História Toxic Boy - Almas gêmeas

Eu estava tão interessada na aula que até as gotas de chuva que caíam na janela, eram mais interessantes que a aula do professor de história. Essa chuva era incessante, já faziam duas semanas que eu não via o céu azul e também não via Armin. Nós conversávamos via SMS e pelo que eu estava sabendo o bairro dele estava alagado devido a chuva, e por isso ele e seu irmão não vinham a aula.

Eu confesso que sinto saudade do Alexy fazendo piadinhas para me deixar sem graça na frente de Armin. Eu gosto tanto dos dois que quase não consigo viver sem. Ainda me lembro do dia que pude revidar as piadinhas, já que Alexy vivia babando no meu primo.

A chuva estava diminuindo e eu mal pude ver a hora passar, logo seria meio dia e estaríamos fora dali pelo resto do fim de semana. Eu confesso que estou um pouco ansiosa já que eu fiquei de encontrar os dois caso a chuva diminuísse e era o que estava acontecendo. O céu também tem seus momentos difíceis, acho que ele finalmente parou de chorar. 

Após alguns minutos o sinal de meio dia tocou, o professor entregou um trabalho para o fim de semana e saiu da sala. Cara, esse tipo de pessoa que quer que a gente estude  até mesmo quando temos de descansar, deveria procurar na bíblia o termo "ame o próximo". Eu peguei meu guarda-chuva e saí correndo para o ponto de ônibus. Eu não morava tão longe, mas fiquei com receio que a chuva aumentasse no meio do caminho.

Entrei no ônibus e por um momento esqueci que Nathaniel  morava perto de mim agora. Ele disse oi e eu respondi apenas com um sorriso. Ele segurava alguns salgadinhos e me ofereceu:

-- "Obrigada."  -Eu disse sorrindo.

-- "Eu não iria aguentar comer tudo sozinho." 

-- "Você mora sozinho agora certo?" -Perguntei.

-- "Sim, eu tenho que ir trabalhar logo, estou indo em casa só pra almoçar." -Ele disse com um sorriso de canto.

-- "Entendo..."

-- "Você mora mais perto que eu, por que pegou o ônibus?"

-- "Eu fiquei com medo da chuva aumentar. Eu não quero chegar encharcada em casa, gripo muito fácil." -Disse sorrindo.

-- "Devem fazer alguns anos que não fico doente."

-- "Sorte a sua." -Disse enquanto descia do ônibus e acenava.

Nathaniel havia saído da casa dos pais depois de seu pai ser preso por agressão, inclusive eu tenho dedo nessa história. Não sei se foi a melhor coisa que já fiz, mas ele parece bem.

Após chegar em casa eu resolvo almoçar também, e logo depois ligo para Armin:

*Ligação ON*

Armin: Alô... ?

Karen: Oi!! Como está?

Armin: Quem fala?

Karen: Como assim quem fala?

Armin: Ah, oi anjo.

Karen: Anjo? Depois de esquecer meu número?

Armin: Desculpa, é que eu realmente estou vegetando com toda essa chuva. Está tudo muito parado.

Karen: Verdade... Enfim, você e o Alexy estão bem?

Armin: Estamos sim. Inclusive, eu queria falar com você sobre o Alexy depois.

Karen: Pode falar agora.

Armin: Por telefone não dá. Tenho que desligar, beijos.

Karen: Tchau.

*Ligação OFF*

Ele parecia com a voz meio pra baixo. Imagino se aconteceu algo.