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História Traçando Minha Própria História (ShikaTema) - Despedida


Escrita por: PseudoIsabela

Notas do Autor


Boa Leitura! ❤

Capítulo 3 - Despedida


Meu pai não dirigiu uma palavra pra mim durante esses três dias, na verdade ele ao menos apareceu em casa nesses três dias. Ouvi seus passos uma vez durante a madrugada, mas não se repetiu.

Eu sai para andar de noite precisava pensar, precisava respirar e sentia as paredes daquela casa, nunca tão silenciosa, me sufocar cada vez mais que lembrava de que meu tempo estava esgotando e que seria no outro dia o encontro para "nos conhecermos". Andava um pouco sem rumo pelas ruas do pequeno bairro, vendo já várias luzes apagadas por já estar tarde e parei ao levar meu olhar a praça e encontrar uma pequena figura muito bem conhecida. Chiyo, ela é avó da cidade toda, quase tombada como patrimônio cultural por todos uma velha muito sem filtro que dava trabalho para alguns religiosos. 

Era doida.

Há lendas que correm atrás do nome da velha na cidade: dizem que os pais dela eram ricos e ela fugiu de casa, falam que ela era hippie quando adolescente, dizem que ela liderava protestos e revoluções; era uma jovem fora dos padrões que virou uma  velhinha fora dos padrões, vendia essências naturais e algumas ervas, e eu simplesmente sempre comprava  fumo com ela, já que era sem nenhuma merda no meio, era a única que sabia também que tinha o costume de fumar o que vendia. Ela estava lá sentad0,a em um banco olhando o céu noturno próximo ao deserto que ficava bem ao fundo de nossa cidade.

— Menina Temari, como vai? – diz olhando pra mim e sorrindo.

— Desculpa vó, não queria atrapalhar – respondo rápido ajeitando a roupa para parecer menos desolada que estava.

— Olha para minha cara de quem liga para suas desculpas. Senta aqui do lado — disse batendo as mãos no banquinho que dava uma linda visão para o deserto distante. Ela pega a seda na própria bolsa, puxando e logo algumas ervas e estende pra mim — Bole enquanto me conta o que te aflige, estou tão acostumada a ver uma Temari líder e mandona nesse condomínio que até ando estranhando não te ver circulando essa semana.

— Ah vó — falo ainda concentrando no trabalho que fazia com as mãos — meu pai me fez um casamento político — explico respirando fundo antes de lamber a seda e fechar o fumo — não suporto a ideia de não ter tido um relacionamento descente e cair nisso. E eu queria saber o que fazer, ele não me ouve, eu não faço ideia do porque ele fez isso, o quão desesperado deve estar;

— Realmente, conviver com alguém para alguém que você não gosta deve ser foda – olhei para ela e a velhinha sorriu divertida com a situação – Menina eu poderia dizer "Ouça seu coração" mas eu acabei de te pedir para bolar, acho que meu coração pode não dizer coisas com muito sentido, mas se quiser desabar eu estou aqui.

—Adoro você, vó – falo me sentindo acolhida por ela.

— Quem não adora, fala sério – fala rindo baixo. Bendito seja os leoninos (A//se falar mal de leonino nos comentários o pipote vai comer) – Como tá se sentindo?

– Agora? Eu estou sufocada — falo com a voz baixa — eu não entendo essa pressão pra decidir logo o que vai ser, a pressão de ouvir "você é uma mulher de vinte e três ano, já devia tá namorando visando noivado" ou "Depois que ficar pelancuda, homem nenhum vai te querer" — falo baixo acendendo o e levando a boca, tragando fundo e segurando no peito —isso não é a primeira proposta de casamento arranjado que aparece, em relação a filho de outras empresas tentarem algo comigo — solto a fumaça sentindo o vento fresco levá-la embora —é a primeira que ele cogita e aceita, ele sempre me protegeu disso.

— Menina, seu espírito é muito livre pra se contentar com algo assim — fala olhando pra mim com um sorriso —  você sempre foi diferente das pessoas daqui, sempre quis mais, saber mais, ir mais longe. Não é atoa que não é tão próxima dos jovens daqui — diz me puxando para perto e acabo deitando no ombro ossudo da velhinha miúda — sabe, Temari, eu tinha um espírito aventureiro. Era como você apenas que dez centímetros mais baixa — fala em meio um sorriso, e passa a fazer carinho na minha cabeça — Sua mãe era assim, mas você não deve se lembrar. Seu pai não deve falar muito sobre ela — fala enquanto continuava ouvindo ela e fumando — ele a amava muito, ela era intensa, mas não era como você em atitudes, nisso você é como o seu pai.  

''Sua avó, que Kami a tenha, passava aperto e eu ria tanto, as vezes encobrindo alguma coisa. Era pouco mais velha que ele na época mas me lembro dela falando que ele a deixaria louca. Você puxou isso dele, sua teimosia e vontade de viver, ele era brilhante e sua mãe intensa, os dois juntos era algo que valia a pena ser admirado, mas nem tudo eram rosas. Quando eles brigavam era algo sempre muito — abre a boca e fecha, a encaro com um olhar de "conte mais" —  Eu não sei explicar, só sei que, seu pai era louco por ela e vice-versa. E que facilmente colocariam uma cidade em chamar juntos''

— Então por quê? Por que ele está fazendo isso comigo? – falo com a voz embargada por querer sentir esse amor também, querer viver isso.

— Seu pai não anda bem, nunca foi o mesmo depois que ela se foi. E suas expressões lembram ela, você é um equilíbrio perfeito dos dois — diz levando as mãos frias contra as bochechas que se esquentavam querendo chorar — Talvez ele tenha medo do que pode acontecer com você

— O que pode acontecer comigo?— falo exasperada levantando a cabeça do ombro dela e a encarando nos olhos.

— Não sei, mas tem algo perturbando ele. É tanta poeira no ar que não consigo entender. O que digo que você poderia viajar, sair daqui por um tempo

—Fugir?— digo. A velhinha olha para mim com um sorriso

— Pode se dizer assim também—  fala brincalhona, mas seu sorriso diminui quando me encara — Olha menina é uma boa solução, já usei uma vez. Meu pai disse que eu precisava servir para algo na família e me fez um casamento arranjado. Eu fugi no dia do casamento e para onde eu fui, foi onde eu conheci meu falecido marido — explica respirando fundo.

— Eu tenho minhas responsabilidades —

— As vezes, a única coisa que você precisa é de um minuto de coragem insana, para você poder tomar seus caminhos. Embarque nessa aventura. Finge que é uma piscina, não coloque só o pé para ver se a água está boa ou não, se jogue de corpo e alma, se jogue por completo. Temari, você é profunda de mais para essa gente tão rasa, não tenha medo, você é forte, você é como sua mãe —diz com as mãos em meu rosto e o que antes era apenas uma ardência de vontade de chorar, veio como um soco e só me dei conta quando ela me abraçou e passou a fazer carinho na minha cabeça.

Ela era como uma mãe pra mim, a única presença feminina da minha vida, ela sabia coisas que eu não me sentia bem em falar para meu pai como meu primeiro beijo, ou quando cheguei chorando dizendo que estava morrendo e ela me explicou que eu tinha menstruado. Ela fazia isso, fazia em me sentir acolhida.

— Você não vai fugir, você foge se sai com a consciência de não voltar, e você vai. Eu voltei, uma hora a gente precisa encarar a situação, mas você não é obrigada a lidar com algumas coisas, você pode escolher essa — diz me abraçando. Ficamos assim até eu sentir o celular tremer, o peguei e vi minha foto com Sakura no fundo. Chiyo sorri

— Olha, menina Rosa! Quanto tempo eu não a vejo. Fiquei sabendo que ela tá noiva. Dê os parabéns a ela por mim — fala se afastando e passando as mãos em meu rosto pra tirar minhas lágrimas — Eu preciso ir para casa — fala enquanto passa a mão em meus cabelos, os ajeitando

—Obrigada vó, por cuidar de mim – Sussurrei em seu ouvido – se você acordar e descobrir que eu fugi, a polícia vai bater na sua casa – falo e ela me dá um sorriso terno.

— Então servirei chá, a eles — fala com malícia me fazendo rir — Vou te orgulho de qualquer atitude que levar. Tenha certeza disso – Deu um beijo na minha testa. Voltei a realidade quando o celular começou a tocar de novo, mas dessa vez era um lembrete que tinha colocado, me avisando os horários dos remédios de Gaara. Eu continuei ali mais um pouco até me sentir que uma onda de calmaria vir e me fazer parar de tremer pela ansiedade que estava sentindo, e então voltei pelo mesmo caminho que vim.

 De longe a casa estava apenas com as luzes do quarto de Gaara acesas. Abro a porta e procuro algo, encontrando meu pai no sofá, olhando para lareira.

— Tente fazer certo — ouvi aquilo incrédula, eu não estava acreditando que ele estava falando aquilo.

— Tente você fazer o certo — falo baixo e só me dei conta do que falei depois — você me coloca nessa situação e vem me falar isso? Você está sendo um egoísta e hipócrita. Você acende um incenso para mamãe e fala que está cuidando de nós, mas você por acaso se lembra do último Natal que passamos em família? — falo sentindo minha mente rodar e querer vomitar toda informação na cabeça dele — Porra pai, quem você acha que é? Antes eu tinha respeito por você pelo fato de ser meu pai, mas creio que você prefere o cargo de diretor executivo, não é mesmo? — Falei ríspida e me dei conta de que tinha xingado, desacatei meu pai e para variar falei coisas que normalmente não falaria — não quer ser decepcionado? Pensasse nisso antes.

Um silêncio ficou entre nós, eu sai subindo as escadas em direção ao quarto de Gaara, que estava mexendo no computador, com fone e todos os deuses abençoaram para que ele não tivesse ouvido.

— Oi, Tema — fala tirando o fone e me encarando, estava com os olhos vermelhos por estar chapada e por ter chorado — O pai tá lá em baixo? — continua se levantando do computador– você chorou? Seu olho está vermelho.

— Um pouco, eu estava conversando com a Choya e sim ele está lá em baixo — Logo o vejo levantar rapidamente da cadeira e sair rápido em direção as escadas. Respiro prendendo a respiração, mas um minuto depois ele volta com uma cara decepcionada

—Ele já foi — fala derrotado. Ele deu uma volta em mim e logo se sentou na cadeira de novo, colocando o pé em cima e mordendo a beirada do dedo. Ele tinha feito algo – Irmã, eu achei seu passaporte, na verdade estava no escritório do pai. Eu comprei passagens para você ir para Konoha, só por precaução, tá?— Olhei com uma cara de morte para meu irmão, que sorria para mim — sabe pensei muito, eu liguei para o meu contato de Konoha e ele disse que você se ajeita lá sabe? É uma cidade boa em desenvolvimento e ele tem uma ótima condição. Digamos, ele é meu melhor amigo e o sonho dele é o mesmo que o meu. Ou seja, herdar o comércio da família. Ele é gente boa e mente aberta. Você não vai conhecer alguém mais carismático que ele.

Ele falou isso, eu ainda não estava raciocinando muito bem, só voltei quando ele parou de falar e voltou a morder o dedão:

— É o único jeito, não é? — falo com desânimo e o e ele me devolve o mesmo com o olhar.

— A única saída confortável para todos nós, não quero mesmo pensar na possibilidade de você sair com ele — fala baixo e com a voz fraca.

— Eu sei me cuidar — 

— É esse o problema, não posso te buscar em uma delegacia por homicídio — responde me fazendo rir fraco

— Obrigada, irmão — murmuro pensando em tudo o que estava acontecendo — Eu voltaria logo, não é?

— São só alguns meses – ele levantou da cadeira do computador, foi até frigobar servindo três copos de wiskhy com gelo, uma garrafa e se sentou no chão. na estante pegou whisky, sentou no chão me deixando confusa pela quantidade, mas não deu nem tempo de perguntar, Kankuro chegou na porta, viu o copo e se sentou, logo Gaara nos serve e nos acomodamos nas almofadas do chão. Ri sozinha e me virei, vendo o console ligado em um jogo qualquer — E então, como vamos fazer? — Kan disse apontando para mim é para as passagens em cima da mesinha do Gaara.

– As passagens são para hoje de manhã, já passou de meia-noite, temos mais ou menos sete horas.

— Primeiramente, se eu não dormi, é amanhã. E Segunda coisa, a Temari concordou com isso? – Percebi o silêncio, então entendi que me perguntaram isso. Pego a manete respirando fundo e começo a mexer no jogo que já passava para distrair a cabeça

— Kan, você sabe o que eu penso. Eu não quero deixar vocês — falo baixo — Se você pedir pra eu ficar, eu fico.

— Temari, para de pensar na gente por um momento e pensa em você. Você que vai ser obrigada a dormir na mesma cama que o cara, a beijar ele é transar com ele, não a gente. Foca em você. O que você quer?

— Eu queria sumir — disse sem me dar conta do que saia da minha boca. Eu ainda estava sobre o efeito, estava extasiada.

— Só por alguns meses, okay? — Gaara reforça olhando para a passagem me fazendo concordar devagar.

— Só alguns meses — repito pra mim mesma respirando fundo. Ficamos deitados ali, conversando mais um pouco sobre como seria, ele me apresentou por fotos e uma ligação ao amigo dele como seria e afins. Saí de lá e fui até meu quarto para fazer uma mala, sem saber o quanto levaria, o que levaria. Fiquei horas fazendo isso, e quando finalmente terminei cochilei pouco tempo antes de clarear.

Acordei e fiz os últimos ajustes na casa, fui no dojo e quando deu umas dez da manhã disfarçadamente Gaara colocou minhas malas no carro. Eu dei a última olhada para aquela casa e aquelas pessoas e acendi o último incenso para minha mãe e rezei para que me perdoasse. Não me despedi do meu pai, o que me fazia sentir um peso no peito. 

Deixei um bilhete para ele e fui para o aeroporto, onde Kankuro resolvia as últimas pendências em relação a minha ida. Na hora de ir para o embarque, ele veio e me deu um marionete de chaveiro, uma miniatura minha dele e do Gaara. Me fazendo querer transbordar e cancelar tudo

— Minha Kaguya do céu, eu vivi para ver a Temari chorando — meu irmão fala também com a voz embargada e os olhos cheios de lágrimas.

— É suor seu palhaço, não tá sentindo o clima quente? — nesse mesmo momento um vento frio de inverno passou entre nós e me fez arrepiar.

— Realmente, acho que as condições climáticas daqui estão diferentes — diz com um sorriso vitoriosos.

—Tema - diz uma voz meio chorosa. Saibam, como é difícil ouvir a voz chorosa de um irmão de vinte e dois anos. Ele me abraçou e colocou algo no meu bolso. Olhou para mim e me deu um beijo no alto da cabeça. Sabia que sentiria muita falta dele. Mas era necessário eu ir.

Olhei para eles uma última vez acenei e entrei no avião. Nunca senti um peso tão grande em meu peito, como se algo me cortasse por dentro.

Assim que o avião sobe na altura das nuvens, encaro aquele sol e aquelas cores sentindo meu corpo revirar em ansiedade e tristeza. Para trás a areia e o deserto sofriam uma transição para área com mais verde. Me entrego ao cansaço naquela viagem, dormindo um sono sem sonho.

 


Notas Finais


GENTE ENTENDA! DATTEBAYO para nós é :Tá ligado? Nois irmão, como assim mano. DATTEBAYO não é uma palavra, ou seja, é ridículo gente que fala ex: "Ele disse o que dettebayo!"
O certo seria "Cara que que ele disse (uma gíria aqui tipo) mano, velhoo, caraa"




CONTINUA....


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