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História Touch Me - Nine


Escrita por: twojae

Notas do Autor


desculpa a demora... ♡

Capítulo 9 - Nine


JACKSON

2 anos atrás

Eu havia acabado de chegar na Coréia, aeroporto era uma coisa assustadoramente grande e algo maligno sempre fazia eu me perder ou me atrasar. Não era normal isso sempre acontecer toda vez que eu voltava para a Coréia do Sul.

"Jackson, chegue em casa cedo. Não se atrase para o jantar e não se perca."

Meus pais sempre me diziam coisas assim, mas eu era Jackson Wang, eu sempre fazia merda. Nesse dia, diferente dos outros, decidi parar no McDonald's do aeroporto, eu já estava atrasado mesmo, uma hora dessas o jantar já havia acabado.

Parei no caixa e fiz meu pedido com dificuldade, mesmo depois de três anos morando ali, meu coreano ainda era péssimo. Eu entendia o que eles falavam mas era péssimo com pronúncia.

— Não entendi. — o atendente disse, impaciente. — Pode repetir, por favor?

Tentei apontar meu pedido na placa, ao invés de falar, mas ele não entendeu.

— Vem aqui, garoto. — o ahjussi gritou e um garoto veio correndo de dentro. — Atenda-o, não entendo nada do que ele fala.

— E como eu vou entender? — ele perguntou e o homem o fuzilou com os olhos, indo atender outro cliente.

— Olá, você fala inglês? — ele sorriu pra mim, eu era o impaciente agora, já estava quase desistindo.

— Falo, por favor, anote meu pedido, eu vou morrer de fome. — choraminguei, falando em inglês, sem prestar atenção no garoto, enquanto mandava mensagens pra minha mãe.

— Ok. Meu turno já acabou, mas posso fazer isso.

Ele anotou meu pedido e me entregou depois de três minutos, dizendo que ele mesmo havia feito, agradeci me retirando do lugar, morto de fome demais para agradecer.

Peguei um táxi e abri meu lanche, eu morava longe do aeroporto, então dava tempo de comer.

Comi todo o lanche e tomei o refrigerante, mas senti que ainda estava com fome. Essa é minha vida.

Foi nesse momento que olhei para a o fundo da sacola e tinha uma pequena barra de chocolate ali com um papel verde colado na embalagem, peguei e fiquei surpreso com o que eu li, obviamente.

"Hey. Você parecia com fome, se você gostar do meu chocolate, me mande uma mensagem.

Mark Tuan, o atendente."

Sorri olhando para aquele papel, se aquilo era um flerte, era um muito bom, porque se envolvesse doces e gentilezas, já ganhava uma chance comigo.

Pra ser sincero, eu mal olhei para a cara do garoto que me atendeu, eu estava tão ocupado pegando meu dinheiro e respondendo as mensagens da minha mãe que só o vi de costas, correndo pra dentro depois de me entregar o pedido.

Sai do táxi após pagar o senhor que dirigia e entrei em casa, cumprimentando todo mundo e indo pro meu quarto e me jogando na cama, sem me importar em desfazer as malas.

— Mark Tuan. — observei o papel com atenção, sua caligrafia era bonita e eu agradeceria a Deus quando eu morrese por ele ter ao menos escrito em inglês.

Mas eu estava cansado demais para ligar para o atendente, então, depois de ter ido conversar um pouco com meus pais na sala, eu dormi.

No dia seguinte, assim que acordei senti curiosidade no garoto que havia sido tão gentil comigo, mas não achei o papel com seu número em lugar nenhum.

— O que que vou fazer? — repeti umas cinco vezes, atraindo a atenção do meu pai.

— O que houve, filho?

— Você viu um bilhetinho verde por aqui? — perguntei, olhando pelo chão da sala.

— Aquele que você ficou o noite toda encarando? — ele riu.

— Sim! — disse animadamente — Aquele lá, você achou?

— Sim, achei que era lixo e joguei fora. — ele falou calmamente.

— Pai! Por que você fez isso? — choraminguei.

— Pra você ir procurar o garoto pessoalmente. — ele riu.

— Pelo menos me leva até o aeroporto então.

Pedi uma carona pro meu pai, já que ele achava que encontros deveriam ser marcados pessoalmente ao invés de usar a tecnologia.

— Você acha que eu devo mesmo ir? — perguntei.

— Claro que sim, eu te trouxe aqui pra arrumar um namorado ou pra pegar um avião? — ele disse e eu assenti respirando fundo e ignorando a patada. — Vai logo, tenho que ir embora.

— Ok, ok! — me despedi e saí do carro indo em direção ao lugar que lembrava ser o trabalho de Mark.

Demorei mais que o necessário para chegar lá, porqueme perdi dentro do lugar que eu mais ia durante o ano. Palmas para Jackson Wang. Ao chegar lá, haviam algumas pessoas trabalhando, mas eu não encontrava o garoto em lugar nenhum, nenhum deles parecia ser ele, na verdade eu não me lembrava como ele era.

— Com licença. — chamei uma garota que atendia, forçando meu coreano o tanto que eu podia para ficar compreensível. — Quem é Mark Tuan?

— Ah, Mark oppa? — ela sorriu simpática e eu assenti. — Ele acabou de se demitir. Se você for por ali, — apontou para a esquerda. — talvez o encontre.

— Obrigado. — sorri indo em direção ao local, tentando reconhecer o garoto que eu mal prestei atenção.

Demorei uns 20 minutos e uma hora dessas já tinha certeza que Mark havia desaparecido do mapa. Resolvi ir pra casa, não tinha mais o que fazer.

Segui o caminho mais longo para casa, era um frio e eu estava arrependido por ter saído completamente despreparado. A Coréia do Sul era um lugar bonito mas todos os dias eu sentia saudades de casa, minha cidade natal, na China. Sentia falta dos meus amigos, do resto da família. Eu não queria passar meu tempo sozinho, como eram todos os dias naquele lugar. Mas por algum motivo, naquele dia em específico, eu não me sentia assim.

Parei de andar e ouvi uma risada baixa atrás de mim. Me virei, com as sobrancelhas arqueadas.

— Olá? — disse para o garoto atrás de mim, ele estava de máscara. E eu estava cansado de usar o coreano.

— Olá. — ele se curvou.

— Você estava me seguindo? — perguntei.

— Não, eu só estava querendo falar com você, mas você parecia muito concentrado. — pude ver que ele sorriu, quando seus olhos se fecharam um pouco.

— Pode falar. — falei em chinês, confundindo as línguas e suspirando pesado, eu estava cansado de andar e de falar em coreano.

— Tudo bem. — ele disse em inglês e eu lembrei daquela voz.

— Mark Tuan? — perguntei.

— Você lembrou. — ele falou rindo.

— Eu fui até o aeroporto te agradecer por ontem, mas não te achei. — começamos andar lado a lado pela rua.

— Eu me demiti, mas te vi andando pelo aeroporto, passou por mim umas cinco vezes. — ele riu e eu suspirei.

— É que eu não vi seu rosto da última vez, eu não sabia como você era. — sorri. — Tira a máscara.

Ele tirou revelando um sorriso tímido.

— Então você é o Mark. — tentei capturar todos os seus traços faciais, eu não sabia quando veria um rosto bonito daqueles novamente.

— Sim, sou. Qual seu nome?

— Jackson Wang, prazer em conhecê-lo. — apertei sua mão.

— De onde você é? — ele perguntou.

— Sou da China e você?

— Califórnia.

— Wow, legal! — ele riu e ficamos em silêncio até eu puxar assunto. — Eu sou péssimo em falar coreano, estou tendo problemas, Mark. — reclamei.

— Meu coreano está bom, se quiser posso te ajudar.

— Sério? — ele assentiu. — Sério, sério?

— Sim, eu ajudo, Jackson.

E foi assim que conheci Mark Tuan. O garoto que me atendeu no aeroporto e me deu chocolate, me ajudou com meu coreano e me deixou menos sozinho. Era fácil ter um bom momento com ele, mesmo que ele fosse meio calado, comigo as vezes ele era engraçado e se soltava. Eu era um dos privilegiados que via como Mark Tuan realmente era e de bônus eu poderia ser eu mesmo.

2 anos depois,

Dias atuais.

Eu e Mark assistiamos a alguma série na tv da minha sala, enquanto a fome nos devorava.

— Mark. — chamei e ele não respondeu, pra variar. — Mark hyung? — o chamei novamente, sem sucesso. — Markiepooh, estou com fome. — falei manhoso, tentando arrancar pelo menos uma palavra dele.

— Ok, vou pedir comida pra gente. — ele suspirou e digitou algo no celular, provavelmente pedindo a comida pelo aplicativo. Eu amava a tecnologia.

Passaram-se 35 minutos, ou 35 dias, se fosse contar com a minha fome e a comida chegou. Mark foi até a cozinha e me disse para esperar. Esperei mais 5 anos, ou 5 minutos.

Comemos e conversamos sobre algumas coisas, sobre como ele estava precisando de um trabalho, pois havia se demitido de mais dois só no último mês e eu tentava convencê-lo de vir trabalhar no restaurante da minha família. Observei que ele me olhava demais e as vezes seu olhar seguia para a sacola que por algum motivo ele trouxe até a mesa, mas com certeza não era nada importante, Tuan era estranho algumas vezes.

— Ei, você lembra do Youngjae? — perguntou Mark e eu estranhei.

— Como assim? Nós vimos ele ontem e antes de ontem, e semana passada. — eu ri.

— Só estava tentando puxar assunto. — ele deu tomou um pouco do refrigerante.

— Percebi que você é terrível nisso, hyung.

— É, eu já fui melhor. — ele riu, parecia envergonhado. E meu coração acelerou igual a um idiota, como sempre ficava perto de Mark.

Não respondi, apenas continuei comendo enquanto ele fazia o mesmo. Foi tudo muito rápido, pois não lembro quando ele havia me dito para olhar a sacola, mas eu olhei.

Um pequeno chocolate estava ali, com um papelzinho verde, semelhante aquele mesmo papel que eu havia recebido à dois anos atrás. E o que dizia nele não era menos que surpreendente.

"Jackie! Você parecia com fome, se você gostar do meu chocolate e do que eu deixei preparado pra você, aceite ser meu namorado, huh?

Mark Tuan, o ex-atendente mais apaixonado do mundo."

— Hyung. O que é isso? Não brinca comigo. — falei virando a embalagem de chocolate, encontrando duas alianças coladas atrás com uma fita durex.

— Não estou brincando. — ele disse sorrindo. — Você quer? — olhei-o nos olhos. — Quer ser meu namorado?

— Mark, você é o melhor, sabia? — ele não respondeu, mantendo a tradição de me deixar falando sozinho. — Eu quero ser seu namorado.

Ele veio em minha direção sorrindo e eu virei o rosto, arrancando dele uma careta.

— Não colocamos as alianças ainda. — falei e ele revirou os olhos. — Como você quer ser meu namorado sem por uma aliança no meu dedo?

— Já estou me arrependendo. — ele riu e pegou uma das alianças, colocando no lugar indicado, mais conhecido como dedo e eu fiz o mesmo.

Mark Tuan e eu eramos um casal inconstante, vivíamos discordando um do outro. Não éramos briguentos descontrolados como Jinyoung e Yugyeom, eles eram doentes, tinham um fetiche por brigar e se pegar logo depois, eu tenho certeza. E tampouco éramos como Jaebum e Youngjae, aqueles dois eram a definição de relacionamento bonito e diabético. Eu gostava de dizer que éramos uma mistura de todos os nossos amigos.

Éramos briguentos na medida certa e nos pegavamos de uma em uma hora, só pra manter o ritmo, tínhamos nossos momentos fofos e diabetes do tipo 2, também adoravamos esbanjar por aí nossa felicidade. Isso era por minha conta, Mark faz o tipo discreto.

Não foi amor a primeira vista, como Jinyoung e Yugyeom, não foi complexo como Youngjae e Jaebum. Foi com certeza uma mistura de relacionamentos de friendzone, tensão sexual e falta de coragem.

Mark se interessou por mim de primeira e levou mais ou menos um ano para eu perceber que me sentia assim, nunca tive coragem de me declarar e ele demorou tanto que eu pensei que nao aconteceria nunca.

Mas aqui estávamos, Markson, ou Jark, como gosto de chamar, já que sou claramente quem comanda esse relacionamento, pelo menos no sexo. Juntos e felizes, comendo fastfood e fazendo amor, não ao mesmo tempo, mas vocês entenderam. Mesmo com a seriedade de Mark em contraste com as palhaçadas que eu fazia, pra mim, éramos o melhor casal. Porque eu era o encarregado de fazer o outro rir, enquanto este, era responsável por me mandar calar a boca.

Bom, eu amava as chatices dele e amarei pra sempre, enquanto eu viver. Espero que ele saiba disso.

"Eu sei disso, Jackson. Também amo você."


Notas Finais


demorei demais pra postar, não tenho desculpas, esse capítulo (e o próximo) já estão postados a anos no wattpad, mas fiquei com preguiça de postar aqui, mil perdões.

beijos

twitter: @/choimjaebum


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