História Torture [Markson] - Acredita em mim

1 mês depois...

"Passageiros para o voo em direção aos Estados Unidos embarque no portão 09" suspiro fundo apertando a mão de Jackson que estava ao meu lado carregando nossas malas. "Eu me sinto nervoso, como se fosse a primeira vez que eu entrasse em um avião." sussurro fazendo o garoto sorrir ao meu lado assim que nos aproximamos do portão.

"Você está viajando para encontrar seus pais. Não tem motivos pra nervosismo." Jackson para na minha frente e me encara nos olhos.

"Não é por isso... É que eu  não quero me lembrar das coisas que eu vivi nos Estados Unidos, esse tempo na Coreia fizeram eu me sentir realmente feliz e eu não quero encarar tudo  o que eu vivi na América novamente. Eu estou nervoso pelo retorno..."' olho nos olhos do garoto que agora estava com o cabelo castanho, o que de certa forma realçava seu rosto e o deixava ainda mais bonito.

"Mark, vão  ser apenas alguns dias. Não vai acontecer nada que te faça lembrar tudo o que viveu na América. Iremos visitar seus pais que estão com saudades sua." ele acaricia meu rosto e deposita um beijo no topo de minha cabeça. 

"Tudo bem..." sussurro com receio.

[..]

"Mark!" ouço um grito e reconheço imediatamente a voz da minha mãe assim que deixo o salão de desembarque seguindo para a área onde tinha algumas lojinhas.

"Mãe!" corro até ela deixando Jackson que vinha andando calmamente logo atrás de mim com nossas malas, abraço a mulher mais velha que tinha lágrimas no rosto e me permito chorar junto a ela. 

"Meu Deus! Você está diferente." ela sorri me encarando de cima para baixo com um sorriso largo no rosto. Vejo meu pai logo atrás dela também com os olhos emocionados, ele me abraça e bagunça meu cabelo como sempre fez. "Você deve ser o Jackson!" minha mãe exclama olhando o garoto ao meu lado. Ela o abraça deixando o moreno sem reação.

"Olá, senhor e senhora Tuan." Ele os cumprimenta formalmente me fazendo rir. 

"Você viu, amor! Ele é educado!" minha mãe fala batendo palmas deixando Jackson sem graça.

"Mãe..." repreendo e ela se desculpa.

"Vocês devem estar com fome. Vamos comer algo, logo ali tem um restaurante." Meu pai aponta para o lugar indicado e ambos caminhamos até lá. 

Era um lugar simples e sofisticado, muito bem organizado e tinha um toque fino. Nos sentamos em uma mesa com quatro lugares, Jackson ao meu lado e meus pais à nossa frente. Minha mãe parecia não acreditar que eu estava realmente ali, ela queria perguntar sobre o Patrick eu sei que ela queria, e ela também queria perguntar onde ele estava, eu não havia dito que ele tinha morrido e muito menos que eu tinha o matado, ela não me perdoaria. Só Jackson e os policiais que estavam no dia sabiam disso, ninguém mais.

"Você é natural da Coreia, Jackson?" meu pai pergunta para quebrar o gelo e para conhecer melhor o garoto ao meu lado.

"Na verdade eu nasci na China, mas moro na Coreia com o meu pai desde criança." Jackson responde com educação, fazendo o homem mais velho da mesa assentir com a cabeça.

"Soubemos que você saio bastante machucado de todo aquele mal entendido com o Patrick e que você joga futebol. Conseguiu se recuperar para voltar a treinar?" minha mãe pergunta dessa vez.

"Não estou me esforçando tanto como antes, mas aos poucos eu estou voltando a treinar." ele dá um sorriso simpático 

[...]

"Filho, posso conversar com você?" minha mãe pergunta entrando em meu antigo quarto onde eu estava deitado ao lado de Jackson, ambos assistindo à um filme de terror que o mesmo havia escolhido. Assinto com a cabeça e me levanto saindo em seguida do quarto.

Fecho a porta do quarto assim que saio do mesmo e caminho com minha mãe até o quarto dela, passando pela sala onde meu pai estava assistindo ao jogo de futebol. Me sento em sua cama assim que a mulher mais velha fecha a porta de seu quarto nos deixando a sós.

"Filho, me conta tudo. Por favor... Eu fiquei muito preocupada quando descobri quem o Patrick era de verdade, eu temi por você, eu sei que foi doloroso, mas você poderia ter contado a nós, a mim e ao seu pai, estaríamos ao seu lado, sempre. E vamos continuar ao seu lado. Você sabe que pode contar com a gente e que se estiver acontecendo alguma coisa você pode me falar, não é?" ela se senta ao meu lado e segura a minha mão, arqueio minha sobrancelha encarando a expressão de preocupação da mais velha.

"Mãe, você não está insinuando que o Jackson possa fazer o mesmo, não é? É óbvio que não. Mãe, o Jackson é o amor da minha vida. Ele me protegeu do Patrick, ele estava lá do meu lado, ele quase morreu para eu não morrer. Eu não tenho nenhuma dúvidas sobre o Jackson e eu espero que a senhora também não tenha." falo com seriedade e ela apenas assente com a cabeça.

"Seu pai me disse o mesmo... Mas... Filho, o Patrick também era uma pessoa muito educada e ele era muito amoroso com você no início. E mesmo você passando tudo o que passou, você nunca nos contou... Eu não sei mais em que acreditar." ela nega com a cabeça. Me levanto da cama e caminho de um lado para o outro.

"Mãe, eu quero que entenda. Que eu não contei a vocês sobre o Patrick porque ele ameaçava vocês, ele dizia que ia matar você e o papai e eu sabia que ele poderia fazer isso. Mas o Jackson não é assim. Ele é educado porque o pai dele é dono de uma escola! O que queria? Eu amo o Jackson e eu sei que ele me ama, a gente se entende, ele consegue me deixar equilibrado de alguma forma, ele consegue me fazer manter a sanidade, porque com tudo o que eu vivi e com toda a culpa que eu carrego eu no minimo já tinha enlouquecido." falo com seriedade, caminho até a mulher mais velha e me abaixo em sua frente para poder ficar do seu tamanho. "Acredita em mim. O Jackson é a pessoa que me faz feliz." beijo a lateral do seu rosto e caminho para fora do quarto.