse seriamente - E que o senhor é civil e que posso exigir uma conduta diferente vindo de você.

- Vocês irão ficar aqui - ele riu com desdém.

- Como é?

- Vocês não estão autorizadas a embarcar conosco - disse irônico.

- Lauren não assine - Camila alertou em voz alta.

Lauren tinha nas mãos o termo de responsabilidade em deixar o hospital. Por sorte, estava lendo os efeitos colaterais que poderia sentir diante o esforço físico. Olhou para Camila surpresa, em seguida voltou os olhos para Ellen que estava furiosa.

- Do que está falando?

- Esse avião foi cotado por mim e eu sou o cara que vai autorizar ou não sua entrada nele…

Claro, para um homem era extremamente confrontador ser ridicularizado por uma mulher, ainda que esta mulher fosse comandante de um exército de homens ou uma tenente. Camila, furiosa com o que acontecia, sentiu um misto de medo e repulsa pelo homem a sua frente, que esbravejava revoltado e visivelmente vitorioso. Essa seria a palavra mais apropriada para aplicar a atitude daquele homem. Mas não estava pronta para aquela situação, não após tudo o que já haviam passado.

- Esse avião provavelmente foi cotado com o dinheiro destinado ao grupo, portanto pertence a mim e a Lauren muito mais do que a você - Camila interferiu - Nós não embarcaremos sem a presença de Sarah e Ellen neste vôo, tendo em vista que foi graças a elas que estamos aqui agora, já que se dependesse do nosso fantástico empresário, permaneceríamos mortas na imagem de todos os nossos fãs..

- Camila, eu estou responsável nesse momento por vocês, não interessa se…

- Eu não assinarei esse papel - Lauren anunciou.

Larry olhou para a garota, fechou os punhos desnorteado e sem saber o que fazer. Embora soubesse o que devesse ser feito, havia um confronto direto em suas decisões, algo que anteriormente jamais havia acontecido. Sabiam o que era melhor, sair daquele país era a melhor solução, independente de que forma fosse feita. Os criminosos não pareciam ter porte para se estenderem a outros países, além do seu próprio e isso significava paz quando estivessem milhares de quilômetros dali.  

O empresário, pressionado pelas duas garotas, acabou pegando seu aparelho celular e discando um número aleatório, levou ao ouvido e deixou o quarto. O médico que o acompanhava dessa vez não o seguiu, direcionou-se a Camila respeitoso e com um olhar tranquilo.

- Analisei o quadro de Lauren - disse ele e olhou para Ellen que aproximou-se - Seria realmente mais apropriado que ela saísse deste hospital. Não somente pelo problema em segurança que enfrentam, mas também pela melhor qualidade de atendimento hospitalar que terão comigo.

- Eu vou esperar saber qual foi a decisão de Larry… - Lauren disse.

- Não poderemos contar com a lealdade dele - o médico informou - Veja, eu tenho presenciado momentos desconcertantes ao lado dele e realmente acharia mais apropriado que tivessem um plano B.

- Há equipamentos dentro do avião que iremos? - Ellen questionou - Digo, no avião fretado por Larry.

- Não, se for o mesmo que viemos, é um jato comum. A minha mala com equipamentos de suporte está comigo, é tudo o que precisamos nesse transporte.

- Posso fornecer a maca - disse a médica - Temos algumas que serão rejeitadas na semana que vem, mas que não estão em estado ruim, apenas descartados pela direção do hospital.

- Muito obrigada, será de grande ajuda. Então partimos com o nosso avião, doutor.

- Vocês também têm um?

- Não temos, mas está a nossos serviços e poderão se responsabilizar pela viagem, basta uma ligação.

- Então embarco com vocês.

O desencadear da história nem de longe era a que esperavam. Após alguns minutos, enquanto o doutor Grandvick permaneceu conversando com a médica responsável pelo quadro de Lauren, juntavam alguns papéis e discutiam a respeito dos medicamentos. Tudo estava encaminhado, Ellen havia conversado com Gabriel que aparentemente já havia alertado o piloto a respeito de uma nova rota. Quando Larry entrou, apenas Camila, Lauren, Ellen e o doutor Grandvick estavam no quarto. O empresário guardou o aparelho celular no bolso e cruzou os braços.

- O avião está pronto.

- Então tenha uma boa viagem, Larry - Camila disse sorrindo.

- Do que está falando?

- Hoje partiremos em direção a nossa casa, mas não ao seu lado! Partiremos ao lado de Sarah e Ellen.

- Isso é ridículo, comigo vocês terão um médico que poderá cuidar de Lauren.

O doutor Grandvick tossiu suavemente e deu um passo a frente, colocando suas mãos nos bolsos da calça delicadamente e encarando o homem com certa hostilidade nos olhos.

- Sei que fui contratado pelo senhor, entendo também que o trabalho que me foi dado, é pelo bem da paciente Lauren e do seu retorno em segurança para os Estados Unidos. É cumprindo meu dever e em respeito ao serviço que me foi designado, que devo informá-lo que dentro de algumas horas estaremos partindo ao lado das militares Sarah e Ellen, que garantirão a segurança da paciente e de Camila.

- Isso é uma afronta, John.

- Isso não é uma afronta. Tenho visto durante esses dias o seu comportamento e entende o quão me decepcionou conhecê-lo como conheci, senhor Larry. Devo me desculpar pela falta de lealdade que tive com o senhor, mas minha dignidade ainda é superior a nossa amizade.

- Sabe o que está fazendo?

- Sei, sim.

Larry deixou o quarto sem dizer mais nada, furioso. Antes que a porta se fechasse Sarah apareceu. A impressão era de que a comandante ainda curiosa, olhava para o caminho percorrido pelo empresário, antes de abrir um imenso sorriso e aparecer no quarto.

- Tudo pronto, podemos partir.

A frase mais esperada. Um enfermeiro entrou com uma maca visivelmente antiga, mas em bom estado de conservação, se não fosse pela tinta que descascava, dando a impressão de algo velho. Com bastante cuidado, o doutor Grandvick e o enfermeiro, seguraram os lençóis da cama de Lauren, ergueram ao alto, causando o mínimo de desconforto a cantora, que ainda que diante o esforço dos dois, sentiu uma fisgada insuportável no ventre. Recolheram a bolsa de soro e o remédio, encaixaram na maca e arrastaram pelo quarto até encontrarem os corredores.

Emocionada, Camila vinha logo atrás, ao lado de Ellen e Sarah. Os passos decididos, firmes, soavam orgulhosamente pelos corredores. A médica acenou com um sorriso e Gabriel que aguardava no salão principal, assumiu a responsabilidade de assegurar as garotas. Havia uma ambulância na área externa. Ao lado de Ellen e Camila, Lauren foi acomodada no veículo e com a sirene em alerta, seguiram em direção ao aeroporto. O caminho era longo, as coisas que passavam na cabeça das garotas eram tantas que encurtou-se a distância.

A ambulância cuidadosamente parou na frente do aeroporto. Gabriel estacionou ao lado e antes que a equipe abrisse o veículo, o rapaz fez a guarda. A sua volta, as pessoas olhavam atentas e curiosas.

- Melhor alertar aos seguranças do aeroporto.

- O que?

- Tem muita gente nova aqui, com certeza irão reconhecer as garotas. Alerte os seguranças, agora - avisou Sarah.

O rapaz não demorou e seguiu em direção a portaria. Sarah abriu a porta da ambulância e entrou.

- Temos que ser rápidas, o avião está nos esperando e temo que a reconheçam.

O que foi dito, foi feito. Gabriel retornou com quatro homens da segurança do aeroporto. Sarah abriu espaço e permitiu que Ellen descesse com Camila e Lauren, permanecesse com o rosto coberto pelo lençol do hospital. O caminho até o portão de embarque foi tenso, o coração acelerado, o pânico dos fãs e quando o portão tão próximo surgiu, o alívio imediato.

- Meu Deus, é a Camila - ouviu-se uma voz.

Sarah virou o pescoço e avistou uma garotinha de aproximadamente doze anos ou mais. Seus olhos brilhavam e uma expressão visivelmente incrédula, embora aliviada. Camila virou automaticamente em sua direção e o olhar apreensivo, transformou-se em uma alegria. A cantora cuidadosamente sorriu de volta, levou o dedo indicador aos lábios, pedindo silêncio. Um gesto tão nobre e humano, mas que acarretou em uma alegria sem tamanho por parte de uma fã anônima, que de repente, teria sido o primeiro rosto amigo a ser visto, após dias de terror. A alegria de uma criança, que fechou-se por trás do portão de embarque e que decolaria para longe, para nunca mais retornarem à aquele país. Ou ao menos, para aliviar seu retorno, para lembrá-las que apesar dos males sofridos, haviam corações que ansiavam pelo seu retorno e que sofreriam diante a rejeição sem culpa.



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