História Toxic. - 6. O principe virou sapo.

- Vê se não me perturba novamente com aquele papo. – Falei, novamente aquele menino irritante de cabelo escuro. – Qual papo? Sou muito esquecido. – Respondeu, ele é muito debochado, argh!

- Deixa de ser debochado, garoto. – Murmurei. – Garoto não! Yoongi. – Gritou. – Sua mãe não lhe ensinou uma coisinha mágica? Educação? – Continuou. – Não, e nem a sua pelo visto. Desgruda. – Fiz cara de nojo, e ele riu como resposta.

- Eu sei que você cai de amores por mim. – Fez carinha de apaixonado. – O quê? EU? AHAHAHAHA, você está vivendo em um mundo paralelo? – Comecei a rir horrorosamente. – Pode confessar, se você consegue gostar do chimchim, você pode me amar.

- Não fale do Jimin. E pare com esse apelido, você parece um idiota falando ele, não o estrague.

- Eu sou um idiota, mas sou menos idiota que o Jimin.

Suspirei. – Quem você é pra falar dele assim?

- Alguém que ele roubou a namorada. – Seu rosto de brincalhão mudou, me assustei com a resposta. Antes de poder perguntar, ele pegou sua mochila e foi embora.

Fiquei parada um tempo, quando finalmente acordei,  peguei minhas coisas. Eu precisava de respostas, eu infelizmente tô acreditando nesse idiota.

Quando cheguei na escola, finalmente encontrei Jimin. Parei-o no meio da escola toda. – Você roubou a namorada de alguém? Me explica. – Sussurrei. – Ele foi falar com você? – Respondeu. – Explique.

Ouvi-o suspirar e fechar os olhos com força, sua mão fechou em sincronia. – É mentira dele. – Falou. – É mentira, Jimin? – Falei. – É MENTIRA? – Gritei, fazendo-o se assustar com minha atitude. – É uma mentira que te ofende tanto, não é? – Continuei. – Quem disse que eu me ofendi? – Gritou. – Seu corpo, seu idiota. – O empurrei, fazendo o mesmo se assustar novamente. – Sinceramente, vá se foder.

Quando virei, todos estavam me encarando, acho que foi a primeira vez que me ouviram falar tão alto, ou falar. – O que vocês querem? Circulem. – Gritei, ainda alterada, Yoongi estava no meio daquele povo todo, quando o encarei, ele simplesmente mudou o seu olhar. – Não precisava fazer isso. – Falou, quando esbarrei em seu ombro. – Jimin mentiu pra mim, na minha cara. – Falei, virando para trás, aonde ele estava. – Seu namorado mentiu para você. – Corrigiu. – Não, o Jimin mentiu pra mim. Licença. – Confirmei minha frase, fazendo-o arregalar os olhos. Continuei a seguir meu caminho, até que esbarrei novamente com a menina de antes. – O que aconteceu? Quer conversar? – Perguntou, preocupada. – Taein, a última coisa que eu quero, é conversar. – Respirei forte antes de falar. – Talvez eu possa te explicar toda a história.

- Perdoe, mas eu acho que quero ouvir isso de outra pessoa. – Virei para encarar Yoongi, que já estava me olhando. Voltei meu olhar para Taein. – Entendo.. – Disse. – Mas obrigada. – Sorri, e continuei meio caminho.

Ouvi passos de Yoongi logo atrás de mim, acompanhando e sincronizando. Seus passos podiam ser facilmente confundidos com os meus, de acordo com o movimento e duração. – Você quer ouvir de mim, certo? – Perguntou, e eu continuei andando. – Quer, não quer? – Acelerou seus passos até me atropelar, entrando na minha frente. – Você ainda pergunta?

- Olha, eu não tenho bolinha de cristal. – Brincou. – Daqui a pouco, nem a que você tem, vai ter ainda. – Sorri forçado. – Uau, ela se irritou. – Continuou zoando, e acabou me fazendo soltar um sorriso o qual estava tentando segurar. – Você é linda. – Sussurrou enquanto encarava cada detalhe do meu rosto. – Não é pra isso que você me seguiu. – Limpei a garganta, e tentei continuar o assunto. – Oh.. certo, desculpa.

Puxei-o para um beco que tinha perto, assim ninguém ouvia a conversa. – Um beco, hã? – Maliciou. – Olha, nem começa com isso. Desembucha.

Respirou forte. – Ano passado, éramos melhores amigos. Conhecemos uma menina, Angel, eu era apaixonado por ela, e falava isso para qualquer um. Jimin sabia, a escola inteira sabia, o pai dela sabia. DEUS SABIA.

- Já entendi, deus e o mundo sabia. Idai?

- NÃO INTERROMPE, depois eu quem sou mal-educado.

- Prossiga. – Obrigada.

- Continuando, eu me confessei para ela, mesmo que “não precisasse”, mas no mesmo dia, Jimin a agarrou na minha frente. Ela não tinha obrigação alguma de pedir desculpas para mim, mas ele tinha. – Tossiu. – Ele não pediu, muito pelo contrário, começou a namorar com ela, até mês passado. Ela saiu da cidade, depois que ele “acidentalmente” vazou fotos comprometedoras dela.

- Pera, o que? – Me assustei. – Sim, enfim, seu relacionamento com ele não é da minha conta. – Disse. – Obrigada, por ter me contado a verdade. – Quando planejava ir embora, senti sua mão gelada encostar em meu pulso. – Não vai agora. – Falou.

O encarei meio confusa, por qual motivo o senhor mal-educado iria gostar da minha presença? – Vê se tem memória suficiente no seu celular para gravar a briga. – Zoou.

Idiota.

Dei um beijo em sua bochecha, senti seu desconforto em ser tocado, mas não liguei. Agradeci e fui embora para encontrar Jimin, tentei ligar para seu celular mais de mil vezes. Quando passou de meia-noite, finalmente pude ouvir meu telefone tocar. – Jimin! – Falei, aliviada. – Você foi embora com aquele pilantra? Sua vagabunda. – Começou a reclamar. – Oi?

- Yoongi, aquele idiota. – Gritou. – Você odiar ele tudo bem, mas me ofender? – Reclamei. – E qual o problema?

- Qual o problema? Quando que você de príncipe, virou um sapo incrivelmente nojento? – Gritei. – Yoongi? O que faz aqui? – Ouvi sua voz ficar um pouco diferente. – Y-Yoongi? – Sussurrei.

- Você não veio aqui para defender a sereiazinha, não é? – Começou a gargalhar. – Cala a boca. – Yoongi gritou. – Vem, acha que vai conseguir ficar com ela agindo igual um cavalheiro? Não se esqueça, eu já roubei a sua dama uma vez, roubar outra vai ser mais fácil ainda. – Começou a debochar de Yoongi. – Vá a merda, Jimin. – Ouvi o barulho do celular voar para longe, suas vozes ficaram mais baixas, só conseguia ouvir barulho de socos, Jimin xingando, mas a voz de Yoongi não estava mais. – Aonde vocês estão?? O que está acontecendo? – Comecei a gritar desesperada. – Jimin está desmaiado, não chame uma ambulância, só vem para cá. Estou no lugar de hoje á tarde.

Corri até a praça, aonde havia visto Yoongi em uma das últimas vezes. Eu corri até não conseguir mais, eu já havia desligado o telefone, provavelmente ele não atenderia de novo, Yoongi, não Jimin.

Em que parte eu comecei a entrar em um Drama?

Quando cheguei, a rua como sempre, vazia, e Jimin no chão sangrando. – O que você fez? Seu idiota. – Comecei a gritar. – Ih escandalosa, não é a primeira vez que ele desmaia com meu soco. – Assoprou sua mão. – E você ainda debocha. – Ri assoprado.

Ele sorriu, aquele sorriso fofo, nem parece que acabou de deixar outra pessoa inconsciente. – O que fazemos? – Perguntei. – Eu tô pensando em ir comprar doce, bateu uma vontade. – Pegou a carteira. – Vamos deixar ele aqui? E se alguém abusar dele? – Perguntei.

- Ah pelo amor de Deus, primeiro, aqui o pessoal só abusa de mulher, esqueceu que vivemos em um país machista? Segundo, quem vai querer uma merda dessa? Nem cachorro desesperado vai ter essa audácia. – Contou nos dedos seus argumentos. – Quer doce? – Ofereceu. – Eu espero aqui. – Falei enquanto me sentava. – É sério que você vai ficar aqui? – Reclamou. – VOU! Vá rápido, eu tô com fome. – Reclamei. – Ta ta, mandona.

Passou um tempo e Jimin ainda estava inconsciente, Yoongi ainda estava fora. O lugar não tinha nenhum sinal, estava tudo escuro. Confesso que estava com medo, mas ainda preocupada. – Aonde estou? – Finalmente, Jimin acordou. – Parece que as mãos sedosas de Yoongi conseguiu fazer o que o mundo todo quer – Ri. – O que todo mundo quer?

- Você morto por alguns segundos, bom, Yoongi quer você morto pelo resto da vida dele. – Levantei.

- Isso é uma ameaça? Tá louca? Quer morrer? – Gritou e levantou sua mão para mim. – O encarei por alguns segundos, sem reagir. Até que Yoongi finalmente chegou. – Minha mão já tá descansada, quer outro? – Perguntou, fazendo sua voz mais fofa.

- Vá se ferrar.

- Quer um suco de maracujá colega? Tá nervoso ainda, não faz bem pra saúde. – Continuou debochando. Sinceramente, eu não sei no que vai dar, nessa hora da madrugada, com dois adolescentes. Um nervoso, outro debochado, e só eu de mulher. Aonde eu fui me meter?