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História Traga-me para a vida (HIATUS) - Capítulo 12 - O despertar


Escrita por: AlimacSeug

Notas do Autor


Povoooo, seus lindoooos! <3 <3
Desculpem a demora horrenda, faltando dois dias para completar um mês, perdão... fevereiro foi/está sendo um inferno em minha vida, só digo isso. Se teve 5 dias livres de coisas para entregar na faculdade, foi muito. Mas enfim, após dia 13 acho que já estarei de férias e conforme a inspiração bater, mas tentarei postar mais assiduamente como fazia antes, ok?
Gente, eu coloquei uma meta de que nesse capítulo a fic teria que passar de 30,000 palavras e vejam bem, meta alcançado com sucesso. o/ rsrsrs
Tenho que agradecer aos novos favoritos, aos comentários e agradecer principalmente por não desistirem de mim. Vocês não imaginam o quanto me fazem feliz! <3
Não falarei muito, boa leitura! ;* ;*
Ps: Beijos a linda da Nathy que aguentou meu drama de quem não conseguia fazer o pré-projeto! Obg amada! <3

Capítulo 13 - Capítulo 12 - O despertar


Capítulo 12 – O despertar

Por: AlimacSeug

 

Seus passos destrambelhados apenas expressavam tudo o que sentia naquele momento. Não sabia ao certo o que tudo aquilo representava para si, mas desejava com todas as suas forças que tudo permanecesse daquela forma, que mesmo no frio, tudo estivesse quente e alegre como naquele dia. Ansiava que isso acontecesse todos os dias. Diferentemente de outras vezes, ainda que tudo fosse muito grande, não se sentia assustada. Na verdade, jamais poderia se sentir assim quando havia os dois ali, na sua frente, sorrindo para ela, a conduzindo, brincando e principalmente, a amando. Sim, havia algo ali, naquele momento, naqueles gestos, com aquelas pessoas que tornava tudo para ela, especial. Estava quente por dentro, tão completa que assim como os mais velhos, apenas sorria, pois era a única forma que tinha para extravasar tudo que continha em seu pequeno corpo. Pela primeira vez, não temia nada, estava forte, estava fazendo parte de algo que não tinha a dimensão do que se tratava, porém, que sabia ser maravilhoso. Fechou os olhos e pediu internamente que aquela sensação fosse eterna. Queria que sempre houvesse aquelas mãos para a conduzir, precisava se sentir segura daquela forma e acima de tudo, ter atenção, ser importante.

- Venha cá, Hina-chan! – a mulher a chamava sorridente, para que pudesse a pegar no colo e a rodopiar, como sabia que sua menininha gostava que fizessem. Riam juntas todas as vezes que faziam tal coisa e depois se abraçavam com toda a força que tinham. – Temos algo muito bom para lhe contar... – disse, se aproximando do marido, que passou os braços na cintura de sua esposa, a abraçando carinhosamente. Ambos sorriam para a criança a sua frente, animados não apenas pela maravilhosa novidade que tinham para compartilhar e verem sua pequena com os olhos ainda mais brilhantes devido a curiosidade, só fazia com que sorrissem ainda mais. – Querida, lembra que você sempre desejou ter mais alguém para te fazer companhia? Pois bem, aqui... – passou a mão carinhosamente em sua barriga – b-bem, eu estou grávida... você terá alguém para brincar! – estava animada por enfim estar compartilhando isto com sua pequena, sabia que deveria ter compartilhado antes, mas ainda assim, temia qualquer reação negativa, e agora que notava que esta definitivamente não viria, suspirou profundamente, tanto por alívio como por decepção em não ter contado antes, já tinha 3 meses, e sua barriga não estava exatamente grande...

- Sei que por muitas vezes, as deixo sozinhas em casa, estou em falta com vocês duas, principalmente com você minha pequena, mas agora, nossa família irá crescer, seremos quatro e não quero passar tanto tempo afastado assim... – falou, trazendo a menina para perto deles, vendo-a sorrir cada vez mais. – Eu prometo, Hina-cha, que farei diferente a partir de agora. Quero que sejamos mais unidos, quero participar mais da sua vida, pequena... – a fala carinhosa apenas fez com que a garotinha derramasse lágrimas, realmente não poderia desejar um momento melhor do que aquele, se quer que este existia... foi abraçado por ambos os adultos, que se emocionavam ao ver a pequena Hyuuga daquela forma. Tinham consciência de que ela se sentia sozinha, contudo, não tinham dimensão do quanto e ao verem aquela reação, sentiram dor no coração, não estavam cuidando do que tinham de mais precioso para eles, entretanto, reconhecer o erra era o primeiro passo, certo? E ali estavam eles, principalmente o mais velho, disposto a corrigir suas falhas e fazer acontecer o que anteriormente tinha prometido a sua amada. Seriam, a partir de agora uma família feliz, faria de tudo para que dessa vez, fosse diferente. Estaria presente, conforme as duas precisavam. Pela sua mulher, que agora carregava mais um ser em formação e sua primogênita, que precisava demonstrar maior preocupação e amor. Beijou a testa da pequena e depois selou seus lábios no da mulher, de forma carinhosa.

- J-já tem nome...? – Perguntou um pouco envergonhada diante daquele momento que tinha presenciado.

- Não sabemos ainda o sexo do bebê, mas como tenho para mim a total certeza de que será uma menina, pensamos em dar o nome de Hanabi. É um belo nome, não? – Perguntou, passando a mão nos cabelos de sua menina, que apenas assentiu, extremamente feliz com aquela notícia.

Sim, definitivamente todos os seus dias poderiam ser como aquele. Com seus pais, brincando livremente, vendo que estes estavam ali para ela, brincando na neve, cheio de risadas, tudo tão alegre que tornava até mesmo aquele dia de intenso frio, quente, e através daquela imensidão branca, enxergava cores. As coisas a partir de agora seriam melhores, não é mesmo?

 

 

(...)

 

 

Toda aquela neve era um tanto quanto nostálgica para si. Realmente amava aquele tempo, tudo era mais silencioso e poder observar através da janela que praticamente toda a extensão até onde conseguia enxergar estava pigmentada da cor branca chegava a ser poético, não conseguindo deixar de sorrir internamente por achar isso. Às vezes, sentia-se estranha por achar tal coisa quando para muitos, era apenas mais um dia e – que para muitos – carregava o adjetivo de ser triste. Bom, ela realmente poderia estar na lista deste muitos que pensavam assim e, no entanto, discordava de tal afirmação. Para ela, um dia como aquele, de um frio tão intenso acompanhado de neve, representava a possibilidade de mudança, e era disto que precisava naquele momento. Apenas mais um passo para que pudesse, enfim, sair da escuridão onde por muito tempo se encontrou. Não sabia muito bem dizer como tinha chegado ali, e como se sentia infinitamente mais leve, entretanto, sabia que isso se dava em muito, pelo apoio que tinha recebido desde o insight que tinha tido naquela fatídica noite. Havia a sua querida madrasta, Kurenai, que sempre demonstrava preocupação e afeto, ainda que mantinha-se um tanto afastada da mais velha. Não fazia por mal, este era apenas o seu modo de defesa, sentia medo acima de tudo. Tudo poderia vir a desabar novamente, a vida era instável e acima de tudo, efêmera. Apenas não queria que tudo, mais uma vez, escorresse por entre seus dedos, tão repentinamente que mal poderia assimilar o que ocorria consigo. Fatores externos que independiam de seus anseios e que existiam somente para atrapalhá-la. Por muito tempo, era assim que via as coisas. Impotência. Tristeza. Desesperança. Três adjetivos que permitiu que permeasse por todo o seu ser e exatamente por isso, sentia-se fraca, cedia tão facilmente... será mesmo que poderia se livrar tão repentinamente de algo que a acompanha desde sempre? Aquilo poderia ser ela, em sua real forma, uma figura raquítica, que rastejava em busca de migalhas; migalhas de felicidade, carinho, atenção, de vida... fragmentos de um sonho interrompido, que por um breve momento, fora a sua realidade, tão breve, que voltou a ser um sonho, tão distante, que se tornou sua utopia particular e muito provavelmente, a maior de todas elas...

Para além de sua madrasta, havia seu pai, a figura que sempre esteve presente em sua realidade, mas não em sua vida. Mesmo perto, sempre esteve tão distante que em um dado momento de sua vida – o qual ela não se lembrava como e nem quando – simplesmente desistiu de tentar alcançá-lo ou de tentar se fazer notável. Tinha aceitado sua condição de insuficiente, pois somente isto explicaria a sombra que permeava a relação que existia entre os dois. Na verdade, se questionava se aquilo realmente poderia ser chamado de uma relação. Nos breves momentos que tinham um com o outro, não eram agradáveis e a jovem sentia-se tão pressionada a ser o melhor que podia que por muitas vezes, esquecia até mesmo de respirar livremente. Jamais importaria se estavam lado a lado, a sensação era a de que entre eles, haviam quilômetros os separando, onde um era bom e o outro não. Acreditava realmente que era uma péssima filha. Vivia numa excelente casa, com todo o conforto que lhe era possível, todos os objetos que lhe eram de desejo e ainda assim, se sentia no direito de reclamar e de pensar para si, que não era uma pessoa feliz. Pois bem, o que era todo aquele poder material quando a única coisa pela qual ansiava era com a promessa que seu pai havia lhe feito quando tinha 6 anos. Ele seria mais presente em sua a vida assim como sabia que ela precisava, e realmente o fez pelos meses seguintes, até que tudo, sem aparente motivo, veio a ruir, mudando toda a estrutura familiar, existindo apenas ela naquela casa, já que agora, seu pai não passava muito tempo ali, viajava sempre que possível a negócios e assim, fez com que a empresa Hyuuga cada vez mais se tornasse reconhecida, não apenas em Konoha, mas como por todo o Japão. Deveria se orgulhar de seu pai, não? Mas então, por que simplesmente não conseguia o fazer? Sempre que via algo sobre seu progenitor no jornal, algumas lágrimas teimavam em escorrer por seu rosto. Fora assim por todo o tempo, já tinha se acostumado com esta realidade, esta era a sua vida, isto era o que ela tinha aceitado ser: mínimos fragmentos que sonhos irreais, ou de possibilidades impossíveis para alguém fraco, indigno, como julgara ser, e desta forma, foi cada vez mais se fechando em si mesma, aceitando seu triste destino, sendo preparada, para que talvez, um dia seguisse os passos de seu pai. Não que ele exigia isto e nem que ela tivesse interesse em, mas precisaria, não? Desta forma, foi escorregando cada vez mais para dentro de si, reconfortando-se em seus medos e aflições, tornando estes o escudo dela contra as ameaças externas que uma vida traria para si, pois percebera isto desde muito jovem.

Sentada ali, diante dele, percebia o quanto havia mudado em tão pouco tempo. Acreditava estar em dívida com ele, e como pagamento, estaria realizando o que ambos desejavam: dando o último passo significativo para o início de uma verdadeira mudança. Finalmente acreditava estar pronta para realizar tal processo, encarar a realidade como realmente era, sem se deixar levar por temores a respeito do futuro. Estava confiante, jamais poderia duvidar de tal sensação e agradecia internamente ao loiro por acreditar verdadeiramente nela e a partir disto, ver que antes de tudo, quem deveria acreditar, era ela, e bem, ali estava a jovem, o fazendo com todas as suas forças, respirando fundo, sem saber por onde exatamente começar. Desde o dia do incidente, não tinham conversado muito conforme o habitual e pôde notar que seu mais sempre vinha falar consigo. Talvez, ali no fundo, por trás de toda aquele aspecto frio e distância que ele tinha dela, ainda havia um fundo de preocupação, o que de certa forma, a aquecia por dentro. Afinal, ela apenas desejava ser amada. Estranhamente, apenas Kurenai tinha questionado a respeito da presença do psicólogo na casa, enquanto seu pai, sempre que ela tentava dar alguma explicação para que ele não entendesse de forma errada ou criasse suposições irreais, desviava do assunto, o que de certa forma, a deixava curiosa a respeito daquela reação. Era como se contradizer, as vezes demonstrando se importar e em outros momentos, ele já não se importava mais e, contudo, não permitiu que isso a abalasse. A única coisa que conseguia tal feito, era a nítida lembrança de que por um momento, em sua cama, naquele momento em que estavam apenas ela e loiro, por um breve momento, sentiu que seria beijada por este e bem, ela desejou isto com todas as forças que possuía em seu ser e torceu para que não aparentasse o nervosismo que a assolava interiormente. Tinha mais uma vontade que a cada dia, se fazia mais nítida: a de pertencer ao Uzumaki de modo que ultrapassasse as barreiras da amizade e provavelmente, isto era sonhar alto demais.

- Então, você tem se sentido melhor esses dias? – o homem questionou, decidindo que enfim era o momento para quebrar o longo que estava instaurado na sala. Sabia bem que ela já estava melhor, mas nem por isso deixaria de questionar, uma vez que aquele era um novo momento, algo mais específico e apenas deles. – Espero que tenha seguido os conselhos do médico e evitado muita tensão. Não precisamos de um outro susto como aquele, Hina-chan... – comentou a última parte de forma divertida, sorrindo para a jovem, que sorriu de volta para ele. Era naqueles momentos, onde podia desfrutar daqueles belos sorrisos, que se questionava se realmente estava no caminho certo, se seu comportamento ia ao encontro de suas crenças ou de encontra a, mas no fim, realmente não se preocupava muito com isto.

- Estou me sentindo bem como não me sentia há muito tempo. – Respondeu sincera, fazendo com que uma súbita paz acometesse o coração do homem. Ele sabia a dimensão do poder que aquela simples frase tinha sobre todo o contexto das consultas e também, para a própria paciente que ali estava. A verdade, é que mentiria se disse que a via somente com a visão de um profissional quando há muito, deixara este aspecto andar juntamente com o do amigo, e agora, pensava que o aviso de sua obaa-chan estava correto. Ele estava apaixonado por ela e bem, a prova disto era o fato de estar aliviado além do comum pelo fato da jovem estar melhor e reconhecer isso para ela mesmo e depois para ele, o tornando um confidente, mas bem, era para ali que ela estava e isso não significava tanto assim, não? – Eu realmente sinto muito por tê-lo preocupado tanto assim. Não apenas pelo fato de ter desmaiado, mas por aquele áudio. Estava desesperada e sentia que você era o único que poderia me ajudar, o que não está errado, mas também vejo agora que não é o correto. Sabe, sinto que te devo isto, então estou aqui, me abrindo para você agora. Acima de tudo, resolvi me ajudar em primeiro lugar, pois é exatamente como dizias, eu deveria acreditar em mim mesma, mas foi a partir do seu apoio que tudo começou a mudar. Foi após sua amizade que comecei a ter forças a mais para me levantar, foram através de nossas conversas – por mais bobas que fossem – que senti alguém realmente disposto a me ouvir integralmente e que estaria ali sempre presente quando eu precisasse. Admito que essa dependência não é boa, mas veja pelo meu lado, para alguém acostumada a não ter ninguém, isso representa muito não é mesmo? – questionou, com um sorriso discreto, enquanto avaliava a feição do outro mediante sua fala – Se eu realmente não estivesse disposta a mudar, possivelmente não contribuiria para as sessões e ainda que muitas vezes eu tenha retrocedido a respeito de minhas decisões, você manteve-se intacto para mim, foi meu suporte para muitas coisas sem se quer perceber e quando notei, se tornou o centro de minha atenção, tomando tudo para si e este não era o objetivo. Foi nesses dias, enquanto estivemos mais afastados que pude ter a real noção disto e bem, não considero de todo ruim, mas usei todo o meu tempo livre para canalizar o centro para mim e meus problemas novamente... – interrompeu a fala ao notar o que estava falando. Não que tivesse dito algo grave, todavia, as entrelinhas estavam que subjetivas, o que de certa forma, a preocupou um pouco, mas nada que a impediria de seguir em frente. Estava decidida a não se esconder mais atrás de suas dúvidas. – Resumindo: obrigado por em tão pouco tempo, ter feito tanto para mim ao ponto de que agora, já não temo pelo futuro, mas pelo presente, e sendo assim, estou decidida a fazer algo a respeito.

“Naquele dia em que nos encontramos de madrugada... bem, eu tinha encontrado – a meu modo –, uma forma de escapar de tudo o que me incomodava, então, literalmente fugi. Essa não foi a primeira vez, mas sim a terceira e nesta última, tinha um peso a mais. Quando estava no meu quarto você mencionou que o médico quis conversar em particular com o meu pai e bem, tem uma causa para isso que vai além do fato de você não ser um familiar. A verdade é que eu sou doente... bem, não doente, ao menos ainda não, mas tenho uma grande probabilidade de me tornar um dia e antes do esperado. Quando soube disso, meu mundo pareceu ruir mais uma vez... por que tudo estava se repetindo novamente? Acreditei, novamente, na ideia de que a felicidade era algo que não fora destinada para mim...” – Parou de falar e permitiu que as lágrimas escorressem livremente conforme a necessidade que tinha de exteriorizar tudo o que sentia naquele momento. Não queria que ele pensasse que fosse fraca e nem mesmo que sentisse pena dela, porém não poderia parar o fluxo com o rompante de tristeza e desespero que acometeu repentinamente de si. Em todas as vezes que havia ensaiado esse momento em seu quarto, jamais imaginou esta cena, contudo fazia parte, já que uma coisa era reproduzir falas para ela mesma e outra era estar ali, diante dele, falando tão abertamente a respeito de si.

Naruto a encarava aflito sem saber ao certo o que deveria fazer. Sentia uma imensa vontade de rodear aquela mesa e a tomar em seus braços até que ela enfim parasse de chorar, mas diante a seus sentimentos, temia que poderia fazer algo a mais e isso era o n que menos precisavam, que ele, em um ato impensado, destruísse tudo o que até então tinham construído e se o fizesse, jamais se perdoaria. Portanto, aproximou-se mais de sua mesa, ofereceu um lenço e segurou a mão esquerda da jovem de modo que demonstrasse que ele estava ali caso ela precisasse. Seu coração doía em ver quanta tristeza estava guardada dentro de um ser que para ele, era tão doce, e de certo modo, se questionava como sua amabilidade manteve-se intacta com tudo o que ela parecia enfrentar. Se alguém tinha que agradecer algo ali, era ele. Agradecer ao fato de voltar a sentir.

Passou-se alguns minutos e quando estava mais calma, a morena direcionou seu olhar para o loiro, vendo que este sorria calorosamente para si, tentou sorrir de volta, tomando um pouco de ar para voltar a falar.

- S-sei que foi infantil da minha parte fugir de casa por conta disto, mas parecia coisa mais correta a ser feita naquele momento... eu queria me ver livre de tudo, e acima de tudo, queria ser livre e desejei intensamente, me ver fora dali, com uma outra família, vivendo como uma pessoa normal, tendo alguém que se preocupe realmente comigo e que principalmente, não se importe em demonstrar isso... a verdade é que estivesse correndo sem rumo naquela noite, não havia planejado nada, não tinha para onde ir e sequer tinha dinheiro, apenas segui meu instinto, estava sufocada e o que parecia minha chance de sobreviver, era a ideia de sair daquela casa, então, foi o que fiz... – falou sorrindo de canto para o jovem que mantinha o olhar fixo em si. E outro momento, talvez desviasse o olhar do dele, mas aquele intenso tom de azul presente nas orbes alheia, funcionava como um imã. – Admito que ter o encontrado ali me assustou um pouco, sei que estava bêbado e por um momento, pensei que poderia me fazer algum mal, mas ao vê-lo de perto, senti que não me faria nada, então apenas fingi que estava tudo bem, quando na verdade, apenas queria gritar por socorro, mas não o faria para alguém que não conhecia, portanto, decidi seguir a diante, rumo ao desconhecido e de encontro a minha liberdade. Não demorou muito para que algum dos seguranças do meu pai me encontrasse e tão repentinamente quanto o início, minha liberdade chegou ao fim. Não fiquei triste por isso, nem que eu quisesse conseguiria fazer, contudo, me senti como muitas outras vezes, impotente. – Sentiu sua mão ser segurada com mais firmeza e pôde relaxar um pouco mais diante daquele gesto. O silêncio dele não a incomodava, sabia que ele se mantinha atento a ela e as pequenas atitudes que tinha consigo só a impulsionava mais, dando-lhe coragem para seguir a diante. Estava sendo forte, reconhecia isso, e reconhecia também que boa parte daquela força provinha dele, não como um estado de dependência como fora no início, mas agora, ela o colocava como o seu alicerce e certamente, desabaria se não fosse por ele. – Uma vez você disse que o meu problema tinha sua base na minha relação com meu pai, você tinha toda a razão. Quando pequena, ele não era muito presente na minha vida. Nem na minha e nem na da minha mãe, mas eu ainda tinha a ela, então não me sentia tão só como vim a me sentir depois. Nós duas desejámos mais de sua presença, na época eu não entendia muito, mas lembro que ela sempre falava que ele estava trabalhando duro para que pudéssemos ser ainda mais felizes. Essa afirmação não me parecia ter muito sentido, mas como era minha mãe que dizia, eu apenas concordava com ela. Aos 6 anos eles me disseram que eu teria uma irmã, esse foi o dia mais feliz da minha vida e depois de muito tempo, enfim nos tornamos uma família, com direito a passeios no fim de semana e tudo mais. Esse foi o período mais feliz da minha vida, meu pai tinha me prometido isso e bem, ele realmente estava se empenhando em se fazer presente para nós duas. Hanabi seria o nome de minha irmã, e eu estava muito empolgada com a ideia de ter mais alguém para brincar comigo, até que um dia, quando voltávamos de uma viagem, sofremos um acidente... não me lembro exatamente como ocorreu, só me lembro do carro derrapando e depois, de ter acordado em um hospital. Já havia se passado 5 dias, embora eu não tenha me ferido gravemente, também não estava acordando. Acho que essa foi a primeira vez que me odiei, não nem ao menos ver minha mãe pela última vez... ainda tentaram salvar minha irmã, minha mãe estava prestes a completar 8 meses, porém não houve jeito, e realmente não quis saber muito além disso... – novamente as lagrimas se fizeram presente, não de modo tão intenso quanto da primeira vez, já tinha chorado o suficiente sobre esse acontecimento, e ainda assim, não conseguia deixar de sentir dor ao falar disto.

- Eu sinto muito, Hina... – disse a olhando com todo o carinho que lhe era possível. Não sabia exatamente o que fazer e isso o incomodava muito. Queria a confortar naquele momento, mas não tinha a menor ideia de como fazer isto.

- Tudo bem... – sussurrou, sorrindo para ele. Consegui ver ali toda a preocupação que ele tinha com ela, e com isso sorriu para ele, para mostrar que tudo realmente estava bem. – Enfim... após isso, meu pai se distanciou definitivamente de mim... talvez o fato de eu ser muito parecida com a minha mãe fazia com que tudo fosse mais doloroso para ele... não o odeio por isso, apenas acreditei e as vezes ainda penso nisso e realmente penso que ele não me ame, ou que olhe para mim e enxergue apenas o reflexo da minha mãe e sendo assim, me fechei em mim mesma, me escondendo de tudo e de todos. Meu pai também decidiu que eu não iria mais para a escola e restringiu minhas saídas de casa, aquilo me incomodou bastante, gostava de ir à escola, mas nada disse e nem fiz. Mas o que alguém de 6 anos poderia fazer...? Apenas aceitei, eu tinha professores particulares, após concluir o ensino médio, meu pai sugeriu que eu fizesse a universidade a distância, ele conhecia pessoas importantes e contanto que eu fizesse todas as atividades previstas no curso, nada me impediria de passar na matéria, valendo tanto como nota como para presença... no entanto, do que adiantaria eu estudar a distância, se fosse para estudar eu gostaria de realmente vivenciar isto, e não ficar na minha casa outra vez, mas não tive coragem para enfrenta-lo então decidi simplesmente que não estudaria. Eu fui fraca, me arrependo disso todos os dias, eu vejo você aqui na minha frente, não conheço a sua história, e nem por isso o admiro menos, afinal, não é muito mais velho que eu e já construiu bastante coisa. Não pense que sinto inveja, não se trata disso, e sim de inspiração. Espero um dia poder estudar e trabalhar com o que desejo assim como você. – Falou com sinceridade, sentindo-se extremamente mais leve após contar tudo o que havia de mais importante para a sua história. Falar de si mesma contribuía para repensar certas atitudes e para formular futuras estratégias, bem como para fortalecer a decisão que tinha tomado, a de traçar um novo caminho para que pudesse realmente viver.

- A cada dia eu me impressiono ainda mais com a sua força, Hinata. No seu lugar, não sei o que teria acontecido comigo, de certa forma, temos uma história de vida um tanto quanto semelhante, ela não cabe aqui agora, mas não se preocupe, ainda temos bastante tempo para conversarmos a respeito disto. – Sorriu, alisando a mão que ainda mantinha entre a sua. – De toda forma, nunca se sinta fraca, você poderia ter sucumbido em meio a isso tudo há muito tempo, e está aqui agora, estamos conversando normalmente a respeito, e vamos achar uma solução para isso. Apesar que acredito que tudo já esteja resolvido, não é mesmo? Digo, de uma certa forma, você está decidida a enfrentar todos os seus temores para enfim poder fazer o que deseja, ser livre... não sabemos o que o futuro nos espera, mas temê-lo não fará mudança alguma, e viver é isso, essa margem de probabilidade de que dê certo ou que dê errado também... não sou a pessoa mais impulsiva e que age de acordo com os desejos, as vezes penso que deveria ser mais assim, todavia, compreendo que faltou a você alguém para lhe apoiar, e como eu já disse, esse alguém pode ser eu. Quero dizer que sei que você é forte, nós dois sabemos disso, mas estou aqui para ser o seu suporte. Não tenho resposta para lhe dar, tudo vem de você e não de mim, e realmente agradeço pela confiança, por ter se aberto assim, dessa maneira tão espontânea para mim, obrigada por confiar em mim, Hinata. Agora, creio que o próximo passo seja o de conversar diretamente com o seu pai. Pode ser agora, ou mais para frente, faça quando se sentir confortável para enfrenta-lo. Saiba, que acredito realmente que seu pai a ama muito. Naquele dia, em que estivemos em seu quarto, todos estávamos apreensivos, mas seu pai realmente se destacava. Ele tentava ao máximo disfarçar a preocupação, mas eu sou observador, conseguia ver nitidamente o quão assustado ele estava, suas mãos tremiam levemente quanto apertavam os joelhos como s aquilo fosse impedir elas de tremerem... isso fica em segredo entre nós... sei que ele parece frio, pude ver isso, mas talvez – o que eu realmente acredito que seja a resposta – essa seja a forma que ele encontrou para lidar com a perda de pessoas tão queridas para ele. Dê uma chance para ele a responder, tenha calma, o mais importante já está feito, nada será como antes... sei que conseguirá deixar todas essas tristezas de lado e então, poderá enfim andar com suas próprias pernas... – falou de forma animada de modo que contagiou a jovem, que sorria radiante para ele. Em sua mente apenas havia o questionamento de se alguém mais realmente poderia ter tão perfeito quanto ele...

- Muito obrigada, Naruto... eu realmente não sei o que seria de mim se não fosse você... – sentiu seu coração se apertar ao pensar que esta com certeza era uma de suas últimas consultas e realmente já não conseguia mais se imaginar longe do Uzumaki, precisava dele consigo além do que poderia criar em sua mente, e quando menos esperou, mais lágrimas corriam livremente por seu rosto, sem que conseguisse controla-las.

- Não chore mais, Hinata. Sinceramente, só te ver assim e não poder fazer nada... – comentou arrastado, olhando-a desejando que tais palavras a fizessem parar de chorar, entretanto, apenas viu o fluxo aumentar. Ela desejava ser um pouco mais corajosa e pedir para que ele permanecesse para sempre em sua vida, mas não poderia o fazer, sabia que ele jamais compactuaria com os desejos que tinha em si.

- D-desculpa por isso... não t-tenho conseguido me controlar... – fungou uma última vez, se levantando repentinamente. – Acho que podemos encerrar por aqui, não é mesmo? – Perguntou mais para si mesma do que para ele, andando rapidamente em direção a porta.

- Hinata, espera aí! – Levantou-se de forma desajeitada, vendo-a parar instantaneamente, conforme o solicitado. Não ousou mover um músculo sequer, e conforme ouvia os passos do outro, sentia seu corpo ficar mais tenso. Ele tocou-a delicadamente e ela virou de frente para ele. – Por favor, não chore mais, estou aqui por você... estou aqui por nós dois... – disse com calma, segurando o rosto da jovem com as duas mãos, fazendo um carinho para em seguida, secar as lágrimas que ainda teimavam em escorrer, manchando a linda face da morena. Olhou no fundo dos olhos dela buscando algo que repudiasse aquele toque mais íntimo, mas apesar da expressão de surpresa, havia um brilho de expectativa ali. Direcionou o olhar para os lábios róseos que se contrastava com a pele pálida da jovem. Sentia um enorme desejo de a beijar, porém não o faria, não dessa forma, não tinha coragem para tanto, contudo, surpreendeu-se ao sentir a jovem fincando na ponta dos pés e selando seus lábios no dele de forma desajeitada. Era apenas isso que precisava. Passou as mãos dela entorno de seu pescoço e voltou a segurar o rosto dela com todo o carinho que poderia demonstrar. Não aprofundou o toque, não queria a assustar e nem que pensassem algo ruim sobre si, mas ainda que não houvessem palavras sendo verbalizadas, ambos sentiam que por hora, aquele simples toque era mais que suficiente. A sensação de êxtase que percorria seus corpos era o suficiente.

Era inverno, estava nevando, mas todo o frio, parecia não existir mais, pois tudo para si estava quente. Como Hinata poderia simplesmente não gostar dessa estação e principalmente de dias com neve? Definitivamente, aquele fora o símbolo para o seu recomeço.


Notas Finais


Genteeeee, e então, o que acharam? Eu realmente não consigo opinar a respeito deste capítulo, só sei que minhas costas doem porque me fiz ficar aqui até finalizar porque eu queria reparar minha ausência logo. rsrsrsrs
Então resumindo, tivemos:
- Memórias de quando nossa querida Hina era feliz;
- A Hina falando mais abertamente sobre sua relação com a Kurenai e com o pai;
- Nossa biscoitinho falando sobre acreditar em si mesma ao em vez de deixar a coragem apenas pelo Naruto;
- Uma doença misteriosa (vai aparecer mais ainda na história, calma);
- A morte da mãe e da Hanabi;
- O porque dela se sentir assim, tão impotente...;
- Ambos admitindo para si que se gostam;
- UM FUNCKING BEIJO. lol

Se tiver algo faltando, é só falarem, ok? hahahaha
Agora, falando mais seriamente, as coisas ainda serão tratadas com mais calma, certo? Do que ainda eu pegar e falar e detalhar a porra toda se isso aqui não é o último cap, não é mesmo?
No próximo capítulo, pretendo focar mais no Naruto, acho que precisamos ver mais do nosso loirinho querido...
Espero que tenham gostado, estou um pouco receosa, mas gosto dele. Obg pela atenção e o carinho de sempre amados. Provavelmente estarei de volta apenas após o dia 13. Desculpe por isso... :c
Bom carnaval, seus lindos! Amo vcs! <3 ;*
Ps: to tão cansada que nem falei muito hj...


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