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História Tracker - Childhood


Escrita por: Anadgc

Notas do Autor


Salut meus mozões <3
Voltei! Um pouco atrasa mas isso tem sempre uma explicação, e acho que todos sabem qual. Se não, só precisam de decorar esta palvra: E-S-C-O-L-A.
Prontos, agora que já sabem o motivo do meu atraso, deixando de enrolação e...BORA PARA O CAPÍTULO!

Capítulo 10 - Childhood


Fanfic / Fanfiction Tracker - Childhood

Vi-os a desaparecer de mão dada pelo corredor fora, como se fossem um casal que acabara de sair de um motel. Os meus olhos seguiam com precisão os movimentos daqueles dois. As mãos dadas. Foi como se voltasse aos anos sessenta e visualizasse uma cena romântica de filmes a preto e branco que passavam ao meio dia nos dias de inverno. Sentia que, de certa forma, eu fosse um incomodo para a relação dos dois. Parece que o que ele quer é seguir um destino diferente, longe do meu. Talvez paralelo ao meu?Um destino que não tenha o meu nome. Mas, é comigo que eu quero que ele fique. A personagem principal merece um final feliz, certo? Ou será que eu estou destinada a ter um final triste?

Eu só queria puder abraçá-lo. Senti-lo como se nunca tivesse sentido nada igual. Bastava segundos para me fazer derreter completamente pelo seu contagiante sorriso. Mas, acontece que no decorrer dos tempos, tudo mudou. Ele está com alguém que é importante para ele agora, mesmo que essa pessoa seja alguém passageiro,o que só demonstra que ele não está nem aí para os meus sentimentos. O que me magoa profundamente. Magoa mais que qualquer palavra indiferente que ele me diga.
O olhar de esguelha e indiferença dele quando me olha...É horrível! Sinto-me como se ele me visse como qualquer outra pessoa que ele apenas desprezava por ser tão chata e afastada. É como se o mundo dele se rodeasse à volta de Briana e exclui-se tudo o resto, exclui-se me a mim. E da maneira que ele disse aquilo... "Tanto faz. Se não podemos transar aqui vamos para outro lugar muito melhor. Vem, Briana". Estas foram palavras de indiferença. Parece até que eu sou um empacho para eles, e sinto-me mal por isso. Não por ser um despacho mas por ser uma pessoa distante dos seus sentimentos.

 

:: Dia seguinte - 10:00

 

Havia passado a noite acordada. A minha cabeça pesava e latejava de pensamentos, na maioria, desnecessários. Estava confusa do quão confusa estava! Os olhos também pesavam, a maior parte do tempo estavam fechados para evitar que lágrimas saíssem dos mesmos. Não sabia o que se passava comigo. Os meus pensamentos eram demasiado inconvenientes. Não conseguia passar nem um segundo sem a visão das mãos daquele casal a desaparecerem pelo corredor. Tudo isto me incomoda demais. Eu só queria um pouco de felicidade! Seria pedir muito?

 

~ 12:00h ~

 

"Porque o mundo é tão injusto?"

Bem, eu até percebo...Ninguém merece ser feliz sem ter passado por pelo menos a porta do inferno. Contando com o azar e desgostos que tenho na vida, eu já deveria ser a pessoa mais feliz do mundo e estar é nas portas do paraíso!

A linha dos meus pensamentos foi cortada com uma mão a abanar bem em frente à minha cara.

- Alô? Rosei? Estás vivia? - a doce voz de Maise acordou-me para o real mundo.

Levantei a cabeça que anteriormente estava apoiada pelo meu braço. Estreitei os olhos e limpei a garganta.

- Então? No que estavas tu a pensar? - ela perguntou com uma cara de ligeira preocupação junta com curiosidade. - É que tu perdes-te facilmente nos teus pensamentos.

- É...Eu sou bem assim. De uma hora para a outra eu digo "adeus" para a Terra e vou dar um passeio pela minha mente. Na maior parte das vezes assusto-me com a confusão que lá vai. - digo, olhando para as minhas mãos com um leve sorriso no rosto após proferir aquelas palavras. Visto bem, até era cómico falar assim de mim própria.

- Pois é, Rosei. Mas não vagueies muito nesse teu pensamento porque algum dia vais perder-te nesse mundo e não enfrentarás a realidade como realmente ela é. Irás sofrer muito mais se tentares fugir do teu real mundo! - ela reforçou o "real" para que eu entendesse intencionalmente de que vaguear na mente não era lá muito bom, pelo menos, para o meu caso.

- Suspirei e movi-me na cadeira - É, eu sei. Mas, de vez em quando nem eu tenho o controle de parar de pensar demais. Sou assim desde pequena e acho que já não tem reviravolta.

Pode parecer demasiado subjetivo mas as coisas realmente funcionam assim, pelo menos no meu ponto de vista. Gosto de ter ligação com o meu mundo e com o mundo real. Às vezes, ponho-me em diferentes personalidades. Consigo transformar-me noutra pessoa facilmente, mas acho que isso é algo um pouco mau, parece que estou tentando esconder o meu verdadeiro <eu> por detrás de outras personalidades.

Vagueio pelo meu mundo, pensando por que o real não é igual. Era tudo muito mais fácil se todos se respeitassem...Se amassem! Mas, nem mesmo eu consigo fazer isso. Reparem que já tive ideias de matar aquela tal de Briana. Ai, só de ouvir o seu nome, já os meus olhos soltam lampejos de tanta raiva.

 - Achas mesmo que não precisas de ir a nenhum psicólogo? - ela perguntou, com um pouco de preocupação na sua fina e suave voz.

- Sorri, tristemente. - Não. Eu estou bem. Eu já disse que faço isto desde pequena então, um psicólogo não iria fazer nada a não ser incorporar-me na cabeça de que realmente sou considerada como uma pessoa mentalmente instável. - falei, ainda sorrindo levemente. Cheguei a sentir pena de mim própria.

Maize sorriu também fracamente, pressionando os seus lábios e colocando a sua mão direita no meu ombro também direito. Na hora, eu levantei a cabeça e olhei em seus olhos que me transmitiam miseração. Eu odeio quando vejo as outras pessoas com pena de mim. Sinto que isso me torna um ser mais fraco do que o ainda sou.

Enfim, eu fechei-me um pouco de todos depois de almoçar. Fui para a biblioteca, coloquei os fones nos ouvidos, peguei o livro mais antigo - com páginas todas rasgadas e até amarelas - sentei-me no sofá verde junto de janela aberta e comecei a ler tranquilmente ao som de uma melodia pariforme. Passei uns quinze minutos a ler quando uma sombra esvoaçou na minha frente, chamando a minha atenção. Levantei a cabeça e retirei os fones dos ouvidos para conseguir ouvir algo. Olhei em volta e a única pessoa que vi foi a bibliotecária no seu devido balcão, conversando alegremente ao telemóvel. Lembrei-me de que a esta hora, ninguém costuma aparecer aqui.

Sem eu contar, uma cabeça se ergue bem à frente da mesa e logo o meu coração falhou um batimento.

- Stan! - gritei, de susto e surpresa, colocando a mão no peito - Quase me matas de susto idiota! - resmunguei, com um pequeno sorriso.

- Epa! Sério?! Desculpa, não queria assustar-te... Ou queria... - ele falou entre pequenos risos e olhares travessos.

- Ai seu idiota...Tu ainda gozas com a situação! Mas não aprendes mesmo. - proferi, com um sorriso garrido na boca.

Fechei o livro, marcando a página com o dedo e bati a sua capa frontal levemente na cabeça de Stan.

- Au! - ele gritou fingido, pondo a sua mão em cima da cabeça, esfregando a mesma pelo cabelo.

- Bem feita! É para aprenderes a não assustares a tua "irmã"! - disse, num tom brincalhão.

Stan parou de friccionar a cabeça e sentou-se à minha frente. Abaixou a cabeça em direção à capa do livro com curiosidade.

- O que estás a ler?

- Ham... - olhei para olhar a capa - Bem, nem eu sei. Achei este livro aleatoriamente na última prateleira. Parece ser dos mais ou o mais antigo. Quer dizer...Olha para estas páginas! - verguei o livro nas minhas mãos para que Stan pudesse ver o estado lastimável das páginas velhas do pobre livro.

- Sabes, às vezes os livros mais antigos guardam mais segredos e história. Falo por mim, claro.

- Eu sei mas...Acho que não tem interesse para ninguém ler estes livros tão velhos, certos? - perguntei, talvez para mim própria, mas Stan ouviu.

- Então por que o lês? - Stan colocou essa questão no ar.

Certo, se não tem interesse porque o leio? Porque peguei logo neste velho livro? Talvez por que me chamou a atenção o formato de capa vermelha escura, com as esquinas meias arredondadas devido ao tempo que estava exposto aos alunos; talvez tenha sido porque causa da cor diferente das páginas ou simplesmente porque assim o destino quis.
Como respota à questão feita por Stan simplesmente dei de ombros e continuei a leitura, enquanto Stan de levantou e inclinou-se na janela aberta.

 

Stan´s POV

 

Sentia o vento a bater-me nas bochechas. Estava pouca aragem mas mesmo assim serviu para bagunçar o cabelo que estava de fora da janela. Voltei-me para dentro e olhei para Rosei, que lia atentamente o livro.

Podia estar a ser ingénuo mas acho que ela não merece o jeito de como a tratam, pelo menos, de como <ele> a trata. Eu simplesmente não entendo como ela consegue sentir o mínimo sentimento por aquele homem que não lhe ama de volta. É cruel pensar nisto, mas ela tem que abrir os olhos! Tem que enxergar a realidade! Ela precisa de ser feliz!

Trato-a como irmã, e ela até me chama de irmão mas, sinceramente, isso começa a suar estranho para mim. Parece que o meu âmago se fecha quando ela me olha como um irmão. Sim, eu a apoiarei em todos os momentos. Ela pode fazer muitas asneiras nesta vida mas eu nunca vou deixar de ser o seu ombro. Garanto-lhe e garanto-me que nunca a vou deixar, independentemente das suas escolhas.

 

:: 15/11/2016

 

Rosei´s POV

 

Passaram-se uma semana depois daquele terrível ocorrido. Claro que me refiro ao do incidente causado por Briana e Bram que não tiveram vergonha alguma de quase se comerem literalmente em frente a mim.

Nestes últimos dias os meus pensamentos têm estado um nó de confusão tremenda que nem eu sei explicar o que se passa. Tenho sentido naúseas e dores fortes perto dos olhos, pareciam pontadas. Pensei em seriamente no que Maize me propôs, num psicólogo. Falei até com a minha avô sobre isso e ela simplesmente disse: "Faz aquilo que te favorece agora, e que te ajudará no futuro". Claro que eu revirei os olhos e ignorei a frase filósofa, mas agora que penso...Até faz sentido. Ela preocupa-se com o meu futuro. Antes, eu achava que ela não se preocupava com o que eu sentia mas agora que interioriso. As suas palavras têm realmente um fundo de lógica. Para ser alguém no futuro, eu tenho que fazer o hoje ser algo benéfico e rentável. Não devo ligar tanto para os meus sentimentos, eles enganam-me e cegam-me. Eles privam-me de ser feliz.

Tive uma conversa com Stan no último final-de-semana quando ele me convidara para sairmos e darmos um passeio pela praia e comer um gelado por volta das três horas da tarde.

Desabafei com ele o que sentia. Contei tantas mínucias que acabei desmorenando em lágrimas e o seu ombro serviu de repouso para a minha cabeça que pesava naquele momento. A sua mão fazia leves afagos na minha nuca, o que me tranquilizava bastante. Desabafei tanta coisa que nem me lembro de metade. Acho que foi a primeira vez que chorei em frente a Stan. Não...estou mentindo...A primeira vez foi quando ele me roubara um bombom de chocolate e eu comecei a chorar desconsoladamente enquanto segurava um ursinho de pelúcia com uma mão. Logo ele correu até mim, abraçou-me, limpou as lágrimas dos meus olhos, e comeu o chocolate bem na minha frente. Escusado será dizer que fiquem sem reação. Ele segurou o meu rosto com as suas mãos e disse: "Sê forte. As meninas não podem chorar porque ficam feias, e não chores por coisas ridículas". Claro que tudo isto aconteceu bem lá atrás no passado, quando éramos pequenos. Foi desde esse momento que nos tornámos os melhores amigos. Inseparáveis.

Passei uma tarde com ele. Desabafando e desabafando. Ele não me disse nada, somente deu o seu ombro e fez carinho na minha nuca. Era mesmo aquilo que eu precisava. Jogar tudo no ar sem ouvir julgamentos ou argumentos. Era ele que eu precisava naquele momento e sinto-me um ser desprezível quando penso que é sempre a ele que vou parar quando preciso de algo. Sinto como se tivesse em dívida para com ele. E para pagar essa dívida, eu abracei-o no momento em que acabara de desembuchar  tudo. Abracei-o com força e, para minha surpresa, ele também me envolveu em seus calorosos braços.

Com ele por perto, envolvida no seu abraço, encostada a seu peitoral., senti-me protegida, envolvida por muralhas que não deixavam que mal algum me tocasse. Senti como se realmente houvesse sim, um propósito para viver.

 


Notas Finais


E então, o que acharam?
Ficou um pouco mais comprido e explicitado do que os anteriores (orgulhinho veio à tona).
Aviso que posto o próximo daqui a duas semanas pois tenho compromissos inadiáveis para a próxima semana (3 para ser precisa).
Bem, espero que tenham gostado e não se esqueçam de dar a vossa opinião.
Beijos doces <3


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