História Toxic - Love Is Not Reciprocal

— O que me deixa mais triste é saber que a pessoa que eu amo, pode ser feliz sem mim...

— Para onde estamos indo? — America perguntou a Justin, que estava puxando-a pelo braço.

— Você já vai ver — ele respondeu, começando a andar mais rápido.

Rapidamente os dois subiram a escada que levava ao terraço.

Alguns minutos atrás, a formatura de Justin acabará e o mesmo resolveu levar America para o seu lugar preferido da faculdade. Sempre que ele sentia saudades da melhor amiga, ele ia para o terraço. Talvez seja porque observar as estrelas, ou até mesmo o pôr do sol, o lembrava do último momento que ele teve com ela, antes de vim para a faculdade.

Justin olhou as horas do seu relógio e sorriu. Era exatamente onze e cinquenta e nove da noite. A quatro anos atrás, nessa mesma hora, no dia trinta e um de dezembro, America estava correndo atrás de Justin. Eles estavam brincando de fazer cosquinha um no outro.

Logo eles chegaram a porta do terraço e adentraram pela mesma. Os olhos de America brilharam assim que ela viu o céu estrelado.

Por conta de já ser tarde, a maioria das luzes perto da faculdade estavam desligadas. Então, Justin levou a amiga até a ponta do terraço, onde sentaram. Ele costumava sentar lá toda vez que queria pensar. Sentado, observava a movimentação da rua abaixo de seus pés.

— Aqui é muito alto — America disse ao olhar para baixo. — Estou com medo de cair, Jus.

— Você confia em mim, não confia? — Justin perguntou encarando a loira e ela concordou.

Sem falar nada, o garoto uniu a mão dos dois. Ele se levantou e sentou de novo, mas desta vez mais perto dela.

— Melhor? — ele perguntou com um riso nasal.

— Sim — America respondeu rindo baixo, escondendo seu rosto no pescoço de Justin.

O garoto sentiu um arrepio no exato momento em que a respiração da loira tocou o seu pescoço.

— Por que me trouxe aqui? — ela perguntou, voltando a encarar Justin.

— Bom, além de ser meu lugar preferido no prédio todo, eu vinha aqui quando estava com saudades de você — ele sorriu de lado.

— Eu estava com muita saudade — America simplesmente falou, deixando lágrimas de felicidades rolarem pelo seu rosto.

— Eu também, meu anjo — Justin disse, beijando sua cabeça.

— Lembrei de quando estávamos sentados observando as estrelas, no réveillon, e você disse que ia sentir saudades, dando um beijo na minha cabeça — a loira disse, rindo fraco.

— Eu te amo, nunca se esqueça disso.

— Eu também te amo — ela sorriu, depositando um beijo no rosto do amigo.

Eles passaram alguns minutos observando as estrelas, mas foram interrompidos pela mãe de America, Amélia, entrando no local com a respiração ofegante, assustando a ambos.

— Ainda bem que eu te encontrei, minha filha — a mulher que aparentava ter apenas vinte anos, encostou a mão no ombro da filha e respirou fundo.

— O que aconteceu, mamãe?

— A avó do Calvin não aguentou e faleceu quando estavam trocando ela de hospital — assim que sua mãe respondeu, America começou a chorar. — Achei que seria bom você ficar com ele nesse momento difícil. Você sabe, o Calvin era muito próximo da vó.

— C-claro... — America respondeu desnorteada, encarando o chão.

America ouviu Calvin falar tanto da avó que tem um carinho imenso pela mesma, apesar de nunca ter falado com ela pessoalmente. Ela era uma senhora de idade, aliás, muito gentil, mas que sofria de paradas cardíacas.

— Você vem, Justin? — Amélia perguntou de frente para porta em que entrou, ao lado da filha. O garoto tinha os pensamentos focados em uma pergunta: America e Calvin não tinham terminado?

Toda a felicidade dele foi por água abaixo ao saber que sua garotinha não era novamente sua.

— Vou, vou sim — ele disse, caminhando sem vontade alguma até elas.

Talvez fosse considerado egoísmo da parte dele não estar ajudando a melhor amiga, mas no momento ele primeiro precisava se ajudar para depois ajudar alguém.

Ele sempre colocou America em primeiro lugar, neste momento não mais. Ela está com Calvin e Justin está ficando para trás. O que adiantou ter esperado esse tempo todo para um garoto bonito qualquer roubar a sua garotinha?

— O que houve, Justin? — uma voz ecoou na sua cabeça, antes dele balançar a mesma. — Está tudo bem?

— M-mãe? — ele se segurou na parede ao lado. Estava se sentindo um pouco tonto. — Nada, só estou um pouco abalado pela Meri.

— Ela vai ficar bem, Justin — a senhora Bieber disse, puxando o filho para um abraço. — Temos que ir. Você precisa ficar bem, America precisa do seu apoio agora. Você mais do que ninguém sabe o quanto ela gostava da avó do Calvin.

Sim, Justin sabia. Ele também sabia o quanto a sua garotinha amava Calvin e o quanto ele a fazia mais feliz.

— Cadê ela? — perguntou, passando seus olhos pelas pessoas dançando e não a encontrando.

— America foi com a Amélia e com o Jason para o estacionamento. E seu pai foi pegar o carro junto com eles — a senhora olhou as horas no seu relógio de pulso e suspirou. — É melhor você ir falar com os seus amigos. Daqui a pouco iremos embora.

— Já volto, mãe — Justin respondeu, antes de suspirar e ir na direção do seu melhor amigo. Maxon estava na pista de dança, acompanhado de Liv, sua namorada.

— O que foi, mano? — o moreno perguntou assim que Justin encostou a mão em seu ombro.

— Vou ter que ir embora, a avó do Calvin faleceu e a America gosta muito dela — respondeu.

— Você não precisa ir, a America já é bem grandinha e pode lidar com isso sozinha — Maxon parou de dançar, enquanto sua namorada encarava os dois. — E você me disse que eles não estão mais namorando, certo?

— Era o que eu achava — Justin revirou os olhos. — Quer dizer, eu ainda acho, já que ela não comentou nada sobre isso.

— Cara, se você for e eles ainda estiverem juntos, tenho certeza que você vai ficar péssimo. Você vai ter que aturar os dois juntos, se abraçando, se beijando, dizendo que se amam... É melhor você não ir.

— Mas a America gostava muito da avó do Calvin, eu preciso dar apoio a ela — Justin respirou fundo.

— Tenho certeza que várias pessoas estarão lá para dar apoio, você não precisa ir — o moreno olhou fundo nos olhos do amigo e disse.

Ele não queria mais ver o amigo sofrer por amar alguém que nunca conseguirá o amar da mesma forma. E Maxon sabia que se Justin fosse ele ia ver America e Calvin juntos e iria sofrer.

— Mas a Meri é minha melhor amiga, eu quero ir. Eu prometi que nunca a deixaria sozinha, que sempre estaria ali para ela e que quando todo mundo estivesse contra ela, eu estaria ao seu lado para lhe apoiar no que quer que fosse.

Maxon suspirou. Ele percebeu que não podia fazer nada. Justin não ia porque era obrigado, mas sim porque queria ficar ao lado da melhor amiga. E esse era o problema. O moreno tinha quase toda certeza que America ia passar o tempo todo com Calvin.

— Agora eu tenho que ir, só vim avisar mesmo — Justin falou para Maxon e os dois fizeram um toque de mão, logo se abraçando de lado. — Depois eu te conto o que rolou. E se alguém perguntar por mim, diga que depois eu explico.

— Tudo bem, cara — o amigo respondeu. — Pode ir. Quando ver os dois juntos, tenta se acalmar e não mate o garoto — riu.

— Vai se ferrar, Maxon — o loiro revirou os olhos, antes de sorrir e caminhar de volta aonde estava sua mãe.

— Seu pai está nos esperando no carro — a mãe do garoto apontou com a cabeça para a entrada da faculdade. — Vamos?

Ele concordou e deixou ela ir na frente, logo a seguindo.

Justin seguiu todo o trajeto do salão da faculdade até o carro do seu pai tremendo. Sua mãe começara a falar algo, mas o garoto não prestou atenção em uma palavra sequer.

Ele estava muito nervoso e não sabia direito o porquê. Talvez Justin ainda não esteja pronto para conhecer Calvin, ou porque ele não quer destruir o resto de esperanças que têm vendo sua garotinha beijar outra pessoa.

E ele também não sabia como agir. Não sabia se devia ficar o tempo todo calado ou se devia conversar com America. E se ela o ignorasse e não prestasse atenção nele? E se ele ficasse sobrando? Várias hipóteses passavam na sua cabeça.

No final, ele só estava com medo de ser trocado. Não suportaria perder sua garotinha.

Justin abriu a porta do carro do seu pai e entrou no mesmo. E, com seu nervosismo e seus pensamentos, fechou os olhos tentando esquecer aquelas ideias.

— Ninguém sabia se ela era tola ou lerda demais para não perceber o quanto ele a amava.