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Era uma foto nossa do Natal antigo de quando Gaara era mais novo. Eu senti um peso,uma saudade inexplicável, Gaara pegou pesado comigo, ele sabia que eu ia chorar. Pego o celular no bolso e ligo para Kankuro. Eu não chorava fácil, eu estava diferente, eu parecia mais sensível e eu não era assim. Eu era forte.
Quando ele atendeu, eu sentia saudade daquela voz rouca dele :
— Tema…?
—Kan... – não consegui conter as lágrimas, eu só tive eles durante vinte e quatro anos da minha vida. Eu era muito apegada a eles
— O QUE FOI TEMA? TÁ TUDO BEM?? – disse agitado "O que foi querido?" ouvi no fundo da ligação
— Kan… desculpa, eu vi a foto que Gaara colocou no meu bolso e quis te ligar, esqueci que o fuso horário é diferente. Você tá bem? – eu disse, eu andei até a sacada onde eu e Shikamaru conversamos pela primeira vez – desculpe, eu nem sei que horas são aí. Deve estar no meio da madrugada. Eu não sei porque eu fiz, eu só fiz.
— Tema, você tá bem? – e logo ouço " Calma querida não foi nada, pode deitar aqui "
— Desculpe Kankuro, eu tô bêbada. Eu já vou desligar.
— OPA, pera aí! Temari, você cresceu bebendo comigo, você não fica bêbada fácil, isso não é desculpa. Nunca te vi bêbada. Chorando eu já vi.
— Era uma irritação no meu olho, palhaço. – ele gargalhou aquela risada que tanto sentia falta.
— Tema, que saudade de você me obrigando a tomar café dizendo que é melhor que chá. Passou uma maratona da nossa série e o Gaara não quis ver comigo, e meu amorzinho aqui, não gosta de coisas que tenham tripas para o lado de fora. Eu tive que ver sozinho, tem noção de como foi solitário? – eu ri, estava com saudade disso.
— Como tá o Pai? E o Gaara?
— Quando você foi embora ele pirou. Disse que não esperava de você. Mamãe também era assim. Sempre tinha coragem e não chorava, e sim era uma irritação. Conhecidência ? Voltando, quando eles concordaram que isso era imprudente perdoaram o casamento e cobriram o contrato com outra coisa o Daimaru não gostou. As vezes sinto um pressentimento estranho quando me lembro da expressão que ele fez quando Gaara disse que você está em Konoha. Tema fica esperta com is...
— Já aconteceu. Matsuri, esse nome de lembra alguém?
— Aaah.. Sim uma garotinha, eu lembro. Uma vez quando, o Gaara era do ginásio, eu fui buscar ele no colégio e eu vi ela. Ela olhava ele de longe. Parecia gostar dele, Gaara sabia o nome dela, mas não eram de conversar na época. O que tem ela?
— Sabia que ela era mercenária? Cara ela praticamente me salvou e eu dei um chute nela. LITERALMENTE. Irmão preciso que guarde isso só pra você. Não conta pra ninguém, se tiver no viva voz, tire. - "Amor, tira a perna aqui pra eu levantar" " Onde você vai?" " Beber água, já volto meu anjo" – Fala.
— Não se desespere. É o seguinte eu não estou mais na casa do Naruto – Ouvi ele começar a fala "Como assim" mas interrompi – ele precisa de privacidade com a namorada dele, e não posso meter ele nisso. Eu estou sendo " caçada" por "mercenários" parece um filme barato que a gente assistiria uma terça feira. Eu estou na casa de um amigo do Naruto...
— Temari, toma cuidado cara. Você tá na casa de um estranho praticamente! Você é forte, mas se cuide.
— Calma Kankuro! Ele é legal, fica tranquilo, com ele eu posso ficar porque ele sabe se defender. Só sei que fizeram a irmã da Matsuri de vítimas para obrigarem ela a tentar me pegar. Relaxa, já estou resolvendo isso. Temos uma tese em mente que seria o Daimaru não ter concordado e ter mandado gente atrás de mim. Não fala com o Gaara. Pedi a Matsuri para falar com ele. Ela vai falar quando achar que esta na hora. Eu confio nele,e outra. A Saky me disse que é boa pessoa e é amigo dela também. É minha única escolha, não posso meter Naruto nisso. Só precisava que você soubesse.
— Eu parei de ouvir quando você disse que está morando com um cara solteiro, e que aparentemente a família não mora perto e... - Ouço um barulho de porta, e a voz do Gaara.
— ESSA CONVERSA NUNCA EXISTIU, EU TE AMO IRMÃO. Não fala pra ele por favor – falo e desligo rápido. Me debruço na sacada até ouvir batido has na porta de vidro atrás de mim
— Temari, você está bem?
— Ahm, eu já estou de saída. Quantas horas? Perdão a demora, eu meio que – eu levantei e ia saindo pela porta. Ele me segurou e me abraçou. Eu queria aquilo, eu o empurrei no início mas ele me apertou mais. Eu aceitei e deitei no peito dele.
— Temari, as vezes ser forte é ter coragem de chorar e continuar seguindo em frente – falou me abraçando mais forte, apertando minha cintura o retribui e sinto que ele se encostou na parede e passou a fazer carinho no meu ombro . Aquilo me acolheu de uma forma, eu me senti aquecida. Eu não chorei alto, mas me permiti que algumas lágrimas caíssem. Ficamos ali por um tempo e ele fez carinho no meu ombro e eu deixando meus sentimentos me guiarem. Quando decidi que estava melhor, percebi que já estávamos nessa posição já fazia quase meia hora, e pareceram minutos. Ele pegou a mochila colocou nas costas e sorriu devolvi o sorri fraco, abaixando olhar. Quando desci, vi que a Hinata tinha saído e deixado um bilhete que logo estaria de volta, ela também escreveu "Use preservativos minha amiga Tema :D -H" Apenas ri de nervoso, aquela ridícula estava conspirando pela gente. Ele assuviou, chamando minha atenção, o olho e vejo que já estava na moto me esperando. Subi na moto e ele me entregou a mochila, coloquei nas costas ele colocou as luvas e o capacete. Seguro a moto por trás e ele acelera.
Comecei a olhar a paisagem, quando ela começou a andar muito rápido, encosto meu corpo no sue de leve. Enquanto olhava para as coisas que passavam, vi um templo. Eu nem me lembrava a última vez que tinha ido em um templo. Em Kaze sempre passei o Natal e ano novo em família, mas é comum as pessoas irem aos templos. As mulheres e homens usam kimono, uma coisa que sempre achei lindo, mas nunca tive oportunidade de usar. Quando chegamos em casa ele olhou pra mim de uma forma que entendi
— Também tô com fome. Você precisa comprar alguma coisa pra sua casa. Tipo comida,sabe? Você parece uma esponja, só tem água na sua geladeira.
— Pelo menos sou muito hidratado, não é mesmo? – disse rindo de lado, e eu ri – meu pai pediu para amanhã irmos na elite, ele quer te conhecer.
— A de boa– olhei para a geladeira dele e tinha um monte de paeis pregados –Esses números na sua geladeira são códigos ultra secretos da elite ou posso ligar pra qualquer um que entrega pizza aqui? – ele riu de lado
— Ligue para qualquer um aí, loira. Use meu celular.
— Obrigada Peguei um número aleatório e liguei. Quando vi que ele voltou
— Liga pra todos menos o que está em vermelh... - Era justamente o papel que estava na minha mão.
— Oi, esse número é de algum restaurante?
— Shikamaru? - a voz do outro lado diz. Ele correu e pegou o telefone da minha mão.
— Opa, desculpe foi engano. Está tudo bem, Pai –Ele me olhou. Eu fiquei confusa, ele falou mais algumas coisas e desligou.
– Seu pai tem uma pizzaria? – falo com sarcasmo.
— Esse número só use em emergência, é o número do meu pai que liga direto para a Elite. Se você ligar pra lá pelo meu telefone, vão achar que eu tô morrendo. Se você ligar do seu celular eles vão te rastrear para saber como tem o número. Da problema pra mim, o que é um saco resolver. Não falei ainda dá sua situação para o meu pai, só comentei que você existe e tá aqui.
— Mas porque então é vermelho? é chamativo – resmungo olhando para os outros
— Eu morava sozinho ate três dias, quando estava em casa só me hidratava e não tinha ninguém para confundir os papéis, mas agora já está avisada.
— Okay, vou colocar o vermelho do lado lateral então, pra eu não confundir mais – coloquei ali e peguei outro. Que logo atendeu. "Pizzaria Konoha, Boa noite!" Fiz meu pedido e desliguei. Peguei a mochila e fui para o quarto que eu iria ficar, ficava do lado do dele. O que me deixou nervosa por um momento. Entro devagar e quando acendo a luz vi uma cama uma varanda, armário e um criado mudo. Era um quarto igual o dele, só faltava o tabuleiro de Shougi. Entrei e abri o armário. Precisava passar um pano. Fui para a porta que dava na varanda que era junto com a dele. Vi Shikamaru fumando olhando para a cadeia de montanhas que tinha mais ao longe, no caso estava de costas pra mim. Não imaginava que ele fumava, já que nunca senti o cheiro de nicotina nele ou na casa. Fui andando até ele em silêncio, a última vez que fumei, foi com a vó Chiyo.
Eu não era viciada, fumava uma vez ou outra. Me aproximo dele e pego o maço de cigarro que estava apoiado na cada, ele me encara enquanto tiro um para fumar, logo estendendo o isqueiro para acender
— Não sabia que fumava. – disse soltando. Fazia tempos que não fazia isso, um cigarro normal.
— Digo o mesmo, e saiba que estou mais surpreso. Eu fumo as vezes, um mal costume que aprendi com um ex-professor de armas. E você?
— Digamos que é um mal costume da minha vó, bem, vó da vila toda e ela vendia erva. Tava eu com meus dezessete anos – ele riu, e junto com o sorriso saiu a fumaça – Tá, voltando, eu já não era inocente ligada à isso. Meus irmãos não sabem disso, mas ela me deu um alucinógeno – ele começou a gargalhar e eu também ria fraci – tá rindo do que? Não foi engraçado, eu jurava ter visto um dinossauro dentro de um fusca rosa. E o dinossauro tava me perseguindo. Eu comecei a correr em círculos e a velha ficou rindo de mim, depois foi me ajudar. Tenho medo de fuscas rosas e dinossauros até hoje. – disse brincalhona. Ficamos ali só encarando o tempo e fumando, um do lado do outro até ouvir o telefone começar a tocar. Encarei ele que me encarou de volta e riu. O telefone tocou até cair na secretária eletrônica "Uma entrega de pizza para Temari Nara, posso deixar subir?" Engasguei com a fumaça do cigarro e quase morri, e ele começou a rir e me chamou de desastrada, antes de confirmar a entrega. Logo chegou na porta e chamou
— Você vem, Temari? –apenas apaguei o cigarro no cinzeiro e entrei.
— Qual é o do Nara no final do meu nome? – Disse pegando um pedaço
— Tenho conta na pizzaria, você mora no apartamento de um Nara, é normal te confundirem. Eu que te pergunto, qual é a de três pizzas?
— Eu como uma e meia sozinha. E você, e se você não comer todo o resto, já temos almoço para amanhã. – disse sorrindo mordendo a pizza.
— Um sorriso lindo em uma mulher assustadora – Disse pegando um pedaço. - Coloca alguma coisa pra gente ver – disse apontando pra televisão
— Qualquer coisa, hm? –disse é me sentei para escolher
E foi assim que assistimos as três filmes de "O grito". Eu falei que ia no banheiro, e voltei fazendo o barulho que a mulher fazia ao andar pelo corredor e achei que Shikamaru fosse me matar. Eu ri muito e ele ficou bravo, mas não por muito tempo.
E assim foi até a noite de Natal. Ficamos juntos conversando e fazendo algo. Ele me ensinou a jogar shougi e ficamos um dia inteiro jogando, literalmente. Cada partida eram três horas depois que peguei o jeito. Quando chegou o Natal pedi ele para ir em algum templo, e ele disse que a gente ia, junto com o pessoal. Quando ele me perguntou se eu ia de kimono, me toquei que não tinha. Liguei para Ino e ela ficou muito feliz de me ajudar. Quando nos encontrarmos e conversamos muito sobre qualquer coisa era tipo:
— Olha aquele mosquito! Ele tem as patas listradas.
— Igual aquela mulher da Loka, viu a calça dela?
— Vi cara, achei da hora. Curto corte pescador. Me imagino passando com um cachorro grande uma calça daquela uma blusa na cintura e óculos, ia ser legal
— Tema, você gosta de cachorro?
— Sim, gosto de animais. Qualquer tipo. Principalmente cachorros grandes sabe?
— E gato?
— É fofo
— POR FALAR EM GATO, VOCÊ VIU AQUELA MULHER COM UMA BLUSA DE GATO? Que fofo.
— Sim, mas ela tem cara de ser aquelas que não tem vida, sabe?
— Seja direta! Aquelas tias que não depilam e não transam a um bom tempo. Ela deve ser tão gorda que se masturba com um poste. Desculpe zuar assim, leva na brincadeira
– Ué, ela poderia ser magrinha, vi tanta academia por aqui, e caminhar e de graça, o negócio é ter vontade.
— Realmente, eu gosto de usar aqueles topezinhos e roupa de ginástica.
— Por falar em "Topezinhos" o que você acha de garotos que falam top, Ino?
E assim foi a tarde toda, eu aproveitei para comprar um presente para o Shikamaru, Naruto Saky, Hina, Ino e tia Kushina. Quando chegou a noite e eu coloquei aquela Kimono de inverno me senti igual uma criança que se veste de bailarina. Me sentia A MULHER e eu adorei a sensação.
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