Abro meus olhos, não lembro de nada. Para onde fui? O que aconteceu comigo? Onde está as pessoas da cafeteria? Cadê Callie?
Tudo que eu via agora era uma luz no teto e uma sala branca, eu estava deitada. Sem entender olho em volta. Eu estava em um hospital. Mas como fui parar aqui? E a cor preta que me cegava há meio minuto atrás? Por quantas horas eu fiquei desacordada? Eram muitas perguntas que não haviam respostas, por enquanto.
Ouço o barulho de porta se abrindo, era o médico, ao seu lado estava Callie. Callie já passara dos 18 anos, eu tinha apenas 17. Meus pais sumiram, até onde eu me lembro Callie é a única que se responsabiliza por mim. Apesar da minha pouca idade eu vivo bem, moro sozinha mas sei me cuidar. Faço meu próprio almoço e janta. Lavo minhas roupas, limpo a casa...Mesmo não conhecendo meus pais tenho uma vida normal, estando sozinha.
Fui interrompida de meu devaneio quando o médico se aproxima e diz:
- Robin Ofner? Vejo que acordou! -ele me diz em um tom sorridente.
- Acho que sim...-respondo com a voz falha.
- Como se sente? -disse o médico totalmente sorridente, embora isso já esteja me assustando
- Um pouco zonza, o que aconteceu? -disse passando a mão na cabeça procurando por algum galo ou machucado.
- Você apenas desmaiou -disse em um tom simpático
- Apenas desmaiei? Eu senti uma dor forte em minha cabeça e por um minuto depois de ter caído no chão eu não conseguia ouvir nem mesmo respirar direito. -disse nervosa
- Sua pressão baixou, é normal sentir estes sintomas. -respondeu em tom seco mas sem tirar o sorriso assustador do rosto
- Onde está Callie? -me preparo para levantar e descer da cama mas estou sentindo um peso enorme em meu corpo
- Ei, ei, ei...Não levante! Está cansada demais, descanse um pouco.
(Ouço uma voz no fundo do quarto, mas não preciso de muito esforço pra logo saber que era Callie.)
- O que aconteceu? Quero ir pra casa! -disse em um tom de voz cansado
- Nós vamos, você acha que não estou pensando nisso? Mas primeiro tenho que convencer o médico que já está bem para que te deem alta. -disse ela murmurando
Como não é de se esperar ela convenceu o médico e as enfermeiras de que eu já estava bem, acabei recebendo alta. A caminho do carro de Callie, entro e deito no banco de trás. Callie entra e senta no banco do motorista, fecha a porta e dá partida no carro. Após sairmos da garagem do hospital, entramos em uma rua e paramos no semáforo. Enquanto esperávamos, Callie resolve quebrar o silêncio perguntando o que queria saber desde a hora em que acordei no hospital.
- O que aconteceu com você? -disse ela confusa
- Não sei, por um minuto eu senti um estrondo e uma dor forte na minha cabeça...-não consegui terminar a frase, tudo parecia tão surreal que já estava acreditando em que o médico dissera poderia ser verdade.
- Sua pressão deve ter caído mesmo, isso acontece...
- Pode ser, só quero ir pra casa agora. -disse querendo acreditar que tudo que senti não pudera ser verdade.
Callie para o carro em frente de casa, desliga o motor e completa se virando para me olhar no banco de trás
- Acha que vai ficar bem sozinha em casa hoje?
- Eu sempre estive sozinha.
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