História Toy 》 KaiSoo - They never know

KyungLee POV

Eu não esperava encontrar KyungSoo tão cedo, porém nem tudo o que desejamos é o que realmente acontece. Triste realidade.

Eu queria perdoá-lo, mas eu ainda não estava totalmente disposto a dar esse perdão. Soo nem se importava com meu perdão. Queria apagar todas as memórias ruins deles e focar nas coisas boas, mas isso era algo impossível.

Não esperava me encontrar com ele e muito menos brigar, afinal queria apenas reiniciar minha vida longe de onde tudo aconteceu. Por uma semana isso deu certo, mas hoje, tudo pareceu voltar à aquela noite. KyungSoo fez com que aquelas memórias horríveis ficassem como tinta fresca em minha memória. E de alguma forma eu também fiz isso com ele.

Reencontrá-lo depois de anos foi como um choque, eu achava que ele estivesse acabando sua vida, se entregado ao mundo ou até mesmo tivesse sido assassinado por conta suas burrices. Mas ele parecia estar muito bem, entretanto aparências não é tudo.

Meu corpo estava um pouco dolorido pela situação de mais cedo, eu nunca fui agressivo daquela maneira com alguém, porém foi preciso agir assim com KyungSoo. Eu não fazia a mínima idéia de que Kai já conhecia meu irmão, e de alguma forma fiquei magoado ao saber que ele já conhecia e nem ao menos me contou isso. Tudo bem que JongIn não é nada meu, mas ao menos deveria ter abrido o jogo de uma vez.

Sobre o selinho que dei nele? Bem, isso havia sido um impulso do momento, pelo menos eu achava que era isso. Não devia ter me apegado assim tão fácil ao Kai. Apesar de nos conhecermos por poucos dias. A amizade dele fora essencial para mim, e esperava que a minha também tenha sido para ele.

Logo após Kai ter ido embora, fui para meu quarto e me joguei na cama, voltando aos meus pensamentos.

As coisas acontecem tão rápido que são inexplicáveis. São como garoas, que mesmo sendo momentâneas, faz com que peguemos uma gripe e só se sara depois de dias. Talvez os meus dias de gripe fosse a eternidade.

Solto um suspiro pesado e olho para os quadros rodeados de fotografia na parede de meu quarto, cada uma tinha um significado especial para mim, até mesmo o que eu e Soo estamos em um balanço brincado, provavelmente ele não se recordava desse dia, mas em minha mente isso estava fixado. Talvez aquele foi o dia em que tivemos contatos de verdadeiros irmãos, pois quando o tempo se passou, tratávamos um ao outro como pessoas estranhas.

Eu tinha o sonho de me formar na faculdade que desejava,  KyungSoo tinha o sonho de ser livre e do mundo. E ele conseguiu conquistar isso, afinal ele bem jovem começou a se envolver com drogas e fazer coisas que o 'mundo' deu permissão. Apesar de termos a mesma idade, eu sentia que era um irmão mais velho e tudo o que eu queria era fazer ele sair dessa vida. Mas isso não foi possível, com o tempo a personalidade do meu irmão foi mudando, para pior. Até que em um eu presenciei uma das piores cenas de minha vida.

Eu não achava que ele chegaria ao ponto de matar seus próprios pais e com as próprias mãos.

KyungSoo naquela noite estava totalmente fora de si, o cheiro de álcool rodeava nossa casa, que antes tinha cheiros de rosa, as preferidas de nossa mãe. Ele me olhava com medo nos olhos, eu só conseguia chorar vendo aquela cena trágica. A raiva dentro de mim por ele ter feito aquilo era óbvio que estava ali, porém ele era meu irmão, então logo a polícia chegaria aqui e perguntaria qual o motivo da morte, não poderia dizer "Ah, meu irmão matou eles.", era claro que Soo seria mantido preso e eu não desejava isso à ele, então apenas mandei ele fugir, fugir para longe e nunca mais voltar, e foi exatamente o que ele fez. Dias depois não tínhamos mais notícias dele e muito menos sabíamos se ele estava vivo. O enterro de meus pais foi feito em uma pequena cerimônia, e a polícia deu o caso como um ataque de bandidos na casa. E essa é a história que muitos acreditam até hoje.

Eu queria estar entre esses muitos e não saber que na realidade quem matou meus pais fora meu próprio irmão.

A minha vida deste então foi horrível, eu tentei seguir em frente, mas parecia que era um passo para frente, porém em seguida três para trás. Sentia uma corda presa em meu pescoço prestes a me enforcar, o peso em minhas costas só piorava e foi então que entrei em uma depressão existencial.

Hoje já não tenho mais isso, por sorte, afinal agora pretendia apenas ignorar a existência de Soo aqui na mesma cidade que eu. Meu único foco seria criar minha vida da maneira que deveria ser. E quem sabe até me entregar a alguma paixão. Mas a única certeza que tinha agora era que o resto de minha família nunca saberia da verdade sobre meus pais. Pois não iria fazer isso com KyungSoo. Eles nunca saberão.