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História Tormento - Larry passa dos limites


Escrita por: trishakarin

Notas do Autor


Nem preciso dizer sobre a correria né?
Entããããão lá vai mais um capítulo, porque promessa é dívida!!!
=***

Capítulo 44 - Larry passa dos limites


Todos encararam Larry em choque. Sarah riu, como se já conhecesse de longe a atitude daquele homem. Realmente ela já havia visto de tudo na vida, já havia descoberto tudo da pior maneira possível. Agora continuava com a mão posicionada sobre a coronha da arma, atenta a cada movimento, na intenção de sacar a arma, caso fosse necessário.

O doutor Grandvick olhou o empresário boquiaberto. Parecia não ter assimilado muito bem o que o homem havia acabado de dizer. Respirou fundo, levando a mão aos olhos, como se querendo garantir que tudo aquilo não passava de um pesadelo.

- Do que você está falando?

- Você acha que a polícia liberaria o corpo assim? Eu precisava de pressa. As garotas haviam desaparecido e corpos de duas garotas, com os tamanhos semelhantes aos das duas foram encontrados desfigurados, queimados, destruídos. Os cabelos que ainda tinham - ele riu olhando para Camila - Era igual. Eu jamais imaginaria que os corpos que me mostraram, não fosse das duas. Jamais. Você assinou um documento, John. Não necessariamente você, mas você.

- Falsificou minha assinatura, Larry? - o médico perguntou irritado.

- Ora… o que tem? Sempre fizemos isso, lembra?

- Seu… Isso é crime, Larry. Como tudo o que você vem fazendo.

- Um crime - Ellen deu um passo a frente - Eu sugiro que mande os seguranças impedirem a saída de Larry deste prédio, assim como solicite a vinda da polícia. Acho que agora não poderemos mais simplesmente ignorá-lo, senhor. Infelizmente devemos agir conforme a lei.

- Até parece que vão acreditar em você - riu ele olhando para o médico.

- Em que você se transformou, cara? Isso tudo é por dinheiro? Tudo isso por dinheiro? - o doutor virou-se em direção a recepcionista - Samantha, peça que os seguranças fiquem em todas as saídas e ligue pra polícia - em seguida olhou para Larry e já preparava para correr, mas o homem o segurou com firmeza - Não, irmão. Você não vai a lugar algum.

Larry ergueu a mão, como se fosse socá-lo, mas Sarah imediatamente empunhou a arma e apontou em sua direção. O empresário parou onde estava, encarou-a furioso e baixou o braço, erguendo logo em seguindo apresentando rendição.

- Não acredito que você consegue ser mais babaca do que eu imaginava.

Clara olhava toda aquela cena chocada. Não podia acreditar no rumo que toda aquela história se seguia. A proteção a sua filha foi contratual, o empresário passou a ser responsável pela segurança da garota, tanto a sua integridade pública, quanto a sua liberdade pessoal. Ele jamais se importou com a segurança das garotas, jamais se importou com a integridade delas, sua preocupação sempre fora monetária e o dinheiro foi mais importante que a segurança delas.

- Sarah, por favor cuide disso. Camila, me acompanhe, Lauren está acordando e pediu para vê-la.

- Lauren? - Clara apressou-se - Minha filha…

- Senhora Jauregui, entendo o nervosismo que a senhora encontra-se nesse momento, mas Camila foi chamada, talvez ela não saiba que já está aqui, mas por segurança, deixe que a amiga informará a sua chegada, está bem?

- Certo… Camila, meu anjo, não se demore.

- Não se preocupe, não demorarei.

Camila acompanhou o doutor Grandvick até o quarto. Diferente do outro hospital no México, aquele era bem iluminado, as paredes brancas pareciam ter acabado de ser pintadas. As portas de excelente qualidade, parecia hospital de seriado famoso. Seguiram até o elevador, largo, que caberiam várias pessoas. Subiram até o terceiro andar, a porta se abriu e a movimentação era menor. Enfermeiros e médicos caminhavam lentamente, sem nenhuma pressa comum em setores emergenciais.

Em seguida caminharam por mais alguns poucos minutos e ele abriu a porta, sob uma luz baixa. O som dos equipamentos alertavam o batimento normal do coração da garota. Neste quarto só havia sua cama, estava recebendo medicamentos pela veia, seu rosto estava pálido e ela nem mesmo havia notado a chegada de Camila ao quarto. O médico acenou educadamente com a cabeça e fechou a porta atrás da cantora assim que a mesma atravessou a porta. O silêncio pairou e Camila caminhou lentamente em direção a amada. Havia um sofá branco próximo a cama e uma poltrona do outro lado. O quarto tinha parede azul escuro, móveis de madeira e equipamentos em branco. O lençóis da cama eram do mesmo tom de azul das paredes.

Lauren estava linda apesar da expressão bastante debilitada. Seu outro braço tinha um pequeno sinal rocheado, como se o acesso venoso já não fosse mais utilizado. A cantora virou o rosto levemente percebendo a presença da garota, sorriu. Aquele sorriso tímido, fraco. Ela estava exausta, essa era a palavra pra definir seu estado.

- Lolo…

- Como você está, Cam? - perguntou ela com um fio de voz quase inaudível.

- Estou bem… estou bem, meu amor. Como você está?

- Com dor - riu fazendo uma careta - Mas ao menos estou viva, é o mais importante.

- Preciso dizer umas coisas - sorriu mostrando que nada do que seria dito eram notícias ruins - A sua mãe está lá fora te esperando.

Lauren não esboçou qualquer reação. Olhou para Camila com os olhos marejados, meio distante. Havia muita coisa a ser feita, realmente, não podiam esquecer disso, embora a realidade fosse outra. Sua mãe a esperava na sala de espera e isso era algo contrário a tudo o que havia acontecido. Sua vida inteira não foi lá muito fácil, apesar de todas as oportunidades que vieram cedo o suficiente para estar onde estava no dia atual. Os últimos dias não foram nada bons, o medo e o receio caminhavam de mãos dadas constantemente e isso era horrível. Mas diante tanta desgraça, havia algo que não foi de todo ruim. A fuga da realidade e ver que conseguiam ser seres humanos de verdade, enfrentar situações que tinham certeza que jamais passariam, pulsava dentro de si.

Para Lauren, a chegada de sua mãe trazia algo muito superior. Sua mãe era o símbolo de força e segurança que podia ter em sua vida, a trazia para a realidade que não tinha certeza se desejava retornar. Vê-la faria tudo o que havia acontecido ser somente um pesadelo. Sua cabeça não estava boa, embora aparentasse todo positivismo que merecia aparentar.

- O que foi?

- Eu não sei… realmente tudo acabou? - Lauren perguntou confusa.

- Do que está falando?

- Tudo o que passamos. Eu e você. Todos os últimos acontecimentos agora não passam de pesadelos, não é?

- Lolo, o que nos aconteceu não foi nada bom, eu sei que você acredita nisso tanto quanto eu. Mas se você está se referindo a nós duas, não, isso não foi um pesadelo.

- As coisas vão mudar, eu sei que vão.

- As coisas podem mudar sim. Estarei com você em um quarto limpo, estarei com você com a possibilidade de ligar pra um restaurante e pedir comida. Estarei com você dentro de um cinema, em casa, na rua. Claro que tudo vai mudar.

Havia uma dúvida que ambas tinham. Em meio a uma tragédia ou situação de pânico é normal que duas pessoas acabem se aproximando, é praticamente uma lei da sobrevivência. Uma pessoa sozinha tem menos chances de sobreviver a um ataque, que duas pessoas juntas. A aproximação sexual e psicológica se torna comum na maioria dos casos e o que as cantoras passaram é um desses casos. Camila ficou surpresa com a expressão vazia no rosto de Lauren e um receio lhe tomou conta. Sabia que a garota estava em uma posição mais desconfortável. Estava em uma cama de hospital, ficou entre a vida e a morte, estando naquele instante descrente em notícias favoráveis.

Camila suspirou e se afastou da cama de Lauren. A jovem sequer a olhou, sequer notou seu afastamento e acreditando ser o melhor, a latina deixou o quarto. Caminhou pelos corredores com lágrimas nos olhos, entrou no elevador sentindo seu coração disparar violentamente, como se fosse capaz de saltar pelo peito. Demorou aproximadamente dez minutos até chegar no salão de espera onde os demais esperavam pacientemente. Clara levantou-se imediatamente ao ver a cantora se aproximar e preocupou-se ao ver as lágrimas em seus olhos.

- O que houve? Lauren está bem? - a mulher perguntou sentindo o coração saltar.

- Sim, ela está bem. Está no terceiro andar a esquerda, quarto 330.

- Obrigada, querida.

- O que houve, filha?

Sua mãe aproximou-se preocupada com o estado da filha, mas a garota ergueu a mão pedindo um pouco de espaço e quase soluçando, pegou Ellen pela mão e levou a um canto mais afastado. Olhou em volta, notando que Larry não estava mais ali e um alívio estranho percorreu por sua espinha, em seguida encarou a tenente sentindo-se desamparada, mas sabia que ela entenderia.

- O que aconteceu lá, Camila? - perguntou Ellen estimulando a garota.

- Eu não sei se é pelo que ocorreu, mas Lauren está completamente diferente agora.

- Diferente como?

- Está sem esperanças. Ela não acredita nem mesmo no que tivemos lá. Voltar pra cá, é como se tivesse juntado tudo o que aconteceu numa sacola e declarado uma bolsa de merda.

- Calma, Camila.

- Como quer que eu tenha calma? A mulher da minha vida simplesmente declarou que eu faço parte de um pesadelo e eu tenho que ter calma?

- Ela pode estar traumatizada com o que aconteceu. Pode achar que vocês se aproximaram pelo medo ou receio. Se uniram, entende? Isso é normal.

- Como normal, Ellen? A garota simplesmente está me ignorando, dizendo e repetindo que toda a história em meio ao desespero é um pesadelo. Eu não acho que ela faça parte da história ruim. Ela foi a melhor coisa que me aconteceu na vida, mesmo que no pior momento dela.

- Isso é você, Camila. Não pode exigir de Lauren o mesmo que acontece a você. Ela é outra cabeça, outro coração. Procure entendê-la.

- Não consigo. Sinceramente, não consigo. Ela está acabando comigo, entende?

- Olha, eu sei o que está passando com você e sei a dor que deve sentir, tal como a vontade de desistir. Eu já senti tudo isso que está sentindo agora e sinceramente, minha situação foi muito diferente, pra pior. Sarah havia perdido a memória e eu passei a não ser nada na vida dela - Ellen tocou o rosto de Camila com carinho - Lauren não perdeu a memória. Ela só está confusa, atordoada. Ela levou um tiro, querida. Levar um tiro não é nada fácil. Tente entendê-la agora, ajudá-la. Esteja do lado, mostre a ela que você sente ainda tudo o que sentia, mostre o conforto que terão. Não desista dela, caso seu amor seja realmente verdadeiro e se não for, Camila, a deixe ir.

- Claro que é…

- Então faça o que te disse.

Barulho de passos e alguém correndo pelos corredores do Hospital dispararam e todos do salão de espera olharam surpresos. Após um minuto desde o início do barulho, a voz da recepcionista foi ouvida, tentando conter a entrada de invasores. Ellen ficou frente a Camila, enquanto Sarah empunhou a arma em direção ao corredor.

Um homem com uma câmera na mão e outro com um microfone, ao se depararem com a arma, frearam desgovernados, escorregando no piso liso e caindo ao chão em choque. O repórter ergueu as mãos para o alto, visivelmente assustado.

- O que está fazendo, senhor? - Sarah perguntou autoritária.

Não ouviu resposta, pelo contrário, o homem olhou em direção a Camila e ao vê-la, seus olhos se arregalaram. Ele voltou a olhar para a arma, mas parecia não conseguir mais raciocinar. Olhou novamente para a cantora.

- Nem pense nisso - Sarah ameaçou ao notar que o homem continuaria com seu sensacionalismo.

- Não pode impedir de dar essa notícia. O mundo inteiro acha que ela está morta e ela… ela está aqui.

- Nem pense em dar essa notícia sem autorização das partes interessadas. Caso contrário, eu como comandante do exército, irei tomar minhas próprias precauções, senhor.

- Por favor… eu só quero informar…

- Deixe ele comigo, Sarah - Camila esboçou - Ao menos alguém veio nos procurar.



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