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História Torre de Névoa - Prólogo.


Escrita por: aloritsor

Notas do Autor


Olá Cupcakes!

Calma, eu não comecei a escrever uma história nova. Essa história já estava postada aqui, mas ela também foi apagada quando excluíram a minha conta. Está disponível até o capítulo 5 no Nyah.

Sem mais delongas, boa leitura.

Capítulo 1 - Prólogo.


Storybrooke, 2000.

A escuridão noturna preenchia com perfeição o céu, sendo manchada apenas pelo brilho das estrelas, que a tornavam ainda mais bela. Não se ouviam vozes, ou qualquer outro som que impedisse o canto da noite. O vento corria por entre as árvores e pelos corredores das casas, entoando sua própria melodia. Pouco a pouco, as luzes iam se apagando. Entregavam-se aos braços de Morfeu aqueles que passaram o dia trabalhando, as crianças que aguardavam pelas aventuras do amanhã e, até mesmo, os animais, que buscavam conforto em meio à mata mais fechada. Ao menos a maioria, pois da penumbra emergiu uma pequena felina, com pelos tão negros quanto o céu que contemplava.

Os seus olhos amarelos, que carregavam grandes pupilas dilatadas, observaram com atenção o campo escuro, antes de seguir por ele. Ao redor de seu pescoço, um simples cordão era carregado, que agora mais se parecia com uma singela coleira. As ágeis patas moviam-se com destreza, mas bastou que caminhasse por poucos metros para ouvir os passos se aproximando. Ela não correu. Diferente dos outros gatos, que procurariam por esconderijos e fugiram ao simples sinal de aproximação humana, ela manteve-se ali, olhando com curiosidade a jovem menina que se aproximava.

Tal como a pequena gata diferenciava-se dos outros animais por vagar pela noite ao invés de abrigar-se, a menina de cabelos loiros e olhos verdes também desbravava o silêncio. Encararam-se por alguns segundos, como se um desafio fosse estabelecido. Quem sairá primeiro? Nenhuma das duas saiu. A menina se abaixou e esticou a mão. A gata permitiu que seu pelo fosse acariciado e não assustou-se quando foi abrigada nos gélidos braços.

— O que você está fazendo sozinha aqui? — a voz propositalmente mais afinada fez com que a felina grunhisse, como se ressaltasse o quanto aquilo era desnecessário. — Você também gosta da noite, gatinha? — ela tocou o focinho gelado com o indicador.

Elas não estavam sozinhas, mas nenhuma das duas sabia disso. Ao menos, não ainda. Os passos rápidos que se aproximavam só foram notados quando a cabeleira ruiva ganhou a visão da jovem loira. Ela piscou algumas vezes até dar-se conta de que não estava vendo uma miragem, ou coisa do tipo.

— Olá, eu sou Zelena! — o sorriso amistoso lhe fez corar. Ela não estava acostumada com tamanha receptividade, mas deu o seu melhor para retribuir o gesto.

— Eu sou Emma. — lhe devolveu um estranho mover de lábios, que deveria ser um sorriso.

— É um prazer conhecê-la, Emma! Vejo que encontrou minha gatinha. — ela apontou para a bola de pelos negros, que escondia seu rosto nos braços da jovem.

— Ah, então ela é sua? — a loira ajeitou a felina. — Eu a encontrei andando por ai. Vi a coleira, mas não me dei conta que pudesse ter fugido de algum lugar. — ela entregou à Zelena, tomando cuidado para que não assustasse a gata, que aparentava estar dormindo.

— Que bom que a encontrou. Ela não é muito receptiva, sabe? Fico surpresa em ver que não lhe arranhou inteira, ou coisa do tipo. Essa gata é muito difícil de lidar. Eu já pensei em colocá-la para doação, mas minha avó é muito apegada, então... — a ruiva deu de ombros e Emma assentiu, achando engraçada a forma rápida como a menina falava. A gata miou, como em protesto a tudo o que era dito.

— Acho que ela não gosta muito da ideia de ser colocada para a adoção. — a loira tocou a orelha da felina e jurou ter visto a mesma dar língua à Zelena. Ignorou aquilo. Afinal, quão absurdo seria?

— Ao menos assim ela aprende a não fugir no meio da noite. Não é mesmo, querida? — a ruiva ergueu a gata frente ao rosto e ela se moveu, lutando para libertar-se. — Viu!? Ela é uma peste. — abraçou a felina junto ao corpo mais uma vez e encarou os olhos verdes que a analisavam com atenção. — Bom, eu preciso ir agora. Foi um prazer conhecê-la, senhorita Swan.

Emma assentiu e observou a menina partir. Vestia um longo hobby negro, enquanto parecia carregar outro pendurado em seu braço, junto à gata, que ainda se movia em reprovação. A loira se sentou sobre a grama aparada e encarou o céu, só então dando-se conta de que não havia dito seu sobrenome à ruiva. Afinal, como diabos ela poderia saber?

Zelena caminhou por entre as folhas secas que cobriam ao chão e foi, aos poucos, sendo abrigada pela floresta. A trilha, que já era tão familiar para ela, passaria despercebida até mesmo para o morador mais atento. As casas foram ficando cada vez mais distantes e não tardou para que o som da natureza fosse o único que a rodeasse. Ela parou e colocou a gata no chão. A felina a encarou por alguns segundos e a ruiva revirou os olhos.

— Regina Mills, eu vou chamar a vovó! — ela cruzou os braços e aguardou, sorrindo vitoriosa quando os pelos negros começaram a se agitar.

As patas frontais aumentaram seu tamanho e as garras se tornaram longas. O pescoço foi inclinado para cima e as orelhas tomaram forma. Os pelos curtos se transformaram em longos cabelos negros e o focinho tomou o formato de um nariz. A calda se encolheu, até que já não mais existisse e os seios se tornaram expostos. Ela piscou algumas vezes e os olhos amarelos escureceram até atingirem o castanho. A língua deslizou pelos lábios, cujo superior carregava uma pequena cicatriz. A gata tornou-se, por fim, uma jovem menina.

— Eu não acredito que você foi me buscar. — a morena praguejou.

— Você tem mesmo que estar nua quando volta à forma humana? — Zelena lhe entregou o roupão, que anteriormente estava pendurado em seu braço. — E é claro que eu fui atrás de você. Você é minha irmãzinha mais nova e eu tenho a função de protegê-la. Regina, quantas vezes vovó já não falou sobre essas suas fugas noturnas? Aquela tal Emma Swan podia muito bem ter te levado para algum lugar e você seria presa! E como assim você estava no colo dela? Eu lembro muito bem que você arranhou uma pobre criancinha no parque quando ela tentou lhe acariciar! — a morena amarrou o roupão junto ao corpo e moveu os ombros, adaptando-se a forma humana.

— Por que você veio atrás de mim? — ela cruzou os braços e esperou que a irmã respondesse.

— Porque eu preciso de ajuda para arrombar a fechadura da adega. Vovó trocou de novo e você sempre foi melhor com arrombamentos. — a ruiva deu de ombros, desistindo de tentar disfarçar seu verdadeiro interesse com lições de moral. — Mas e a garota?

— Ela me pareceu uma boa pessoa, não havia motivos para machucá-la. — Regina deu de ombros e fingiu indiferença. — Eu não acredito que você vasculhou a mente dela!

— Ah céus! Não foi nada demais. — ela puxou o braço da irmã, unindo-o ao seu e ambas caminharam floresta adentro. — Apenas uma passadinha rápida. — a morena se manteve em silêncio, mas Zelena sabia suas reais intenções.

— O que você viu por lá? — ela perguntou, tentando disfarçar o seu interesse.

— Você pode me contar o real motivo de ter deixado a humana se aproximar? — a ruiva parou e encarou os olhos da irmã, que lutava para manter-se impassível.

— Ora, eu só a achei interessante. Não são todos que sabem apreciar a beleza da noite. — ela deu as costas à irmã e continuou a andar, mas logo o seu braço foi enlaçado mais uma vez.

— Deixe só Dona Perpétua saber que sua jovem netinha anda pelas noites flertando com outras adolescentes. — Zelena ironizou cada palavra dita e Regina revirou os olhos diante da insistência da irmã.

— Eu era uma gata, Zelena. Uma gata. — ela abaixou o tom de sua voz, pois sabia que estavam se aproximando da casa e sua avó possuía ouvidos aguçados demais para a idade.

— Você sabe muito bem do que eu estou falando. — a ruiva lhe sorriu uma última vez antes que levasse o indicador à boca, em um aviso para que mantivesse o silêncio.

No centro da floresta, em meio as grandes árvores e cercada pela beleza da natureza, estava a casa da Família Mills. As grandes janelas de madeira estavam fechadas, assim como a grande porta central, que possuía símbolos entalhados em seu centro. Símbolos que passavam apenas beleza para alguns, mas que possuíam profundos significados para outros. O mesmo era dito para as plantas que foram intencionalmente cultivadas ao seu redor. Os arbustos de alecrim estavam lá para a proteção, o basílico para prosperidade, o freixo para confecção de bastões de cura e os crisântemos para garantir que a alegria se mantivesse vívida. Os poucos que passavam por ali e desconheciam o segredo daquela família questionavam a beleza das plantas, principalmente daquelas que não eram naturais da região e dificilmente cresceriam. Eles não sabiam e jamais iriam saber, mas o segredo não estava na terra usada, ou em quantas vezes eram regadas. Estava nas mãos que as plantavam. No sangue mágico que corria pelas veias daquela que olhava com atenção pela janela a tempo de ver as netas retornarem para dentro da casa.

Perpétua encarou o céu e agradeceu à Deusa. Retirou os óculos, colocando-os sobre a mesa e deitou-se em sua cama. Agora, ela poderia dormir. As suas jovens Bruxas estavam em casa e, portanto, elas estavam a salvo.


Notas Finais


Até mais! <3

Twitter: @aloritsor


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