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História Touch - Capítulo VII


Escrita por: evilynebrochu

Capítulo 7 - Capítulo VII


Os beijos entre Cosima e Delphine pareciam aqueles de cinema, qualquer pessoa que pudesse ver aquele beijo sentiria uma vontade imensa de dar carinho a pessoa amada. Os toques trocado entre elas eram indescritíveis, aquela sensação toda era mágica demais. Niehaus não soltava os cachinhos loiros por nada no mundo, era o melhor afago que Cormier poderia pedir em sua vida. O cheiro de lavanda que emanava da loira era totalmente viciante e Cosima parecia estar entorpecida por todo aquele momento maravilhoso. Não poderia pedir mais. Tinha a mulher amada em seus braços, estava finalmente em paz consigo.


 

Naquele momento, elas não pensavam em mais nada, só queriam resgatar o tempo perdido. Só queriam aproveitar cada segundo daquela noite maravilhosa. Nem nos melhores sonhos da morena, ela estaria com Delphine em seus braços, aquela garotinha que cresceu com ela. Estava tão feliz que não se importou com mais nada. Suas mãos corriam pelo corpo da mais velha e causava arrepios em cada célula do corpo de Cormier. Aqueles toques pareciam ser feitos um para o outro, parecia coisa do destino, como se fossem almas gêmeas. Niehaus sempre foi muito descrente nesse tipo de assunto, sempre admirou o amor dos pais, mas nunca se imaginava naquela posição, talvez, fosse devido a sua sexualidade. Nunca se imaginou com um homem.


 

Delphine, por outro lado, estava sendo feliz pela primeira vez desde que sua mãe foi embora, mas ainda sentia aquele sabor de culpa toda vez que seus lábios encostavam no de Cosima. Amava a morena, mas não estava sendo totalmente honesta com Niehaus e isso fazia seu estômago embrulhar. Precisava esconder esse terrível segredo para si mesma, se contasse, provavelmente, acabaria com todo aquele cenário de amor e carinho que estava recebendo de Niehaus. Não que isso fosse algo tão estranho, mas nunca fora tão carnal.


 

— Para onde você fugiria nesse exato momento? — Cosima perguntou assim que terminou de beijar Delphine.

 

— Para qualquer lugar, desde que você fosse comigo. — respondeu encarando a morena e sorrindo como uma criança.

 

— Você vai me esperar? Eu venho buscar você. Eu só preciso me estabilizar em Toronto e vamos começar nossa vida juntas. — enlaçou sua mão na mão da loira que confirmou com a cabeça.

 

— E Scott? Ele vai dividir o apartamento com você...

 

— Ele vai dividir o apartamento com nós duas! Eu realmente estou determinada a tirar você daqui. No começo pode ser difícil, mas podemos arranjar algum emprego. Eu não sei, eu quero você do meu lado. — falou todas aquelas palavras nos olhos âmbar da loira. Nunca fora tão sincera e honesta com alguém.

 

— Eu quero ser sua. — Delphine disse inclinando seu corpo para ter mais contato com o corpo da morena. — Eu quero ser totalmente sua.


 

Niehaus entendeu o sentido daquelas palavras, até pela ação de juntar ainda mais seus corpos, ela só não sabia como reagir. Cosima nunca tinha estado com alguém daquele jeito, era tão virgem quanto Delphine e estava tão nervosa quanto. Os beijos se intensificaram e a morena aos poucos subiu a blusa de Cormier. Niehaus tirou a camisa que estava vestindo e as duas ficaram de sutiã, ainda trocando beijos e carinhos à meia-luz.

 

— Eu acho que não é um bom momento.  — Cosima falou olhando para a loira.
 

— Por que? Eu estou aqui, estamos sozinhas, podemos fazer isso. — Delphine respondeu suplicando para a morena atender aquele pedido, afinal, sabia que as coisas só tenderiam a piorar com o tempo.

 

— Podemos esperar até amanhã?

 

— Claro, mas eu quero ficar agarradinha com você. - respondeu com os olhos âmbar brilhantes.


 

Niehaus nada respondeu, apenas apertou o corpo da loira consentindo o pedido tão carinhoso. Aquilo parecia um sonho para as duas garotas, elas haviam reprimido seus desejos por tantos anos, por tanto tempo… Parecia que estavam vivendo um sonho maravilhoso, mas como todo sonho bom acaba, Cosima e Delphine escutaram o soar extremamente irritante da campainha. Quem poderia ser? François estava em ação humanitária e os Niehaus estavam em sua segunda lua de mel. A morena vestiu a blusa que se encontrava no chão do seu quarto e desceu para abrir a porta e finalmente saber quem era que tanto tocava a campainha. Era Dawkins.


 

— Fee, está tarde, o que você tá fazendo aqui? — Niehaus perguntou assim que abriu a porta e viu seu melhor amigo um pouco molhado devido a chuva que estava começando a cair.

 

— Eu queria pedir sua ajuda, Cos! — suplicou pegando nas mãos da amiga, ele estava completamente gelado, parecia que tinha visto um fantasma.

 

— O que aconteceu? Entra, por favor, eu vou pedir pra que Delphine faça alguma coisa quente para você beber. Delph! — a morena gritou fazendo com que a loira descesse o mais rápido que pudesse.

 

— O que aconteceu? Fee? — Cormier olhou pro amigo abatido no sofá da sala, suas mãos estavam tremendo. — Eu vou trazer alguma coisa quente para você beber.

 

— Agora me diz, o que tá acontecendo? — Cosima indagou desesperada por ver o seu amigo naquela situação.

 

— Depois de todos esses anos, meu pai voltou! — ele finalmente falou o que estava preso em sua garganta.

 

— Isso é algo negativo? — a morena perguntou para o amigo que estava começando a se debulhar em lágrimas.

 

— Fala sério, Cos! Mamãe e eu já estávamos conformados que ele havia morrido em combate, foram anos sem mandar uma carta ou um sinal de vida! Meu Deus, ela está tão atordoada, eu realmente acho que nele deveria ter ficado onde estava.

 

— O que aconteceu? — a loira entrou na sala segurando uma bandeja com chá e alguns biscoitos amanteigados, precisava aquecer o melhor amigo.

 

— Len está de volta. — Niehaus respondeu fazendo com que Delphine ficasse de boca aberta com aquilo tudo.


 

Leonard, ou Len Dawkins era o pai de Felix, um americano que acabou se casando com Krystal e fora chamado para servir seu país de origem na Síria. Com o tempo, o homem moreno e másculo não manteve o fluxo de cartas que escrevia assim que entrou na missão. O governo estadunidense não informou a família Dawkins sobre o paradeiro do patriarca e tanto Felix, quanto Krystal haviam subentendido que ele morrera em ação.

 

— Isso não é a pior coisa, Cos. — o moreno tomou a frente da conversa, tentando explicar o motivo de tanto choro. — Ele voltou com uma menina no colo, ele disse que era filha dele. Você tem noção disso? Ele traiu minha mãe! Eu precisei sair de casa porque eu estava sufocado, a cada frase que ele falava só piorava as coisas, e eu lembro de mamãe falando que nunca poderia ficar com outro sem saber se meu pai estava vivo ou não.


 

Felix deitou no colo da sua amiga que acabou afagando ele o máximo que pode. Dawkins sentia uma coisa estranha tomando conta do seu peito, estava feliz porque seu pai estava vivo, mas estava triste ao saber que sua mãe estava sofrendo ao ver aquela menininha com traços sírios, era como se a garota fosse a personificação da quebra do matrimônio e das promessas no altar. O moreno tinha boas lembranças do pai, mesmo sendo uma figura rigorosa, sempre permitiu que o garoto se expressasse livremente, independente dos comentários que causava na pequena cidade.


 

— Minha única preocupação é a mamãe, eu não sei se ela pode superar outra coisa assim.

 

Delphine correu até o amigo que já estava no sofá e olhou diretamente nos olhos dele:


 

— Fee, eu tenho certeza que a Krystal vai conseguir superar isso, ela é tão forte quanto a minha mãe foi e quanto a mãe da Cos é! Você tem muito dela, sabia? Você é forte e precisa ser forte por ela também, se o Len voltou, vocês precisam estar unidos para poderem passar por isso, Deus tem um plano para todos nós. — a loirinha disse segurando firme nas mãos do amigo tentando acalentar o máximo que conseguia.


 

O moreno concordou e pediu para dormir na casa dos Niehaus naquela noite. Delphine e Cosima concordaram sem nem pensar duas vezes, as duas zelavam por seus amigos mais do que qualquer coisa, e mesmo estando em um momento tão íntimo antes de serem interrompidas, elas não viram problema em acolher um amigo que só precisava de um ombro amigo.

 

[...]

 

Delphine acabou acordando mais cedo do que o de costume para preparar um bom café da manhã para os melhores amigos. Felix, estava realmente precisando de um conforto, pegou-se imaginando como seria se sua mãe estivesse de volta, sorriu em pensar naquilo, mas lembrou-se o quão duro foi saber que sua mãe estava sendo enterrada naquele caixão de madeira nobre, naquele tempo, o corpo da primeira esposa de François já estava decomposto. Era triste para a loira.

 

Cosima acordou e permaneceu na cama, estava se recordando dos momentos que tivera com Delphine antes de serem “interrompidas” por Felix. Estava tão nervosa que acabou agradecendo mentalmente ao amigo por ter aparecido, não sabia o que fazer, sabia que sexo era instintivo, mas também tinha medo de decepcionar a melhor amiga, ou o que quer que fossem naquele momento. Lembrou-se dos lábios finos e quentes nos seus, a sensação boa de ter a amada em seus braços, em um momento tão especial e íntimo. A mente de Niehaus ia longe lembrando-se daquele momento. Suas mãos correram pelo tronco magro e quase definido, a mão esquerda entrou dentro dos shorts do seu pijama e seus dedos sabiam o que fazer, não era a primeira vez. “Será que é o mesmo com outra pessoa?” perguntou a si mesma enquanto sentia a energia tão satisfatória correndo pelo seu corpo. Não era uma prática corriqueira para Niehaus, geralmente, ela se tocava apenas para aliviar o estresse na semana de prova porque sentia que seu corpo precisava de um alívio depois de tanta tensão. Niehaus era uma das melhores alunas dentro da escola, juntamente com Cormier, sempre eram os destaques positivos da turma.

 

— Cosi… — as mãos da morena ficaram em lugar visível antes que a loira terminasse de abrir a porta. O coração de Cosima estava acelerado, odiaria ser pega em um momento tão íntimo. — Cosima, eu preparei o café da manhã, vem comer.

 

— Cla-a-ro — respondeu com a voz trêmula pelo susto que tomou.

 

— Aconteceu alguma coisa? — Cormier perguntou achando suspeita a forma como sua amiga estava.

 

— Só estou com fome, baby. — Niehaus respondeu, se levantando da cama e indo até o banheiro escovar os dentes e tentar aliviar o susto que tomou momentos antes.


 

Delphine ficou esperada sentada na cama, lembrou-se da noite anterior, antes de Felix, chegar, os beijos quentes de Cosima, os toques por cada canto do seu corpo. Sentia-se tão culpada, sua boca tinha gosto alcalino, mas não era errado amar alguém, o amor é o que pode salvar o mundo. Eram reflexões que sempre ficavam na cabeça da primogênita Cormier. Talvez, só talvez, se seu pai não fosse uma figura tão importante para uma religião, ela não precisaria esconder seus sentimentos, como queria ter outro sobrenome no lugar daquele de descendência francesa, mas se esse era o plano de Deus, quem era ela para questionar algo? “Deus nunca dá uma cruz mais pesada do que podemos carregar.” Recordou da sua mãe falando essa frase desde pequena, como se soubesse que iria partir e ter que deixar a filha sozinha com um homem tão duro.


 

— Vamos? — Cosima acordou a loira da sua reflexão contínua. Delphine apenas concordou e seguiu a amiga


 

Felix já estava na mesa, mas seu prato estava vazio, estava esperando as amigas e mesmo que elas estivessem com ele, estava sem fome. Dawkins sempre fora muito preocupado com sua mãe e isso começou desde que Len havia parado de enviar as cartas. Lembrava-se como se fosse ontem, Krystal chorando toda a noite e rezando para que seu marido estivesse bem. Ele estava, mas não cumpriu os votos do matrimônio, e tudo aquilo deixava Felix ainda mais pensativo.

 

— Bom dia, Fee. — Cosima falou assim que viu o amigo encarando o nada, com certeza estava pensando.

 

— Bom dia, Cos. Dormiu bem? — perguntou curiosamente olhando para a amiga que tanto lhe apoiava.

 

— Sim, e você? Tá melhor?

 

— Acho que sim. Pelo menos Delphine fez um café da manhã maravilhoso. — comentou fazendo com que Cosima olhasse para a loira e desse um sorriso, sendo correspondida com um sorriso ainda mais tímido.

 

— Uma das vantagens da Delphine em casa. — respondeu fazendo Felix sorrir, ele achava bonito a cumplicidade das duas.


 

O café da manhã correu incrivelmente bem, os amigos até deram algumas gargalhadas lembrando da festa de sexta-feira, mas aquela conversa das lembranças da festa, fizera Cosima se lembrar de algo que Delphine queria lhe contar, mas que não contou porque a morena estava ocupada, então esperaria um momento que estivessem a sós.

 

[...]

 

Dawkins partiu antes do almoço, precisava conversar com sua mãe para saber como seriam as coisas a partir daquele momento, não que fizesse muita diferença já que estava prestes a se mudar para Nova York, mas precisava ter a certeza que sua mãe ficaria bem.


 

— Complicada essa história com a tia Krystal. — Delphine disse enquanto terminava de fazer a massa do almoço e Cosima a observava.

 

— Sim, mas como você disse, ela vai passar por cima disso.

 

— Eu espero.

 

— Delph? — a morena a chamou a atenção da loira que estava colocando a comida no prato. — O que você ia falar comigo na noite da festa, você sabe… Antes de tudo… — explicou sem falar nada, sabendo que a loira entenderia.

 

— Ah, não era nada demais, Cos. — mentiu mais uma vez, por mais que odiasse admitir sobre aquilo, ela precisava. — Estou ansiosa para me mudar para Toronto com você, só isso.

 

— Tem certeza? Você parecia triste na festa, como se quisesse desabafar comigo. Eu não sei, mas conversando com Fee eu lembrei disso.

 

— Juro que não era nada demais, era besteira. — omitiu porque não queria que Cosima sofresse, não queria sofrer.

 

— Delphine… — Niehaus insistia porque sabia que sua amiga estava escondendo algo, sabia porque não era a primeira vez que a loira falava algo para Cosima esquecer, mas voltava o assunto tempos depois e nunca era besteira. — O que aconteceu? Você não quer mais ficar comigo? — perguntou com uma voz fraca.


 

Apesar de Delphine estar lidando muito bem com a situação de estar apaixonada pela melhor amiga, a morena sabia o quanto a opinião do patriarca Cormier poderia pesar na cabecinha da loira. Era totalmente triste, mas ela sabia que isso poderia acontecer. Sabia o quanto a opinião dos pais poderia pesar porque se pegava pensando na reação de sua mãe quando descobrisse que não ganharia netos no modo tradicional. Se pegava pensando se Walter lhe rejeitaria e sofria em silêncio com aquele misto de sentimentos dentro de si.

 

— Claro que eu quero, Cosima. — respondeu soltando a colher de pau que estava usando para mexer o molho e foi até a mesa dar um beijo tímido na morena.


 

Cormier já estava mais solta com Niehaus, elas estavam nesse estágio que não sabiam identificar. A amizade continuava ali, mas tinha algo a mais. Agora tinha beijos e carinhos e se Delphine quisesse, teria bem mais, mas as duas garotas precisavam de um tempo, precisavam respirar um pouco para ter certeza do que estavam fazendo para que não houvesse arrependimentos depois. Sem falar uma para outra, ambas queriam boas memórias porque levaria mais ou menos um ano para que Cosima resgatasse o amor de sua vida daquela cidadezinha.

 

— Eu amo tanto os seus beijos. — Niehaus olhou fixamente naqueles olhos âmbar, como se elas dançassem com as órbitas oculares. A loira sorriu como uma criança tímida após ganhar o presente que tanto desejou.

 

— E eu amo você. — assumiu pela primeira vez, agora não era no sentido de irmandade, agora Delphine amava Cosima como mulher. Aquela declaração fora mais para si própria do que para a morena de cachos.

 

— Você o que? — os olhos de Niehaus se encheram de lágrimas, ela estava tão emocionada que não conseguia assimilar as coisas, estava boba com aquela declaração tão simples, mas tão significativa.

 

— Eu amo você, você não me ama? — Cormier provocou com um sorriso, fazendo Cosima encher a boca para responder.

 

— Eu te amo, Delphine Cormier.

 


Notas Finais


eu não tenho palavras pra agradecer o tanto de amor que eu to recebendo de vocês com essa fanfic, seja com curtidas ou comentários, vocês são fodas! eu to preparando algumas surpresas pra essa fanfic, mas isso vai acontecer gradativamente

espero que tenham gostado do capítulo, não se esqueçam de deixar o feedback
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