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História Tout ira bien... - Nossa nova casa



Notas do Autor


Cheguei!

A capa do cap são nossos personagens, espero que gostem deles. Para quem quiser saber, a Eve é a versão feminina do Nezumi, Shiro é um fanart do Shion, Mia (de cabelo rosa) é a Louise do Zero no Tsukaima e os outros dois, Izumi e Kaoru, eu não sei (se souberem me falem ai, por favor.

Espero q gostem do cap, re-li varias vezes procurando erros, mas vcs sabem q sempre passa algum, então me perdoem.

Boa leitura!

Capítulo 2 - Nossa nova casa


Fanfic / Fanfiction Tout ira bien... - Nossa nova casa


-Para onde vamos agora Shiro?- Kaoru perguntou olhando para Shiro pelo espelho do carro.

-É só continuarmos nessa direção.- Falou calmo olhado para trás para ter certeza de que não estavam sendo seguidos. O mundo havia virado uma guerra, não podiam se dar ao luxo de acharem que estavam seguros.

O pouco tempo do caminho foi em silêncio, cada um tinha pensamentos que queriam guardar só para si. A paisagem era desértica, um lugar onde com certeza não morava ninguém a muitos anos. No.6 era uma cidade enorme, e se Shiro se lembrava bem, depois da queda dos muros, aquela área, antes conhecida como bloco oeste, parara de ser habitada.

-É mais ali na frente, perto daquelas ruínas.- Eve falou sonolenta, recém acordada de seu sono, apontando para um lugar cheio de pedras.

-Lá? Tem certeza?- Izumi perguntou.

-Nunca me esqueceria desse lugar.- Eve respondeu com um sorriso nostálgico no rosto.

Kaoru parou o carro perto das ruinas e logo que desceu do carro percebeu uma escada que ia para o subterrâneo, que apenas podia ser vista por olhos atentos.

-Não podemos deixar o carro aqui.- Mia disse olhando em volta vendo ao longe pessoas que tentavam fugir.

-Realmente não, e não iremos. Tem aqui perto um velho hotel, abandonando a muito, muito tempo, da pra entrar com o carro lá.- Shiro falou pegando a chave das mãos de Kaoru, enquanto Eve, Izumi e Mia tiravam do carro as poucas coisas que tinham consigo.- Dessa vez eu dirijo.- Falou com um pequeno sorriso.

-Não vou deixar você se matar nesse carro senhor piloto de fuga.- Disse com um sorriso maroto.

-Então vamos, eu dirijo mal o suficiente pra matar nós dois.- Riu.- Eve, leve eles logo lá pra dentro, voltamos logo.

-Ta bom.- A menina falou com um leve sorriso.

Faziam uns 5 minutos que Shiro e Kaoru estavam quietos no carro. Shiro realmente dirigia mal, e nesses apenas 5 minutos haviam quase capotado 2 vezes.

-Ei... Está com medo?- Kaoru perguntou baixo, sério, mas com calma, e compaixão.

-Não.. Eu sei me cuidar, mas não estamos sozinhos. Mia ainda é uma criança e Izumi... Ainda é tão inocente.- Shiro respondeu tendo o rosto de Izumi em sua mente, tendo o olhar da pequena Mia.

-Eu estou com medo.- Kaoru respondeu sério.- Eu não aguentaria perde-los... Eu não aguentaria te perder Shiro.

As bochechas de Shiro ficaram levemente rosadas, mas não tão forte ao ponto de ser perceptível,  com a súbita frase.

-Não vamos perder ninguém, se ficarmos todos juntos sobreviveremos.

-Tudo bem, sei disso, mas por quanto tempo? Nós dois sabemos o que acontece agora...

O silêncio reinou novamente,  foi quado chegaram ao hotel. Estava completamente abandonando, caindo aos pedaços, ainda assim era uma arquitetura memorável.

-Isso é mais velho que minha mãe, aposto.- Kaoru disse admirado.

-Quando minha vó era nova isso aqui já era velho.- Falou com um sorriso.- Troque de lugar comigo. Vou abrir e você entra.- Falou saindo do carro.

Shiro andou até as grandes portas da entrada e com um empurrão conseguiu abrir. As abriu o máximo que podia, foi o suficiente para o carro entrar e estacionar. Logo em seguida Kaoru saiu e ficou perto de Shiro.

-Não vão encontra-lo?- Perguntou sério.

-Ninguém não ousaria nem abrir a porta.- Shiro falou com um sorriso divertido logo colocando dois dedos na boca e assobiando. Poucos segundos depois o local todo estava cercado por cachorros de todas as raças, cores e tamanho. Todos olhando para Shiro se sentaram.

-Shiro... O que...?- Kaoru ia falar quando todos os cachorros avançaram contra ele. Mas diferente do esperado todos eles estavam felizes e brincavam se machucar. 

-Diga "Olá" para todos os seus irmãos. Sua mãe cuidava dos avós deles.- Shiro falou se lembrando da infância quando Inukashi ia com eles para lá.- Realmente não se lembra?- Falou com certa tristeza.

-Não lembro... Desculpe mas não consigo.- Falou sentindo certa culpa.

-Bom, tudo bem, não importa, eles ainda se lembram de você.- Falou fazendo carinho em um filhote.

Enquanto isso Eve, Izumi e Mia já haviam descido as ruínas. Estava tudo muito empoeirado e o cheiro de mofo era forte. Assim que desceram as escadas viram uma porta, que rapidamente a menina de cabelos escuros abriu.

- Bem vindo ao buraco de traças.- Falou abrindo a porta a acendendo a luz.

Era um lugar relativamente pequeno, talvez fosse maior se não fosse a enorme quantidade de estantes cobertas de livros e revistas. Lá o cheiro não era tão forte e não estava tão empoeirado quanto Eve pensou que estaria.

-Uau, não pensei que esse lugar pudesse ser assim tão...- Izumi falou realmente admirado entrando e indo direto as estantes.

-Aconchegante...- Mia falou tão admirada quanto o mais velho, porém apenas entrou, sentido a sensação tão boa que aquele lugar lhe transmitia. Quantas histórias já não haviam sido vividas entre aquelas 4 paredes? Quantos risos já não haviam sido dados? Quantas lembranças não havia em cada página de cada livro? Mia não sabia, não fazia ideia, mas Eve sabia, tinha noção do que realmente era aquele lugar.

Os dois tão distraidos não perceberam quando Eve achou em cima da mesa um envelope e já lia a carta dentro do mesmo, pois era destinada a ela, com a letra de quem reconheceria em qualquer lugar...

"Minha querida Eve... Minha criança...
Apenas te escrevo esta carta para te contar sobre o momento que estou agora. Pela última vez vim a este lugar...
Se tem um lugar que posso chamar de casa além do nosso lar é aqui. Você não imagima mas eu e seu pai começamos a dar nossos primeiros passos aqui, começamos a ser família aqui...
Seu pai provavelmente não lhe dará essa carta tão cedo, algumas coisas são difíceis para uma criança entender, mesmo sendo uma criança tão inteligente quanto você.
A verdade, minha pequena princesa, é que papi está doente... E eu, infelizmente, não poderei te ver crescer... Não poderei ver você se tornar a linda mulher que um dia vai ser... Por favor me perdoe por ser tão fraco...
Vir nesse lugar hoje me deixou feliz. Me senti jovem, como na época em que reencontrei seu pai. Escondi, nas prateleiras das estantes, algumas coisas para você, alguns exemplares dos meus livros favoritos, para quando você é for mais velha le-los, para que não se esqueça de mim...
Eu te amo filha, de onde eu estiver enquanto ler essa carta, saiba que eu te amo...
Shion".

Eve lia cada palavra sem perceber que de seus olhos já caiam lágrimas. Conseguia ouvir a voz de seu amado papi tão nitidamente como se fosse ele lendo para ela. Seu coração desparara, suas pernas perderam as forças, em sua mente não havia chão... Caiu de joelhos, chamando a atenção de Mia, enquanto abraçava com força a folha de papel amarelada.

-Eve!- Mia falou se aproximando da garota que apenas conseguia chorar, colocando a cabeça da mais velha em seu peito, lhe fazendo carinho.- Calma... O que foi? O que houve?- Falava com carinho.

Izumi observava a certa distância, ele sabia porque a menina chorava, Eve só chorara daquele jeito no dia em que seu pai Shion morrera. Izumi ainda se lembrava tão bem... Estava na casa deles naquela noite, com seu pai. Ele e Eve não entendiam muito bem o que estava acontecendo, mas Shiro entendia e foi só o menino ver o seu pai Nezumi saindo da biblioteca que não aguentou e saiu correndo,  chorando para abraçar o pai, que se abaixou para pega-lo. Foi quando Eve devagar se aproximou. Lembrava-se da menina perguntar o que havia acontecido e sua avó, Karan, lhe explicou que seu pai, Shion, não poderia mais brincar com ela... Naquele dia Izumi também aprendeu o que era a morte, e ouviu pela primeira vez na vida o choro de desespero de seus melhores amigos.

Alguns minutos depois Eve se acalmou, e largou a carta apenas se mantendo apoiada em Mia. Conseguia ouvir o coração da menor que batia em um ritmo calmo.

-Desculpem...- Falou se levantando e limpando as lágrimas, ajudado Mia a se levantar.

-Não precisa se desculpar Eve...- Izumi falou se aproximando e abraçando a menina que retribuiu.

Depois disso Eve guardou a carta, a selando com um beijo, e da deixou onde encontrou. Respirou fundo e sorriu.

-Querem tomar banho? Funciona água quente no banheiro, é só achar a porta, que é ali atrás, entre as estantes.- Disse olhando para os dois.- Eu vou fazer algo para jantarmos, logo vai escurecer.

-Eu vou.- Izumi falou indo em direção a suas coisas que estavam perto da porta. Ele estava em um estado quase deplorável, suas roupas estavam empoeiradas e sujas, havia terra e sangue.

Sair de No.6 havia sido complicado, o garoto começou a ouvir as explosões de madrugada e logo seus pais já estavam arrumando sua bolsa. Eles haviam conseguido fugir do fogo cruzado, os três poderiam ter se salvado, mas os pais de Izumi eram médicos, e disseram que tinham pessoas que precisavam ser salvas... Izumi foi obediente a seus pais e fugiu, mas desobedeceu ao voltar atrás e vê-los serem atingidos por destroços enquanto tentavam reanimar uma pequena menina. Os corpos no chão, seus pais completamente frios... O menino só teve forças para andar até eles e se debruçar sobre, chorando, antes que Kaoru conseguisse pega-lo no colo e correr antes de serem atingidos por mais uma bomba.

-Tudo bem, acho que meu pai deixou guardada lá uma caixa com produtos de higiene, use o que quiser.- Eve falou sabendo que realmente o menino precisava de um longo banho. Izumi foi o único dos cinco que viu seus pais serem mortos, na sua frente, e ambas as meninas sabiam que aquilo já havia começado a mudar o Izumi que elas conheciam.

Não demorou muito para que a porta se abrisse e Shiro e Kaoru entrassem. Shiro logo fechou a porta e Kaoru, admirado pelo lugar, foi se sentar ao lado de Mia, num velho, porém macio, sofá.

-Onde está Izumi?- Shiro perguntou abraçando Eve por tras enquanto a mesma fazia uma sopa, uma receita de família,  num fogão velho.

-Está tomando banho.- Respondeu calma.

-Então resolveremos tudo depois que todos tomarem banho, enquanto jantamos.- Disse se sentando na mesa vendo a carta.- Pai... Ele me deu a minha faz mais ou menos um ano.- Disse com um sorriso distante.

-Acho que os dois já estão juntos... Agora.- Eve disse com um leve sorriso.- Trocando juras de amor.

-Sim.- Shiro respondeu. Ele, mesmo sabendo que seus dois pais agora estavam mortos se consolava com a ideia de que ambos estavam juntos novamente, felizes depois de tantos anos.

-O que é esse lugar Shiro?- Kaoru perguntou.

-Nosso pai Nezumi morou aqui quase a vida toda.- Respondeu.- E ficou pra gente. Fiquem a vontade quanto ao livros, só aviso que são bem velhos.- Disse vendo os olhos de Mia brilhar. A menina amava ler. No convento em que morava sempre amara a biblioteca.

Pouco tempo depois Izumi saiu do banheiro, com os olhos um pouco avermelhados, mas ninguém teve coragem de falar algo. Assim todos tomaram banho.

Quando já estavam todos reunidos na sala novamente Eve serviu a sopa e todos comeram com vontade. Estavam muito cansados e não haviam comido o dia todo.

-Bom,- Shiro começou falando- acho que todos já vimos qual é nossa situação atual.

-O mundo está em guerra. Contra quem? Não sabemos, talvez contra ele mesmo.- Kaoru falou sério.

-Aqui dentro nós temos água, comida e remédios o suficiente para todos, para, mais ou menos, uma estação. Acho que quando meu pai arrumou pensou que estaria só Eve e eu.- Shiro continuou.

-Por que não podemos ir para No.1? Todos estão indo para lá. Ela ainda esta em paz, da para viver lá.- Izumi falou.

-Essa é a questão. No.1 ainda está em paz, mas todo o mundo está se direcionando para lá, uma guerra civil por espaço é eminente. As próprias pessoas se matarão, faltará comida, os doentes que sobreviveram de No.4 levaram as doenças e os médicos que sobreviveram não serão capazes de cuidar de uma epidemia que se espalha. É apenas uma questão de tempo.- Kaoru falou.

-Então sugerem que fiquemos alheios a tudo enquanto pessoas lá em cima morrem?- Mia disse calma, mas triste . Para a mais nova, que havia sido ensinada desde pequena a pregar a paz aquilo era inconcebível. Notando isso Eve pôs a mão por cima da cabeça da menor.

-Eu sei que é difícil, mas se quisermos sobreviver para construir um novo mundo temos que ficar aqui Mia.- Falou calma, repetindo aquilo na sua cabeça para si mesma várias vezes.

-Minha sugestão é ficarmos aqui enquanto pudermos. Me disseram uma vez que existe uma ilha, no continente ao lado, onde os cientistas descobriram que a vida voltou a nascer. O ar de lá é bom o suficiente e talvez ja existam animais voltando para lá. O que acham?- Shiro falou.

-E como ninguém soube disso?- Izumi perguntou desconfiado.

-Porque quem começou a pesquisa foi eu...- Eve falou calma.- A alguns anos atrás, logo depois que eu entrei no curso especial, descobri que mapiaram o DNA de todos os habitantes e pessoas do reformatório a mais de 20 anos. Era uma pesquisa surpreendente, mesmo que já um pouco ultrapassada. Mas eu também vi dados que... Doem só de lembrar.- A menina ficou quieta alguns instantes.- Descobri que existem pessoas que descenderam de um povo que foi praticamente extinto a décadas, entre as pessoas com aquele genoma estava o meu pai... E os seus pais Mia.- Eve falou se lembrando de cada pequeno detalhe.

-É impossível, eu... não tenho pais...- A menina falou atenta.

-Er... mas eu mapiei seu código genético... Eu não me esqueceria.  Seus pais estavam naquele banco de dados. Então eu continuei a pesquisa, e descobri aquele local, do outro lado do continente. Antes de eu expor a pesquisa ocorreu o ataque no prédio, e toda a pesquisa praticamente se perdeu.- Eve falou com dor. Ela era uma  uma geneticista, e perder tudo aquilo havia doído muito na garota.

-Mas que bom então que temos a sua mente memorável Eve...- Kaoru falou se aproximando a menina. Era verdade, a mente de Eve era um verdadeiro tesouro. A menina tinha uma memória tão brilhante que chegava a ser fotográfica.- Eu acho que deviamos fazer isso, sobreviver o quanto pudermos e depois partir, até lá acho que as coisas la em cima já se acalmaram.

E assim todos condordaram, mesmo que receosos. O futuro era incerto, o dia seguinte era. A qualquer momento tudo poderia sr destruído. Mas tudo ficaria bem, o pensamento otimista era o que dividia a insanidade da razão.

Quando todos foram se ajeitar para dormir ficou-se decidido que Kaoru dormiria na cama, de casal, junto com Mia e Eve, que eram as menores, e Izumi ficaria no sofá, Shiro disse que naquela noite não queria dormir, então poderia ficar sentado.

De noite, quando todos dormiram, sons chamaram a atenção de Shiro. Saiu do quarto e saindo de baixo das ruinas olhou para o céu, sem estrelas, vendo uma enorme explosão, muito ao longe, tão grande que as chamas se espalhavam pelo céu. Um cogumelo. No.5 havia sido dizimada, e juntamente com ela todas as pessoas que fugiaram e se refugiaram ali.


Notas Finais


Bom minha gente, é isso! Espero que gostem do ritmo que as coisas estão indo.

Comentem como eu posso melhorar as histórias, o que estão achando, o que esperam encontrar.

Aos leitores novos, sejam bem vindos, aos antigos, conto com a ajuda de vocês.

Até o próximo cap
Byebye


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